Ouço um estrondo lá fora,

Algo que cai sobre o degrau,

Depois a porta se escancara

Com a força de um vendaval.

A ordem é para eu subir

E em hipótese alguma descer,

Logo os gritos começo a ouvir

E o choro doloroso os suceder.

Assim como vou crescendo

Também cresce o pavor,

Cada vez que chega bêbado

Digo “pare, por favor”.

Chego tarde do conselho

E ouço a briga no vizinho,

Vovó diz “não meta o bedelho”,

Então entro de fininho.

Hoje estou a suplicar,

Por favor, alguém se meta.

Não sei quanto vou aguentar

Até que o pior aconteça.