—Benjamin? -chamei entre lágrimas enquanto sacudiu de leve meu namorado, desmaiado nos meus braços tentando acordá-lo, mas não obtive sucesso.

Desesperada e sem saber o que fazer, o abracei de encontro ao meu peito enquanto chorava sem parar, ao imaginar que ele havia me deixado...Deus, não ia suportar a dor que estava sentindo agora, me sentia sendo rasgada ao meio sem qualquer tipo de aviso...Era como se tivesse voltado novamente aquela piscina, na qual quase me afoguei quando tinha três anos, só que dessa vez, não havia meus irmão mais velhos para me salvarem do afogamento.

— Amor, por favor, fala comigo...Não me deixa sozinha aqui...Você prometeu que jamais me deixaria sozinha...- solucei com dor enquanto abraçava Benjamin com mais força, notando que seu corpo sempre tão quente e acolhedor para mim, havia esfriado de repente me deixando apavorada.

—Volta pra mim, meu amor...- implorei sem parar entre lágrimas, enquanto beijava o rosto pálido e frio de Benjamin inúmeras vezes, como se assim pudesse trazê-lo de volta para mim.

Foi quando me lembrei do que ele havia me pedido antes de desmaiar, enxuguei minhas lágrimas e respirei fundo tentando ser racional por um momento, afinal agora era única que podia ajudar o homem que amava.

—Você vai ficar bem, prometo. -prometi ao meu namorado inconsciente antes de beijar a sua testa com carinho e abrir alguns botões da camisa que ele usava, pois durante a festa Benjamin havia tirado a gravata e me emprestado o seu paletó quando esfriou, tentando assim facilitar sua respiração que estava falhando e vi a medalhinha que pertencia ao santo protetor da sua família.

—Por favor, São Lucas, me ajude a salvar a vida do Thompson que amo... Se o senhor me ajudar, prometo que darei seu nome ao primeiro menino que tivermos. -jurei de olhos fechados enquanto segurava a medalhinha de São Lucas em minhas mãos, afinal não custava nada apelar ao santo de devoção da família do meu namorado.

Respirei fundo novamente e me inclinei para o painel de controle do carro, apertando o botão que possuía o ícone de telefone, pedindo em seguida que o programa ligasse para o pai de Benjamin que atendeu rapidamente.

—Graças a Deus você ligou, já estávamos ficando preocupados com a sua demora, filho. - Elliot disse assim que atendeu e olhei para o seu filho ainda desmaiado em meus braços, muito mais pálido e frio que antes.

—Precisamos de ajuda senhor Thompson...-sussurrei com a voz tremula, tentando controlar minhas lágrimas que ameaçavam cair novamente.

—Melissa, o que aconteceu? Onde está o Benjamin? - o pai do meu namorado questionou preocupado e solucei de dor, afinal como diria a ele que seu filho não estava bem?

—Não sei o que aconteceu...Ele simplesmente começou a passar mal e desmaiou nos meus braços...Ele não está bem, senhor Thompson. -disse entre lágrimas enquanto relembrava o que havia acontecido minutos atrás.

—Foi a alergia dele, Melissa? Se for, meu filho sempre anda com uma seringa de adrenalina com ele...- ele começou a dizer e neguei nervosa.

—Não foi isso. - disse convicta ao telefone.

—Tem certeza?

—Tenho. Assim que começamos a namorar, Ben me explicou todos os sinais da sua crise alérgica, ele até me deu um refil da sua seringa de adrenalina porque passamos muito tempo juntos. Antes de desmaiar, ele falou algo sobre seus irmãos de bando estarem lhe deixando...Isso faz algum sentindo para o senhor? - questionei nervosa e ele concordou antes de me informar que colocaria a ligação no viva voz, para que pudesse falar com a minha sogra e meu cunhado.

—Mel, é a Leah, querida. Você consegui sentir a pulsação do Ben? -ela implorou aflita e meu coração se apertou ao ouvir a angustia na sua voz.

— Sim, e está muito fraca. - disse segurando o pulso de Benjamin, que parecia desacelerar a cada batida.

—E a temperatura dele, como está?

—Ele está muito gelado...Ele nunca ficou tão gelado assim... O que está acontecendo com o Ben, senhora Thompson? -questionei apavorada com a resposta que minha sogra diria.

—Deus, meu filhotinho...-ela soluçou com dor ao telefone e comecei a chorar diante do seu desespero enquanto abraçava meu namorado mais forte, como se pudesse impedi-lo de me deixar.

—Mel, é o Ethan. Onde vocês estão? - meu cunhado questionou ao telefone e olhei ao redor tentando me localizar, mas não conhecia direito o local o que me deixou ainda mais nervosa.

—Não sei Ethan...Não sou boa em localização, por isso nunca dirijo, me desculpe.

—Está tudo bem...Preciso que você respire fundo e me escute com atenção, tudo bem?

—Tudo bem.- disse e respirei fundo tentando me acalmar, pois se deixasse o nervosismo me dominar não poderia ajudar Benjamin.

—Mais calma agora? - ele perguntou com a voz paciente e controlada, o que me surpreendeu, diante de toda a situação que estávamos passando naquele momento.

—Sim.

—Ótimo. O carro do meu irmão é conectado com o meu celular, o que me permiti localizá-los, mas para isso preciso que olhe para o painel e localize um botão vermelho, que possui o ícone do gps. Assim que o encontrar, quero que aperte esse botão, Melissa. - ele pediu paciente e concordei antes de me esticar por cima de Benjamin, para apertar o botão que Ethan estava me pedindo.

—Pronto.

—Ok. Já recebi a localização de vocês, estamos indo para aí agora. - Ethan disse e respirei aliviada, ao saber que a ajuda que tanto precisávamos estava a caminho. -Mel, onde vocês estão possui uma área aberta?

—Sim, Benjamin estacionou perto de um acostamento com vasto gramado. - disse olhando pelo para-brisas do carro.

—Excelente. Não vai ser fácil o que vou lhe pedir, mas preciso que tire meu irmão do carro agora. Ele precisa estar sob a luz do luar, isso vai nos dar algum tempo até chegarmos, não se preocupe porque vou estar o tempo todo na linha, qualquer coisa é só falar comigo. - Ethan disse enquanto ouvia a zoada do que parecia ser a porta de um carro, sendo fechada com pressa.

—Não se preocupe, eu consigo. - disse determinada sem questionar o pedido do meu cunhado, mesmo não entendendo o porquê do mesmo.

—É isso aí garota, acredito em você. - ele disse me incentivando e concordei.

Respirei fundo tentando me controlar antes de sentar Benjamin no banco do motorista e passar o cinto nele, impedindo-o de cair assim que me afastasse, em seguida me inclinei sobre ele e apertei o botão que abria a porta do motorista. Tirei meus saltos, jogando-os dentro do carro de qualquer jeito antes de abrir a minha porta e correr para o lado do motorista, tirando o cinto dele e puxando-o para fora, o que foi em vão. Afinal, Benjamin era vários centímetros mais alto que eu além de ser mais pesado, mas não podia desistir dele... Eu o amava mais do que tudo no mundo e era a única pessoa que poderia ajuda-lo agora, e não falharia na minha missão.

Respirei fundo mais uma vez antes de puxá-lo para perto de mim, passar meus braços por baixo das suas axilas em uma espécie de “abraço” e tentar tirá-lo do carro, não obtendo sucesso, mas não desisti e repeti aquele “abraço” várias vezes, até alcançar o meu objetivo antes de colocá-lo deitado na grama. Por sorte, Benjamin havia estacionado o carro, em um local que ficava extremamente iluminado pela lua cheia, que parecia estar maior hoje.

Me encostei na lataria do carro e o puxei para os meus braços, sem me importar com a dor que começava a sentir no meu corpo pelo esforço repetitivo que havia feito, pois tudo que tinha em mente era que precisava salvar meu namorado, do que quer que estava tentando tirá-lo de mim. Em seguida, tateei os bolsos do paletó de Benjamin que estava usando em busca do seu celular, assim que o encontrei desbloqueei o mesmo, antes de selecionar o viva voz da ligação para continuar falando com Ethan.

— Ethan...Consegui tirá-lo do carro...E agora? -perguntei cansada e coloquei o telefone no gramado perto de mim, liberando meus braços para poder segurar melhor meu namorado em meu peito.

—Você conseguiu?! Boa, garota. Sabia que ia dar trabalho pro meu irmão, desde a primeira vez que lhe vi...Agora, não precisa fazer mais nada, só tente ficar calma e manter o Ben aquecido, que já estamos chegando.

—Tudo bem. - disse e puxei Benjamin para mais perto de mim, tentando aquecê-lo com o calor do meu corpo enquanto sua família não chegava.

Fiquei ali em silêncio sob a luz da lua, com Benjamin em meus braços pelo que pareceu ser horas, quando senti seu nariz roçar de leve em meu queixo como se estivesse tentando sentir o meu cheiro, algo que sempre fazia quando me abraçava ou me beijava, automaticamente me inclinei em direção ao seu nariz, facilitando o seu acesso ao meu pescoço e senti as lágrimas molharem a minha face, quando ele começou a acariciar meu pescoço com a ponta do seu nariz em busca do meu cheiro.

—Amor...-chamei entre lágrimas, com medo de não obter uma resposta.

—Sim...Meu anjo...- Benjamin sussurrou fraco em meu pescoço e o abracei mais forte antes de afastá-lo um pouco para o lado para que pudesse ver seus olhos castanhos.

—Pensei que você...- sussurrei apavorada com a hipótese e ele enxugou as minhas lágrimas com a ponta dos seus dedos.

—Eu sei...Estou lutando...Mas está cada vez mais difícil...Ficar acordado...- ele sussurrou com dificuldade e comecei a chorar.

—Por favor, não me deixa... Não vou conseguir viver sem você...Eu te amo, Benjamin...-implorei desesperada com a possibilidade de que ele pudesse me deixar.

—Não vou...Te deixar...Amor...Vou lutar...Até o fim...Para ficar...-ele jurou com a respiração irregular enquanto segurava a minha mão direita sem desviar dos meus olhos. - Você me faz... Querer lutar...Resistir...Para ficar...Com você.

—E você vai. Você é forte e determinado, Benjamin...Se fosse o contrário, teria desistido de me conquistar. -disse tentando mantê-lo falando, para que não desmaiasse de novo.

—Eu jamais...Desistiria de você...Nem que tivesse...Que esperar por cem anos...- ele sussurrou antes de parar para respirar, como se o ar tivesse lhe faltado de repente.

—Valeria a pena esperar tanto tempo, por mim?

—Você vale...Qualquer...Espera...Qualquer...Sacrifício...- Benjamin disse sério e notei que a cada momento sua respiração ficava cada vez mais difícil.

—Amor, é melhor você não se esforçar tanto. - pedi preocupada e ele balançou a cabeça negando.

—Você precisa saber a verdade...Melissa...Você é minha...Companheira...A escolhida pela magia Quileute...Para ser... Minha fêmea...- ele começou a dizer com pressa, como se tivesse medo de perder os sentidos novamente antes de terminar de falar.

—Ben, querido, não estou conseguindo entender...- comecei a explicar nervosa e ele me interrompeu.

—A noite...Do nosso primeiro beijo... A lenda Quileute... Unir suas almas as dos animais... -ele sussurrou com dor e acariciei seu rosto com carinho tentando aliviar um pouco da sua dor.

—Lembro, você me contou que o seu povo, possuí a lenda de que vocês podiam unir suas almas as dos animais, para defender a tribo...Mas o que isso tem a ver com o que estamos vivendo agora? - questionei confusa e os olhos de Benjamin se encheram de lágrimas enquanto me olhava com medo.

—É tudo...Verdade...Sou...Um...Lobo...-ele sussurrou a última palavra com dificuldade antes de olhar nos meus olhos à espera da minha reação.

—O que você disse? -questionei sem acreditar no que tinha acabado de ouvir.

—Disse que sou...Um...Lobo... E você...É o meu imprinting...-ele sussurrou e senti as lágrimas caírem dos meus olhos ao ouvir a última palavra que Benjamin havia dito, pois não era a primeira vez que a ouvia.

Me lembrava muito bem do natal passado no qual vovó leu a minha mão, algo que sempre fazia nessa data e disse que meu lobo estava chegando...Que ele me amaria da maneira mais pura e sincera que ainda podia existir nesse mundo e eu o reconheceria imediatamente, pois havíamos sido destinado a ficar juntos pelo imprinting, algo que nem ela soube me explicar o que era.

—Me perdoe...Por mentir...Fiquei com medo...De perdê-la...Se contasse a verdade...-Benjamin implorou chorando me tirando das lembranças do natal passado. -Não queria que soubesse...A verdade...Dessa forma...Tão Cruel...Você merecia...Saber de outra...Forma.

—Shh, está tudo bem. -sussurrei tentando acalmá-lo, para que pudesse respirar melhor. -Não acredito que a vovó estava certa...Deus, você é um lobo de verdade.

—Sim...Você não está...Com raiva...Porque Mentir? -ele questionou confuso e sorri negando.

—Não, você mentiu porque estava com medo de me perder, o que é compreensivo...Agora tudo está explicado... O livro do Mogli...O lobo de pelúcia...A insistência da minha avó para que nunca deixasse de acreditar em magia...A echarpe magica...-comecei a dizer e ele me interrompeu.

—Era a sua avó...Ajudando...A magia...Do meu povo...Preparando-a... Pra mim.

—E eu nunca levei a sério as premonições dela. - disse culpada por não acreditar no que minha avó sempre falava. -Sou a pior neta do mundo.

—Não...Se sinta...Culpada...Athena entendi...E Seu...lobo de pelúcia...Sou eu...- ele sussurrou tentando sorrir, mas acabou falhando pois gemeu de dor.

—Shh, estou aqui com você amor. - disse segurando a sua mão enquanto acariciava seu rosto com a minha mão livre. - Quando você se transforma, fica parecido com ele?

—Somos iguais...-ele jurou olhando em meus olhos depois que se recuperou da dor.

—Verdade?

—Verdade...Meu espirito de lobo...Quer te conhecer...Sentir seu cheiro... Seu calor... Você é o... Nosso...Imprinting.

—Quero conhecê-lo também. -disse ansiosa e ele concordou antes de gemer de dor, só que dessa vez mais forte, o que me deixou preocupada. -A sua dor está aumentando...Deus, onde a sua família está?

—Melissa, quero que...Escute bem o que...Vou lhe dizer...- ele pediu enquanto segurava minha mão olhando dentro dos meus olhos de forma séria e balancei a cabeça, assinalando que estava escutando. - Meus irmãos de bando...Me abandonaram...E não sei por quanto...Tempo vou resistir...Estou fraco demais...E não temos um filhote...Para defender meu lugar de alfa...Mas você...Como minha fêmea...Futura mãe...Dos meus...Filhotes...Pode fazer isso por mim...Até que possa proteger...O legado deles...Não será...Uma tarefa...Fácil.

—Não me importo se não será uma tarefa fácil. Juro que farei tudo, para defender o seu lugar de alfa e o legado dos nossos filhotes. - disse séria olhando em seus olhos e ele agradeceu orgulhoso por minha resposta. -O que preciso fazer para manter seu lugar a salvo?

—Casa comigo...Melissa Hastings...- Benjamin implorou sem forças segurando a minha mão, enquanto olhava nos meus olhos e percebi que os seus, possuíam algumas lágrimas. - Assim, você terá...Autoridade...Para falar por mim...Como minha...Fêmea.

—Eu caso, amor... Não só para manter seu lugar a salvo, mas porque te amo.

—Eu também...Te amo...-ele sussurrou cansado e me inclinei para beijar a sua testa com carinho antes de me afastar. -Repita depois de mim, amor... Eu, Benjamin Thompson... Recebo a ti, Melissa Hastings, como minha esposa.

—Eu, Melissa Hastings, recebo a ti, Benjamin Thompson, como meu esposo. - disse enquanto segurava a sua mão direita, sem deixar de olhar nos seus olhos castanhos.

—Prometo estar ao seu lado...Em cada momento...Da nossa vida... Prometo...Zelar pelo seu povo, que de hoje em diante...Será o meu povo.

—Prometo estar ao seu lado, em cada momento da nossa vida... Prometo zelar pelo seu povo, que de hoje em diante...Será o meu povo. -jurei séria enquanto sentia as lágrimas rolarem por meus olhos.

 -Prometo te defender... De qualquer um...Que queira machucá-la...De hoje em diante...Deixarei de ser apenas...Um homem...Para me tornar...O seu companheiro...Para a vida toda...- Ben sussurrou igualmente emocionado enquanto sua respiração falhava.

 - Prometo te defender de qualquer um que queira machuca-lo, de hoje em diante deixarei de ser apenas uma mulher, para me tornar sua companheira para a vida toda.

—A sua vida, será... A minha vida... As suas alegrias serão... As minhas alegrias...-ele jurou enquanto as lágrimas começavam a cair de seus olhos.

—A sua vida, será a minha vida... As suas alegrias serão... As minhas alegrias...- repeti tentando controlar a minha emoção enquanto enxugava as lágrimas de Benjamin.

—As suas lágrimas...Serão as minhas...Lágrimas...E a sua dor...Será a minha...Dor...- ele sussurrou exausto e senti toda a veracidade daquelas palavras, pois vê-lo sofrendo daquela forma sem poder fazer nada quebrava meu coração.

—As suas lágrimas serão as minhas lágrimas...E a sua dor será a minha dor.

—Porque hoje...Nos tornamos...Um só...Para o resto das nossas...Vidas. - Benjamin prometeu em um sussurro sem desviar os olhos dos meus.

—Porque hoje, nos tornamos um só...Para o resto das nossas vidas. - disse emocionada e Benjamin fechou os olhos antes de respirar aliviado, após me ouvir terminar de falar.

—Será que eu...Poderia...Ganhar...Um beijo...Da minha...Esposa...-ele pediu cansado e sorri carinhosa concordando, antes de me inclinar para beijá-lo de forma breve.

Assim que nos separamos, Benjamin acariciou meu nariz com o seu antes de beijar a sua ponta, em seguida ele começou a acariciar meu pescoço com a ponta do seu nariz até chegar a minha orelha, parando ali como se quisesse me contar um segredo.

—Eu, Benjamin Clearwater...Herdeiro de Lyva...Concedo a você...Melissa Clearwater...Minha...Fêmea...O direito... De falar...Por mim...Até que possa...Voltar a fazê-lo... A partir de hoje...Você...É... Minha beta...- ele sussurrou sem forças em meu ouvido, antes de beijar o meu pescoço com carinho. -Eu...Te...Amo...Minha...Beta.

—Eu também te amo, meu alfa...Prometo que vou defender o seu lugar com sabedoria, até que possa voltar a exercê-lo.- jurei olhando em seus olhos enquanto segurava a sua mão.

—Eu...Sei que vai...Você tem...A coragem de...Uma Loba...A minha...Loba... E acredito...Em você. - ele disse sem forças e ouvi alguém nos gritando ao longe.

Com dificuldade desviei os olhos de Benjamin, virando em direção a voz que nos chamava e respirei aliviada quando vi meu cunhado e meus sogros, correndo em nossa direção.

 -A ajuda chegou, meu amor. - disse aliviada antes de beijar a testa de Benjamin, que ficava mais pálido e frio a cada momento, mas antes que Ethan pudesse se aproximar Benjamin rosnou fraco e de maneira ameaçadora para o irmão, o que deixou todos confusos.

—Fica...Longe...Da...Minha...Fêmea...-Benjamin sibilou cada palavra ameaçadoramente enquanto olhava com raiva para o irmão e para pai, como se estivesse prestes a atacá-los.

—Ethan e Elliot, atrás de mim. - Leah pediu suave indicando que os dois deveriam ficar atrás dela. -Mel, querida, o que aconteceu antes de chegarmos aqui? Não conseguimos ouvir muito bem o que vocês falavam, pois havia muita interferência na ligação.

—Benjamin, me contou toda a verdade sobre ele e me pediu que defendesse seu lugar de alfa, pois estava fraco demais e ainda não tínhamos um filhote para fazer isso. -expliquei olhando em seus olhos enquanto Benjamin ainda rosnava para os homens da sua família.

—Ele só poderia fazer isso se vocês...Fizessem.... - Leah disse surpresa e Elliot a interrompeu.

—O juramento de Heitor e Lyva sob a luz da lua cheia. O mesmo juramento que fizemos, quando nos casamos, amor. - Elliot disse enquanto Ethan piscava confuso.

—Espera...Vocês dois se casaram? -Ethan questionou antes de sorrir surpreso. -Quem diria...Ben, ganhou dos nossos pais, que só casaram depois de cinco meses de namoro.

—Não foi algo que planejamos, Ethan...Simplesmente foi necessário. - expliquei e Benjamin gemeu de dor novamente em meus braços.

—Entendemos, minha filha. Benjamin não quer nos machucar, ele só está assegurando o direito dele, de ser seu macho e pai dos seus filhotes, é uma reação natural dos lobos após o casamento. Por isso, ele não deixará nenhum outro homem se aproximar de você, mas meu filhote precisa de ajuda e só poderemos socorre-lo, se o convencer de que o direito dele não está ameaçado. -Elliot explicou e Leah concordou com a cabeça.

— Não precisa ficar com medo do meu filhote, Mel. Benjamin jamais te machucaria, ele só está assim porque está se sentindo ameaçado pela presença do pai e do irmão. Se você conversar com ele e lhe garantir que não há ameaça, poderemos ajuda-lo antes que o pior aconteça. - Leah implorou nervosa enquanto me olhava e concordei antes de olhar para Benjamin que ainda estava em meu colo, ele parecia estar tão cansado e com tanta dor que partia o meu coração, mas o olhar de aviso para os homens da sua família, ainda permanecia em seus olhos castanhos escuros.

Me inclinei para acariciar meu nariz com o seu, permitindo que ele sentisse meu cheiro, algo que parecia aclamá-lo e distraí-lo da dor que estava sentindo, antes de me inclinar para sussurrar em seu ouvido.

—Está tudo bem, meu alfa, eles só querem nos ajudar. Não precisa ficar com medo de me perder, eu te amo e ninguém irá tomar o seu lugar no meu coração. Acredita em mim?

—Sim. - ele sussurrou com dor e beijei a sua testa antes de me afastar.

—Eles podem se aproximar de nós?

—Sim. - Benjamin disse cansado e acariciei o seu rosto antes de sinalizar para que eles se aproximassem de nós.

 -Vamos, você precisa se levantar mano, precisamos dar uma volta. - Ethan disse se ajoelhando ao nosso lado antes de oferecer a mão para o irmão que a segurou.

—Prometa pra mim...Ethan...- Ben pediu sem forças enquanto olhava para o irmão caçula.

—Qualquer coisa irmão.

—Prometa que vai...Proteger a minha beta...-ele pediu com dor segurando a mão do irmão enquanto olhava nos seus olhos. -Que vai...Estar...Ao lado...Dela...Como sempre...Esteve ao...Meu lado.

—Que isso mano, você está falando como se estivesse...- Ethan disse e vi seus olhos se encherem de lágrimas ao perceber o que seu irmão estava tentando lhe dizer.

—Por favor...Ethan...Prometa...-ele implorou entre lágrimas enquanto segurava a mão do seu irmão caçula sem desviar dos seus olhos.

—Eu vou proteger a sua beta, irmão. A partir de agora, ela é a minha irmã e vou protegê-la...A minha lealdade está com você assim como está para a sua beta. - Ethan jurou sério enquanto olhava nos olhos do seu irmão.

—Obrigado...Mãe...Pai...- Ben sussurrou desviando os olhos do seu irmão para ver seus pais que estavam ajoelhados ao lado de Ethan.

— Eu vou proteger a sua beta, filhote. A partir de agora, ela é a minha filhotinha e vou protegê-la...A minha lealdade está com você assim como está para a sua beta. -seus pais disseram juntos entre lágrimas, enquanto colocavam suas mãos em cima da que Ethan ainda segurava.

—Mel...- Benjamin sussurrou e desviei a minha atenção da sua família para vê-lo.- Lembre-se...Sempre disso...Você é o meu...Imprinting...Meu amor...Á... Primeira vista... Eu...Te...Amo.

— Vou lembrar amor, e eu também te amo muito. - sussurrei entre lágrimas antes de me inclinar para beijar seus lábios, mas assim que me afastei dele seus olhos estavam fechados me deixando desesperada enquanto tentava acordá-lo em vão.

—Melissa, você precisa se acalmar. -Leah disse entre lágrimas enquanto abraçava seu filho com mais força perto de mim, como se pudesse segurá-lo ao meu lado.

—Não...Ele me deixou...- solucei com dor me deixando levar por todo aquele sofrimento.

—Não querida. Você não pode escutar, pois é humana, mas o coração dele ainda está batendo, apesar de fraco. -ela disse gentil enquanto me olhava nos olhos.

—A senhora não mentiria pra mim, não é?

—Não. Mas se não agirmos rápido, ele não vai aguentar por muito tempo. Benjamin, precisa da nossa lealdade para poder existir. Afinal, um alfa não existi sem a sua matilha. Vamos, Ethan me ajude a levar o seu irmão para dar uma volta. -Leah pediu determinada enquanto tirava a medalhinha que Benjamin sempre usava no pescoço.

Em seguida, tirou o cordão que usava no pescoço, o anel de brilhantes e a aliança que estavam em sua mão esquerda, enquanto Ethan tirava uma medalhinha parecida com a do irmão do seu pescoço, entregando-a para sua mãe.

—Leah, você não se transforma a dez anos, querida. - Elliot disse preocupado assim que Leah entregou ao marido as joias que eles usavam. -Pode ser perigoso.

—Eu sei amor, mas nossos filhotes precisam de mim. - ela disse suave antes de acariciar o rosto do marido com carinho. -Eu te amo, Elliot.

—Eu te amo, Leah. - meu sogro disse e beijou a esposa com carinho antes de lhe abraçar com força. -Vou ficar esperando os três voltarem.

—Eu sei que vai. - ela disse amorosa e deu um último beijo no marido antes de soltá-lo e correr atrás dos seus filhos.

 -Eles vão ficar bem? - questionei preocupada sem desviar os olhos de onde Ethan havia parado com o irmão, que parecia ser no meio do local aberto onde estávamos.

—Espero que sim. Eu lhe ajudo a levantar, filha. - ele disse gentil me oferecendo sua mão e agradeci antes de aceita-la.

—Elliot, não posso perder o Benjamin...Não vou suportar a dor...- solucei de pé segurando a sua mão antes de começar a chorar.

Sem dizer uma palavra, meu sogro me abraçou com carinho enquanto chorava angustiada, diante da possibilidade de perder o homem que amava.

 -Não vamos perdê-lo, minha filha...Benjamin é forte e além do mais, você é o motivo dele ainda estar lutando. - ele disse paternal e ouvimos vários uivos dolorosos.

Confusa, me separei do meu sogro e olhei para o local de onde vinha os sons, notando que havia três lobos uivando para a lua, só que um deles estava deitado no chão, enquanto os outros estavam do seu lado direito e esquerdo, como se estivessem lhe protegendo de qualquer possível ameaça.

Guiada por uma força desconhecida, que me puxava em direção ao lobo que estava deitado no chão, dei alguns passos sua direção, mas fui impedida por meu sogro que segurou meu braço com cuidado.

—Ainda não podemos nos aproximar, Mel. Benjamin precisa do juramento de lealdade deles, se os interrompermos antes disso, pode ser fatal para o meu filho. - Elliot explicou e concordei resignada voltando para o seu lado, enquanto olhávamos os três lobos uivando sob a luz do luar esperando pelo momento de nos aproximarmos.