5 Anos escrita por Tatá


Capítulo 15
Sozinhos


Notas iniciais do capítulo

A primeira longa viagem de Tony e Pepper, após terem um bebê.



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Flashback on

 

— Feliz bodas de papel. — Tony entregou um envelope à esposa, que terminava de tomar o café da manhã na cama.

— Mais um presente! — Pepper se animou ao abri-lo. — Estou começando a me sentir mal por ter preparado só um presente para você… — ela leu o cartão. — “Vale uma viagem para o lugar e pelo tempo que você determinar, desde que não seja totalmente entediante, afinal, é meu aniversário também”. Oh, obrigada… — Pepper deu um simples beijo nos lábios do homem.

— Não têm validade. Acabamos de ter um bebê; não é o momento para largar tudo e sumir no mapa. Não acho que conseguiríamos.

— Sabe de uma coisa, você está certo… — ela pôs os braços ao redor do pescoço do marido.

— Adoro quando você admite isso… — o homem a beijou lentamente. — E então, o que você preparou para mim? Além daquela enorme papelada que tenho que dar conta nas Indústrias Stark enquanto você está de licença… — ele continuou a beijando e aos poucos foi fazendo com que deitassem na enorme cama.

— Está lá embaixo, mas não acho que você queira pegá-lo agora…

— Acho que posso esperar um pouco… — ele a beijou no pescoço, já puxando a camisola dela. Pepper o ajudou a se livrar da peça de roupa e suspirou conforme o homem ia deslizando e distribuindo beijos por todo seu corpo, até chegar entre suas pernas. E quando Tony finalmente chegou onde queria, os dois foram interrompidos pelo choro do bebê.

 

— Não é possível. — ele levantou a cabeça em frustração e Pepper riu. 

— Vá pegá-la. Eu vou lá embaixo pegar seu presente. — ela disse ainda rindo, e saiu da cama.

 

Flashback off

 

— Não posso fazer isso. — Tony disse nervoso.

— Sim, você pode. Me entregue o bebê, Anthony. — a senhora Potts ergueu os braços.

— Aqui estão os brinquedos favoritos dela, mordedores, itens de higiene, mamadeiras, o pratinho, talheres, e remédios que ela possa vir a precisar. — Pepper entregou uma bolsa para o pai. — O estoque de leite está no freezer e as instruções estão na porta da geladeira. Também enviei mensagens para vocês com uma cópia das instruções e o número da pediatra. Tony montou o berço portátil e já deixamos o travesseiro e os lençóis lá. Tem roupa de cama extra na mala, assim como roupas para todas as ocasiões. Se forem sair de carro não se esqueçam da cadeirinha; se a deixarem engatinhar, não se esqueçam de pôr as joelheiras. E se qualquer coisa acontecer, liguem para a gente.

— Querida, relaxe. Na sua época não tinha nada disso e você se saiu muito bem.

— Pai, por favor.

— Não se preocupe, ela vai ficar bem.

— Eu sei… — ela segurou a mãozinha de Morgan, que se esticou querendo o colo da mãe e teve o pedido imediatamente obedecido. — Tchau, meu amor… — Pepper abraçou a filha e a beijou na bochecha. 

— OK, se não irem embora agora, vou ser obrigada a pedir que Happy arraste vocês até o aeroporto. — disse a senhora Potts.

— Ok… — Pepper suspirou e se forçou a entregar o bebê. — Liguem se precisarem de alguma coisa.

— Aproveite a viagem. — sua mãe disse e logo entrou em casa, antes que Morgan percebesse o que estava acontecendo e começasse a chorar. Então o pai de Pepper se despediu dos dois e o casal voltou para o carro.

 

— 5 dias. A gente pode fazer isso. — Tony suspirou enquanto dava a partida e saía da vaga.

— Sabe que ela vai ficar bem.

— Ela nunca ficou sem nós dois por mais que algumas horas.

— Nós precisamos desse momento, Tony...

— Eu sei... Eu concordo. E sabe de uma coisa? Nós devíamos criar uma regra de não falar nada relacionado à Morgan ou qualquer coisa lá de casa enquanto estivermos viajando. Igual fazemos com o trabalho.

— Nada? — a mulher fez careta.

— Ok; nós vamos ligar para os seus pais eventualmente, então podemos falar sobre ela nesses momentos. Duas vezes por dia?

— Que tal três?

— De manhã, após o almoço e antes dela dormir. Ok. Então estamos combinados.

— Combinado.

— Acha que ela vai sentir falta da gente?

— Você já está quebrando a regra! — Pepper riu.

— Foi mal! — o homem levantou uma mão, culpado. — E então, quais são seus planos?

— Podemos descansar um pouco quando chegarmos; então faremos um passeio pela cidade, jantar no restaurante que fiz reserva e quando voltarmos pro hotel vou te mostrar essa nova lingerie que eu comprei… — a mulher acariciou a parte interna da coxa do homem, que se arrepiou.

— Estou amando a ideia, principalmente a última parte. — ele disse. — Mas tenho certeza que não é só isso. Quais são os museus e igrejas que vamos ter que visitar?

— Oh, não vou fazer isso com você. Vou deixar para o meu aniversário. — Pepper sorriu. 

— Agradeço. Mas vamos em uma vinícola, certo? 

— Absolutamente. 

— Então podemos fazer sexo sem interrupções e ficar bêbados sem nos preocupar em tirar leite. Podemos aguentar isso por cinco dias.

— Você esqueceu a coisa mais importante: podemos dormir!

— Verdade! Mal posso esperar pra poder dormir por mais que quatro horas seguidas! — Tony celebrou e os dois riram. Até que a consciência pesou e o silêncio se manifestou.

 

— Eu amo muito a nossa filha. — ele disse, se sentindo culpado.

— É, eu também... Não somos péssimos pais por desejarmos dormir... — Pepper acariciou o ombro do marido, tentando tranquilizá-lo e a si mesma.

— Certo? Nós precisamos disso! E merecemos isso, qual é! Esperamos um ano por isso!

— Estamos falando da Morgan de novo.

— Merda. — o homem percebeu e se calou.

 

 

Minutos depois o casal chegou ao aeroporto, e horas depois aterrissaram na Itália. Como planejado, os dois descansaram no hotel por um tempo, aproveitando para fazer a segunda ligação do dia (a primeira havia sido ainda no avião). No início da noite fizeram uma caminhada pelas ruas da pequena cidade no interior em que se hospedavam, conhecendo um pouco da cultura local. E então pararam para jantar no restaurante que Pepper já havia reservado.

 

Tony não deixou de reparar na quantidade de pessoas que estavam nas ruas, bares e restaurantes. Era alta temporada, a cidade estava recebendo turistas; mas nada comparado ao que costumava ser. E enquanto aproveitava cada segundo de sua vida por ter tido a sorte de ter sobrevivido ao estalo, assim como a incrível mulher ao seu lado, uma pequena parte de si ainda se sentia mal.

 

— No que está pensando? — Pepper perguntou, enquanto esperavam pelo manobrista com o carro.

— Três coisas. Primeiro: Eu te amo. — ele a beijou na testa.

— Tão romântico. O que mais? — a mulher apertou os braços ao redor da cintura dele.

— Você está linda nesta noite.

— Continue…

— E parece que você precisa tirar leite.

— Sim, meus seios estão me matando… — a mulher reclamou.

— Por que não trouxe a bolsa com a bomba?

— Porque não queria interromper nosso encontro. Posso fazer isso no hotel. 

— Vamos lá, hora de esvaziar os gêmeos. — Tony disse, quando o manobrista chegou e a mulher o soltou. Ele abriu a porta para a esposa e deu uma boa gorjeta ao funcionário, antes de entrar no veículo. — Então você está usando um daqueles sutiãs absorventes? Tão sexy. — disse em tom brincalhão.

— Sim, com certeza… — Pepper foi irônica e Tony acariciou sua perna rapidamente, antes de assumir o volante.

 

Duas ligações para a casa dos Potts depois, o casal estava em uma vinícola, onde passaram o dia caminhando e conhecendo o local, e, é claro, experimentando vinhos e queijos locais. Na hora do jantar, saborearam pizzas assistindo ao belo pôr do sol.

No dia seguinte pegaram um helicóptero até uma cidade na costa do país e passaram o dia em um Iate, comendo, bebendo e mergulhando nas águas cristalinas italianas, naquele belo dia de verão.

A viagem foi ótima para deixar um pouco de lado Tony e Pepper, os pais de primeira viagem/donos de uma empresa multinacional e permitir que fossem apenas Tony e Pepper, o casal. O romance não estava morto, mas era bom poderem curtir um tempo sozinhos, sem terem que pensar em planilhas, papinhas de bebê, reuniões e consultas com o pediatra. A última vez que tiveram uma oportunidade daquelas foi na lua-de-mel, há dois anos.

 

— À nós! — o casal brindou com suas taças de champanhe e se beijaram apaixonadamente, sob a luz da lua e o som do mar se movimentando calmamente.

— Dois anos. Como você aguentou? — Tony brincou.

— Eu realmente não sei! — Pepper brincou, fazendo o homem rir. — Mas depois de aguentar quase 20 anos trabalhando para você, dois anos de casamento são fáceis. Sem falar nas vantagens, é claro.

— Não está falando de sexo, nós tínhamos antes. 

— Não… — ela se aproximou do ouvido dele. — Mas agora você me chama de esposa, e isso me excita demais… — ela disse e o mordeu, antes de se afastar. Tony ficou alguns segundos travado com a boca aberta, sem conseguir pensar sequer em seu nome. 

— Ok… Eu diria essa palavra agora, mas pretendo dar seu presente enquanto ainda estiver... usando alguma... roupa. — ele disse desajeitado, esbarrando na mesa onde jantaram. Então conseguiu pegar os presentes. — Feliz aniversário. — ele entregou uma caixa e um buquê de flores de algodão. 

— Obrigada… — ela tocou uma das flores e sentiu o cheiro delas, antes de pegar o pacote. — Tony, ele é lindo! — ela exclamou ao erguer o vestido branco com listras azul claro, decote em v e uma fina faixa para amarrar na cintura. 

— Sua mãe me ajudou a escolher. — ele confessou, e ela fez uma cara como quem diz “isso faz todo sentido”, diante do vestido nem um pouco extravagante.

— Eu amei… — a mulher pôs os braços ao redor do pescoço do marido e o beijou lentamente. — E vou usá-lo amanhã, quando formos passear pela cidade. Minha vez! — ela se afastou e pegou o presente do homem. — Espero que goste.

— Desculpe, pode me lembrar quando foi a última vez que você errou com algum presente?

— Você tem um ponto. — Pepper ergueu o indicador, com a boca em sua taça. Então Tony abriu a caixa e descobriu um suéter de algodão azul e uma camiseta preta com o rosto de um gato estampado acima do bolso. — Para alimentar a parte divertida do seu closet e esse novo estilo “pai maduro” que você adotou desde que Morgan nasceu. Abra o bolso da camiseta. — a mulher disse, e o homem riu quando descobriu que, por dentro do bolso, o gato apontava o dedo médio para ele. — Achei a sua cara quando vi.

— E estava certa, como sempre. Eu te amo...demais. — Tony deixou o pacote na mesa e lentamente passou as mãos ao redor da cintura da esposa, que sorriu e envolveu o pescoço dele. — Dance comigo, Sra. Stark.

— Seria um prazer… — a mulher se deixou ser guiada para longe da mesa. E então o casal dançou ao som de uma música agradável, sob a luz do luar.

 

 

Dias depois o avião dos Stark pousava de novo nos Estados Unidos; e quase uma hora depois, o carro dos mesmos estacionava na frente da casa dos Potts.

— Oi pai! — Pepper abraçou o homem, assim que ele abriu a porta da frente.

— Cadê ela? — Tony perguntou, tentando ver por trás do sogro.

— Ela está ótima. Acabou de acordar do terceiro cochilo do dia. — o senhor Potts apertou a mão do genro. — Entrem. — ele abriu espaço, e o casal entrou na casa. 

— Olha só quem voltou! — a senhora Potts disse animada, descendo as escadas com a pequena Morgan no colo. No instante que a menina viu os pais, ergueu os bracinhos em sua direção e deu gritinhos.

— Oi meu amor!  — Pepper pegou a filha no colo e a encheu de beijos, fazendo-a gargalhar alto. 

— Como foi a viagem? — o senhor Potts perguntou.

— Foi ótima. Muito obrigada por ficarem com ela… Oh! Nós trouxemos presentes!

— O melhor vinho italiano que provamos.  — Tony entregou as sacolas ao sogro, antes de pegar a filha no colo e cheirá-la no pescoço. 

— E também alguns queijos.

— E passagens de avião. É a vez de vocês terem um descanso. — o casal completou as sentenças um do outro.

— Muito obrigada! 

— Vou abrir agora mesmo! Por que não ficam e não nos contam mais sobre a viagem? — o pai de Pepper sugeriu, antes de correr atrás de um saca-rolha. E então o casal ficou e contou tudo o que os Potts precisavam saber sobre os dias na Itália, ganhando em troca tudo o que eles precisavam saber sobre a estadia de Morgan na casa dos avós.

 

Mas só o que eles precisavam saber.

 

— Tchau. E voltem logo!

— Ou nos chamem para um churrasco.

— Próximo domingo? — Tony sugeriu.

— Combinado. — o pai de Pepper apontou para o genro com um sorriso. Então ele e a esposa observaram os Stark se afastarem e entrarem no carro. — Vamos contar pra eles que Morgan deu seus primeiros passos enquanto estavam fora? — perguntou por trás do enorme sorriso.

— Jamais. Ou eles nunca mais vão viajar sozinhos, até que a menina cresça e saia de casa. — a senhora Potts respondeu, também por trás de um sorriso. Então os dois seguiram sorrindo e acenando até o carro sumir de vista.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora. A quarentena ta fazendo meu cérebro virar um picolé derretido e são raros os momentos em que sai alguma coisa útil.
Espero que tenham gostado.



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