All My Loving escrita por Somebodytolove13


Capítulo 4
Don't rain on my parade


Notas iniciais do capítulo

Heyy! Eu sei, eu sei, estou atrasada. Em compensação, agora vou ter mais tempo para escrever. O capítulo de hoje é puro início faberry. Espero que gostem, desculpe qualquer erro.

Música:
Don't rain on my parade- Babra Streisand



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A tarde em Nova York era agradável como não era em muito tempo para a loira. O ambiente tinha em seu palco três jovens das quais ela mais confiava. Brittany, Marley e Mercedes.

Mercedes Jones era uma cantora pop revolucionária, aclamada visto seus inúmeros talentos, acordos com várias gravadoras famosas e por gravar um música com Beyoncé, sim, Beyoncé, a rainha do universo. A diva fazia parte de programas que apoiavam o empoderamento feminino, a diversidade e a comunidade LGBTQ+. E, no meio de tantos eventos, ela e Quinn se conheceram, construindo uma amizade que se expandiu para além do mundo musical.

No momento, as quatro se reuniam para passar tempo enquanto esperavam a fisioterapeuta, com o plano nada secreto de auxiliar Quinn depois do trágico acidente. A loira, mesmo após muita insistência de sua mãe e amigos, recusara fazer terapia. Em consequência, ela passava boa parte de seu tempo treinando sua perna e tocando piano para absorver os pensamentos, sempre com o pequeno gorro azul por perto.

— Está tudo bem?- Marley perguntou, sentada a seu lado. Assim que o fez, a mão repousa leve na coxa direita da loira, que dá um sorriso fraco.

— Aham, só estou viajando um pouco.- Quinn apoiou sua cabeça no ombro de Marley, sentindo os delicados carinhos em sua coxa.

— Então...- Mercedes pronunciou para a cantora.- Como ela é?

— Ela quem?

— Rachel Berry, óbvio.- Seu tom era divertido.

Quinn sentiu seus corpo tensionar com o nome da fisioterapeuta, para depois relaxar tão rapidamente quanto. Ela pensou um pouco antes de responder, porque sentia como se não a conhecesse o suficiente para responder, e isso a deixava ainda mais curiosa sobre a morena.

— Ela é bem profissional.- Revelou somente.
— Bem, ela também é muito bonita ela.-
Quinn arregalou os olhos e franziu a testa. Seu rosto em um misto de curiosidade e surpresa.

— Como você sabe disso, Brittany?- Já estava virada para a amiga.

— Andei pesquisando. Acho que estou interessada.

— Você sempre está interessada.- Era a vez de Mercedes no jogo de palavras.

— Mas você não concorda que ela é muito atraente?- Perguntou a dançarina.

— Não sei, sou hétero.- Quinn falou rindo um pouco.

Todo o pequeno auditório fez-se silêncio antes de desabar em risadas. A única que não ria tanto era Marley, que sorria para Quinn, interessada demais em sua opinião sobre Rachel.

— Hétero?- Cedes repetiu, entre as gargalhadas.

— Talvez 10% dos seus fãs acreditem nisso. Mas não a gente, ou você.- Foi a vez de Brittany.

A mãos da loira foram para o alto, rendida.

Passos apressados foram escutados ambiente e todos os olhos se viraram para a porta. Lá estava Rachel, com o seu jaleco e sapatilhas pretas, a prancheta e a pequena mala nas mãos. Seus cabelos estavam meu bagunçados pelo vento, e Quinn, para a sua própria surpresa, pegou-se segurando o sorriso. Seus olhos se encontraram e a morena arrumou o cabelo rapidamente, acenando para as garotas ao redor.

— De repente, não estou mais tão interessada.- Pronunciou Brittany, com a voz sonhadora.

Quinn desviou o olhar de Rachel e encarou Brittany com o olhar irritado. Ao seu lado, Marley retirou a mão de sua coxa e suspirou, mas isso não foi captado pela loira.

Rachel se aproximou do palco e provavelmente iria se apresentar, mas Britt foi mais rápida e disse:

— Olá, Rachel! Eu sou Brittany.- Falou, apontando para si mesma.- Essa é Mercedes e essa é a Marley, não, não é a Supergirl, é a Marley.

Rachel riu levemente, ajeitando seu jaleco branco.

— É um prazer conhecer todas vocês.
— Nós conte um pouco sobre você, Rachel!- Mercedes pediu.

— Você tem certeza?- Perguntou a fisioterapeuta, que amava contar um pouco da sua história para os pacientes.

— Sim!

Quinn suspirou e revirou os olhos, cruzando os braços pelo busto. A ideia não a agradava.

— Não estou interessada.- Seu voz tinha o tom ácido.

— Sabe, Quinn, você pode tampar os ouvidos se quiser.- Respondeu a profissional na mesma altura.

O auditório se calou, esperando por uma discussão que não veio. Quinn só deu um sorriso sarcástico e esperou que Rachel começasse a história.

— Conte para nós, Rachel!- Pediu Marley, falando pela primeira vez.

— Então, eu nasci em Lima, Ohio.- Disse, com uma voz dramática. Ela sorriu com o espanto das garotas, não era comum uma garota de Lima ir tão longe.- É, aquela cidade no meio do fim do mundo. Como sempre fui focada nos estudos, quis fazer faculdade fora, foi um alívio quando minha entrada foi aceita e pode fazer estágio no Hospital de Nova York. Desde quando mudei para cá, já não me vejo vivendo em outro lugar.

Mercedes sorriu para ela, feliz por sua história.

— E então, com quem mora?- Marley perguntou, Quinn já prestava atenção na conversa.

— Eu moro com uma garota chamada Santana Lopez.

— Ela é sua namorada?
Rachel arregalou os olhos e corou levemente com a sinceridade da loira.

— Brittany!- Zangaram Mercedes e Marley, mas elas também queriam saber.

— Não, está tudo bem.- Respondeu nervosa.- Não, Brittany, ela é minha amiga.

Quinn sentiu algo em seu tom, ele parecia pessoal demais. Seus olhos não brilhavam e seu rosto tinha uma feição quase triste. Havia algo, havia algo no jeito que a morena sorriu e no jeito confuso com o qual ela se moveu. E foi com o suspirar da garota que Quinn percebeu em seu íntimo: Rachel Berry nunca se apaixonara.

— Nós precisamos ir.- Disse Marley, se levantando.

Quinn acompanhou a garota de olhos azuis com os olhos, mas seu olhar não foi retribuído. Marley tinha sua atenção em qualquer lugar, menos nas esferas avelã. A loira franziu a testa, mas preferiu não perguntar nada e viu suas amigas a deixarem, uma por uma, até que só Rachel Berry e ela sobrassem.

O silêncio se fez novamente, tornando o ambiente delicado como era todas as vezes que ficavam sozinhas. Quinn abaixou a cabeça e passou as mãos pelos cabelos curtos antes de dizer:

— Você fala como se tivesse medo do amor.

Rachel a olhou surpresa. Quase deixando a maleta cair.

— O que disse?

Quinn se levantou com ajuda das muletas, segurando os suspiros de dificuldade e encarando a morena, a qual parecia tão impactada e...arisca?

Seu passos pararam em frente a fisioterapeuta, e a cantora ficou ereta. Um sorriso de canto marcou seu rosto.

— Você fala como se tivesse medo do amor.

— Eu não tenho medo do amor.- Rachel afirmou, a voz soando convencida. Ela cruzou-se com Quinn e segurou a loira pelas costas.

— Interessante.- Suspirou, já havia desistido de impedir a profissional de ajudar em seus passos.- Sabe, a coisa mais importante que você vai aprender é amar...

— E ser amado em retorno. Moulin Rouge, um ótimo filme.

Quinn parou de andar e analisou a garota, espantada.

— Então você conhece?

— Claro que sim, eu amo musicais.- Revelou Rachel, deixando o entusiasmo escapar nas palavras.

Mais um daqueles sorrisos que não atingem os olhos foram dados pela loira.

— Bom saber disso. Então você canta?

— Talvez? Nunca cantei na frente de ninguém para saber.- Rachel sabia que tinha uma voz potente, mas no meio de tantas coisas, cantar profissionalmente não passava de um sonho distante. Sonho esse que atrapalharia seus estudos e sua concentração.

— Berry, sabe qual é a vantagem de você chegar sempre 30 minutos mais cedo do que o combinado?- Perguntou, erguendo as sobrancelhas e crispando os lábios.- Temos tempo de sobra para descobrir seus talentos, caso não importe, é claro...

Rachel ergueu as sobrancelhas e suspirou. Ela nunca havia aceitado nada antiprofissional em sua área de trabalho, mas repensou seus conceitos.

Cantar não viola tantos assim as regras, não é? Não era como se isso fosse se tornar recorrente... Não era como se isso fosse atrapalhar sua carreira...

Sendo assim, Rachel assentiu, ainda hesitante. Seus olhos sempre fixos no piano, porque algo nela dizia que se ela olhasse para Quinn mudaria de ideia. A cantora precisou de certa ajuda para sentar se no piano e ativar o microfone, mas não demorou muito para que tudo estivesse pronto para a quase audição.

A fisioterapeuta preferiu ficar em frente ao instrumento para o seu teste. Quinn estendeu-lhe o microfone e a morena o recolheu, ainda meio nervosa.

— E então, que música irá cantar, Rachel?.- Disse, enquanto dedilhava as teclas do piano.

Seu cérebro não precisou vasculhar muito até lembrar dos versos exatos. Sendo assim, ela sorriu para o microfone antes de pronunciar:

— Don't Rain on My Parade.

Os olhos castanhos foram fechados e ela só sentia a energia. Seu coração batia acelarado no peito por cantar em público pela primeira vez. Além disso, era óbvio que Quinn conhecia muito do assunto, o que a deixava ainda mais nervosa. Ela se esforçou para concentrar-se em cada nota e começou a cantar, com toda a emoção que sentia. Pensou em todo o esforço que teve de fazer para conquistar seu cargo e em todos os que já duvidaram de seu potencial. A lista era enorme, mas suas palavras refletiam grande parte de tudo.

Don't tell me not to live

Just sit and putter

Life's candy and the sun's

A ball of butter

Don't bring around a cloud

To rain on my parade

Don't tell me not to fly

I've simply got to

If someone takes a spill

It's me and not you

Who told you you're allowed

To rain on my parade

Quinn arregalou os olhos para a voz que preenchia tão bem o ambiente. Rachel era tão expressiva enquanto cantava que a loira sentiu-se quase incomodada por entrar em uma universo tão particular. Havia determinação pura em sua voz, tão palpável quanto qualquer objeto naquela sala. Seus gestos acompanhavam o ritmo da música e de seu corpo, e aquilo era uma das coisas mais surpreendentes que ela já viu, e também uma das mais belas.

Os cabelos morenos caíam em cascata pelo jaleco branco, como tinta em tela, enfeitando e atraindo ainda mais atenção. Rachel Berry era muito bonita, Quinn precisava admitir.

I'm gonna live and live now

Get what I want, I know how

One roll for the whole show bang

One throw, that bell will go clang

Eye on the target and wham

One shot, one gun shot, and bam

Hey, Mister Arnstein

Here I am

I'll march my band out

I will beat my drum

And if I'm fanned out

Your turn at bat, sir

At least I didn't fake it

Hat, sir, I guess I didn't make it

Get ready for me, love

'Cause I'm a commer

I simply gotta march

My heart's a drummer

Nobody, no, nobody

Is gonna rain on my parade

Rachel abriu seus olhos e encontrou os de avelã a olhando com um certo brilho. Ela deu um passo para trás, nervosa com sua intensidade e apertou com força o microfone nas mãos.

— Como eu fui?

Quinn ajeitou sua postura antes de responder.

— Você foi ótima, Rachel, realmente foi. É uma grande estrela, parabéns.

A morena sentiu uma batida de seu coração falhar com o elogio. Estrelas sempre significaram muito para a jovem Berry, e ser comparada a uma era magnífico. Ela gostou do quão profissional aquilo soara e ficou orgulhosa de si mesma. Afinal, Babra Streisand sempre foi sua principal inspiração de carreira, não é a toa que Babra é seu nome do meio, seus pais sabiam do que estavam fazendo.

Os olhos escuros percorreram o auditório quase vazio antes de entregarem novamente o microfone a Quinn, com um sorriso determinado.

— Bem, eu agradeço, conheço a letra dessa música desde pequena. Cantei pela primeira vez quando tinha quatro anos de idade.- Ela sorriu para a loira, que a olhou espantada.

— Quatro anos?! Não duvido.

Quinn olhou para suas muletas e brincou com elas em suas mãos, mordendo seus lábios dando um sorriso torto. Rachel se pegou admirando sua beleza mais um vez e engoliu em seco.

— Sabe, Rachel Berry...- Ela continuou, os apoiadores pararam de se movimentar e ela os deixou repousando nas pernas. O olhar de Quinn encontrou o de Rachel com certa facilidade, e a morena manteve o mistério no ar com propósito.- Acabei de perceber que nunca te agradeci por ter me ajudado no dia que saí do hospital.

— Eu não esperava que fizesse.

A cantora riu baixinho e assentiu.

— E a mídia te influencia mais uma vez.- Revirou os olhos.- De qualquer maneira, obrigada. Você me ajudou muito e provavelmente seria pior se não estivesse lá.

— Sem problemas.- Respondeu simplesmente, não querendo tocar no assunto. Aquele dia tinha sido estranho para a morena, e ela teve que aguentar ver sua figura em jornais e na televisão durante toda a semana. Assim, ela abriu sua maleta de lá retirou uma bolsa de gel. Quinn a olhou confusa.

— O que é isso?

— Gel frio, possui propriedades anestésicas.- Falou, enquanto se abaixava para encaixá-la na panturrilha da cantora.- Vou ter que fixar à sua perna, okay? Vai estar frio, mas irá ajudar.

Quinn respirou fundo quando sentiu a superfície gelada encostar em sua pele e lutou contra a vontade de retirá-la ou movimentá-la bruscamente.

— Agh, isso é desconfortável!

— Eu sei, mas é melhor do que o tratamento com calor agora. Vamos, me deixe te ajudar e podemos ir para a sala de fisioterapia.

Seus braços rondaram os ombros de Quinn no momento em que ela se levantava. A proximidade momentânea foi tanta que permitiu à loira sentir o perfume que ela emanava. Ela não reconheceu o cheiro, mas era bom...

— Quinn?- Rachel chamou.- Tudo bem?

— Ah sim, estava pensando em uma música.- A loira mentiu, tentando andar rapidamente. Suas mãos adentraram o bolso grande de seu casaco, tateando lá dentro o pequeno gorro azul, que sempre lhe fazia companhia.

Seu coração se apertou de leve e ela sentiu saudades de Beth. Não havia um simples dia em que ela deixava sua mente. Não havia um simples dia em que Quinn deixava de pensar na maldita música que escutara durante o acidente. Qual ela seria? Quando a dor iria passar? Quando sua perna melhoraria? Quando iria cantar em um palco de novo?

Ela perdeu o controle de suas decisões e agora, tentava encontrá-lo em qualquer mínimo detalhe. Ao seu lado, Rachel temia a proximidade que sentia com sua paciente, tudo parecia intenso demais quando se tratava de Quinn Fabray. De repente, a voz de Santana preencheu sua mente, forte e preocupada:

"Eu não gosto daquela garota, Berry! Tome cuidado com ela!"

Estaria ela tomando o cuidado suficiente?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Comentem, por favor! Se quiserem dar sugestões, eu aceito com certeza. Volto logo com o capítulo agitado que quero fazer ;)



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