Duvidas

Eu estava deitada no chão de uma clareira, olhando as estrelas, abraçada a Jake. Já tinha caçado mais que o suficiente, agora Jake e eu esperávamos a hora de encontrar os outros. Ainda tínhamos 1 hora.

Preferimos não voltar pra casa.

A moto de tio Jasper estava convenientemente escondida na floresta perto da estrada — e eu estava principalmente fugindo do meu pai, até pelo menos aquele mau humor passar.

   —Ness, eu estava pensando talvez, possamos ir a La Push nas próximas semanas. Queria ver meu pai e você também pode ver seu avô e Sue.

Eu sorrir e toquei seu rosto concordando.

Vovô Charlie e Sue já estavam juntos há cinco anos.

Eu me lembro bem do piti que a Leah deu quando eles anunciaram que iriam morar juntos. Foi a briga mais engraçada que vi na vida —  a Leah tentando matar o Charlie, que estava escondido atrás da Sue, enquanto Seth a segurava e  Jacob tentava segurar minha mãe, que queria matar a Leah, por está tentando matar o Charlie.

Seth e Jacob nunca apanharam tanto, brigando, como nesse dia tentando evitar uma briga.

Foi preciso que Jacob desse uma ordem em Leah, como o Alfa para ela parar com a confusão.

Meu pai levou minha mãe para casa a força, quase a arrastando.

Tio Emmett ficou dizendo que papai precisou malhar muito para conseguir acalmá-la — que era uma sorte nossa casa ainda está de pé, depois dos esforços de Edward.

Eca!

Gostei da idéia de ver Charlie — Já estava sentindo falta dele, e tenho certeza que ele estava morto de saudades também, sempre fomos muito apegados.

Jake sorriu e me deu um beijo na testa, quando disse a ele como gostei da idéia.

Ficamos mais um tempo em um silencio confortável, olhando as estrelas. Lembrei-me de sua reação às palavras de Jéferson no almoço.

Estava com a mão no seu pescoço, então ele ouviu minha duvida silenciosa.

Ele não respondeu, mesmo eu repetindo a pergunta.

Ergui o corpo para poder olhar melhor seu rosto e saber por que não tive resposta.

Ele não olhava pra mim, olhava a floresta e sua expressão estava indecifrável.

    —--Jake?—falei em voz alta.

O que será que aconteceu?

    —--Desculpe Nessie. Eu prefiro não falar sobre isso. —--Ele disse sem realmente olhar pra mim.

    —- Qual é o problema?Nós sempre falamos sobre tudo. Por favor, responda minha pergunta. —--Enquanto falava puxei seu rosto, obrigando-o a olhar pra mim.

Ele me olhou nos olhos por um longo momento, depois respirou fundo, inspirou devagar, como se tivesse tomando coragem.

   —--Não houve nada, só não gostei das insinuações dele. —--Ele parou e olhou pra mim esperando que eu engolisse essa.

Pela minha cara ele percebeu que não seria assim tão fácil.

  — Olha é só... que... eu...você...—ele não parava de gaguejar . Ele tomou ar de novo — Tudo bem. Eu só não quero pensar nisso ainda... E não me agrada que outras pessoas pensem. Principalmente pensem tão mau de você. Como aquele garoto deu a entender.

Eu olhei pra baixo, enquanto perguntava pra ele porque ele não queria pensar “nisso” ainda, mostrei a imagem do meu pai questionando se esse era o motivo.

   —Não. Não é por causa dele.

   — Por que então?— murmurei baixinho. Eu nunca tinha parado para pensar no assunto, mais agora que eu estava pensando me veio a duvida;

Será que ele não me queria dessa maneira?

   — Eu te amo, não pense que é isso. — Ele disse adivinhado o que eu estava pensando — Mas... talvez sua mãe tivesse razão... talvez tenha sido muito precipitado  eu te pedir em namoro tão cedo. Eu sei que não é assim, mais tecnicamente, você tem apenas sete anos. É cedo demais para isso também.

   —Jake eu... —Eu não sabia o que dizer.

   —Depois conversamos sobre isso. —Disse ele me dando um beijo rápido — Vamos nos atrasar. Temos que correr de volta ao lugar onde a moto está.

Você sabe que não sou tão rápido com esse corpo. E não posso me transformar, senão vai estragar a roupa que você está me obrigando a usar —Ele fingiu fazer cara feia.

Eu sabia que ele estava procurando desculpas pra encerrar a conversa.

Como se ele se importasse com as roupas!

Mas foi verdadeiramente engraçado ele discutindo com tia Alice para não usá-las.

Mas como sempre não se pode discutir com Alice.

   —Tudo bem então. Mas devo te dizer que essa conversa não termina aqui.

   —Tão igualzinha a sua mãe — Ele murmurou enquanto se levantava. —Não pensei que depois de lidar com a teimosia dela, teria que lidar com a sua também.

Eu ri alto. Todo mundo me falava isso.

Começamos a correr. — Eu diminui o ritmo para acompanhar Jake, ele corria muito mais rápido do que um humano normal mais não era tão rápido quanto eu.

Chegamos à moto rapidamente.

Eu amava aquela moto, era do tio Jasper, mais eu usava mais que ele.

Edward disse que me daria uma também, mas eu gostava daquela e tio Jasper quase não a usava.

 A moto de Jake ficou em La Push, eu sabia que ele iria adorar pilotar de novo, então deixei ele dirigir. 

Chegamos ao ponto de encontro e quase todo mundo estava lá.

Faltava apenas a Daiana.

Enquanto estacionávamos todos vieram nos cumprimentar.

   —Cara que moto legal! — Disse Guilherme se aproximando mais, pra passar a mão na moto —Oi Renesmee. Jacob. —Ele nos cumprimentou enquanto babava nos pneus.

Jéferson foi o único que não se aproximou demais.

Ficamos conversando um tempo, enquanto esperávamos Daiana.

Os meninos falavam sobre a moto.

As meninas imediatamente vieram me perguntar sobre o que aconteceu na hora do almoço.

Porque os humanos eram tão fofoqueiros?

   —Nessie, me diz o que aconteceu com seu irmão àquela hora, ele parecia está tão nervoso, deu até medo dele — Debye perguntava.

   —Ele não gostou do comentário do Jéferson. —Eu disse dando de ombros, tentando demonstrar indiferença. —Foi muito grosseiro o que ele disse.

Só porque Jake mora na mesma casa que eu, não significa que estamos “casados”. Edward é meu irmão, é normal que ele fique ofendido. —Se o perigo fosse só esse; meu pai ficar ofendido.

Jéferson nem imagina o risco que correu.

   —Então quer disser que vocês não dormem juntos?— Michele perguntou,seus olhos —como sempre pintados com uma sobra escura, combinando com suas roupas, sempre pretas,apesar dela não ser gótica nem roqueira — eram desconfiados e irônicos .

Essa garota estava testando minha paciência?

Antes que eu pudesse responder Jake me chamou.

   —Seu telefone está vibrando. —Ele disse me entregando o aparelho.

Suspirei. Já até imaginava quem era.

  —Alô?

  —Ness —Acertei.

  —Oi pa-Edward. O que foi? —perguntei cautelosa, enquanto me virava de costas. Do jeito que Michele era intrometida ficaria lendo meus lábios.

  —Só avisando que já estamos partindo. Voltaremos no Domingo. Fique com seu celular está bem. Qualquer problema me ligue imediatamente. E seja cuidadosa meu bem. Diga ao cachorro que cuide bem de você. Ou ele se verá comigo.

   —Por favor, para de chamá-lo assim, sabe que me incomoda.

   —Cuide-se querida. —Disse rindo. — Até Domingo.

Aproximei-me de Jake para colocar o telefone novamente na mochila.

   —Eles estão partindo. Voltarão no domingo.

   —Onde sua família foi? —perguntou Guilherme curioso.

   —Foram acampar.

   —Ah. Porque não vieram com a gente?

   —Preferem acampar—Disse simplesmente me virando e cumprimentando Daiana que acabava de chegar.

Depois dos outros se dividirem nos carros, partimos.

Subi na traseira da moto e Jake acelerou o motor... e correu.

Nem parecia que andávamos por uma estrada cheia de gelo.

Ele sempre pilotou tão bem!

Enquanto passávamos pelos carros ouvir os outros murmurando.

“Meu Deus ele vai bater, esta indo rápido demais.”

“Droga se eles caírem vão estragar nosso final de semana.”

“Aposto que está dirigindo assim pra se exibir.”

Foi ai que ele acelerou ainda mais.

Jake não gostava dos meus amigos.

Ainda mais quando podíamos ouvir o que falavam por nossas costas — o que era normal, já que éramos sempre motivo de fofoca, principalmente minha família—então ele não lidava muito bem com o fato de alguns deles serem naturalmente dissimulados.

Ele estava indo tão rápido, que em segundos não podíamos mais ouvir os outros.