As Volturi: Throne of Blood escrita por Noxy, MyClaire


Capítulo 15
Rumors


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, conciliar os estudos e escrever foi uma das tarefas mais dificils que ja tive mas agora to com tempo livre eu espero poder voltar a postar toda semana e continuar, obrigada a paciencia de todos. Throne of Blood é um dos meus bebes e poder concluir é um sonho que quero compartilhar com todos.



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Tudo parecia um sonho. 

Meus pés flutuavam, se distanciando do chão vagamente, preguiçosos com meu comando. As nuvens cobriam meus olhos nas laterais e se fechando a cada vez que eu chegava mais perto do céu. As estrelas brilhavam distante de mim. Minha mão se esticou para tentar tocá-las mas a recuei na hora. 

Era um sonho. 

Um sonho bobo.

“É normal você dormir por tanto tempo?”

“Foram apenas-” meus olhos se recusaram a abrir porque ainda pregavam, e meu corpo um pouco sonolento. Chequei o relógio na cabeceira, “seis horas”
Notei o que eu falei logo após sair da minha boca. SEIS HORAS? Como eu consegui dormir por tanto tempo? Isso explicaria o porque meus olhos demoraram para abrir e meu corpo estava diferente. 

Levantei da cama e fui direto para o banheiro lavar meu rosto e acordar de vez. Alec de alguma forma havia quebrado o meu quarto. A última vez que chequei eu não lhe dei a cópia da chave. Procurei por Nesrin mas ela não se encontrava em lugar nenhum. 

O olhei através do espelho do banheiro esperando a resposta. Ele apenas sentou na minha cama bagunçada observando o quarto. Descarado. 

O quarto do hotel era pequeno comparado com meu quarto. Era mais um motel do que um hotel. Pequeno com duas camas e um banheiro suspeito. 

Tinha alguns dias desde a nossa partida. Já estávamos quase na Irlanda. 

“Como entrou?”

Sai do banheiro irritada com sua falta de comunicação. Alec piscou algumas vezes olhando para mim sem entender a pergunta. 

“A janela estava aberta. Você demorou e achei que tinha morrido. Infelizmente a encontrei roncando.” 

O empurrei para fora do meu quarto. 

“To saindo” Falei antes de fechar a porta nas suas costas. 

Me arrumei e encontrei Alec ainda na mesma posição que o deixei. Menino estranho. Nossa viagem tem consistido em poucas palavras trocadas, farpadas principalmente. Nada surpreso. 

Respirar o ar húmido de Londres me enchia de emoções, boas e ruins. Foi aqui que decidi ir para a Irlanda. Onde eu achei que poderia ser livre do monstro preso em mim. Faz tantos anos, em pensar que anos luzes eu era tola. O monstro nunca esteve preso, ele só submergiu eu e o abracei com todas as forças, boa sorte dele se livrar de mim. 

“Se formos por esse caminho chegaremos mais rápido.”

“Alec, não. Muito pelo contrário. Devemos ir para o lado oposto onde fica um porto”

“Muito pelo o contrário" . Peguei a primeira coisa da minha mão e taquei mirando sua cabeça. 

“Cretino”

“Louca”

Cada um partiu para o lado. Eu não aguentava mais respirar o mesmo ar que ele. Oh céus e Caius, por que minha tortura é prazer para ti?

Peguei o mapa e andei em direção sudeste. Pelas minhas previsões logo, logo eu atravessaria o mar que dividia a Inglaterra da Irlanda, e com sorte Alec iria demorar alguns dias já que ele foi para o lado oposto. Espera, ele foi para o lado oposto! Ainda existe algo bom nessa terra. 

Tchauzinho seu idiota. 

 

 

Os moradores escondem suas casas assustados com os recentes acontecimentos. Não os culpo, só pela a falta de coragem de pelo menos expulsar o bichano para fora. Bati de porta em porta, ninguém foi capaz de abrir as portas. Desde cedo tento conversar com alguém mas quando me veem eles logo fecham a porta. Eles ficaram na janela encarando até sair.

A cidade era simples e como qualquer uma na Irlanda. Casas uma em cima da outra, coloridas quase sem uma árvore, mas se aprofundando e indo em direção às estradas eram quilômetros de somente campos, um bocado dedicado para animais. Porém, os campos assim como as cidades encontrava-se vago. 

“Acha mesmo que iriam abrir a porta para alguém tão assustadora?”

“Tenta você então, Nesrin” 

“Minha simpatia ganha todos. Olhe e aprenda.” 

A última casa da pequena cidade não foi diferente. Antes mesmo de bater na porta, ouvimos alguns gritos e pessoas sussurrando para não abrir.

“O que você faltou mesmo?” 

Nesrin bufou e fomos caminhando para a hospedagem que estávamos. 

“Você não acha estranho todos estarem agindo dessa forma?” 

Ouvi passos rápidos, pequenos gritos vindo do andar de cima. Larguei a casa. 

“Espera”

A mulher estava com a respiração pesada. Ela tentava recuperar o fôlego, suas mãos nos joelhos sugando todo o ar em sua volta. Ela fedia, seu cheiro era uma mistura de suor e perfume doce. Suas roupas encharcadas principalmente nas axilas. Ela parecia em seus meios trinta anos.

“Es- es-es-” Ela pausou para respirar. “Mas que caramba. Fala direito.” Suo mais para ela que para mim. 

Notei um bloquinho de notas em sua mão, havia vários rabiscos e a palavra “lenda” repetidas vezes em várias cores e tamanhos. Arqueei minha sobrancelha esperando ela se recompor. Oh céus. 

“O que quer?”

Quando ela ergueu sua cabeça vi hesitação, seu coração falhou algumas batidas. 

“Respostas”

Dessa vez eu realmente a olhei. Ela tinha uma expressão ansiosa debaixo de todo cansaço. Novamente ela parou para recuperar o fôlego antes de adicionar. “O que você quer aqui?”

Estreitei meus olhos. Ela tinha ferocidade nas suas palavras. 

Dobrei meus braços esperando ela acrescentar porque ela não parecia ter terminado de falar. Nesrin ia responder mas a parei de continuar.  A mulher tomou seu tempo, retirou os cabelos castanhos claros grudados no seu rosto e abanou sua regata. Minha cabeça entortou para a direita, minha paciência querendo acabar. 

"Existem rumores sobre uma criatura.”

“Criatura?”

Rolei meus olhos. Aquilo era somente perda de tempo. Deixei ela e andei de volta para onde eu estava hospedada. Amanhã ou hoje à noite partirei para a segunda cidade, uma antes da qual eu jogava para o canto mais escuro de minha mente.  

“Espera”

Não parei, a menina insistiu e correu me alcançando. 

“O quer que seja, por favor nos ajude” A menina gritou não aguentando correr. 

Sinalizei para Nesrin ir sem mim. Nesrin se negou, mas viu que seria melhor se fosse.

Virei jogando meu cabelo. “Impossível,” foi só o que eu falei antes de retornar. A criatura não está aqui. 

“Por favor.” 

Estudei suas feições, ela está desesperada. Havia algum tipo de conhecimento em seus olhos, algo além do que ela falava mas não podia. 

Os pelos da minha nunca levantaram, meus instintos me alertando de perigo antes de poder ver o que ela realmente queria me falar. Alguém nos vigiava de longe o suficiente para não me alertar a tempo e saber quem era. “Acho melhor não discutirmos isso aqui.” 

Peguei sua mão a levando para o meu quarto. 

“Continue”

Parei perto da janela e da porta. Qualquer perigo teria que me enfrentar. 

“O que está acontecendo?”

“Continua.”

A mulher tremia de leve. Seus olhos arregalados, e seu cheiro exalavam medo. Ela hesitou novamente antes de falar.

"Todas as mortes tinham mordidas idênticas a de um lobo, só que maior. Mas isso foi dias atrás desde então não tem acontecido, é como se ele não estivesse mais aqui.”

Antes de continuar, eu a interrompi de perguntar sobre outras coisas.

“Algum vivo?”

“Poucos,” ela pausou nervosa sempre checando a porta. “Eu preciso ir.”  

Me afastei da porta. Ela passou rápido esbarrando no meu casaco. Esperei ela ir antes de liberar minha frustração. O lobisomem não machucou nenhum humano, só animais, se eu soubesse mais sobre sua real natureza eu diria que eles tinham algum controle sobre sua forma e está evitando atenção. Comecei arrumar minha bolsa quando a porta bateu. Ignorei pensando em ser a menina mas as batidas continuaram, cada vez mais fortes. Nesrin se escondeu. Soltei a roupa da minha mão e fui ver quem era. 

“Olá querida.”

Alec encharcado das ponta da cabeça até os pés. Seu cabelo lisos negros pingava água. Ele tinha um sorriso torto e seus olhos brilhavam vermelhos acentuando sua raiva. 

Segurei minha boca para não rir da situação, mas ela não foi o suficiente. Alec entrou passando por mim e indo direto retirar sua capa. 

“Arrume um quarto para você.”

Ele virou o rosto escondido mais em sua jaqueta preta e dourada. 

“Preciso conversar com você. ” Em segundos ele só estava com a blusa azul colada no seu corpo e calças justas pretas. A capa vermelha caiu no chão junto com a jaqueta. 

Alec me ignorou e foi para o banheiro. A única função do quarto seria trocar suas roupas ou fingir estar dormindo para não alertar os moradores de um jovem perambulando pela pequena cidade. Nada mais. 

“Você pode ficar do lado de fora.” Disse limpando minhas unhas.

“Marie eu atravessei o mar a base do ódio por horas, o mínimo e me deixar usar seu banheiro, o meu não funciona.”

Lamentei pela minha falta de sorte, se não fosse por Caius, eu estaria na minha cama macia e relaxando.

“Okay,” disse finalmente depois de me debater se eu o chutaria ou não. 

Terminei de arrumar minha bolsa e contei tudo o que eu sabia para Alec, depois dele ter tomado um banho. Somente rumores, nada de testemunhas. Metade dos animais de rebanho mortos enquanto os outros ainda vivem mas apavorados. Autorização tentou investigar mas sempre dava fim à linha. Alec ficou quieto estudando nosso próximo passo. 

“Amanhã partiremos.”

“Já está quase de noite, perfeita hora de ir.”

“Amanhã.” 

Alec pendurou a toalha cinza no banheiro e me interrompeu para argumentar. Ele me olhou para ver se eu me atreveria. 

“Por quê?” Disse mordendo a isca.

“Algo me diz para esperar até amanhã.”

Após sua saída, eu tive que aceitar sua proposta. Algo não estava certo.


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