Habitar escrita por Way Borges


Capítulo 9
Capítulo IX - Ataque à New York


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo, eu demorei, mas voltei para vocês com mais um capítulo de nossa historia do Loki papai maravilha.

Não vou falar muito, então, boa leitura.



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Loki viveu mais do que a maioria dos humanos, então pode-se dizer que ele tinha muitas histórias para contar. Se ele fosse escrever cada uma de suas aventuras em viagens pelos mundos de Yggdrasil, daria milhares de páginas. Muitos diriam que alguém que viveu tanto não poderia mais se surpreender. Se fosse outro dia, o deus concordaria sem pensar duas vezes, mas a vida era uma vadia sem coração que gostava de jogar na cara o quanto podemos estar errados.

Em todos os seus séculos de vida, Loki nunca presenciou uma cena como aquela. Um buraco de minhoca aberto no céu em plena Manhattan; era algo que nunca tinha nem, ao menos, cogitado que veria.

Tudo começou há cinco dias atrás, quando um tirano metido a feiticeiro chamado Victor Von Doom, também conhecido como Dr Destino, invadiu a S.H.I.E.L.D. e controlou a mente do agente Clint Barton (vulgo, Gavião Arqueiro) com um tipo de aparelho conectado a rede neural; furtou o Tesseract; em seguida, sequestrou cinco renomados cientistas; depois roubou meia dúzias de coisas que pareciam aleatórias, mas que agora, com uma ponte de Eisntein-Rosen aberta em cima da torre dos Vingadores, tudo fez sentido. Porém, dois anos atrás, quando Loki resolveu abandonar o Kansas para voltar para New York e para os Vingadores, ele sabia que essas bizarrices poderiam acontecer.

No dia que Loki resolveu que estava na hora de visitar Midgard, nunca imaginou tudo o que iria acontecer em sua vida, e, muito menos, que passaria quase um século vivendo entre os humanos, mas ele deveria ter imaginado que a guerra mundial estourou no dia em que chegou era um sinal que sua vida seria uma loucura a partir dali. Sentiu vontade de voltar de onde veio. Os mortais eram violentos, autodestrutivos, rancorosos, ambiciosos, mas havia algo neles que o prendia.

Se houvesse uma palavra que pudesse definir o que o ser humano era, seria: fascinante. Mesmo cercados pelo caos e morte, existiam aqueles que sacrificavam tudo por um bem maior; sua capacidade de odiar apenas era superada pela de amar e perdoar incondicionalmente; era peculiar como se ajudavam e se destruíam na mesma proporção; estavam fadados a extinção e sabiam disso, mas agem como se não ligassem; apesar de toda a adversidade de sua existência, eles continuam lutando e vivendo. Havia algo estranhamente admirável nisso.

Então mesmo em meio aos horrores da guerra, Loki decidiu ficar e acabou fazendo amizades verdadeiras. Pessoas que a lembrança levaria consigo até o túmulo; que lhe ensinaram mais do que imaginou aprender na companhia de mortais.

Quando a guerra acabou, o jovem deus se viu devastado, mas não porque era um amante da batalha e não mais as teria, longe disso, ele sempre preferiu resolver tudo através do diálogo, mas pelas perdas das vidas de pessoas que lhe eram queridas, até pensou em ir embora de Midgard, mas seguindo o conselho dos poucos amigos ainda vivos, ele resolveu dar mais uma chance aos humanos e passou a vagar sobre a Terra. Foram décadas viajando conhecendo as várias nuances da humanidade.

Loki contribuiu indiretamente na criação da S.H.I.E.L.D.; assistiu a criação de Israel e a China se tornar comunista; por acreditar no potencial da humanidade, mesmo que não diga isso em voz alta, o jovem deus ajudou o homem a chegar na Lua; ficou impressionado com a criatividade humana quando a internet nasceu; assistiu horrorizado as forças norte-americanas e sul-vietnamitas invadirem o Camboja em perseguição aos vietcongues; e o mais importante de todos os eventos que presenciou, estava na sala de espera do hospital quando seu amigo Howard Stark se tornou pai. Ao ver a felicidade do amigo ao ter o pequeno bebê nos braços, Loki sentiu o que há muito tempo não sentia... Solidão!

Boa parte de seus amigos se foram com a guerra, doenças ou a velhice. Os que ainda estão vivos, casaram-se e constituíram família. Somente Loki ficou parado no tempo, não evoluiu, mas ficava difícil casar e ter filhos quando se era um deus em um mundo mortal. Está certo que mesmo sendo visto como um “deus”, ele não era imortal no sentido literal da palavra, iria envelhecer e morrer como a maioria dos seres viventes... A única diferença é que teria uns cinco mil anos a mais que os midgardianos.

O jovem deus voltou a vagar, mas agora visitava constantemente os amigos Howard e Maria, suas viagens estavam ficando cansativas e tediosas, até que as encerrou de uma vez por todas e foi trabalhar como agente da S.H.I.E.L.D., mas a vida é uma vadia ardilosa e cheia de voltas, mostrou a Loki que poderia “sim” amar e ser amado em troca, que o número limitado de dias para passar ao lado de alguém especial valeria mais do que uma eternidade de dias vazios.

Loki participou de uma guerra humana e passou décadas como espião, mas nunca presenciou algo tão magnífico e assustador do que a ponte de Einstein-Rosen aberta em cima da cabeça de milhares de nova-iorquinos, onde seres que pareciam híbridos de orgânico com máquina saíam atacando tudo o que viam pela frente.

Alguém mais está vendo aquilo? – A voz de Tony Stark, vulgo Homem de Ferro, soou em seus ouvidos pelo comunicador auricular.

— Sim, e ainda estou tentando acreditar. – Loki estava em pé, a alguns telhados de distância da torre dos Vingadores. Os outros estavam no solo.

Tinha acabado de chegar ao local. Estava preocupado por não conseguir falar com suas crianças, ambos deveriam estar na casa do tio de Peter, mas quando ligou para Benjamin, fora informado que os meninos nunca chegaram.

O coração do jovem deus pulsava enlouquecido com a possibilidade de seus filhos estarem dentro da torre, ao alcance do déspota tirano do Dr Destino. Ele tinha se esforçado tanto para manter o prédio seguro, criou bloqueios contra magia, subiu um escudo em volta que os protegeriam de ataques externos; reforçou o esquema de segurança com Tony e J.A.R.V.I.S. Loki iria descobrir como Doom conseguiu entrar, e que as Norms ajudassem quem vazou informações sobre a segurança da Torre, porque não sobraria uma minúscula partícula dessa pessoa.

O Banner já chegou? – Stark questionou.

Bruce Banner era o ser humano mais gentil que alguém poderia conhecer, mas estar ao seu lado era como conviver com “o médico e o monstro”. Antes de Manhattan virar uma loucura, ele caiu nas provocações do Dr Destino e acabou se descontrolando, consequentemente, se transformando no gigante esmeralda – mais conhecido como Hulk – e aterrorizou a tripulação do porta-aviões da S.H.I.E.L.D.

Já sim. Como sabia que ele voltaria? – Steve indagou.

Intuição, mas isso não é importante agora. Fala para ele se esverdear, porque estou levando a festa até vocês— o Homem de Ferro avisou, aparecendo na esquina sendo seguido por um monstro do tamanho de uma baleia com uma carapaça grossa, que também parecia com um híbrido de máquina com orgânico.

Onde ele está vendo festa nisso? – Natasha questionou, antes do Hulk destruir a criatura com um soco.

— Por favor, estejam bem – Loki sussurrou, rezando para que seus pequenos tenham conseguido sair a tempo e que estivessem em segurança na casa do tio Bem (primo de sua esposa, e, consequentemente, tio de Peter e Narfi).

Loki saltou do prédio para se juntar aos outros vingadores na batalha contra as criaturas que não paravam de chegar. O caos nas ruas estava instaurado, pessoas correndo e se ferindo, por isso, no momento, a prioridade era a contenção, não podiam deixar que as criaturas saíssem de controle, mas nada adiantaria se não fechassem o portal por onde elas estavam passando.

De repente, as nuvens ficaram cinza, trovões ecoaram e poderosos raios acertaram a fenda espacial atingindo várias criaturas. Steve, Natasha, Clint, Hulk e Tony ficaram impressionados e curiosos, mas Loki sabia de quem se tratava. Era a cara dele fazer entradas chamativas e barulhentas, por isso, apenas revirou os olhos quando o viu pousar a poucos metros de si e caminhar confiante em sua direção.

— Irmão! – Thor abraçou Loki com força. – Que bom te reencontrar! Achei que nunca mais te veria.

— Thor, eu preciso de ar – reclamou, sentindo as costelas doerem devido à força excessiva do mais velho.

— Desculpe – o trovejante pediu, coçando a nuca, depois ele tocou no rosto do caçula. – Perdão, irmão, por tudo. Eu ia voltar, dizer que Odin não iria perturbá-lo mais, só que você tinha ido embora.

— Quem é a Barbie musculosa? – Tony perguntou, aterrissando ao lado dos deuses.

— Esse é o meu irmão mais velho – Loki informou, fazendo o coração do mais velho pulsar alegre por ainda ser considerado como irmão.

— Aquele seu irmão bocó? – Clint questionou, se juntando ao grupo e atirando duas flechas. – Sempre pensei que ele tinha morrido.

— Achei que vocês não se falavam há séculos – Steve comentou, se aproximando ao lado de Natasha que estava socando algumas criaturas.

— Não é hora, nem lugar para conversarmos sobre isso, por que, se vocês não notaram, Manhattan ainda está sendo invadida – Loki pontuou, usando sua magia para afastar e nocautear meia dúzia de criaturas, que aproveitaram que o grupo de heróis estava reunido para atacar.

— Por isso que eu vim! – Thor afirmou, impressionado com o irmão. – Asgard me enviou para conter o poder do cubo cósmico e levá-lo para ser mantido em segurança no cofre de relíquias.

— Oh, Playboyzinho, aquele treco azul é nosso! Então, você não vai levar, não – Tony avisa, dando um leve tapa no ombro do deus do trovão, que lançou um olhar assassino.

— Gente, foco, sim?! Nós temos que fechar aquela fenda no espaço ou isso nunca vai acabar – Loki expôs. – Depois pensamos no que fazer com o cubo cósmico.

“– Pai, o senhor está aí?"— Uma voz conhecida ecoou nos ouvidos do grupo de heróis através do comunicador.

— Pete? Onde você está? O Narfi está com você? Vocês estão bem, meu filho? – Loki encheu o filho de perguntas, enquanto os outros Vingadores e Thor lutavam contra os invasores.

“– Estamos bem, pai, só que presos na torre. Voltamos para pegar uns livros, e quando nos demos conta, a torre estava cheia de caras armados”— Peter informou, fazendo o coração de Loki bater descontrolado no peito.

“– Desculpe, papai, eu que fiz o Pete voltar para pegar uns livros de magia.” — O medo na voz infantil de Narfi fez Loki soltar um suspiro trêmulo.

— Não precisa pedir desculpa, pequeno, você não poderia imaginar que isso fosse acontecer – o deus avisou, sabendo que o filho estava se culpando por estarem presos. Loki sabia como o caçula poderia ser preocupado demais. Às vezes, nem parecia ter seis anos. – Fiquem onde estão, me ouviu? Eu vou tirar vocês daí – o jovem deus pediu, quase em desespero e se amaldiçoando por ter selado a torre, bloqueando magias externas (até mesmo a sua), agora não poderia se teletransportar para onde os filhos estavam.

“– Espera, pai! Aqui tem muito guardas, não venha sozinho!” — Loki não respondeu ao apelo do filho, já estava a caminho da torre quando as palavras do filho ecoaram novamente pelo ponto eletrônico. “– Pai, por favor, seja sensato, não vai entrando na Torre sozinho e sem ter um plano, tem reféns aqui. Não é o senhor que vive dizendo que tenho que pensar antes de agir?”

Loki parou e grunhiu irritado, tendo que admitir que Peter estava certo. Desde o ano passado, quando o mais novo conseguiu os poderes ao ser picado por uma aranha radioativa (um dos fatos que o fez se arrepender de sair do Kansas) e se transformou no Homem Aranha, que ele vinha pedindo ao filho que tivesse calma e pensasse antes de fazer algo. O jovem deus respirou fundo, brigando consigo mesmo por ter perdido o foco e ter sido necessário que seu filho, um adolescente de dezesseis anos, o colocasse nos trilhos.

— Quantos guardas você conseguiu contar? – Loki perguntou, para traçar um plano.

“– Eu estou na sala de segurança e posso ver todos os andares, tem cerca de cinquenta caras maus espelhados pela torre; também tem explosivos em todas as entradas. Consigo ver dois grupos de reféns: um no décimo terceiro andar e outro no vigésimo” — Peter informou, fazendo Loki suspirar tentando não se preocupar ainda mais.

Seu filho mais velho deveria ter lutado com alguns capangas para chegar à sala da segurança. Ter a certeza disso fazia seu estômago se embrulhar. Seu menino só tinha enfrentado alguns ladrões e ajudado algumas velhinhas com as compras, nada muito perigoso, mas agora estava lidando com uma invasão alienígena, mercenários e um tirano maluco. Para piorar ou melhorar, o deus ainda não conseguia se decidir, o menorzinho estava com ele.

— Você consegue ver o Destino? – o deus indagou, observando o Hulk abater várias criaturas.

“– Ele está no terraço com outro homem que não conheço. Esse estranho parece estar controlando o aparelho que abriu a ponte de Einstein-Rosen” — o mais novo informou.

— Nari? – sua voz saiu suave e mais controlada que conseguiu.

“– Sim, papa?” — A voz assustada de seu caçula quase o fez invadir a torre sem um plano.

— Eu vou buscar vocês, vai ficar tudo bem. Acredita em mim? – questionou, e recebeu como resposta um ‘sim’ baixinho. O deus sabia que seu menininho estava preocupado com tudo o que estava acontecendo, e apavorado. Ele nunca passou por algo parecido, mas estava se fazendo de forte. – Logo, logo estaremos juntos, nós três, eu prometo.

“– Estou esperando o senhor, papa” — a voz do caçula soou trêmula.

— Fiquem perto um do outro. Peter, cuida do seu irmão, e Narfi, cuida do Pete para mim – Loki falou, na tentativa de amenizar a situação.

O que ele realmente estava pedindo era para que Peter cuidasse do irmão, já que o caçula jamais iria admitir que toda a situação o apavorava. Não era a atitude que uma criança deveria ter e isso deixava Loki desesperado, seu caçula estava amadurecendo rápido demais, Narfi deveria chorar e chamar por ele como uma criança comum.

“– Pode deixar, pai, nada vai acontecer a ele”— Peter informou, entendendo o pedido do pai, o mais novo também avisou que cuidaria do irmão, mas sua voz soou tão baixinha que por pouco Loki não conseguiu ouvir.

— Esses são os meus garotos... – Havia uma falsa animação na voz do jovem deus. Loki fez uma prece silenciosa para que os filhos não tivessem percebido isso.

Loki respirou fundo e engoliu o bolo que estava em sua garganta, já tinha uma noção do que precisava fazer, mas para isso teria que tirar o Dr Destino da torre e o único capaz de fazer isso no momento seria o Hulk, e para a sua sorte, não foi difícil convencer o gigante esmeralda a atacar. Ele estava especialmente irritado com o Von Doom. Infiltrou-se usando sua magia para conter a explosão da bomba presa em uma das portas de emergência, subiu aos andares com reféns usando o vão do elevador e agradecia a sorte de conseguir voar, seria uma subida bem cansativa e demorada se não tivesse essa habilidade.

Resgatar os nove reféns do décimo terceiro andar fora relativamente fácil, havia apenas quatro homens mantendo-os presos em uma sala. Descer um por um pelo vão do elevador que acabou sendo complicado e mais demorado do que ele gostaria. O caminho pelo qual ele entrou era a maneira mais segura de tirá-los do prédio, já que até as portas estavam com explosivos. O resgate das pessoas que estavam cativas no vigésimo andar fora um pouco mais difícil. Haviam mais homens e Loki teve certeza que sua presença tinha sido notada. Quase perdeu os sete reféns, mas por sorte apareceu Peter e conseguiu impedir que o capanga detonasse uma granada perto das pessoas, a lançando para fora do prédio graças a uma janela quebrada.

O deus respirou aliviado e derrubou o último bandido, correndo ao encontro do filho que ajudava uma senhora que estava cativa a ficar em pé. Ele vistoriou o corpo do garoto a procura de algum machucado, depois o abraçou com força.

— Pai, eu preciso respirar – Peter resmungou, sentindo suas costelas doerem devido ao aperto de urso do deus.

— Me desculpe! Cadê o seu irmão? – Loki indagou, exasperado, fazendo o menor olhar para a direita. Narfi saiu de trás de uma mesa. Para ficar perto de Peter como o pai havia pedido e não atrapalhá-lo no dever de combater os vilões, ele havia se transformado em um filhote de gato com pelagem preta e olhos extremamente verdes.

— Eu estou aqui, papa – o seu caçula falou, envergonhado por não poder ajudar os mais velhos. Ele ainda não tinha total controle sobre sua magia para conjurar feitiços poderosos sem desmaiar, além de não saber lutar corpo a corpo.

Loki caminhou apressado até o filho, se ajoelhou para ficar na altura dos olhos do caçula, verificou seu corpo a procura de machucados como fez com Peter, mas apesar de um pouco assustado, Narfi estava bem. Por isso, Loki o abraçou com força, também lhe tirando o ar que causou alguns resmungos doloridos.

— Pete, leve essas pessoas para baixo usando o vão do elevador e suas teias, a porta noroeste não tem explosivos e vocês vão passar tranquilamente por lá. Quando estiverem na rua, procurem um lugar para se proteger – Loki ordenou, ficando em pé com Narfi nos braços.

— E o senhor? – Peter questionou.

— Tenho que fechar esse portal, ou essa batalha não vai acabar – avisou, fazendo carinho nas costas do mais novo que tinha o abraçado e escondido o rosto na curvatura de seu pescoço.

— Vai ser perigoso, pai – expôs, tentando esconder a aflição em sua voz. Loki tocou o rosto do filho sentindo o medo em suas palavras.

— Eu sei que vai ser perigoso, confie em mim, eu já enfrentei coisa pior e tenho grandes motivos para lutar – o jovem deus falou, tentando reconfortar o menor.

Loki já tinha enfrentado pessoas mais poderosas que o Dr Destino, mas era a primeira vez que seus filhos o assistiam batalhar de verdade e por isso tinham medo que os esforços do pai não fossem o suficiente para deter a invasão.

— O senhor vai voltar? – o Homem-Aranha indagou, temendo a possibilidade de perder o homem que considerava como pai. Apesar de Richard Parker estar vivo e saudável, Peter não queria nenhum tipo de contato com o progenitor, o considerava apenas um doador de esperma.

— Claro que sim! – afirmou, sorrindo. – Agora vão e não hesitem em usar seus poderes para se defender. Até mesmo você, Narfi – ordenou, entregando o caçula. – Não tenha medo Narfi, você é muito mais forte do que imagina. Não tenha medo de usar sua magia, meu pequeno, se algo der errado, eu estarei lá para impedir que machuque alguém. É uma promessa! Peter, você tem que ser o Homem-Aranha, essas pessoas dependem de você. – Não gostava de jogar essa responsabilidade nas costas dos filhos, mas Loki sabia que precisava fechar o mais rápido possível o portal acima de suas cabeças. – Eu amo vocês dois, nunca duvidem disso – pediu, carinhosamente, depois beijou o topo da cabeça de ambos.

Loki esperou as primeiras pessoas serem retiradas e depois seguiu seu caminho. Apesar das armas de última tecnologia, os bandidos não eram páreos para a magia e um por um, foram derrotados. Mesmo assim, o jovem deus achou que demorou demais para chegar até o terraço onde encontrou desmaiado o astrofísico Erik Selvig, um dos cientistas sequestrados pelo Dr Destino.

O deus verificou os sinais vitais do homem caído, notando que ele estava sem nenhum ferimento visível, depois foi até o painel de controle do aparelho que mantinha a ponte de Einstein-Rosen aberta e começou a procurar os protocolos de desligamento da máquina. Estava perdendo a paciência e iria explodir tudo quando ouviu o doutor Selvig gemer dolorido enquanto acordava, Loki foi ajudá-lo a se levantar e tentar convencê-lo a ajudar, por sorte o feitiço de hipnose, ou seja lá o que for que o Destino tinha colocado nele se desfez com a pancada na cabeça que ele levara ao ser jogado para o lado pelo Hulk.

— Talvez haja uma maneira de fechar. Eu coloquei uma trava, mas precisamos de algo forte o suficiente para suportar a pressão que o campo de força exerce – Erik avisou, depois que a nuvem de confusão causada pelo encanto de controle do Destino se fora.

— Tenho algo que vai servir – Loki avisou, após pensar por alguns instantes.

O jovem deus ficou em pé e materializou sua mais poderosa arma, o cetro contendo uma das joias do infinito, especificamente a da Mente. Loki sabia que era tanto resistente que o martelo de guerra do seu irmão (Mjolnir). Afinal, ele foi fabricado por Brokk e Eitri, os melhores artesãos ferreiros de Nidavellir. O astrofísico foi para o painel de controle e começou a digitar freneticamente.

— No centro, empurre o cubo para baixo – Selvig ordenou.

— Tem alguém na escuta? Eu posso fechar o portal. Tem alguém me ouvindo? – Loki chamou, usando o comunicador intra auricular.

Feche— a voz do Capitão América soou em seus ouvidos.

Não! Esperem um pouco. Tem uma ogiva nuclear vindo em nossa direção e eu sei exatamente onde colocá-la— o Homem de Ferro avisou.

— Anthony, tem certeza? É uma viagem sem volta – Loki falou, preocupado.

Eu sei, mas eu vou me arriscar— Tony comunicou, com uma seriedade incomum.

O deus ultrapassou a barreira de proteção em volta da máquina que mantinha o portal aberto e esperou, em instantes o Homem de Ferro apareceu voando com a bomba em suas costas e entrou no buraco de minhoca, em seguida foi possível visualizar uma grande explosão, mas nada do Stark retornar.

Feche— Steve pediu, com pesar.

Loki hesitou por uns instantes, afinal, Tony era muito mais importante para ele e seus filhos do que a maioria das pessoas poderia imaginar, mas acabou empurrando o cubo cósmico para baixo, o selando e desligando a máquina. O portal começou a se fechar lentamente, o jovem deus não tirava seus olhos esverdeados do céu, ele pedia a qualquer força superior que estivesse olhando por eles, que Homem de Ferro conseguisse voltar para eles.

Foi impossível para Loki não sorrir quanto o brilho avermelhado da armadura de Tony apontou no céu segundos antes da ponte de Einstein-Rosen, mas ele estava caindo muito rápido e sem nenhum tipo de controle. Já estava pronto para ir salvar o Homem de Ferro quando Hulk apareceu e o agarrou em plena queda livre. O jovem deus assistiu de longe os seus amigos em volta ao Stark, ele também estava ouvindo tudo o que falavam, por isso seu coração bateu dolorido quando disseram que Tony não estava respondendo. Felizmente, depois de um urro do gigante esmeralda, o Homem de Ferro acordou e mesmo meio assustado com a possibilidade de ter sido beijado por um deles, tudo parecia bem.

Loki também conseguia ver a capa vermelha do seu irmão e já imaginava os problemas que iriam surgir devido a esse novo reencontro, mas ainda não era hora de lidar com aquilo, os Vingadores precisavam dar um fim definitivo na bagunça que se tornou o centro de Manhattan. Ou seja, tinham que prender o Dr Destino.


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Notas finais do capítulo

E aí meus amores lindo, o que acharam do capítulo? Já estão ansiosos para a continuação?? Gostaram do Loki sendo um Vingador???

Quero agradecer a CecySazs por me ajudar com o capítulo. Vão lá dá biscoito para ela meu povo.
Bjus e até o próximo capítulo



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