A História de “Nós” escrita por unalternagi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá,

Eu não sou muito boa nessa coisa de One-Shot, mas tentei o meu melhor, de verdade, espero que gostem. Estou com a ideia de mais algumas one-shots então me digam se há futuro ou não, tudo bem, podem ser sincera e, se tiver ficado muito ruim, eu apago e finjo que não existiu ;)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788365/chapter/1

Capítulo Único – As pessoas diriam que nós somos os sortudos

A biblioteca da faculdade era o lugar em que Bella pensou que poderia encontrar a maior paz que seu coração tinha a lhe oferecer. Era seu habitat natural. Ela era um filhote de bibliotecas, não era a toa que seu curso de escolha foi literatura, mas ela se forçou parada no momento em que seus olhos encontraram a silhueta conhecida.

Quais as chances?, ela pensou nervosa e, claro que ela julgaria serem baixas, mas na verdade eram tão altas quanto poderiam.

Em seu penúltimo ano do colegial, na metade do último semestre do ano letivo, Isabella Swan se mudou de Phoenix para Forks, deixou de viver com sua mãe para ir passar um tempo com seu pai e, a maior diferença que aconteceu foi que ela deixou de ser a garota invisível para se tornar uma das garotas mais desejadas do ensino médio de Forks. Ela não entendia bem a mudança, não mudara nada de seu estilo ou forma de agir, mas ela parecia encantadora para os garotos da escola.

Para ela foi indiferente, até que o garoto tímido que dividia sua bancada de Biologia se mostrou interessado nela também. O único que realmente despertou a atenção da garota.

Então, os meses que seguiram, foram marcados com o relacionamento de Bella e Edward Cullen se desenvolvendo.

Até que tudo mudou. Com uma proposta de emprego que o pai dele recebeu, a mudança repentina e a comunicação entre os dois adolescentes morrendo aos poucos. Os namorados se distanciaram até o momento em que perderam toda a amizade e intimidade que dividiram um dia.

Então que piada de mal gosto do destino em colocá-lo naquele lugar, naquele dia. Bem quando Bella ainda não conhecia ninguém.

Pensa, seja racional. Você não pode chegar e sentar ao lado dele, não faz sentido. Você não o conhece, não conhece ninguém aqui, continua andando, acha uma cadeira para você. IGNORA A QUE ESTÁ AO LADO DELE.

Ela forçou os passos para as cadeiras dispostas do lado oposto ao dele.

Edward estava concentrado na organização por títulos dos livros que dispunha em sua frente. Os organizou perfeitamente em ordem alfabética através das pilhas de diferentes tipos de livros para que os pudesse guardar.

Contra todas suas expectativas e planos, tinha desistido em último instante de cursar medicina, achando nos livros o acalanto que vinha necessitando. Não foi fácil deixar sua cidade natal em Washington e se mudar para a Califórnia com seus pais e irmãos, os primeiros meses foram os piores. Entre saudades do clima, dos conhecidos e dela, Edward tinha ficado em algum lugar próximo a perder sua sanidade por completo quando, maduramente, decidiu que não era o fim do mundo de maneira alguma. Ele ainda tinha muito e, então, sua paixão por livros e bibliotecas cresceu, ele se lembrava tanto dela naqueles momentos. Então não foi difícil decidir seguir carreira em Biblioteconomia, depois de tudo.

Ele se levantou empurrando os livros para o fim da mesa, estava animado com o estágio que tinha conseguido no semestre passado e adorava trabalhar na biblioteca da faculdade. Conhecia pessoas novas todos os dias e-

Quais as chances?, se perguntou quando reconheceu a cabeleira castanha intensa, o nariz arrebitado.

O que ela faz na Califórnia?

Isabella Swan era a filha do chefe de polícia de Forks e foi quem tornou Edward um garoto mais simpático porque, não foi fácil chegar nela sendo o tímido estranho irmão mais novo do capitão do time de football da escola.

Ele nunca assumiria, nem sob tortura, mas passou dias conversando sobre mulheres com Jasper. Como conversar com elas, como chamar a atenção, ser cavalheiro e gentil. Rosalie tornou sua missão melhorar as vestimentas do caçula sem tentar mudar muito do que ele era em essência e, com o esforço dos gêmeos, Edward conseguiu virar amigo da tímida filha do chefe de polícia da cidade.

Ela era linda demais, mas mais que aquilo foi sua inteligência que encantou Edward. O momento em que ela demonstrou facilidade com todas as atividades nas classes de biologia que eles dividiam... Tudo pareceu tão correto. Nos meses que passaram ninguém se lembrava, de fato, como era Edward antes de Bella.

Então veio a proposta de emprego e a mudança compulsória.

Claro que ela escolheria um lugar ensolarado para cursar a faculdade, ela odeia frio e umidade. É bom saber que isso não mudou.

É sério que é sempre cheio dessa forma aqui?, Bella se perguntou desconfortável enquanto passava com calma pelas filas de mesas, os livros empilhados em seus braços começavam a pesar.

Edward estava parado como um tolo encarando as costas da garota. Bella se forçava a não olhar para a direção dele, mesmo que achasse possível que estivesse mais vazio daquele outro lado já que o dela estava abarrotado de alunos em grupos com seus notebooks, livros e cadernos.

Se ela me olhar eu vou falar com ela.

Eu não vou olhar nem sob tortura, nem que eu seja obrigada a ir para outra biblioteca... Isso, eu vou para outra, essa não é a única biblioteca da Califórnia. Claro que é a única do campus, mas... Foda-se, eu vou ficar aqui. Eu não o devo nada, por que tenho que estar nervosa? Eu não fui embora...

Essa blusa está amassada, eu sabia que deveria começar a pendurá-las. Está ridículo. Ah, merda, é a camiseta que ela me deu?

Ele parecia concentrado quando passei ali, será que...

Bella respirou com calma e se virou para o lado em que tinha visto o ex-namorado e ele, por sua vez, sentiu seu coração acelerar quando os olhos deles se encontraram por uma fração de segundos.

Merda, merda, merda.

Isso! Sim. Ela me viu, tem que ter me visto.

Bella foi para a última fila de mesas que estavam "do lado dele" e deixou os livros caírem na mesa com um baque um pouco espalhafatoso demais, mas ela não poderia se importar menos com aquilo. Desculpe amigos estudantes, mas eu estou em uma crise, ela pensou nervosamente. Certo, senta e lê. Ele não é sem noção, não vai vir falar com você.

Eu estou ocupado, se ela me viu e quisesse falar comigo...

Ele, com certeza, nem se lembra de mim. Eu não preciso ir até ele, vai ser ridículo tentar lembrá-lo...

E se ela pensar o mesmo, se ela estiver com vergonha. Deus, ela é tímida, claro que deve estar com vergonha...

E eu tenho essa dissertação...

Não vai doer, uma conversa rápida...

A gente sequer tem o que conversar...

Temos tanto sobre o que falar, por onde eu começaria?

Eu sei, eu consigo, eu estou animada para começar essa dissertação, vamos!

A garota forçou sua atenção para o livro.

Edward deu dois passos para a direção dela quando a viu puxando um caderno da mochila, certamente ocupada com um trabalho da faculdade. Ele não poderia atrapalhar, não era certo.

Okay, você está ocupado.

Eu já li esse parágrafo?

Eu tinha começado algo...

Edward bateu o cotovelo em seus livros e, com o susto, Bella derrubou seu estojo cheio de canetas, lápis e muito mais do que qualquer estudante normal teria, esparramou o número excessivo de materiais pelo chão da biblioteca.

ME. MATA. AGORA.

Ela ainda tem mania de comprar coisas como se ela fosse emprestar uma caneta para cada colega de classe?, Edward sorriu debochado com o pensamento e abaixou para pegar os livros que tinha derrubado.

Bella estava embaixo da mesa organizando suas coisas dentro do estojo.

A biblioteca lotada poderia, tão bem, estar completamente vazia. Ninguém parecia perceber a tensão flutuando entre os dois.

Eu vou pegar outro livro.

Vai trabalhar, seu bizarro, Edward se obrigou a pensar com clareza. Pegou os livros que tirou do chão e saiu com eles no braço.

Bella levantou o olhar enquanto ele saia de perto e, aliviada, foi se levantar com suas coisas já devidamente organizadas dentro de seu estojo. Ela bateu a cabeça com força contra a mesa fazendo o garoto que estudava perto dela levar um susto e a lançar um olhar desgostoso.

—Desculpa – ela murmurou e ele a ignorou, voltando a estudar.

Bella se sentou de volta na cadeira e respirou fundo.

Não seja ridícula, por favor, você sabia que ele morava na Califórnia.

E, claro, foi uma coisa que quase a fez desistir de ir para aquela faculdade, mas ela realmente amava o sol e pensou que, a Califórnia era o maior Estado do país, achou que estaria a salvo, mas claro, não estava tão certa assim.

Edward sentia o suor frio na testa, ele odiava aquilo, não saber como agir, estar inseguro.

Mas tinha algo que sua cunhada dizia. Sobre sempre acreditar que o destino tem um plano? Algo assim. Ele não acreditava que estava surtando e tentando lembrar as besteiras que Alice dizia, mas, dane-se, o dia já estava estranho o bastante, um pouco a mais ou a menos...

Edward: Alice? Pode falar?

Umas das coisas que ele mais gostava na cunhada era sua predisposição instantânea para responder, a qualquer hora do dia, literalmente, qualquer hora. Não era a toa que ela era a pessoa que sempre ia buscar Rosalie e Edward nas bebedeiras da madrugada, já que Jasper nunca atendia.

Alice: Aproveita. Estou aqui, mas seja rápido.

E: O que é aquele negócio que você fala sobre destino?

A: Edward?

E: Oi?

A: É você mesmo? Realmente quer saber?

E: Alice, só-

Edward não precisou terminar de escrever a mensagem, Alice estava ligando para ele, que agradeceu por estar com o celular na mão pois, desde que começara a trabalhar na biblioteca, nunca mais tinha tirado o celular do modo silencioso.

Primeiro, ele achou estranha a foto dele bêbado deitado no chão com Alice sorridente ao seu lado, depois revirou os olhos tendo certeza que era obra dela. Então se lembrou o porquê dela estar ligando e, ansioso, colocou o celular na orelha indo para o lado mais vazio da biblioteca, no meio dos livros de antropologia.

—Alice, se a gente está se falando por mensagem, não é necessário li-

Eu te falei que precisava ser rápido e você estava enrolando— ele escutou a voz fina soar impaciente e sorriu imaginando que ela estava revirando os olhos.

—Não é nada de muito importante...

Por que está querendo saber sobre destino?— ela perguntou direta.

—Bom, eu acho que ele me odeia e eu quero entender o por quê, já que não lembro de ter sido rude com ele ou algo assim – o garoto falou meio debochado, querendo não deixar o assunto muito sério para não ficar mais nervoso do que já estava.

Vamos do começo? O que aconteceu?

—De nada isso interessa para a minha pergunta-

Edward, você pode fazer o cu doce e termos uma longa discussão até você me contar, como você já sabe que vai fazer... Ou então você pode cortar o caminho e me contar de uma vez e eu te respondo o que você quiser— a mulher falou vitoriosa do outro lado da linha.

—Achei que estava com pressa.

E eu que você queria saber das minhas crenças— ela respondeu rapidamente.

Argumentação com Alice sempre eram uma perda de tempo impressionante.

—Você se lembra da história de Bella Swan? – ele perguntou sussurrando.

Swan?

—Bella, minha ex-namorada de Forks.

Ó, o  grande amor da sua vida? Sua alma gêmea? A garota que você nunca superou e nem nunca vai porque certamente vocês tem assuntos inacabados? Essa Bella? — a mulher perguntou animada.

Alice nunca conheceu Bella, mas no ano seguinte a mudança dos Cullen para a Califórnia, quando ela e Jasper começaram a sair, ela escutou muito sobre a garota e como Edward sofreu com a separação, era o exato ponto em que eles começaram a perder o contato.

—Qualquer coisa que você quiser chamar – Edward bufou – Ela está aqui, Alice, literalmente aqui. Não apenas na Califórnia, mas na biblioteca da UCLA, na minha biblioteca, na minha faculdade – ele suspirou sentando no chão – O que eu faço?

A risada escandalosa de Alice depois do silêncio que ela fez, assustou Edward, mas ele logo se recuperou, reparando que estava respirando com dificuldade com a cabeça entre os joelhos.

O que caralhos eu estou fazendo?

Está bem, desculpa, mas eu amei que você me ligou para isso.

Eu te liguei? – ele ironizou.

Ligou, mandou mensagem, sinal de fumaça. Essa é uma informação pouco importante, vamos ser sensatos aqui — ela respirou fundo para engolir a nova onda de risada que tentou a tomar – Está tudo bem, Edward, você é um homem forte e confiante, tome a frente e fale com ela— Alice disse sinceramente.

Mas Edward se sentiu ridículo escutando aquilo.

—Alice, não é simplesmente...

É sim. Cala a boca. Vocês estavam separados por muitos quilômetros, agora estão no mesmo lugar. Sabe o que eu falo sobre destino? Que ele dá seus empurrões, mas não trabalha sozinho...

Está vendo? Era só essa frase que eu queria lembrar.

Isso significa que você tem que vestir suas calças de garoto crescido e ir falar com ela, supondo que você quer falar com ela?— Alice ponderou.

—Mas é claro que eu quero – ele bufou, ainda sentado no canto daquela parte da biblioteca.

Se sentia ridículo, mas não estava se importando com aquilo no momento porque Isabella Marie Swan estava naquele lugar com ele. Bom, não com ele, mas com ele.

Me conte o que acontecer depois, eu quero conhecê-la logo— a voz animada pediu.

—Alice, não conte-

Para o Jasper?

—Nem para o Emmett...

Feito, mas guardar de duas pessoas é o meu máximo, então a Rose vai ficar sabendo.

—Inferno, eu acho que eu prefiro que conte para o Jazz...

Pena, eu já mandei mensagem para ela— Alice disse risonha.

—Ó, merda, ela não pode contar para eles.

Edward, resolva o seu problema aí— ela demandou desligando.

—Demoníaca – ele murmurou.

Bella suspirou ao ler o mesmo parágrafo pela terceira vez. Ela se lembrava como ela costumava fazer isso sempre que Edward estava por perto, então eles começaram a estudar juntos tentando otimizar as coisas. Bella lia em voz alta para os dois e, setenta por cento das vezes dava certo, os outros trinta por cento era o que Bella tentava tirar de sua mente.

Depois de quarenta minutos que eles não se viram, Bella respirou tranquila. Provavelmente ele tinha ido embora, ele era bom naquilo. Ela estava debatendo consigo mesma imaginando se era possível que ele fosse começar a evitar aquela biblioteca a partir daquele dia e se perguntou se ela tinha a mesma força contra ele que ele tinha contra ela.

Bella se distraiu, olhava pela biblioteca pensativa e então encontrou os olhos verdes pelos quais ela sempre sentia seu coração acelerar, daquela vez não foi diferente.

Bosta.

Linda.

Abaixa a cabeça e volta a ler.

Levanta a mão e acena.

Edward levantou a mão ao mesmo tempo em que Bella abaixou a cabeça e se sentiu um idiota quando ele ficou no meio da biblioteca com a mão levantada, então a levou até seu cabelo.

Ela certamente não quer falar comigo.

Ele nem se importou em sorrir.

Edward passou na fileira atrás da dela e Bella levantou a cabeça reparando a cabeça abaixada do garoto enquanto ele ajeitava sua camiseta, certamente incomodado com o quão amassada ela estava.

Essa é a camiseta que eu dei?

Se eu falasse com ela, apostava meu salário como ela teria uma daquelas coisas de deixar a roupa lisinha.

Bella sorriu de canto ao reparar aquilo, e Edward virou apenas para ter a visão de metade da boca da garota levantada. Ele sorriu instantaneamente, então, pela terceira vez no dia, os olhos se encontraram.

Edward foi mais rápido dessa vez, levantou a mão acenando para ela. Bella sentiu o coração perder uma batida do coração, mas sem pensar ampliou o sorriso e acenou também.

Não, não volta.

É claro que ela quer falar comigo, das últimas vezes ela simplesmente não me viu.

Se eu ignorei duas vezes e apenas acenei na terceira porque você teve a atitude, deveria ser uma bandeira vermelha de que eu não quero falar com você.

Eu tenho tanto o que dizer.

Mas eu tenho muito o que falar.

Edward pegou os livros jogados no fim da mesa de Bella e andou até ela.

—Tem algum para eu retirar? – ele perguntou.

E ela, tontamente, ficou o encarando por alguns minutos. Tentando se lembrar se a voz dele sempre foi grossa assim, mas talvez fosse apenas o tom baixo que ele usou.

Eu tenho dois neurônios e eles não lembram como fazer sinapse, era o que ela queria dizer, porque era a única coisa que ela pensava.

Ela não se lembra de mim?

—Está tudo bem, Edward, obrigada – ela disse baixo, voltando a prestar atenção na sua frente.

Vai embora.

Será que eu posso sentar?

Por favor, me deixa.

—Eu não quero te atrapalhar – ele avisou baixo e ela se levantou fechando suas coisas, era tolo que ela não conseguisse se concentrar na biblioteca, sendo que aquele, claramente, era o local mais apropriado para o que ela fazia, mas ela não ia conseguir continuar com os olhos verdes a encarando. Dane-se, ela encontraria outra biblioteca.

—Eu já estou indo – ela avisou sorrindo de canto.

Edward olhou no relógio, ainda tinha vinte minutos para o final de seu turno, mas...

—Podemos tomar um café, eu também estou indo embora.

NÃO. FODE.

Não nega, não nega, não nega...

—Eu acho que... – ela mordeu os lábios e Edward quase gemeu com a visão, mas não queria parecer um estranho.

Claro, porque você dando as voltas nas fileiras de mesa sendo que não tinha um livro lá para guardar, não te fez estranho de forma alguma.

Ela sequer percebeu.

Eu acho que O QUE?

—Não precisa fazer isso – Bella disse rapidamente quando Edward pegou os livros que ela estava usando.

—Eu, literalmente, preciso – ele sorriu mostrando o crachá que usava.

Que burra, ela respirou quando o crachá dele pareceu ter ganhado um brilho neon, então pensou rápido.

—Eu vou os pegar emprestado – ela disse rapidamente.

Edward arqueou a sobrancelha debochado.

—O morro dos ventos uivantes? Você vai pegar emprestado este livro? – ele ridicularizou e ela olhou para a capa dos clássicos que ele segurava e que ela tinha em seu dormitório.

A verdade é que ela só tinha ido para a biblioteca porque sua companheira de dormitório era barulhenta como o inferno e ela não sentiu como pegando seus livros.

—É... – Bella queria pensar rápido em uma resposta, não aconteceu.

—Eu te mostro onde guardamos, se quiser.

Eu certamente não quero.

—Claro – ela sorriu.

O QUE CARALHOS ESTÁ ACONTECENDO NA MINHA MENTE?

Bella e Edward andaram lado a lado enquanto ele ia explicando baixo para ela a forma em que eles organizavam a biblioteca e ela se percebeu sorrindo quando escutou a paixão com a que ele falava sobre seu trabalho.

Não seja ridícula.

Tem como ficar mais linda?

Edward colocou o último livro na prateleira.

—Então? Café? – ele perguntou.

A bola está na sua quadra, Bella.

Não vai doer, vai?

Eu tiro toda a minha armadura se você topar.

Se a gente vai continuar se encontrando...

—Café soa como uma ideia – ela concordou por fim.

Edward ficou animado, se apressou para a sala de funcionários e, que ninguém o visse, então ele correu para fora encontrando com Bella o esperando, encostada em uma prateleira, mexendo nas pontas do cabelo.

Em que página estamos?

—Vem, se eu me lembro bem, sei de um lugar que você vai gostar – ele sorriu de canto.

Bella o acompanhou até o estacionamento e viu o volvo prata que parecia o único carro daquele lugar agora que ela o tinha ao seu lado, era um modelo mais atual do que ele dirigia em Forks.

—Volvos pratas – ela murmurou brincalhona e ele riu.

—Uma paixão é uma paixão – ele deu de ombros e destravou o carro abrindo a porta do carro para ela.

—Obrigada.

O caminho todo foi feito em um silêncio quase ensurdecedor. Edward não se importou em ligar o rádio enquanto Bella não se permitia olhar para o lado dele, se deixando encantar com as paisagens que passavam ao seu redor.

Ela tem que estar desconfortável com o silêncio.

Se eu me jogar daqui, eu me machuco? Eu penso que ao menos posso tentar sentar tranquila na praia e tentar esquecer.

O que ela está pensando?

Como que a gente pode fingir que tudo acabou apenas bem?

Como eu falo que eu senti a falta dela?

Isso está o matando também?

Tem que a estar matando como a mim.

Chegar naquela cafeteria a beira-mar nunca foi tão confortável.

Na mesa do lado de fora, Bella tirou a jaqueta fina que usava para se proteger do frio do ar-condicionado e Edward tirou o óculos de sol do seu rosto. Depois dos pedidos feitos, nada mais estava no caminho, mas Bella pensava que ele tinha que falar já que ele que a tinha chamado para sair.

—Não sabia que você vinha para a Califórnia – ele disse depois de minutos demais tomando coragem.

SÉRIO? FALAR ISSO?

—Ahm, é um Estado grande, não imaginei que seria uma questão a possibilidade de te encontrar por aqui – Bella falou completamente sincera, mas... Puta que pariu?

—Não é como se eu fosse o dono do lugar de qualquer forma – Edward sorriu de canto.

Bella o encarou, confusa com sua colocação.

A garçonete chegou servindo a bebida dos dois, antes de se retirar.

Bella queria pedir para a mulher ficar e sentar com eles, Edward pensou se a garçonete queria que ele a ajudasse a preparar as coisas que eles pediram.

—Como está sua mãe? – Edward perguntou fazendo Bella sorrir, verdadeiramente.

—Maluca, como o usual – ela sorriu de canto – Phil recebeu uma boa proposta de emprego, agora eles estão morando em Jacksonville— ela contou bebericando seu suco.

—Flórida? – ele quis ter certeza antes dela assentir rapidamente – Bom, e o chefe Swan?

—Namorando – Bella contou risonha e Edward se surpreendeu.

—Sério? – o garoto não tentou esconder seu espanto.

—Sue Clearwater – Bella disse.

—A esposa de Harry?

—Viúva de Harry – ela corrigiu.

Edward abaixou o seu copo de suco encarando Bella, completamente chocado.

—Eu não sabia disso.

—Você não sabia de muitas coisas – ela apontou querendo fazer piada, mas seu sorriso pareceu uma careta e Edward pigarreou desconfortável – E Jazzy? – ela perguntou.

—Ótimo, está no segundo ano de psicologia – ele contou sorridente – O que é muito correto já que a namorada dele é completamente pirada – o garoto riu.

—Jazz está namorando? – Bella falou surpresa.

—Nenhuma viúva, apenas Alice. Ela faz engenharia civil – ele contou e Bella assentiu.

—Rose, Esme, Carlisle?

—Todos bem, muito bem. Eles sentem a sua falta – ele falou sem pensar.

A verdade é que ele queria falar que ele sentia mais do que qualquer pessoa, mas ainda não tinha encontrado maneira de assumir aquilo.

Por que tinha que ser tão complexo?

—Eu sinto a deles – ela comentou.

A garçonete chegou com a torta de palmito de Bella e o lanche de carne de Edward. Eles agradeceram baixo e ela se retirou.

—Está cursando literatura? – Edward indagou a fazendo sorrir.

—Sim.

—Isso é ótimo, foi o que você sempre quis... Eu mudei de ideia, medicina pareceu tolo depois de um tempo, era apenas admiração pelo meu pai, não paixão pela profissão, não pensei que fosse boa ideia continuar, então resolvi pular para Biblioteconomia.

Bella se engasgou quando puxou o ar surpresa ao mesmo tempo que engolia sua torta. Começou a tossir desesperadamente ao mesmo tempo em que ficava vermelha. Edward se levantou apressado, batendo nas costas dela e, longos minutos depois, ela começou a respirar corretamente.

—Estou bem, obrigada – ela disse para Edward parar de bater nas costas dela.

—Mesmo?

—Estou respirando, está tudo bem – voltou a garantir.

Ele sorriu ao se sentar novamente.

—Ainda um imã para acidentes?

—Ainda bancando o meu herói? – ela sorriu, dessa vez conseguindo fazer a piada.

Ele deu de ombros.

Eu queria nunca ter parado de ser.

As conversas ao redor deles, junto com as ondas do mar quebrando na praia tornaram o silêncio menos desconfortável para eles, mas ainda parecia estranho.

Nada vai mudar, a gente não deveria estar aqui.

—O que aconteceu? – Edward perguntou de repente.

Bella suspirou pelos assuntos triviais que ele tentava manter enquanto ela sentia que seu peito explodiria a qualquer segundo.

—Aparentemente, seu curso me surpreendeu ao ponto de eu tentar respirar ao mes-

—Não, não para você se engasgar – ele soltou uma risada nervosa – O que aconteceu... Com a gente— ele soltou finalmente.

Bella soltou seu garfo no prato, olhando estarrecida para Edward.

Tem que ser brincadeira.

Eu deveria ter deixado para lá?

—Você foi embora? – ela acusou nervosa.

—E prometemos nos correspondermos.

—E você o fez?

—Eu tentei, mas fiquei ocupado, mas eu sempre lia seus e-mails e respondia sempre que possível.

Sempre que possível— ela ridicularizou – Porque eu não me contento com tudo isso, não é mesmo?

—Não seja absurda, não é como se você estivesse esperando com a respiração presa pelas minhas respostas – ele ridicularizou.

—Que merda que isso significa?

—Jacob Black não demorou para se deixar entrar na sua casa – ele disse lembrando das inúmeras vezes que ele ligou sendo atendido pelo garoto.

—Você tem que falar mais claramente se quer fazer acusações – Bella demandou irritada.

—Nem um mês depois da minha partida, você deixou Jacob ter sua chance – Edward acusou e Bella abriu a boca em choque.

—Você tem cheirado o pó que se acumula nas prateleiras da biblioteca? – ela perguntou seriamente ofendida – Ele é o meu amigo, Edward, desde criança.

—Amigo que queria mais.

—E o problema é de quem? Eu nunca vi mais do que nossa amizade – ela garantiu.

Edward suspirou se encostando na cadeira e Bella deixou os olhos em fendas enquanto assistia a pose tensa do homem a sua frente.

—Por isso parou de escrever?

—Eu não queria me deixar no caminho da sua felicidade...

—Eu tenho certeza que Esme te derrubou quando você era um neném – ela riu em escárnio se levantando da mesa deixando uma nota de dez dólares ali, que não pagava a metade da conta, mas problema dele.

Ela saiu do restaurante com passadas fortes e, depois de deixar mais vinte dólares na mesa, Edward a seguiu apressado sem se importar com seu troco.

—Isabella, espera.

—QUE MERDA VOCÊ PENSA DE MIM?

—Não é nada...

—Acha que eu te trairia logo que você virasse as costas?

—Eu só era imaturo e-

—E um imbecil, eu não sei nem o que...

Bella parou de andar quando chegou no estacionamento, mas Edward continuou e isso fez os dois se trombarem, um olhando no rosto do outro, as respirações descompassadas, os corações acelerados.

—Posso dar uma ajuda para o destino? – Edward perguntou tolamente.

—Quem?

—Eu – ele repetiu.

—O que você está falando agora, Edward? Eu não entendo quando você começa a jogar esses enigmas em cima de mim – a mulher bufou impaciente.

—Alice diz que temos que ajudar o destino quando ele tenta nos ajudar. Se ele me trouxe de volta você, eu queria o ajudar a ter certeza que, dessa vez, acabaremos juntos – ele explicou.

Bella mordeu a bochecha para conter o sorriso.

—Não sei como confiar em alguém que pensa que eu e Jacob teríamos um caso – ela suspirou fazendo Edward sorrir.

—O garoto ficou enorme depois da puberdade.

—E o que eu tenho a ver? Sempre fui encantada pelos magrelos – ela falou suspirando.

—Eu fui um idiota em não continuar escrevendo.

—Eu não deveria ter ignorado suas ligações – Bella suspirou.

Edward se surpreendeu com a colocação dela.

—Você sabia que eu ligava?

—Pedi um rastreador de números de aniversário para o meu pai.

Edward gargalhou com a garota maluca a sua frente.

—Lembra quando brincávamos sobre contar para nossos filhos a nossa história, como tudo seria perfeito, a atração instantânea... – Edward falou quando sua risada passou e Bella suspirou.

—Pena que nossa história está soando mais como uma tragédia agora – a mulher apontou.

Edward abaixou o olhar, mirando nas mãos dela se remexendo. Ele deu um passo grande até colar seu corpo ao dela, entrelaçou os dedos enquanto via ela completamente parada, esperando o próximo passo dele.

Tragédia uma ova.

Ele vai me beijar?

Ela pensa que não temos um futuro?

Eu acho que eu quero que ele beije.

Bella nunca toma a atitude, ela está insegura demais com tudo.

Inspira, expira. O mico de desmaiar da primeira vez que nos beijamos já foi o bastante. Não. Ferre. Tudo, Bella.

Aqui vai tudo.

—Bom, eu não sou mais magrelo, como pode perceber – Edward brincou flexionando seus braços fazendo Bella rir.

Ele está flertando.

—Eu percebo sua pança de cerveja sim, obrigada por trazê-la à tona.

Ela está dificultando.

—Pança de cerveja? – ele repetiu ofendido.

Isabella suspirou se separando dele e olhou para seus olhos, tentando dizer o que queria que ele soubesse.

Aqui vai tudo.

—Eu ainda gosto de você, estou magoada, mas... Se você estiver solteiro, eu queria te deixar saber que eu também estou.

Retificando: quando ela toma a atitude, ela realmente a toma. Ela está corando?

—Só tenho feito uma coisa desde que perdemos contato – ele contou suspirando, passando um braço na cintura dela.

Bella arqueou a sobrancelha como se quisesse saber “o que?”

—Esperado por você – ele falou solenemente fazendo-a sorrir antes de prenderem-se num beijo de saudades.

Novo capítulo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, estou muito nervosa com a opinião de vocês então, por favor, me entreguem elas hahahaha

Espero que gostem, principalmente Carla hahahaha
EU JURO QUE TENTEI MEU MELHOR.

Obrigada por quem ler ♥

A gente se vê por aí, tem mais histórias no meu perfil e vocês podem me encontrar reclamando e surtando por Robsten e Crepúsculo no twitter @porgiovannad

Até a próxima ;)