Seu Olhar - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Cinza


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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— Percy – Grover mexia na gaveta de camisetas bagunçada do amigo. Eles estavam sentados arrumando o guarda roupa confuso de Percy e organizando suas roupas reviradas – O que você acha daquela menina... Annabeth?

— Ann quem? – Percy indagou confuso sentado em sua cama do acampamento, em seu dormitório solitário de filho de Poseidon.

— Annabeth – Corrigiu – É uma menina loira, filha de Atena.

— Hum – Parou um momento para pensar, dedos no queixo, completamente submerso em suas lembranças vasculhando uma loira filha de Atena – Não. Não lembro.

— Ah, qual é? – Grover arremessou uma camiseta no rosto do garoto – Uma com os olhos cinzas.

— Você ta apaixonado ou o que? – Riu dobrando a arma do amigo – Já disse que nunca vi mais gorda.

Grover apenas revirou os olhos castanhos pensando como Percy podia ser tão descuidado. Como não tinha visto Annabeth pelo acampamento ainda? Ela era a semideusa mais bonita daquele lugar, seus cabelos loiros caiam em cascatas pelo rabo de cavalo e se moviam ferozmente quando ela lutava. Como ele não tinha notado os olhos cinzas sedentos por conhecimento ou as mãos delicadas até onde podiam ser pelo uso continuo de espadas e outras armas pesadas? Não era humanamente possível para alguém não ver Annabeth. Pela aparência ela podia facilmente se passar por uma filha de Afrodite, mas assim que abria a boca já era claro sua inclinação para os livros e para a inteligência afiada.

O sátiro simplesmente não conseguia aceitar que alguém não tinha visto ainda o rosto perfeito da garota, ou seus passos apressados quando estava prestes a descobrir alguma coisa, ou mesmo seus comentários irônicos quando algum campista falava alguma besteira gigantesca. Annabeth era de tirar o folego de qualquer um, fosse por seus atributos físicos ou intelectuais, e Grover era apaixonado pelos dois.

— Terra chamando Grover – Percy estalou os dedos na frente dos olhos sonhadores do garoto, que viajava pelo acampamento buscando a loira – Você entrou em uma onda ai dentro...

— Desculpa.

— Tava pensando nela, é? – Provocou o amigo, sabendo que ele se irritaria, ou, pelo menos, fingiria estar irritado. Nunca tinha visto alguém que ficava tão profundamente bem humorado quando estava apaixonado. Grover saia toda manhã saltitando, almoçava sorrindo, estudava alegre, e isso seguia pelo dia todo. Percy realmente admirava aquela lealdade ao amor.

— Claro que não – Resmungou com as bochechas começando a ficar vermelhas – Vamos continuar o que viemos fazer, por favor?

— Desde que você não viaje mais – Deu de ombros dando risada – Pensando “Oh, Anna, me dê um beijinho”.

— É Annabeth – Corrigiu mais uma vez.

— O que tem eu? – Com um grito muito másculo, Grover caiu da cadeira em que estava e Percy começou a rolar sobre a cama rindo. Na porta, entrada do chalé de Poseidon, Annabeth em todo seu esplendor estava parada. Uma blusa cinza cobria seu rosto e o protegia do vento frio que corria do lado de fora.

— Nada – Percy se apressou em dizer, levantando da cama e limpando as lágrimas dos olhos – Então você que é a Annabeth...

— Como assim? – O olhou de cima a baixo enquanto Grover se recompunha e levantava do chão para tornar a sentar na cadeira.

— Só ouvi falar muito de você – Respondeu apenas, andando lentamente para sair do local. Atrás da garota, apontou para ela e fez um sinal positivo com as mãos para o amigo.

— Espero que tenham sido coisas boas – A garota sorriu virando para Percy.

— Com certeza – Sorriu de volta. Parado na porta, o garoto foi tomado pelo frio da rua – O que é isso?

— A temperatura aqui dentro está maluca – Annabeth constatou – Vim pedir sua ajuda, Grover.

— Minha ajuda? – Gaguejou prontamente se levantando para colaborar – Claro.

— Obrigada. Não conseguiria sem você – O alivio passou pelo corpo da garota, permitindo que ela relaxasse os ombros.

— Agora?

— Por favor. Antes que a gente mate os campistas congelados.

Com uma risada um pouco mais aguda do que o normal, Grover apanhou um casaco, deixando o chalé com Annabeth, não sem antes receber mais gestos de Percy e um pedido de “me conta tudo depois” como o adolescente bobão que era.

— Frio né – Comentou puxando o casaco e se enrolando melhor dentro dele. Agora entendia a peça de lã cinza que tapava metade do rosto da garota, deixando apenas os olhos dela de fora. E que olhos...

— Pois é. Aconteceu faz pouco tempo, mas já gelou tudo.

— É... Como foram as aulas de arco hoje de manhã?

— Boas, sabe. O normal... Ei – Ela parou sua caminhada acelerada e olhou desconfiada para ele – Como você sabe que eu tenho arco e flecha terças de manhã?

— Palpite – Gaguejou mais uma vez, recebendo um olhar ferino e desconfiado.

— Grover – Falou lentamente pausando cada sílaba – Como?

— Eu meio que fico te observando – Soltou rapidamente recebendo olhos cinzentos arregalados – Não assim! Não de um jeito psicopata!

— Sei – Comentou e tornou a andar lentamente, sendo prontamente parada pelo garoto que se postou em sua frente. Todos os campistas estavam dentro de seus chalés ou em salas de aula com aquele frio, sendo assim, a dulpa estranha estava sozinha.

— Não, é sério – Implorou – Não de um jeito estranho. Eu te observo porque assim, eu meio que, talvez, não tô falando que sim...

— Grover, para de ser maluco e vamos logo concertar esse tempo – Falou impacientemente.

— Annabeth, eu gosto de você – Declarou – Mas não de um jeito amigo só, quer dizer, eu goste de ti como amiga, mas também como mais que isso e...

— Grover – A garota tinha um pequeno e malicioso sorriso no rosto – Você gosta de mim?

— Sim – Sentia suas mãos suando naquele frio cortante – Mas se você não sente o mesmo não se preocupa, eu nunca mais falo disso, aliás não tinha nem que ter falado. Nossa, desculpa Annabeth, escapou, espero que isso não afete nossa amizade...

— Grover – Chamou rindo mais uma vez cortando o garoto de sua ladainha nervosa – Isso definitivamente vai afetar nossa amizade.

— Puxa...

Antes que o garoto pudesse reclamar ou se desculpar mais uma vez ainda, Annabeth inclinou seu corpo sobre o dele, selando seus lábios com desejo. Aproximou seus corpos, criando um pequeno núcleo de calor ali no meio. Grover uniu-os ainda mais com sua mão no pescoço da garota, que passou seus braços aquecidos pela roupa grossa ao redor dele.

Por apenas um breve momento separaram suas bocas, e Grover viu os olhos cinzentos e brilhantes de Annabeth o encarando com paixão.

— Eu sempre amei o seu olhar – Sussurrou em meio ao frio, recebendo os lábios quentes de Annabeth como resposta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Comentem ai embaixo o que vocês acharam e façam a gente feliz :D
Qualquer pedido de casal podem nos chamar nas mensagens ou pelos comentários mesmo :)
Até uma próxima história ♥



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