Você Me Perdoa? escrita por Gaio


Capítulo 7
Alguém Com Quem Se Pode Contar


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu caros leitores!

Eu sei.. eu seeei que estou beeem atrasado com esse capitulo, mas por favor, não fiquem zangados, estou bem atarefado com as coisas faculdade, então me desculpem de coração.

Um obrigada em especial para a Flor (posso chamar assim?) que está aqui como um leitora fiel e comentando na história!! ♥

Hoje trago para vocês um capitulo cheio de surpresas e revelações. Logo teremos nosso encontro com o vilão da histórias, mas..... eu quis dar uma pitadinha a mais de conflito nessa historia (como se já não tivesse) com uma surpresinha no final.

Espero que gostem!!



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Por Gaio



~•••~



Desde o incidente no bar, os Revolucionários tiveram que dobrar a segurança do esconderijo. Por sorte, Kid ainda tinha homens de confiança mesmo após se rebelar contra Doflamingo, e cuidavam do perímetro deixando-o longe dos olhos e ouvidos do traficante. Entretanto, sair de prédio estava fora de cogitação até que chegasse o dia do baile.

Nami precisava de algo para se entreter e aliviar o estresse, e pediu permissão aos revolucionários para usar o subsolo como de treinamento. Ela ainda não havia melhorado o suficiente para que pudesse se mover com facilidade, mas graças aos remédios que Law havia deixado para ela, e também a pomada para cicatrização que ele mesmo fizera, seu tratamento havia progredido muito.

Mesmo que não estivessem se falando muito bem desde que brigaram, Nami sempre encontrava a penteadeira onde guardava seus remédios e utensílios medicinais atualizada, como se ele estivesse tentando se redimir pelas coisas horríveis que dissera a ela. Mas desta vez não seria assim tão simples.

Law passara de todos os limites. Ele a encurralou no seu momento de vulnerabilidade, se aproveitando de sua fragilidade para levantar suas deficiências de maneira rude, grosseira e completamente insensível.

Nami entendia as limitações que tinha, compreendia que, comparado a todos aqueles que estavam dando a cara a tapa nessa operação, ela tinha pouco poder e influencia, e também não poderia se achar nenhum soldado de guerra, ainda mais estando machucada. Ainda sim, ela se esforçou muito para descobrir fraquezas do seu inimigo e poder colaborar do jeito que podia.

Era por isso que ela estava ali, não era? Por isso que o Exército Revolucionário veio atrás dela, e ainda a querendo como aliada... não é?


“Por que pensa que pode se comparar a pessoas que são claramente mais fortes do que você? ”


Nami rangeu os dentes matutando aquelas palavras tão sórdidas na cabeça. Aquilo não a atingia. Claro que não. Nami sabia de seu valor, sabia que podia fazer mais do que fez todo esse tempo. Tudo o que ela precisava eram de pessoas que lhe dessem a oportunidade de mostrar isso, pessoas que estivessem disposta a lutar com ela.

A jornalista girou sobre o próprio eixo, rodando também a arma nas mãos até que a luz amarela do raio aparecesse e caíssem sobre o chão ocasionando um forte estrondo. Ela tentava não fazer muito barulho, e que os golpes com o clima tact não fizessem estragos tão grandes, mas cada vez que ela dava um ataque, seus movimentos saiam do controle enlevados pela raiva que ainda estava sentindo.

Nami respirou fundo com os olhos fechados, dizendo para si mesma que não estava enternecida com a rigidez do cirurgião, já que haviam se passado cinco dias e ele continuava a dar indícios de que não cederia, e também que não mudaria sua opinião sobre ela.

Felizmente, Nami conhecia Law o suficiente para saber que sua pose glacial e intimidadora servira apenas para tenta-la fazer desistir de participar do plano – ou era nisso em que queria acreditar.

Todavia, isso não justificava sua atitude austera. Como ele ousava chama-la de fraca? Como se atrevia a dizer que ela apenas atrapalharia? Como podia não ter fé nela depois de todo esse tempo que passaram juntos, compartilhando fraquezas e fortalecendo um ao outro.

E mais... como podia fazer pouco caso dos seus sentimentos e dos seus propósitos? Ele havia mudado completamente, e se não fosse pelo apoio que recebia dos Revolucionários, talvez ela realmente tivesse desistido.

Law se recusava a dialogar e estava assim desde que levantou cismas sobre Doflamingo. Ela virou o jogo de uma maneira que ele não esperava, o que apenas confirmou suas suspeitas de que ele escondia segredos dela. Sabia que algo estava mexendo constantemente com as emoções do médico, e que iam além do sequestro de Rosinante. Ainda havia muito a ser conversado.

Mas agora eles discutiam a todo momento feito crianças. Não trocavam mais do que um quarto de palavras civilizadas, e mesmo quando tentavam conversar normalmente, o dialogo acabava em discussão antes mesmo que percebessem. Já tinha virado rotina, o café da manhã era sempre uma mistura de frutas doces, olhares ásperos do cirurgião e palavras sarcásticas da jornalista.

Nami olhou para cima e suspirou profundamente. Ela realmente achava que eles poderiam dar as mãos e trabalhar juntos como a incrível dupla que formavam, mas ainda tinha muitas coisas que a ruiva não entendia, e depois de tantas diferenças expostas, confiar no cirurgião era algo que, pela primeira vez, estava sobre seu questionamento.

— Nami-san!

Um sentimento agudo e certeiro crescia e se espalhava como erva daninha pelo seu peito. Lhe roubava a paz e a razão e a impedia de pensar sobre os detalhes do plano.

Bom... não era hora de pensar nisso agora, se Law recusava-se a se render, ela também não se renderia. Ela faria com que ele se arrepender de a ter subestimado, e esfregaria cada palavra maldosa naquele nariz empinado que ele–

Nami-san?

Nami levou um leve susto quando alguém lhe chamou pelo nome subitamente, e antes de se virar, impediu que uma lagrima descesse pelo rosto. Ela olhou para trás por cima do ombro, e Sabo lhe fitava com uma expressão confusa e um pouco apreensiva, mas ainda sim gentil. Ela admirava como ele conseguia ser afável em todos os momentos, e ainda ser líder de uma grande organização ainda tão jovem.

Ele vestia seus típicos trajes, mas estava sem a túnica preta e sem seu chapéu, deixando os cabelos loiros a mostra, e trazia sua arma nas costas. Ele era um dos únicos que ainda saiam da base e provavelmente tinha acabado de chegar, pois ela não o viu a manhã inteira.

E Law também não.

Mesmo que não tivesse nenhuma obrigação, Sabo estava sempre preocupado com ela, se mostrando disposto a ajuda-la no que fosse preciso. Era uma pessoa extremamente acolhedora e agradável de se ter por perto. Nami as vezes se sentia mal por se apoiar tanto nele.

— Desculpe, Sabo-kun. Não vi você.

— Como se sente hoje? Me disseram que estaria treinando aqui. – Ele perguntou amigavelmente, percebendo o sorriso triste que a ruiva lhe dera. Sabo sabia que toda essa situação era completamente desgastante, e tentava fazer o possível para que a jornalista se sentisse bem. Mas sua gentileza condoía o coração de Nami.

— Eu estou me sentindo melhor. – Respondeu finalmente – Treinar ajuda a me livrar da tensão, mas não posso abusar. Preciso estar cem por cento até o baile.

— Nami-san, sobre isso... – Sabo se afastou um pouco e se sentou num caixote de madeira que tinha por perto antes de continuar. Ele parecia um pouco tenso – Tem mesmo certeza de que quer fazer parte do plano?

Nami acendeu os olhos, pois a indagação a pegou de surpresa. Eles não costumavam conversar muito sobre suas motivações, então por que isso tão de repente?

— Você não precisa se não quiser! – Disse o loiro. Seu semblante fora tomado por uma expressão de compaixão.

— Por que está me perguntando isso? – Perguntou um pouco decepcionada. Será que Sabo também estava duvidando dela? – Eu sei que não posso fazer grandes coisas, mas eu quero ser útil e poder ajudar! Eu posso fazer isso!

Nami olhou para o líder, seus olhos cintilavam cheios de confiança, grandes orbes castanhos que refletiam a imagem abrasadora da jornalista, e que se afinava com elegância aos traços do rosto de menina, ainda mais quando seus cabelos estavam presos numa trança de maneira tão sublime, e os fios da franja desciam pelo rosto com elegância. Não podia negar que a ruiva era uma mulher extremamente bonita e evolava isso em cada gesto seu.

Sabo sorriu para ela, desta vez com muito mais intensidade nos olhos azuis, aquele emaranhado de cores do mesmo tom que mais parecia o mar em movimento.

— Não tenho duvidas do que você é capaz de fazer! Se envolveu com Doflamingo enfrentando os perigos sozinha... sua coragem é realmente admirável, Nami-san. Mas não falo sobre isso.

Nami permaneceu em silencio. Por um momento ela achou que talvez o líder tivesse se convencido de que ela não era mais necessária para seus planos. Talvez Law tivesse realmente lhe afetado.

Sabo continuou.

— É só que... não quero que ache que queremos quitar alguma dívida. Graças a vocês, estamos a um passo a frente de Doflamingo, avançamos mais do que se estivéssemos agindo por conta própria, e não ache que isso é pouca coisa. Você é muito mais forte do que imagina!

O coração da ruiva palpitou que tal forma que podia sentir com destreza todas as batidas e até mesmo o sangue carregado de adrenalina correndo pelas veias, fervente com as palavras do loiro.

— Eu não quero que se ponha em perigo porque acha que precisa. Mas se quer mesmo fazer isso... – Sabo esboçou um sorriso completamente diferente de todas as outras vezes, e um tanto quanto familiar para ela. Ele exalava plena sinceridade – Vou ficar muito feliz de te ter como companheira!

Nami abaixou o olhar, escondendo o rubor no rosto. Ela não esperava por isso, e ser reconhecida por alguém do qual ela achava que mais tinha razões para vê-la como um empecilho apenas lhe deu mais gás para continuar.

Será que era coincidência demais receber esse voto de confiança no momento em que mais precisava de respostas? O líder revolucionário mal parecia perceber o quanto havia agitado suas emoções, e ela mesmo se via um pouco estarrecida com o fato de uma frase tão simples ter significado tanto. Talvez porque Nami finalmente enxergava um lugar para ela. Uma chance de poder se redimir por todo trabalho de causou.

A ruiva soltou uma risada abafada por um confino sorriso. Se deparar com pessoas de bom coração fora realmente um golpe de sorte. Por um momento, ela se esqueceu das coisas ruins que invadiram sua cabeça à minutos atrás, substituídas pelo calor do aconchego. Isso lhe acalmava, ao mesmo tempo que lhe intrigava.

Era claro que ainda havia muito a ser resolvido, mas Nami não deixaria que isso lhe perturbasse agora. Uma porta foi aberta, e ela não perderia essa oportunidade, pois ela acabava de concluir que Sabo era mais do que um aliado na batalha... era alguém com quem se pode contar, independente das circunstâncias.

Sabo... — Nami recolheu o clima tact e ergueu o rosto, ainda levemente vermelho, mas cheio de gratidão – .... Obrigada!! — Disse em baixo tom.

Como você fez isso??

Perguntou completamente estupefato, apontando para o clima tact com brilho nos olhos, admirado com a arma. Sabo era alguém que se impressionava fácil.

— Como faz para que seja tão compacto? Isso é incrível!!

— Ah, isso? Ele é fragmentado em parte e um dispositivo em mola recolhe ou arma o quando eu aperto esse botão. – Ela respondeu fazendo uma breve demonstração, e logo sei peito se encheu de saudades. – Foi... um amigo quem fez.

— Incrível!! É muito parecida com a minha. Como funciona?

Nami abriu a boca para responder, mas então... teve uma ideia.

Posso te mostrar se quiser!— A ruiva esboçou um sorriso matreiro e deu um passo para trás. Sabo ergueu uma sobrancelha em resposta. – Me enfrente! – Nami se colou em guarda – Assim comparamos as duas armas... e eu mostro o que ela e eusomos capazes de fazer

Uma luta?” – Pensou o líder enquanto seus olhos se prendiam aos da ruiva. Ela o desafiou mesmo não conhecendo nenhuma das suas habilidades de combate, e não parecia hesitar nem por um instante.


Essa mulher... era realmente muito interessante.

 

— Pensei que não queria abusar da sua força.

Sabo finalmente se aproximava enquanto empunhava sua arma em mãos, lhe devolvendo o sorriso repleto de intensões.

— Não se preocupe... – Nami estendeu o sorriso – Não preciso de muito para acabar com você!

Antes mesmo de Sabo definir em seus movimentos, Nami correu na sua direção.

Um ataque tão direto assim? Será que ela estava levando isso a serio? Era praticamente impossível lutar sem pensar no fato dela estar ferida. E machuca-la ainda mais seria completamente contra seus princípios.

Nami direcionou o clima tact e observou que Sabo movimentava-se na intenção de derruba-la: exatamente como imaginou que faria. Com muito facilidade ela se esquivou do golpe, saltando por cima da arma do revolucionário. O loiro abriu os olhos em espanto, recuando antes que fosse atingido, mas a investida da jornalista mirou no chão entre eles. Uma forte onda elétrica colidiu com o concreto levantando uma densa cortina de fumaça, que se espalhou pelo andar.

Uma distração. Assim, a ruiva poderia se camuflar e se aproximar sem que ele percebesse. Nami não estava apenas lendo seus movimentos, ela analisou as possibilidades e estava conduzindo-o para que agisse de acordo com seus planos.

Ela era boa. Muito boa.

Mas ele não estava ali para perder, e fechou os olhos se concentrando nos mínimos sons que ecoavam na sala. Sabo girou sua arma formando um circulo de fogo ao seu redor.

Quando Nami percebeu as chamas vindo na sua direção, ela deu passos para trás, e não conseguiu nem mesmo pensar de onde o fogo poderia ter vindo, ou ter tempo de reagir, pois quando menos percebeu, Sabo já estava ao seu lado.

Nami nem mesmo o sentiu se aproximar. Com muita agilidade, o líder revolucionário atingiu os pés da ruiva, fazendo-a se desequilibrar e cair para trás. Mas ele lhe aparou antes que atingisse o chão, cingindo a cintura curvilínea dela com cuidado, evitando o local do ferimento.

O coração de Nami ainda estava em disparada. Talvez fossem adrenalina demais para um mesmo dia, e ainda tentava processar como que Sabo tinha conseguido lhe encontrar quando ela tinha certeza de que havia limitado totalmente sua visão. Pensou nisso por tanto tempo que nem mesmo percebeu o quanto estavam perto um do outro.

Quando a fumaça se dissipou, ela pode ver o rosto do revolucionário com clareza. Seus olhos miravam os dela com carinho e luziam como se fossem duas joias.

Eles continuaram na mesma posição sem se mover. Nami não conseguiria sair do lugar nem mesmo se quisesse, pois cada segundo mirando aquele emaranhado de tons de azuis tão vividos lhe prendia como se uma força magnética maior lhe impulsionasse a isso.

 Até que ele se aproximou um pouco mais, e seus lábios se moveram, curvando-se num sorriso.

— .... Achei você!— Disse quase num sussurro.

Sabo não pode deixar de perceber quando a fina alça da regata branca que a ruiva vestia deslizou lentamente pelo ombro feminino. Ou como o rosto dela voltou a aderir novamente um tom avermelhado nas bochechas, enternecendo ainda mais aquela visão tão bela.

O perfume que invadia suas narinas era extremamente estimulante. Uma fragrância cítrica entorpecente e que parecia percorrer todo o seu corpo toda vez que ele buscava mais daquilo.

O que era isso?

— Ei, Sabo.... Você ‘ta’ aí?

Uma vez se aproximava e eles rapidamente recuperaram a compostura. Nami se virou dando as costas para o loiro. Não conseguia olhar para ele.

Bunny Joe vinha descendo as escadas e chamava pelo líder.

— Ele chegou!

— Ok, estou indo. – Sabo guardou sua arma e passou ao lado de Nami, tocando levemente seu ombro. – Vamos, Nami-san. Isso também é do seu interesse.

— Sim, já vou. – disse desviando os olhos.

Nami viu os dois homens se retirarem do local, e só conseguiu recuperar o folego quando ficou completamente sozinha.

Ela sentia calor e suava frio.

Mas o que diabos acabou de acontecer aqui?



...



Rever Rayleigh foi algo inesperado e deixou Nami extremamente feliz. Ela deu um demorado abraço no amigo que não via desde que tinham finalizado a investigação. O ter por perto sempre a deixava mais aliviada e esperançosa de que as coisas poderiam dar certo, afinal, ele sempre fora um grande mentor para ela.

O homem trazia noticias sobre os últimos movimentos do Serviço Secreto, e como todos imaginavam, a tensão não tinha diminuído e o prazo estava cada vez mais curto.

Rayleigh conseguiu convence-los a não dar as caras pelo Leste, confiando à Aliança o trabalho de lidar com Doflamingo, mas essa confiança só se firmaria se Corazon fosse resgatado com vida. Só assim, eles poderiam agir livremente.

Nami, Sabo, e Rayleigh se reuniram para discutir os detalhes do plano.

— O que você pensou? – Rayleigh perguntou a Sabo.

— Na verdade, o plano é da Nami-san. Então acho que ela pode explicar melhor.

Rayleigh sorriu para Nami com uma ponta de orgulho.

— Bom... – começou a ruiva – A operação consiste num ataque simultâneo, no mesmo momento do resgate. Doflamingo já espera que tentemos trazer Cora-san de volta, e nos vamos deixar isso bem explicito para ele, no dia do baile.

Rayleigh franziu o cenho achando aquela ideia um tanto quando curiosa, mas não disse nada até o final da explicação.

— Sabo e alguns dos seus homens vão junto comigo ao baile para causar uma tensão. É um baile da alta corte, então todos os melhores homens de Doflamingo vão estar presentes.

— O que deixa a segurança de seus galpões fragilizadas. – Completou Sabo.

Nami continuou.

— Atacar a mansão diretamente com tantos homens de Doflamingo lá seria coloca a vida do Cora-san em perigo. A ideia é tomarmos todos os três pontos onde ele guarda suas mercadorias e oferecermos uma troca, tudo ao mesmo tempo.

— Vamos dividir as equipes e tentar vence-los em número. Sem brigas e sem mortes. – O revolucionário finalizou finalmente.

— Vocês têm certeza sobre a localização desses pontos?

Nami via que Rayleigh mostrava receio sobre o plano.

Absoluta!

A voz de Law invadiu a cozinha e todos se voltaram para ele parado na entrada do local, que continuou a falar.

— São duas no litoral e uma por terra. As do litoral são as mais importantes, porque é dali que as mercadorias para Kaido chegam e saem. Se tomarmos os dois portos, ele não terá escolha.

Nami nem mesmo o viu chegar. O cirurgião falava olhando para ela, e a jornalista se sentiu acuada, tentando evitar o contato visual. Desde quando ficar na presença dele tinha se tornado tão desconfortável?

Eu também vou estar presente no baile! — Nami abriu seus olhos e olhou abismada para o cirurgião. – Assim ele terá certeza de que não é um blefe.

Terá certeza de que não é um blefe”? Do que ele estava falando?

O Rei das Trevas ficou em silencio refletindo por um tempo. A ruiva tinha quase certeza que ele recusaria, conhecia Rayleigh o suficiente para ler seu comportamento, mas agora parecia rever a situação.

— Nami, você quem vai fazer o acordo?

— Sim! Doflamingo entrou em contato direto comigo. Sou eu quem preciso fazer ir até ele.

Rayleigh ficou em silencio mais uma vez e então soltou um longo suspiro, se rendendo ao plano.

— Em circunstancias normais, eu seria contra isso, mas parece que você está em boas mãos, Nami. Afinal, duvido que você pararia só de me ouvir falar não.

Nami sorriu aliviada.

— Entretanto, espero que seja muito mais cuidadosa e não tente fazer nada sozinha. Se a situação ficar perigosa, quero que me prometa que vai se retirar da operação.

— A situação já é perigosa. – Law comentou e recebeu um olhar de desaprovação de Nami.

— Eu sei disso – respondeu o Rei das Trevas – Por isso preciso pedir encarecidamente a vocês dois... – Rayleigh se ergueu da cadeira, e num gesto de suplicio, se curvou em reverencia. – .... Por favor, cuidem da Nami! Ela... é quase uma filha para mim.

A ação do Rei das Trevas deixou todos um pouco desconcertados.

— Vocês estão bem encaminhados, mas ainda não podemos baixar a guarda. Eu tenho pistas do suposto informante entre nos, mas gostaria de mais um tempo para ter certeza, então fiquem em alerta. .... Sabo, gostaria de falar a sós com você antes de ir.

Rayleigh deu um ultimo abraço em Nami antes de se retirar da cozinha, deixando-a sozinha com Law.

Eles não disseram nada por um longo tempo. Nami voltou a se sentar sentindo pontadas de dor vindas do seu ferimento. Talvez ela tenha se empolgado demais no treino e subestimado seu machucado. Mas o que mais lhe incomodava fora as recentes palavras do cirurgião, que continuava ali, olhando para ela como se adivinhasse o que se passava pela sua cabeça.

A jornalista hesitou por um momento, juntando as mãos na frente do corpo, esfregando os dedos até ter coragem de quebrar o silencio.

— Cora-san... é mesmo um Donquixote, não é? Por isso você disse aquilo a Rayleigh. Você... também...

— Sim!

Nami tremeu dos pés a cabeça, mas não sentia raiva. Na verdade, ela tentava entender a atual situação do cirurgião.

— Por que nunca me disse antes? – Perguntou.

— Porque não faria diferença. – Law se aproximou, sentando-se ao lado da esposa, subitamente a fragrância dele lhe invadiu os sentidos. – Eu não tenho mais nenhuma ligação com aquele homem, e gosto dele tanto quanto você.

Nami estava confusa, e seu corpo foi tomado por um sentimento que ela não sabia identificar. Ela não tinha contado que ouviu toda discussão que ele tivera com Belo Betty a dias atrás, briga que não fazia sentido nenhum para ela naquele momento.

Mas agora as coisas tinham mudado. Law pertencia à família de Donquixote Doflamingo, e muito do que sabia sobre ele podia mudar completamente de perspectiva. Se nada os ligava mais, que tipo de laço os prendia no passado?

— Eu quero saber! – Disse ela – Eu quero saber o que aconteceu entre vocês.

Law a encarou e logo depois suspirou impaciente.

— Nami-ya... a única coisa que você precisa saber é que eu conheço Doflamingo o suficiente para ter noção do que ele é capaz de fazer.

— Por que você sempre foge desse assunto? – A ruiva indagava já sem paciência de tanto insistir por aquilo.

— Isso não tem nada a ver com o que está acontecendo agora. Só estou tentando impedir que acabe morta.

Nami fitou os olhos cinzentos com firmeza. A distancia que havia entre eles parecia apenas crescer cada vez mais a cada dia que se passava, ainda sim, ela não podia acreditar que Law fosse uma pessoa ruim. Ela se recusava a crer nisso mesmo que ouvisse pelos corredores do alojamento coisas terríveis.

Ela precisava saber... precisava ouvir dele.

— Você... continua me desmerecendo. Eu não vou desistir da operação, não importa quantas vezes tente, e além do mais... você está mentindo! –A jornalista dizia com muita autoridade, com a voz cheia de certeza – Está me escondendo coisas e eu sei disso.

Então quer falar de mentiras?

Law se debruçou sobre a mesa, se aproximando de vagar enquanto surgia um sorriso no seu rosto

— Porque na altura do campeonato, nós dois já sabemos quem anda pisando na bola.

— Eu não tenho mais nada a esconder de você. – Nami rebateu – Achei que você pudesse confiar em mim depois de tudo o que te contei. Eu coloquei todas as cartas na mesa, e pago o preço todos os dias por ter escolhido esse caminho.

A ruiva mantinha-se imperial até o ultimo instante, como se fosse um desabafo de raiva, mesmo que pronunciasse cada palavra com muita calma

— Você já sabe de todas as decisões ruins que tomei, então fico me perguntando... o que pode ser tão pior para que você queira me esconder.

O cirurgião não desviou seus olhos dos de Nami, que lhe rogavam por respostas.

— Law... se não for sincero comigo, não vamos conseguir fazer isso.

Sim. Ele sabia disso. Internamente, nem mesmo o cirurgião compreendia porque ele hesitava tanto. Porque era tão difícil apenas dizer a verdade para ela? Seria medo de horroriza-la com seus piores pesadelos? De encarar seus erros e mostrar que, na realidade, era o tipo de pessoa que ela mais detestava?

 

Será que ela o aceitaria, mesmo depois que revelasse a escuridão que o engolia por dentro?


Nami não disse nada enquanto observava as reações do cirurgião, se sentindo comovida quando os olhos cinzentos mostraram uma melancolia sem dimensões.

Law se levantou.

— Se vai continuar a não me dar ouvidos, ao menos tente cuidar melhor do seu ferimento. Vai ser difícil pensar no que fazer se estiver sentindo dor.

E deu as costas para ela, se retirando do local.



~•••~



* Sul da cidade Leste.

A noite já havia caído sobre a cidade. Algumas pessoas que andavam tranquilamente pela praia se atentava a uma silhueta curiosa que se aproximava da costa com muita velocidade.

Um enorme navio chegava a cidade balançando sua bandeira preta. Um navio pirata.

Da proa, o capitão sentia o vento da maresia no rosto, seu corpo se enchia de fúria num nível que era possível ver uma veia saltar sobre a testa.

— Finalmente chegamos. – Disse um de seus companheiros.

— Sim... – o capitão fechou uma mão em forma de punha e socou a palma da outra. Seu sangue pedia por uma briga – Agora vamos achar aquele desgraçado, e dar uma bela de uma surra nele.



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Notas finais do capítulo

ÉOQ??? Sabo e Nami??? Você está louco, autor!!

Sabo ta muito assanhadinho, heim!! Eu sei que esse é um ship bem inesperado, e que os fãs no nosso casal vão me matar depois desse capitulo, mas eu quis experimentar duplas diferentes (nem tanto) nessa historia.

Law continua recusando a ser sincero com a ruiva. Isso vai dar o maior problema.

E quem será que chegou para causar mais problemas para nossa Aliança?

No proximo capitulo: mais revelações e muita confusão, finalmente o baile mais esperado desse Nyah (autoestima, né)

Um beijo, meus queridos!! Lavem as mãos!!



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