Você ainda me tem escrita por MJthequeen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oie!

ATENÇÃO:
Essa pequena one é um spinoff da minha fic SasuHina Como Conquistar Sasuke Uchiha. É mais fácil entendê-la e curtir se vc já leu o Capítulo 6 :) essa história se passa mais ou menos 2 anos e meio antes de CCSU.

O link pra quem quiser conhecer: https://fanfiction.com.br/historia/785959/Como_Conquistar_Sasuke_Uchiha/

A música do começo é Umbrella, da Rihanna, mas recomendo ler a one com bitches broken hearts ?“ Billie Eilish
Link: https://open.spotify.com/track/5t3Vk8bRKylx4fjj7qlbib?si=tknMoyYTRIehBkBZ6GfNQw

É isso :)

Boa Leitura!



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Você tem meu coração

E nós nunca estaremos em mundos distintos

Eu te disse que estaria aqui para sempre

Disse que seria sua amiga

E o que eu jurei, eu vou cumprir até o fim

Agora que está chovendo mais do que nunca

Saiba que ainda teremos um ao outro

 

Quando Kankuro estacionou, Temari penteou os cabelos para trás, sentindo-se estranha por ter escolhido deixá-lo solto. Seus dedos estavam gelados. O irmão a olhou, muito sério, os lábios contraídos. 

— Vamos para casa – ele disse, como uma ordem, mas Temari sequer o olhou. Esses malditos piercings que ela tinha colocado, Kankuro odiava todos, mas principalmente aquele no canto dos lábios dela. Era o pior; fazia parecer que ela estava sempre zombando de algo que ele disse. – Você não precisa estar aqui.

— Não, não preciso – concordou a loira, escorregando as unhas pelo pescoço. – Eu nunca precisei estar aqui. Mas sempre foi isso o que me fez ficar. – E, sorrindo, ela beijou a bochecha do irmão. – Obrigada por me trazer.

Kankuro não a impediu de sair do carro. Ele sabia muito bem, conhecia-a o suficiente para saber que, nem mesmo se a segurasse, Temari ficaria. Ela sempre fazia o que queria, na hora que bem entendesse, e arcava com todas as consequências sozinha. Nunca pedia ajuda para ninguém.

Era por isso que ela e aquele Uchiha combinavam. 

Quando Temari enfim estava com os dois pés na calçada, sentiu frio nos braços. Estava de vestido hoje, sem nem se tocar de como o tempo tinha fechado e o vento soprava muito gelado. Mesmo assim, ela não se encolheu; simplesmente andou até a porta da frente da residência Uchiha, que já conhecia tão bem, e tocou a campainha. Ela amava muitos aspectos daquela casa; amava suas paredes claras, suas janelas e portas enormes, mais escuras que todo o resto. Também amava, principalmente, o cheiro de erva doce nos corredores, logo depois da faxina. Quando os segundos se passaram ela olhou para cima, insatisfeita, franzindo o cenho ao ver muito bem a luz acesa pela janela que a interessava. Tocou a campainha outra vez, mais forte, franzindo os lábios agora.

Irritada pela demora, mesmo sabendo muito bem onde estava a chave reserva – atrás daquele vaso feio na entrada – a Sabaku tocou e tocou na campainha diversas vezes, como uma criança travessa. Seus olhos impacientes, é claro, tinham muito pouco de infantilidade.

Mas finalmente ele apareceu, abrindo a porta de uma vez, num movimento raivoso. 

Temari tentou não reparar no quão atrativo Itachi Uchiha, seu ex namorado, ficava todo irritado. Em como o machucado roxo, quase verde, nos lábios finos, combinava com ele. Ela sempre tinha gostado daquela expressão; e, definitivamente, essa mexia com alguma coisa em sua intimidade. 

— O que veio fazer aqui? – resmungou ele, sem parecer impressionado com a visita dela. Diabos, a garota poderia ter pulado sua janela e ele não se impressionaria; já tinha sido surpreendido vezes demais por ela.

— Você acha normal que o seu irmão mais novo tenha que pedir para dormir na casa de um amigo, porque não está te aguentando? – Temari soltou, de uma vez só, a voz num tom duro.

Por um segundo, ela viu quando dúvida passou pelas íris escuras. Ela mordeu a parte interna da bochecha; nunca tinha o visto com tantas olheiras.

— Sasuke está na sua casa?

— É claro, seu idiota, onde mais? – E Temari o empurrou, para passar para a sala de estar. Itachi a olhou irritado, mas fechou a porta de uma vez, se apoiando nela e cruzando os braços, observando a garota rondar o cômodo como se não o conhecesse. Como se eles já não tivessem transando naquele sofá, naquela mesa de centro, naquela poltrona, uma dezena de vezes. A Sabaku conhecia a sala bem demais, Itachi pensou, estreitando seus olhos, notando como o vestido estava bem nela, como o decote deixava transparecer o fato que ela estava sem sutiã. Sempre tinha a preferido de calças, mas… – Onde está? – Temari parou de repente, também cruzando os braços e o olhando num tom de desafio.

Itachi arqueou a sobrancelha.

— O quê?

— Cigarro. Eu sei que você fumou, está no ar. Eu quero, também. 

— Você não fuma.

— Bem, estou na casa do filha da puta do meu ex, por mais que eu saiba que nada bom pode vir disso, porque não consigo desvencilhar minha vida da dele. Me parece um ótimo momento para começar. 

Itachi apertou os lábios juntos, mas não retrucou. Ele foi até o hack, onde havia uma escultura circular e pequena. De lá, tirou o maço de cigarros, o isqueiro, e acendeu um cigarro para ela. Temari tragou numa careta, mas não tossiu – os dois sabiam, no entanto, que ela odiava aquilo. Sempre odiou. 

— Ele está bem? – Itachi murmurou, quando ela expeliu a fumaça e ele quase acendeu outro cigarro para si mesmo. 

— Mal humorado, mas sim. Agora, podemos conversar sobre isso? – E, sentando-se na mesa de centro, mesmo tendo uma porção de lugares mais confortáveis, Temari apontou para o ferimento na boca dele. Olhando bem, analisando o rosto quadrado que adorava encher de beijos, havia mais machucados. Ela sorriu com ironia, tragando outra vez. – Eu aposto que o vovôzinho ia amar seu clube da luta. 

— Vai se foder – Itachi soltou, assim que ela acabou de falar, o rosto sério. – Não temos mais 17 anos, Temari, você pode parar de bancar a compreensível. 

Nervosa, a Sabaku ficou de pé outra vez. 

— Não estou bancando a compreensível, seu babaca, estou aqui porque estou preocupada com você… 

— Sim, da mesma forma como estava preocupada comigo e me influenciou à interná-lo? – Cuspiu as palavras, sem alterar a voz, mas foi como o grito mais zangado que Temari já tinha ouvido.

Ela recuou, entreabrindo os lábios e sentindo o estômago embrulhar. Isso… Bem… Havia tanto veneno no tom de voz dele que a ideia toda parecia ruim, mas há quase 2 anos, quando Temari tinha o convencido que a melhor coisa para Madara Uchiha, que havia perdido os movimentos das pernas após um AVC, era uma casa de repouso, ela tinha tido as melhores intenções. Tendo que ficar em casa para cuidar dele, não confiando isso à nenhuma enfermeira, Itachi estava num processo de autodestruição que foi insuportável de assistir.

Como aceitar o rapaz indiferente, indisposto, cansado e irritado, quando ela conhecia o sorridente, sempre com uma resposta na ponta da língua, tão carinhoso? Eles tinham  crescido juntos. Suas primeiras experiências o pertenciam e vice-versa. Mesmo durante os tempos em que tinham ficado separados, conhecido outras pessoas e logo depois voltado um para o outro, Itachi ainda sorria para ela. Itachi ainda era ele. 

Mas não vendo o avô doente. Quando Madara ficou ruim, algo dentro de Itachi tinha se quebrado. Algo lá no fundo do peito dele estava despedaçado; e não tinha importado quantas vezes, de quantas formas, Temari tinha tentado juntar os cacos. Parecia que ele nunca seria o mesmo; não se Madara continuasse ali. 

De qualquer forma, ela também sabia que o avô dele precisava de cuidados especiais que Itachi não poderia fornecer, mesmo se ficasse 24hrs ao lado da cama dele; e era o que ele realmente estava fazendo, tendo largado a faculdade presencial. Quando sugeriu a casa de repouso, então, foi pensando que seria melhor. Sasuke, assistindo o estado do irmão, tinha concordado também.

Itachi sempre tinha parecido receoso com a ideia, mas, mesmo após a morte de Madara, nunca havia falado daquele jeito para ela.  

Vendo a expressão chocada da loira, o Uchiha suspirou, passando as mãos no rosto, dando um passo para trás.

— Me desculpe. Temari, me desculpe. – E agora, baixa, a voz dele parecia confusa e magoada. – Eu não queria falar desse jeito, eu sei que…

— Mas você falou – a Sabaku murmurou de volta, cerrando os lábios, apertando-os um contra o outro. Sua dor de cabeça estava voltando, ela sabia. Sem se importar com isso, Temari deixou o cigarro cair no chão da sala e o apagou com a sapatilha. Isso não era importante, podia limpar depois. Ela se aproximou dele, então, séria, o coração batendo violentamente contra o peito. Esticou os dois braços e encontrou o rosto dele com suas mãos, colocando-as sobre as dele, entrelaçando seus dedos juntos. – É comigo que você está chateado, meu amor? – sussurrou, soprando contra os lábios dele, no tom mais doce e íntimo que conhecia. O conhecia de todas as formas imagináveis. Conhecia Itachi com a palma da sua mão, com seus lábios. Reconheceria o cheiro dele em qualquer quarto que entrasse. 

Os olhos fechados com força, reprimindo alguma coisa ruim, reprimindo ódio, raiva, angústia, Itachi balançou a cabeça. Temari sentiu o cabelo dele caindo para frente, tão mais longo do que ele costumava deixar. 

— Não – respondeu, noutro sopro, sincero. A loira piscou algumas vezes, tentando entendê-lo com todas as suas forças. – Não. Você não o tirou de mim.

— Ninguém o tirou de você. – E agora, quentes, ela sentiu as lágrimas descendo pelo rosto dele, passando por suas mãos unidas num vínculo. Mas Temari não o soltou. Ela se manteve tão parada quanto podia. – Ninguém o tirou de você. Ele precisava ir. E ele só foi quando soube que você estava pronto para cuidar do Sasuke, Itachi. 

Itachi fungou profundamente, a respiração pesada, e a Sabaku precisou controlar as próprias lágrimas, o peito apertado como só naquele dia, só naquele dia… 

Com os dedos entrelaçados nos dela em seu próprio rosto, sem coragem para abrir os olhos, Itachi balançou a cabeça, discordando. Ele a segurava com força, tanta força, que Temari tinha vontade de abrir os braços e embalá-lo para sempre em si, no seu próprio corpo. 

— Eu não posso. Sozinho, eu…

A loira estalou a língua no céu da boca, então ficou na ponta dos seus pés, mais alta, mais forte pelos dois. Por ele, qualquer coisa. Não importava quanto tempo eles ficassem separados. Por ele, qualquer coisa, sempre. Temari beijou a testa dele levemente, gostando do calor da pele pálida contra seus lábios. 

— Você não está sozinho. Você ainda me tem.                                            


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram??
Obrigada por ler ♥



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