A Criança de Dois Mundos escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 1
Capítulo 1




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Há muito tempo, Xadia era uma terra rica em magia e encantos. Antigamente, só havia as seis fontes primárias de magia: O sol, A lua, as estrelas, a terra, o céu e o oceano.

Mas, há mil anos, um mago humano descobriu uma magia nova, a sétima fonte: magia sombria, ela usava a essência de dentro das próprias criaturas magicas para lançar um poder obscuro.

Aterrorizados com o que viam, os elfos e os dragões deram um fim a loucura, eles levaram cada humano para o oeste e assim o continente foi dividido em dois, a leste as terras magicas de Xadia e a oeste os reinos humanos, por séculos o próprio rei dos dragões defendeu a fronteira. Os humanos o chamavam de Trovão pois quando ele falava sua voz fazia a terra e o céu tremerem, mas na véspera do último solstício de inverno, os humanos usaram uma magia sombria terrível para aniquilar Trovão e então, sem piedade, destruíram seu único ovo, seu herdeiro, o príncipe dragão. Ou foi isso que todos pensavam…

Ao menos até que a rainha enviou seus melhores assassinos para a vingança pelo fim de sua família, foi quando uma jovem elfa com o auxilio de dois príncipes humanos descobriram o ovo ainda vivo e o levaram até sua mãe, dando inicio a mais nova era de paz entre Xadia e os reinos humanos, uma era marcada pela união dos humanos e da magia.

Uma união marcada nas mais antigas histórias de Xadia.

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— ...Sol Regen continua protegendo as fronteiras de Xadia, com o auxilio de Janai e Amaya – falava Opéli com as peças sobre o tabuleiro, não haviam muitas pessoas na sala.

Ezran ocupava o seu lugar no trono enquanto Callun estava em pé na frente do enorme mapa e Rayla permanecia sentada em uma cadeira próxima. Parecia que não adiantava dizer que não era uma inválida ou que tinha força o suficiente para permanecer em pé durante uma reunião, porque seu marido fazia questão de que ela ficasse sentada e, por dentro, agradecia por isso.

— Já fazem quatro anos e não tivemos nenhum sinal de Cláudia ou Viren – acrescentou a elfa, lembrava-se de como patrulharam incansavelmente as terras mágicas pelos primeiros dois anos após a guerra, mas mesmo naquela época não questionara a grande quantidade de guerreiros servindo em seu casamento – Acho que já podemos assumir que eles não vão voltar.

Todos sabiam o que aquilo queria dizer, era a ameaça que sempre pairava sobre a sala quando falavam sobre a defesa da ainda tênue paz entre os reinos humanos e mágicos e esse também era o motivo pelo qual Soren nunca estava presente nessas reuniões.

Rayla ainda não caia de amores pelo guerreiro, mas ele parecia ter ficado menos irritante com o tempo, consideravelmente menos inconveniente. Ainda não conversavam e isso era principalmente por não terem assunto, mas Callum sempre comentava casualmente sobre uma possível aproximação da elfa para ajudar Soren a lidar com a perda da família, ela desconversava, coisa que só ficara mais fácil de fazer quando a barriga começou a crescer.

— Eles não são a nossa única preocupação – foi Opéli quem respondeu, porque Callum estava pensando exatamente a mesma coisa que ela.

A criança crescendo no ventre de Rayla era uma fonte de poder muito grande para um mago sombrio ignorar. O filho de um mago humano com uma elfa da lua, muito mais do que um elo entre as terras mágicas e os reinos humanos, ele era a criança de dois arcanos diferentes, algo que nunca acontecera, mesmo entre os elfos dentro de Xadia, era impossível imaginar o poder que aquela criança teria quando nascesse.

— Sim – ele falou, ainda encarando a mesa de estratégia do rei Harrow – Os outros reinos são um problema.

Rayla tremeu e quase podia jurar que a criança dentro dela tremia também.

— Eu acho que vou me deitar – ela disse se levantando com certa dificuldade da cadeira, uma das mãos apoiada no encosto da cadeira e a outra segurando a barriga. Logo, Callum correu para ajudá-la, apoiando as costas da esposa.

— Eu te ajudo.

Ela sorriu, apoiando o braço nos ombros dele, enquanto caminhavam até o as escadas, agradecia esses pequenos cuidados. Não era uma inválida e, por mais que quisesse sempre lembrar Callum disso, ela realmente gostava que ele tomasse a frente em alguns momentos.

Os dois subiram as escadas lado a lado, sem conversar. Rayla apoiava a cabeça no ombro de Callum, não ficavam em silêncio muitas vezes por isso esses momentos eram sempre bem-vindos. Ela se sentou com dificuldade na cama macia, usando os braços do marido como apoio até deitar completamente.

— Me desculpa por estar sendo tão protetor.

Callum ajeitou os travesseiros nas costas doloridas e então se sentou nos pés da cama e ajudou Rayla a tirar os sapatos, ela já não conseguia mais fazer isso sozinha.

— Tudo bem – ela respondeu, os olhos fechados enquanto sentia os dedos do marido acariciando os pés doloridos – Eu ‘tou toda dolorida.

— Imagino – uma das mãos se apoiou sobre a barriga inchada e acariciando de forma suave – Não deve ser fácil carregar o maior mago que esse mundo já viu.

Os dois riram um pouco, enquanto a mulher se ajeitava na cama, os cabelos platinados se enroscando nas fronhas.

— Você não faz ideia – ela sorriu de volta para ele – Mas você deveria voltar lá para baixo. Opéli e Ezran também precisam de você.

— Tudo bem – ele disse se inclinando sobre ela, cuidando com a barriga – Mas eu volto logo.

Ele beijou os lábios rápido antes de voltar a descer as escadas. Rayla quase adormeceu, mas então um arrepiou cruzou o sua espinha.

A lua estava enchendo e isso deixava a sua sensibilidade mais apurada. Se levantou devagar da cama, com alguma dificuldade, e andou com passos arrastados até a janela e observou a escuridão a diante, não havia nada para ver, mesmo assim sabia que havia nada de errado.

 

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A escuridão cobria todo o reino de Katópolis, as duas torres desiguais em contraste com as estrelas brilhantes no breu e pela luz esbranquiçada da lua que parecia oscilar com as nuvens pesadas que passavam a sua frente.

Foi em um dos momentos que o céu se manteve livre a lua em seu ponto mais brilhante que foi possível ver as madeixas brancas balançando na janela. Estavam mais longas do que no passado, mesmo que não passassem muito dos ombros.

Mesmo com o olhar aguçado pela sua própria fonte primária, a elfa não pareceu enxergar nada na escuridão. Talvez a criança a estivesse sugando, se isso fosse verdade então tinham a melhor perspectiva de todas, afinal talvez o bebê fosse poderoso do que qualquer um poderia imaginar.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam desse capítulo? O que esperam dos próximos?

p.s.: sim, eu adoro trabalhar com gravidez, faz parte.



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