Guilty ones escrita por Aislyn


Capítulo 3
Rancores do passado


Notas iniciais do capítulo

Praticamente fui ameaçada pra postar o capítulo -q
Mentira u.u

Boa leitura!



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— Ele não é assim, Hana. Está agindo estranho, desconversando e me evitando. – Hayato choramingou na ligação após contar para a irmã o que estava acontecendo – E se ele enjoou de mim? E se percebeu que não gosta de mim de verdade?

 

Hayato, sem drama! Takeo não faria algo assim.— a irmã tentou consolar, comentando em tom leve – Ele correu por toda Tóquio atrás de você! Ele te ama.

 

— Isso só me faz sentir pior… Eu não queria pensar em nada ruim, sei que Takeo não é santo, mas depois de todas as acusações, se eu fizer o mesmo, vou estar provando que não confio nele. Vou estar sendo como todo mundo que diz que ele não presta, que sou só mais um caso de uma noite… Eu não quero que os outros estejam certos sobre ele!

 

Converse com ele e tire isso a limpo. Só assim vai ficar com a consciência tranquila.

 

— Eu não sei como falar com ele… E depois da chegada desse amigo…

 

Olha, não tem uma fórmula pronta, não tem como você criar um plano e não tem como saber o que Takeo vai responder. Sente e converse com ele, diga tudo que está te incomodando. Ou prefere continuar o namoro com esse monte de dúvidas e deixar que acabe em breve por conta das desconfianças?

 

A irmã tinha razão. Não ia conseguir conviver com aquilo, dia após dia, sem saber da verdade, sem tirar a história a limpo. Preparou um chá, escolheu um filme de comédia e se sentou no sofá para esperar o retorno do namorado.

 

Infelizmente, para atiçar sua paranóia, essa espera durou quase uma hora.

 

— Cheguei. – Takeo anunciou assim que entrou no apartamento, acenando para Hayato ao passar pelo corredor, indo para a cozinha guardar as compras que tinha em mãos. Visitou o irmão que chegou de viagem na tarde anterior e aproveitou para passar na confeitaria –Trouxe bolo pra gente. Morango, seu preferido. Quer um pedaço? – retirou o doce de uma das sacolas quando viu Izumi se aproximar, mas não demorou a notar como era encarado.

 

— Agora não… estou de dieta. – Hayato tentou forçar um sorriso quando viu Takeo revirar os olhos com seu comentário, parando à sua frente e segurando-o pela mão – Vem assistir um filme comigo.

 

Não foi necessário um segundo pedido. Hayato guiou-o até a sala, apontando as almofadas no chão, onde se deitaram abraçados. Ele tentou se concentrar no filme, tentou rir com alguma piada, mas era como se não estivesse ali… se sentia vazio. A risada do namorado ecoava contra seus ouvidos e o calor do corpo dele irradiava para o seu, mas aquela proximidade não acalmava o incômodo em seu peito.

 

— Seu amigo esteve aqui… – Hayato se ouviu dizer, mas as palavras pareciam distantes, como se não fossem proferidas por ele.

 

— Quem esteve aqui? – Takeo estava com apenas metade da atenção na conversa, desviando o olhar da televisão ao sentir o namorado ficar tenso em seus braços.

 

Notou que Hayato estava estranho assim que ele entrou na cozinha e negou o bolo. Não só pela negativa, mas pela forma como o encarava e se aproximou. Ele parecia confuso.

 

— Um amigo seu… ele não quis se apresentar. Achou que eu era um caso de uma noite que não merecia satisfação. Era loiro, quase da minha altura, estava num carro bonito e se vestia bem.

 

— Mikaru…

 

Hayato só conseguiu ouvir o nome sussurrado por estarem próximos, mas aquela descoberta lhe causou arrepios. Antes era apenas um rosto, uma figura distante. Dar nome às coisas costumava aumentar sua importância.

 

— Você deixou ele entrar aqui?

 

— Não… fui até a recepção ver do que se tratava. – Hayato não entendeu porque aquilo era importante, mas respondeu o que era perguntado – Era um rapaz apresentável. Você disse que tinha um amigo seu na cidade, imaginei que podia ser a mesma pessoa. – virando-se de frente para Takeo, Hayato decidiu colocar tudo pra fora de uma vez – Podia ter me contado que deu nosso endereço pra ele, mas o que achei mais desagradável foi você não contar que estava namorando. Fiquei pensando se seus antigos casos se sentiam assim… dispensáveis… Talvez eu tenha conseguido umas noites a mais que os outros, mas a sensação de ser só uma foda é horrível!

 

— Hei, você não é um caso. – Takeo se sentou ao ver o namorado fazer o mesmo, segurando sua mão para impedi-lo de se afastar mais – Você sabe que é especial. Eu disse que estava namorando e só passei o endereço para caso de emergência, já que ele ainda não conhece bem a cidade. Talvez eu não tenha dito seu nome, mas eu disse que já tinha alguém!

 

Para Takeo, era importante que Hayato entendesse aquilo. Independente do que aconteceu, ele havia dito sim que estava comprometido. Depois de tudo que passaram e construíram até aquele momento, não queria decepcioná-lo ao ponto de se arrepender de lhe dar uma chance.

 

— Eu sei que não sou caso de uma noite, mas ouvir aquele cara dizendo o contrário, contando que é seu ex e que quer reatar foi demais pra mim. Não tem coisa pior do que um amigo que é ex… sei por experiência própria.

 

— Não existe a menor chance de voltar com ele, Hayato! Eu segui com a minha vida e ele com a dele. – Takeo encarou-o fixamente, mordendo os lábios com receio de ver desapontamento na face do vocalista a qualquer instante – Eu tenho você agora!

 

— É bom ouvir isso… muito bom… – Hayato murmurou amuado – Eu sei que posso confiar em você, mas quando lembro o que aconteceu daquela vez, quando o Yuu apareceu e eu pensei que podia continuar de onde paramos… Foi ingênuo da minha parte e é ridículo comparar as situações. Eu posso confiar em você, no seu amigo não. Não acho que ele vai desistir tão fácil.

 

— Ele ficar insistindo não quer dizer que vou ceder! – Takeo ficou abalado com o comentário sobre o ex de Hayato. Passaram por maus momentos, tiveram uma briga feia e quase levaram a banda ao fim. Não gostava de ficar alimentando rancor, mas aquele tal de Yuu merecia seu desprezo.

 

— Eu sei que não depende só dele, mas seu excesso de confiança me incomoda. – Hayato se afastou mais uma vez, dessa vez não deixando Takeo segurá-lo – Devia colocar limites no seu amigo. Vou ficar lá no quarto.

 

Como assim a confiança dele intrigava? Hayato estava dizendo que não confiava nele também, mesmo depois de afirmar que não queria nada com o amigo? Observou-o sair de perto, sem coragem de segui-lo. Hayato deixou claro com aquela atitude que preferia ficar sozinho. Era melhor os dois esfriarem a cabeça antes de conversar de novo. Havia repetido tanto que não ia mais magoar o namorado e ali estava ele, piorando a situação e deixando o namoro abalado.

 

Queria praguejar e jogar a culpa toda em Mikaru, mas não conseguia. Apesar de tudo, ainda o considerava um amigo. Não entendia o porquê, mas sabia que, se perguntasse para Hayato sobre o ex dele, não haveria ódio entre eles, afinal de contas tiveram bons momentos juntos.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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