À procura de Hanako escrita por Shiori


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, minha gente!

Esta fanfic foi escrita em 2018, mas só hoje é que notei que nunca cheguei a postar aqui. O que é estranho, porque já tinha a capa feita e tudo... Talvez a categoria ainda não existia ou assim, mas enfim!

Eu não sei quantos fãs de Joker Game há por estas bandas, mas espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788053/chapter/1

Tudo que Sakuma via pela janela era um vasto manto branco de neve. Nos últimos dias havia caído muita neve, mais do que Sakuma alguma vez teria imaginado. Não que lhe importasse, estava há uma semana de férias e a meteorologia previa que a neve iria parar quando ele voltasse ao trabalho. Só ficava difícil ir às compras, mas ele tentou comprar tudo de uma vez, para evitar mais saídas desnecessárias.

 

Planeava fazer nada pelo resto do dia, porém, ao ouvir alguém bater à sua porta, sentiu que tal coisa não iria acontecer.

 

Abriu a porta e viu que era o seu vizinho. O seu rosto estava vermelho, provavelmente por conta do frio que se fazia. Qual é o nome dele mesmo? Aah…, Sakuma questionou-se, forçando a sua memória.

 

— Se passa alguma coisa?

— Tu por acaso viste um gato branco?

 

Branco. Sakuma olhou para trás do outro, somente via branco à sua volta. Não lhe admirava que ele tivesse vindo perguntar sobre o paradeiro do gato.

 

— Não,– respondeu. – Ele desapareceu?

Ela,– o vizinho cujo nome ainda escapava à mente de Sakuma corrigiu. – Já não a vejo desde esta manhã, mesmo a chamando ela não aparece.

— Como ela é?

— Ah, branca, com pelo longo… E tem uma coleira vermelha.

— Com sino?

— Ela não gosta de usar sino.

 

Sakuma pegou no seu casaco e cachecol que se encontrava num cabide ao lado da porta. O vizinho arqueou a sobrancelha.

 

— O que foi?

— Onde vais?

— Não é óbvio? – Sakuma fechou a porta e sorriu. – Vou te ajudar a procurar a tua gata.

— Não- não é preciso, Sakuma.

 

Aquilo apanhou Sakuma de surpresa – o vizinho sabia o seu nome, enquanto ele não se lembrava. A vida dele era passada grande parte no trabalho, por isso só via o vizinho de manhã quando saía para o trabalho. Trocavam “bons dias”, às vezes “boas noites”. Nunca houve trocas de informação mais pessoal ou alguma coisa mais íntima entre eles. Eram somente vizinhos.

 

— Eu insisto. – Continuou Sakuma, fingindo que não tinha esquecido do nome do outro. Ele iria se lembrar eventualmente. Ou podia ler na caixa de correio, durante a busca. – Pela cor da tua cara, presumo que tenhas estado à procura dela há algum tempo. Será mais rápido assim.

 

Sem que o outro protestar contra, Sakuma seguiu até a entrada, passando pela porta do vizinho – eis que o nome dele estava na caixa de correio: Miyoshi. Sim! Agora lembrava-se de ele se introduzir na primeira vez que se viam. A sua primeira impressão de que teve de Miyoshi era que ele era muito bonito. Ainda achava para dizer a verdade. Não que fosse lhe contar sobre isso.

 

Sakuma olhou de lado para Miyoshi; o rosto sereno, porém com resquícios de preocupação, era deslumbrante, quase como uma pintura.

 

— Sabes por onde a tua gata costuma ir?

 

Miyoshi levou a sua mão ao queixo, tentando lembrar algum lugar que ele ainda não tenha ido ver. Ele praticamente já tinha revistado a área toda, além de que a sua gata não era de sair.

 

— Há um parque aqui perto.

— Certo, vamos lá ver.

 

Ambos foram para o parque. Apesar do frio, ainda havia crianças a brincar na neve. Sakuma aproximou-se das mães que estavam de vigia e perguntou se elas tinham visto a gata desaparecida. A resposta foi negativa, porém, ambos ficaram a procurar entre os arbustos do parque.

 

— O que é que um gato viria fazer à rua neste tempo frio? – Sakuma questionou-se, olhando para as suas mãos frias. Amaldiçoou-se por ter esquecido de trazer as suas luvas, porém a decisão de ajudar Miyoshi tinha sido espontânea, sem pensar muito no momento. Ele até tivera sorte do seu cachecol estar ao lado do casaco no cabide, ou nem teria trazido.

— Eu não sei, a Hanako raramente sai de casa.

— Hanako?

 

Sakuma olhou curioso para Miyoshi, aguentando uma risada.

 

— Q-qué? É o nome dela.

— Pensei que ela teria um nome chique, pomposo, talvez estrangeiro. – Sakuma deixou a gargalhada sair. – Hanako é um nome tão comum!

— Foi- Foi a minha mãe que escolheu o nome. – Mentiu. Miyoshi não era honesto quando o assunto era gatos. Dizia aos seus colegas de trabalho que não gostava de gatos, quando na realidade, adorava. Era uma das suas paixões desde criança.

— O nome é fofo. Gosto de nomes tradicionais.

 

Por um momento, Sakuma jurou ver as bochechas de Miyoshi a ficarem vermelhas. Pensou que fosse por causa do frio; o outro só trazia um sobretudo, afinal de contas. Provavelmente, quando notou a falta de Hanako, pegou somente no casaco e saiu à procura dela. Tirou o seu cachecol e colocou-o à volta do pescoço de Miyoshi, que foi apanhado de surpresa.

 

— Não- não precisavas. – Ele disse, sem, porém, fazer menção de tirá-lo.

— Anda, há ali uma máquina de venda. – Sakuma ergueu-se, a soprar para as mãos, tentando aquecê-las. 

 

Miyoshi seguiu o outro até à máquina, ainda com as mãos no cachecol de Sakuma. Só retirou-as quando o outro entregou-lhe uma lata de café quente.

 

— Tu-

— Eu sei. – Sakuma interrompeu, abrindo a sua lata. – Não precisava, mas eu quis.

— Por que estás a ajudar-me tanto?

— Porque somos vizinhos?

— Nem te lembravas do meu nome. – Miyoshi retrucou, analisando a expressão de horror que tomou conta do rosto de Sakuma. Estava certo.

— Era tão óbvio?

— Vi-te a olhar para a caixa de correio, imaginei que fosse por isso.

— Desculpa, Miyoshi.

 

O coração de Miyoshi quase saltou quando Sakuma pronunciou o seu nome pelo primeiro vez. Ah, desde do primeiro dia que ele gostava do outro – era um simples crush que naquele momento só estava a fortificar-se. 

 

— Aaah,– suspirou Sakuma. – Será que a Hanako já voltou para casa? Já está a ficar tarde.

— Talvez. Vamos voltar.

 

Assim o fizeram. Enquanto andavam, Sakuma puxava assuntos diversos, claramente para Miyoshi não pensar na Hanako. No fundo, ele estava agradecido por isso.

 

Quando chegaram, foi uma decepção não verem Hanako à frente da porta. Miyoshi voltou a sentir o peso da preocupação nas suas costas.

 

— Obrigado, Sakuma.– Murmurou, a sua mão na maçaneta da porta. – Talvez ela vá aparecer mais tarde.

 

Miyoshi abriu a porta e ouviu um miar. Do interior. A correr da sala, vinha a gata branca de pelo longo e coleira vermelha, saudar a chegada do dono. Parou à frente dos dois homens surpresos, a lamber a sua pata como se nunca tivesse estado desaparecida.

 

— O-onde estavas, Hanako?! – Miyoshi perguntou, obviamente sem resposta. Pegou-a ao colo.

— Talvez estivesse dentro de uma gaveta ou armário? – Sakuma permitiu-se a entrar em casa do outro. Finalmente, calor confortável.

 

Perante esta possibilidade, Miyoshi foi até ao seu quarto e viu que, de facto, a porta do seu armário estava aberta. Talvez Hanako tivesse entrado quando ele estava a arrumar a sua roupa e não apercebeu que ela estava lá dentro. A gata saltou dos braços dele e correu até o desconhecido. Ela cheirou-o, analisando aquele sujeito. Começou a ronronar e esfregou-se nas pernas de Sakuma.

 

— Ela gostou de ti. – Miyoshi comentou.

 

Sakuma abaixou-se e fez festas em Hanako, que estava satisfeita com a atenção dada. Quando ele parou, porém, ela olhou para ele, confusa.

 

— Fico feliz que ela esteja bem. – Levantou-se, ajeitando o seu casaco.

— O… Obrigado por me teres ajudado.

— De nada.

 

Assim que ele fez menção de sair, Miyoshi o impediu e pediu para esperar um pouco, indo a seguir buscar um saco com um laço ao quarto.

 

— Lá no trabalho fizemos amigo secreto e eu esqueci de levar o meu presente, então tive que comprar alguma coisa depois, – começou a explicar e entregou o saco ao Sakuma. De qualquer forma, podes ficar com isto. Como agradecimento.

— Oh, não é preciso…

— Eu disse isso três vezes hoje.

 

Sakuma somente sorriu e abriu o saco. Era um par de luvas. Óbvio que não comprei isso para ti por notar que nunca levas luvas para o trabalho, pensou Miyoshi, sendo que, na verdade, ele tinha mesmo comprado para Sakuma.

 

— Obrigado.

— Não precisas.

 

Assim que Sakuma voltou para casa, Miyoshi agarrou na Hanako.

 

— Não voltes a desaparecer assim… Mas obrigado pela oportunidade…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! :'3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "À procura de Hanako" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.