O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 81
Ethan


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado part.2, e se preparem pois esse capitulo promete muitas emoções.
E a campanha dos 200 comentários continua, assim que a fic atingir esse total teremos capitulo extra.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Estar na frente de Ária, me fez lembrar das várias vezes em que fui parar na sala da diretora Robison que administrava o Instituto Belmont, local responsável por educar toda a geração dos Thompson, a única exceção à regra foi o meu pai, o único sortudo.

—E então, como tudo isso aconteceu? - minha irmã finalmente questionou olhando para nós.

—E isso importa? O ponto é que aquele covarde ia bater na minha mulher. -disse furioso por lembrar desse momento enquanto permanecia de pé, já que a raiva me impedia de ficar sentado.

—Importa sim, Ethan. Você agrediu fisicamente um funcionário, dentro das dependências da empresa. Como herdeiros do dono do conglomerado, temos que dar o exemplo.

—Então, deveria ter comprado um balde de pipoca e sentado para assistir, aquele cretino covarde batendo na minha mulher?! Não mesmo. Prefiro pedir demissão. -disse indignado e minha irmã suspirou cansada.

—Já é o seu segundo pedido de demissão em menos de duas semanas, se continuar insistindo nesse assunto vou acabar te demitindo de verdade. - Ária ameaçou séria e suspirei passando a mão no cabelo, antes de fazer meus exercícios respiratórios tentando me acalmar. - E então, quem vai me contar o que houve?

—Eu conto, já que Ethan e Cíntia, não estão em condições de fazê-lo. - Edgar disse e revirei os olhos, enquanto minha irmã concordava e meu amigo começou a relatar tudo que havíamos visto quando chegamos no andar do setor financeiro.

—Obrigada, Edgar. Ethan, quer me contar a sua versão? - Ária questionou me olhando e parei meus exercícios, que não estavam ajudando em nada mesmo, para responder a sua pergunta.

—Tudo o que Edgar disse é a mais pura verdade. Só pra deixar claro, bati sim no cretino do Douglas e não me arrependo nenhum um pouco. Na verdade, deveria ter batido mais nele. - disse sério sem nenhum arrependimento na voz e Ária suspirou.

—Certo, obrigada por me dar o seu ponto de vista, Ethan. Agora, por favor, me deixem a sós com a Cíntia.

—Porque? Ela foi a vítima, Ária. Não pode ser julgada e muito menos recriminada por nada, a culpa é toda daquele filho...-comecei a dizer e minha irmã me olhou feio, da mesma forma que nosso pai quando fica descontente com meu vocabulário, por isso respirei fundo antes de me corrigir. - Daquele oportunista.

—Melhor assim. Ethan, não estou pedindo como sua irmã para que sai da minha sala, estou mandando como sua chefe, que pode te demitir por justa causa. Agora, saia da minha sala. - Ária disse severa me olhando com seus olhos escuros e suspirei resignado, pois jamais iria contra a minha irmã por mais dominado pela raiva que estivesse.

—Tudo bem, mas quero deixar claro que só estou saindo, porque estou sendo obrigado a isso. - disse sério para a minha irmã que revirou os olhos, enquanto virava para ver Aurora.

—Você vai ficar bem, sozinha com a Ária? Porque se não, posso...- comecei a dizer e ela desviou os olhos da parede que encarava desde que entramos para me ver.

—Vou ficar bem, não precisa se preocupar. - Aurora disse fria voltando sua atenção novamente para a parede e fiquei confuso com a sua hostilidade, mas antes que pudesse perguntar o porquê daquilo, meu amigo me tirou da sala.

Assim que saímos, fomos para a pequena recepção do andar da presidência esperar que Ária nos chamasse novamente ou Aurora saísse da sala.

Só que algo dentro de mim, me dizia que havia acontecido alguma coisa para que Aurora me tratasse daquela forma tão fria. Angustiado, comecei a andar de um lado para o outro tentando em vão achar uma resposta para a sua atitude.

—Você vai acabar abrindo um buraco no chão do prédio, com essa andança toda. Porque não se senta um pouco? - Edgar sugeriu sentado em uma das poltronas brancas que haviam na recepção.

—Você não acha que essa conversa está demorando muito? -questionei preocupado para o meu amigo que sorriu.

—Não faz nem vinte minutos que saímos da sala, Ethan.

—Pra mim, parece mais uma eternidade. Não devia ter deixado a Aurora sozinha naquela sala...Não depois de tudo que ela passou hoje. Você viu o jeito que ela falou comigo, Edgar? Parecia que estava com raiva de mim. Será que fiz algo errado? Por isso ela me tratou daquela forma? - questionei angustiado para o meu amigo que suspirou se levantando da cadeira e vindo em minha direção, antes de colocar sua mão direita no meu ombro me olhando nos olhos.

—Ethan, a Aurora vai ficar bem, mas existem momentos na nossa vida, que apesar de queremos proteger de todas as formas as pessoas que amamos, precisamos deixa-las andarem sozinhas. Isso é natural e faz bem para qualquer tipo de relacionamento. - meu amigo explicou e o olhei surpreso, por entender que ele estava sugerindo que não devia ter defendido meu imprinting. - Não estou lhe censurando por ter interferido na briga dos dois, você fez o que era certo, mas gritar para todos que ela era a sua mulher, quando não é verdade, pode ter deixado a Aurora com raiva.

—Não gritei que a Aurora era a minha mulher. - disse confuso, não me lembrando de ter falado isso e meu amigo sorriu negando.

—Meu caro amigo, você gritou sim. Talvez, não se lembre porque estava dominado pela raiva, mas que você gritou, gritou sim e bem alto. - Edgar explicou e gemi envergonhado, pois sabia como isso poderia soar para Aurora, o que me deixou apavorado com essa possibilidade.

Enquanto pensava em como poderia me explicar para Aurora, o elevador abriu saindo do seu interior Susan e Theo Hastings, cunhado do meu irmão, que seguiu direto para a sala de Ária batendo na porta antes de entrar.

Theo havia sido promovido, deixando de tratar dos assuntos jurídicos do Conglomerado para ser o advogado pessoal da minha família.

—Graças a Deus, você está aqui. Ethan, você viu a minha irmã? Já liguei inúmeras vezes para Cíntia e ela não me atende, estou apavorada de que tenha feito uma loucura. - Susan disse aflita enquanto Edgar e eu trocávamos olhares.

—Susan... Aurora está nesse momento na sala da presidência, com Ária e o advogado da minha família. - disse devagar e ela me olhou preocupada.

—Meu Deus, a Cíntia matou o Douglas? Não foi? - ela questionou apavorada com essa hipótese e neguei.

—Não, na verdade quem quase matou o Douglas foi o Ethan. - Edgar explicou e revirei os olhos.

—Deixa de ser exagerado, nem bati com tanta força assim.- disse ao meu amigo que não pareceu acreditar no que havia acabado de falar, mas era a pura verdade.

Apesar de estar dominado pela raiva, ao ver que aquele covarde ia bater no meu imprinting, consegui me manter controlado ao ponto de medir a minha força para não mata-lo, deixando-o apenas com um nariz quebrado.

Não era o suficiente para aplacar minha fúria, mas servia para me reconfortar um pouco, Douglas iria pensar duas vezes, antes de levantar a mão para bater em Aurora ou qualquer outra mulher.

—O que realmente aconteceu, Ethan? Porque tenho certeza que você não iria bater no Douglas sem motivos. -Susan questionou preocupada e indiquei que ela se sentasse em uma das poltronas da recepção, antes de começar a falar.

Depois que lhe contei o que havia acontecido na sala de Douglas, foi a vez de Susan nos explicar o motivo pelo qual sua irmã havia perdido a cabeça, resultando na discussão que presenciei quando estava indo falar com o contador da minha família.

Saber de tudo me fez sentir o pior homem da face da terra.

Porque se Cíntia havia perdido a cabeça, discutido com o Douglas e quase sendo agredida pelo mesmo, a culpa era toda minha.

 Mesmo que só quisesse ajuda-la desde o início acabei prejudicando-a, pois não havia pensado nas consequências dos meus atos, como sempre.

Deus, como pode não pensar na consequência dos meus atos? Ainda mais em se tratando do meu imprinting? A pessoa mais importante da minha vida?!

Como pode achar que estava fazendo o certo, quando na verdade tudo que fiz foi prejudicar a mulher que amava? Colocando-a em perigo, quando a mesma decidiu tomar satisfações com seu ex-namorado. Havia arriscado a segurança do meu imprinting e jamais me perdoaria, se ela perdesse o emprego por minha causa.

Deus, porque não podia ser mais racional e controlado emocionalmente, como meu pai e meus irmãos? Porque tinha quer ser tão passional e descontrolado? Me questionava enquanto não tirava os olhos da porta, que dava acesso a sala da minha irmã a espera de Aurora.

—Ethan Harry. - ouvi meu pai dizer severo e gemi resignado, pois sabia que todas as vezes que ele me chamava daquela forma, era o anuncio de um longo sermão.

—O que deu na sua cabeça, para sair por aí distribuindo socos, Ethan Harry? Não foi isso que ensinamos a você. - mamãe disse séria, assim que os dois pararam na minha frente nada contentes com o meu comportamento.

—Sei que não foi certo o que fiz, mas aquele cretino ia bater na Aurora e não podia deixar que isso acontecesse. - expliquei olhando para os dois que se entreolharam.

—Você bateu no Douglas, para defender a Cíntia? - mamãe questionou me sondando com o olhar.

—Sim. Tudo bem, que desejava a um bom tempo quebrar o nariz dele, mas só fiz isso hoje porque ele iria bater na minha Aurora. Sei que isso não justifica, mas não podia permitir que algo assim acontecesse. - expliquei aos meus pais que concordaram com a cabeça, antes de papai suspirar e se sentar ao meu lado no sofá.

—Não vou te recriminar, filhote, pois seria muito hipocrisia da minha parte, já que fiz a mesma coisa anos atrás para defender a sua mãe, mas quero que saiba que a violência não é a solução para nada. Violência sempre irá gerar mais violência. - meu pai disse sensato e concordei.

—Sei disso pai, vou tentar me controlar mais. - jurei e ele sorriu amoroso para mim, antes de tirar uma mecha do meu cabelo da testa.

—Tente não ficar tão controlado, afinal, deixaria de ser tão parecido com a sua mãe. - papai brincou sorrindo para mim.

—Elliot. - mamãe o censurou com carinho enquanto sorriamos.

—Deixando as brincadeiras de lado, filhote, estou feliz que tenha chegado na hora certa e evitado que acontecesse algo pior. - meu pai disse e concordei com a cabeça, antes de Aurora sair da sala da minha irmã acompanhada de Theo.

Sem ao menos pensar, me levantei do sofá em que estava sentado caminhando em sua direção para me certificar que ela estava bem, mas antes que pudesse falar algo notei que seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, além dela aparentar que estava a ponto de desabar a qualquer momento.

Vê-la assim, tão frágil e desprotegida, só fez me sentir ainda pior.

—Cíntia, o que aconteceu? - Susan questionou antes de mim enquanto permanecia na frente delas, desesperado para abraçar o meu imprinting e tirá-la dali.

Sem dizer uma palavra Aurora apenas abraçou a irmã, que correspondeu ao seu gesto antes de começar a chorar, fazendo meu coração se apertar diante do seu sofrimento.

—Está tudo bem, Ci.- Susan sussurrou amorosa para a irmã, enquanto acariciava seu cabelo com carinho.

—Contei tudo a ela, Susan. Só achava que quando fizesse isso me sentiria aliviada, mas não. Me sinto uma idiota por não ter percebido desde o começo, que não passava de uma diversão para Douglas. Deus, como pude ser tão cega?! - Cíntia soluçou culpada sendo consolada pela irmã e vê-la assim me quebrou de inúmeras formas.

—Aurora, por favor, não se culpe. Você foi apenas uma vítima, da crueldade do Douglas. - disse com a voz rouca enquanto tentava controlar a minha dor e a vontade de chorar, por faze-la ficar daquela forma.

—Susan, pode nos deixar a sós por alguns minutos. - Aurora pediu se separando da sua irmã, enquanto enxugava suas lágrimas e Susan concordou.

—Cíntia, não se esqueça que precisamos ir a New Scotland Yard.— Theo lembrou atrás de nós e Cíntia concordou enquanto ficava confuso, sem entender porque eles iriam para a central da polícia londrina.

—Não esqueci, Theo, só preciso de alguns minutos para falar com Ethan. - ela explicou e Theo concordou antes de todos irem para a recepção, nos dado algum tipo de privacidade.

—Me perdoe. - sussurrei entre lágrimas enquanto olhava para ela, implorando que me perdoasse por tê-la magoado tanto.

—Não há o que perdoar, Ethan. Na verdade, só quero lhe dizer duas coisas, que nem tomarão muito o nosso tempo. - Aurora disse de maneira fria me olhando nos olhos e notei que eles transmitiam decepção e magoa, o que me deixou apavorado sobre o que ela queria dizer. -A primeira delas é obrigada. Obrigada, por ter entrado no momento certo e me defendido, não sei o que aconteceria se não tivesse entrado na sala naquele momento e a segunda...É que não sou a sua mulher e nem de ninguém. Você não tinha o direito, de gritar na frente dos funcionários da empresa isso. Ser a mulher de alguém só me trouxe problemas, lágrimas e decepções e não quero mais passar por isso. - ela desabafou olhando nos meus olhos e senti as lágrimas molharem a minha face.

—Você não quer mais ser minha amiga? - questionei com dor ao entender, o que ela estava tentando falar de maneira educada.

—Não, Ethan. Agradeço tudo que fez pela minha avó e por mim, mas não quero ser amiga de alguém que só quer ficar perto de mim, porque está esperando que me torne algo mais. Jurei para mim mesma, que não seria mais a diversão de ninguém e irei cumprir minha promessa. Então, por favor, não me procure mais. Sinto muito se o magoei, mas essa amizade não faria bem para nós. - ela disse fria antes de caminhar em direção a irmã, que estava ao lado de Theo perto do elevador apenas aguardando Aurora.

Sem pensar direito, apenas caminhei em direção a ela disposto a implorar de joelhos que me perdoasse, pois não me imaginaria ficar longe dela desde que tive o meu imprinting.

—Aurora, por favor...Eu preciso de você. - implorei entre lágrimas parado atrás dela, que virou para me ver séria.

—Você não precisa de mim, Ethan. Já vivia muito bem antes de me conhecer e por favor, pare de me chame de Aurora, meu nome é Cíntia. Vamos, quero terminar com isso logo. - ela disse decidida, desviando os olhos de mim para olhar sua irmã e Theo, que concordaram antes dos três seguirem em direção ao elevador.

—Cíntia, por favor...- implorei entre lágrimas caminhando em sua direção, mas meu pai me abraçou por trás, impedindo que continuasse a andar.

—Está tudo bem, meu amor. - papai sussurrou amoroso, enquanto a via entrar no elevador sem ao menos olhar para mim.

Constatar que Cíntia não queria mais ficar ao meu lado, me levou ao desespero.

Uma dor que nunca senti na vida me dominou por inteiro fazendo minhas pernas fraquejavam, só não cai no chão pois meu pai ainda me segurava, como se quisesse me manter inteiro enquanto passava por toda aquela dor.

A dor de ser rejeitado por meu imprinting.


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Ethan.
E eu achando que ele não ia sofrer tanto.
Beijos e até quarta.



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