TOQUE

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O toque quente e gentil nas costas fez com que Legosi despertasse do seu sono leve. Ainda sonolento, ele sentiu os dedos macios de Haru percorrerem o pelo da lateral do seu corpo e se fecharem ali por um breve instante, antes de retornar o caminho para as cicatrizes das costas e traçar o contorno delas de modo suave.

Eles já tinham dormido juntos mais do que o suficiente para que Legosi soubesse que ela fazia isso quando estava muito pensativa sobre algo, então já sabia o que viria a seguir: o corpo pequeno se aproximou mais do dele, os braços o envolveram em um abraço meio torto, enquanto Haru afundava o rosto em suas costas e inspirava o seu cheiro natural de lobo.

Ele nunca dizia nada.

Apenas segurava a mão dela que descansava perto do seu peito e apertava levemente os dedos, enquanto a ouvia resmungar algo praticamente incompreensível.

— Pesadelo? — ele perguntou em voz baixa.

— Hm — ela concordou, a voz saindo abafada através do pelo dele.

Legosi se virou para ficar de frente para ela e olhar diretamente nos olhos escuros de Haru, que o encaravam de volta com carinho e certo apresso. Às vezes ele ainda se sentia incerto sobre os sentimentos dela, embora não dissesse nada a respeito. Porque só o fato de ela estar ali, com ele, já era o suficiente.

Haru tinha ficado melhor em ver através dele, um sorriso pequeno tomou conta dos lábios dela e ela aproximou o rosto do dele até que eles estivessem na mesma altura. Com uma das mãos, ela alisou o rosto de Legosi devagar, enquanto manteve a outra parada perto das orelhas dele.

— Eu estou aqui — ele disse ainda em voz baixa e Haru não fez mais nada além de assentir, porque ela sabia. Legosi sempre estava lá por ela, não importava o quê.

Só demorou mais alguns segundos até que os lábios dela fossem de encontro aos dele e o beijasse daquela forma que fazia com que todo o corpo do lobo se incendiasse, que o fazia apertá-la com cuidado entre seus braços fortes enquanto provava o sabor do afeto e amor de Haru. As mãos dela continuaram a serpentear pelo seu rosto e ombros ao mesmo tempo que a coelha deixava escapar gemidos baixinhos quando Legosi desenhou o contorno dos seus seios com devoção.

Ainda era só até esse ponto que eles conseguiam ir; porém, Haru adorava a sensação das mãos dele pelo seu corpo, sentia como se fosse derreter perante seu toque inexperiente e amoroso, e sempre que eles terminavam, ele a olhava como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo para si.

Talvez um dia, quando estivesse pronta, também colocaria em palavras todos os sentimentos intensos que Legosi despertava em si e diria que ele era a coisa mais preciosa do mundo para ela. Mas em vez disso, Haru disse:

— Eu sei.

E os lábios voltaram a se encontrar mais uma vez.