Immortality escrita por lisa gautier


Capítulo 9
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoal! Como estão?
Mentalmente, tinha planejado a postagem para domingo, mas acabei adiando devido a notícia do falecimento da Anne Rice, uma das minhas principais inspirações... Mas que melhor maneira de honrar o legado dela, senão escrevendo?
Agradeço imensamente pelo apoio com o retorno da história! Vocês foram muito gentis, de verdade, não consigo nem descrever.
Boa leitura!



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CAPÍTULO OITO

 

Favores

 

1922



Era 10 horas da manhã quando Bella parou na frente da banquinha de frutas, inclinando-se para analisar as maçãs frescas. O clima estava agradavelmente nublado, com um vento leve e sem visão de chuva. A morena usava um belo conjunto de calças marrons com uma camiseta branca embutida na cintura. Os cabelos desciam-lhe pelos ombros, caindo em ondas. 

Risadas masculinas ecoavam conforme Bella escolhia as maçãs, colocando-as no cesto. Dentro da mercearia, Nessie estava sentada em uma banqueta, conversando animadamente com a esposa do dono. Ela era um charme, Bella riu. Um encanto, assim como o pai.

Calças… — houve uma risada mais alta. — Vamos ver quem é a dama… 

Bella virou-se na direção da voz, trombando com um risonho Mike Newton. O rosto do loiro desmanchou lentamente, como cera no fogo. O sorriso foi desaparecendo e um vermelhão tomou conta de seu pescoço e orelhas. Bella colocou uma mão no quadril. 

— Srta. Swan — ele pigarreou, tirando o chapéu fedora. 

Bella colocou uma mão na cintura, irritada.

Sra. Masen. — disse sem simpatia.

Não era de irritar que lhe chamassem de srta. Swan, mas havia um quê de desrespeito na voz de Mike Newton. 

— É, claro, sinto muito — os homens que riam com o Sr. Newton continuaram sua caminhada, gargalhando, enquanto o outro recebia um olhar impiedoso de Isabella Masen. — Então — ele tossiu, desconfortável. — Calças! Um estilo e tanto. 

— Você usa calças a vida inteira, não vejo nada demais. — disse Bella.

— Claro, mas eu sou um homem — ele tentou ganhá-la com uma risada cheia de humor forçado. As feições de Bella se mantiveram impassíveis. Novamente, Mike Newton se encolheu. 

Pobre Jessica Stanley, suspirou Bella em sua mente. Não esperava muito daquele homenzinho, mas debochar de mulheres usando calças era uma nova faceta. Onde estaria Jessica? Bella não a via desde o anúncio do noivado com Mike Newton. Analisando a postura dele, Bella imaginou que Jessica estaria trancada em casa, cozinhando e limpando, fumando e bebendo nas folguinhas.

— Enfim… Como vão indo as coisas? — Mike puxou-a do seu devaneio. — Continua solteira? 

O que?!

— Err… Continua trabalhando, imagino — ele mudou de tópico rapidamente.  

Bella assentiu, retornando sua atenção às maçãs. 

— Mamãe! — em um ar de alegria pura, Nessie chegou pulando. Abraçou-se às pernas de Bella, balançando-se enquanto a olhava com interesse: — A Sra. Gudwin disse que eu posso ganha’ um pirulito se você deixa’!

No umbral da mercearia, a Sra. Gudwin olhava com encanto para a menininha. Ela reconhecia aqueles cachos acobreados, os olhos brilhantes: lembrava-se de passar balas por debaixo do balcão para um pequeno Edward Masen. Lembrava-se do menino virando homem e ajudando-a com as papeladas da loja quando nenhum outro advogado aceitou lidar com as burocracias exageradas. 

— Ah, sra. Gudwin, é muita gentileza, mas não é necessário. — Bella respondeu com um sorriso pequeno. 

A Sra. Gudwin deu um tapinha no ar. 

— Não é nada demais, Bella — ela respondeu. — Eu fazia o mesmo pelo Edward! 

Papai! — vibrou Nessie. 

Bella passou os dedos pelos cabelos da pequena. Mantinha a memória de Edward viva, mostrando-lhe fotos, contando-lhe histórias e dividindo com a menina as canções favoritas do rapaz. Planejava contratar uma professora de piano, tentando criar na filha a mesma paixão pela música — algo a mais para ambos compartilharem. 

— Apenas dessa vez. — advertiu Bella.

Nessie concordou e retornou correndo para a Sra. Gudwin, saltando para caçar o pirulito de cereja. Elas retornaram para as banquetas, conversando outra vez. 

— Rapaz! — Mike parecia sem fôlego. — Ela é realmente a cara do Edward!

Cuspido e escarrado parecia uma expressão rude demais para descrever as semelhanças entre Edward e Nessie, mas não deixava de ser verdade. Bella virou-se para as laranjas, escolhendo duas que ainda estavam verdes. 

Estranhamente desconcertado, Mike Newton engoliu a seco antes de anunciar que estava se retirando: 

— Foi um prazer revê-la, Bella. — murmurou antes de sair falando sozinho, parecendo confuso. 

Bella olhou-o caminhar e franziu o cenho. 

Finalmente

Bella deu um pulo, assustada, a cesta de frutas escorregando do próprio braço enquanto quase caía. Uma mão pequena e firme agarrou Bella, logo firmando a cesta. Alice Brandon sorriu largo. 

— Não há motivo para se assustar tanto, mulher! — Alice soltou Bella com delicadeza. — Graças a Deus, ele foi embora! Não aguentava mais esperar!

— Você estava aqui todo esse tempo? — Bella arqueou as sobrancelhas.

— Não, claro que não — ela soltou um risinho. — Mas estou esperando por essa conversa desde ontem de noite! 

Alice. — Bella exasperou. 

— Não é fantástico ter uma amiga vidente? — ela mexeu os ombros, leve. — Você não vai acreditar no que aconteceu!

Bella retomou o fôlego e voltou-se, pela terceira vez, para as frutas. Algumas toranjas novas aguardavam por um comprador e a mulher analisou se valia a pena continuar naquela investida de frutas; Nessie consumia uma variedade imensa de legumes, certamente não teria perdas por não comer toranjas ou maçãs.

— O que aconteceu, Alice?

— Eu encontrei meu marido! — disse em êxtase.

— Como é? — o queixo de Bella caiu, em choque. 

A mente e vida de Alice Brandon eram como um folhetim em lançamento, semanalmente novas descobertas, reviravoltas, eram apresentados naquele romance. Mas Isabella, em toda sua sabedoria, jamais havia imaginado um marido perdido.

— Quer dizer, ele não é meu marido! — Alice se corrigiu com rapidez. — Ainda não! Mas ele será! 

Bella piscou.

— Como é?

— Ah, pare de ser boba! — Alice agarrou-lhe o braço, puxando-a para o caixa da mercearia. — A história é longa, mas tenho certeza que você vai entender com uma boa xícara de chá! 

 

[...]

 

Um caos silencioso se instalou na residência Cullen. 

Edward tomara conta de um quarto nos fundos da casa, mantendo-se escondido de tudo e todos. Jamais abria a porta e muito menos respirava o ar fresco. Passava manhãs, tardes e noites envolvido em um cobertor, piscando lentamente. Às vezes, se deitava reto, as mãos no peito como um cadáver. Geralmente, permanecia ajoelhado, o peso nos calcanhares. Como desejava dormir, afugentar a mente, anestesiar o corpo.

Esme batera na porta algumas vezes, esperando conseguir algum contato, mas fora aconselhada por Carlisle a deixá-lo sozinho, tendo seu próprio tempo e espaço. Ela vagava pelos cômodos, ansiosa. Era estranho como havia se afeiçoado àquele vampiro, abraçando-o com o coração da mesma maneira que faria uma mãe. Nada jamais se compararia ao pequeno anjo que carregara no ventre, mas Edward aproximava-se naturalmente de tal amor. Esme mal curara as próprias feridas e ansiava por ajudá-lo. 

Carlisle abraçou-a pelas costas, depositando um beijo em seus cabelos. Apesar de tentar controlar seus pensamentos, para evitar o afloramento do temperamento ruim de Edward, também estava consternado. Constantemente, pensava no retorno do filho adotivo. O corpo tremendo, rejeitando aquilo que devia ser o maior prazer de suas existências.

O médico continuava a questionar, tentando acessar em sua memória alguma literatura, alguma experiência semelhante, e falhava em encontrar uma resposta. Os reis vampíricos, os Volturi, com certeza teriam uma explicação para tal fenômeno… Mas o conhecimento deles não era acessível, muito menos quando se tratava de Edward. Aro se mostrara especialmente interessado pelo jovem vampiro, tentando convencê-lo a entrar na Guarda. Não, Carlisle sacudiu a cabeça, não poderia deixá-lo suscetível a tais pessoas. 

— Carlisle — Esme virou-se, fitando-o com preocupação. Os olhos, topázio, demonstravam a facilidade na qual transitara de uma vida humana para a eterna. — Acredito que os Denali possam ajudar.

 


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Notas finais do capítulo

Caros leitores, iniciei a postagem de uma nova história. Immortality já está bem adiantada, então, não se preocupem. Planejo postar semanalmente.
Lisa X



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