Still Loving You More escrita por MisuhoTita


Capítulo 5
Uma Noite Complicada


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!

E eis que chegamos a mais um capítulo com o final da primeira noite de Arthur e Maria Flor morando sob o mesmo teto, com a revelação da mulher que chegou no capítulo anteiror.

Gostaria de agradecer a Monirubi2009, TommySan, Sally-Yagami e Ana Virgínia pelos comentários no capítulo anterior. Muito obrigada, é muito importante para mim seus comentários.

E, mais uma vez eu peço, se leu, deixe um comentário, vou adorar saber o que estão achando dos desdobramentos da trama.

Boa leitura e enjoy❣



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Ao olhar a recém-chegada, Arthur bufa de raiva, pois, ela não poderia ter chegado em um momento menos inoportuno, afinal de contas, está tentando se entender com Maria Flor, pelo bem desta criança que tem em seus braços, e, por mais que goste da mulher, neste momento, a presença dela não o agrada nem um pouco.

― Danielly. – fala Arthur, com desagrado em sua voz – Não me lembro de termos combinado algo para esta noite.

― E não combinamos. – responde Danielly, ainda sem tirar os olhos de Maia Flor – Mas, não foi por falta de tentativas. Te liguei mil vezes, deixei várias mensagens em seu WhatsApp e você não me respondeu, por isso vim, a fim de saber o que está acontecendo. E quem é esta menina? Desde quando permite que empregadas sentem-se a mesa?

― Maria Flor não é uma empregada. – responde Arthur, de forma seca – E peço, Danielly, que comece a trata-la com um pouco mais de respeito, visto que ela é a mãe de meu filho.

― Ela é o que? – Danielly sente o seu rosto começar a perder a cor.

― Isto que você ouviu. – Arthur fala calmamente – Este menino que está em meu colo é meu filho. E, como Maria Flor é a mãe dele, espero que o mínimo que possa fazê-lo é respeitá-la.

― Por que nunca me contou que tem um filho? – de tão atordoada que se encontra, é a única coisa que Danielly consegue perguntar.

― Nem eu mesmo sabia, Danny, descobri este fato esta tarde.

― Imagino que esta Mortinha de Fome tenha aparecido exigindo pensão e tudo o que o seu dinheiro pode comprar.

Maria Flor, que até então estava quieta, apenas observando o diálogo entre Arthur e esta mulher, não gosta nem um pouco de ser chamada de “Mortinha de Fome”. Ela pode ser pobre, mas nunca em toda a sua vida precisou do dinheiro de ninguém! Não vai deixar que esta desconhecida, que nada sabe de sua vida, ataque a sua honra desta forma!

E, tomada pela fúria, Maria Flor levanta-se da cadeira e, encara Danielly, olhando-a nos olhos para, em seguida, dizer:

― Escuta aqui, moça! Eu não admito que me ofenda desta forma! Você não sabe nada a meu respeito para me ofender desta forma!

― E nem preciso saber. – a voz de Danielly é fria – É só olhar para você, com esta pele queimada de sol, estas roupas maltrapilhas e este cabelo horroroso para saber que não passa de uma Morta de Fome!

― NÃO ME CHAME DE MORTA DE FOME!!! – vocifera Maria Flor, ao mesmo tempo em que acerta uma bofetada na face de Danielly – Nunca precisei de Arthur para criar o meu filho, e se estou na casa dele, a culpa não é minha!

Danielly sente o seu rosto corar ante a raiva que sente. Como esta pobretona ousa lhe acertar? Mas, isto não irá ficar assim e, irá adorar mostrar a ela que, com Danielly Simões não se brinca.

― Agora chega! – a voz de Arthur soa calma – Não quero saber de escândalos em minha casa! Danny, eu convidei Maria For para ficar aqui com meu filho, se é isso o que quer saber, e, acho melhor você ir embora agora, pois os ânimos estão muito agitados aqui, amanhã conversamos com calma!

― Arthur! – a voz de Danielly é completamente horrorizada – Sou sua noiva! Você não pode simplesmente me expulsar de sua casa enquanto vai passar a noite com esta Maria Ninguém!

― Já disse, a Maria Flor fica com meu filho e você vai embora sem criar caso. Amanhã conversaremos com calma e explicarei tudo a você! Eu a acompanho até a porta.

Após dizer estas palavras, Arthur entrega o pequeno Sadrak para mãe e, acompanha Danielly até a porta, abrindo-a para ela, e, a acompanhando até o elevador.

― Importa-se se eu lhe pedir um favor? – pergunta Arthur, com a voz calma.

― E que favor seria esse? – Danielly, ainda de cara amarrada, devolve a pergunta.

― Sei que lhe dei a chave de minha cobertura e liberdade para ir e vir quando bem entender, mas, por favor, enquanto Maria Flor estiver aqui, ligue antes de vir.

― Vai mesmo abrigar esta Morta de Fome em sua casa?

― A questão não é a Maria, mas o menino, como eu disse, é meu filho, e, não vou deixar o menino viver na pobreza.

― Tire-o dela e pronto, nenhum juiz vai negar a guarda a você, ainda mais levando em consideração que a sujeitinha não deve nem ter onde cair morta.

― As coisas não funcionam bem assim. O menino não está acostumado comigo e, por isso mesmo, por enquanto, a presença da mãe dele é necessária. Mas isso irá mudar e, eu prometo a você que, quando o menino não precisar mais da mãe dele, dispenso a Maria Flor e então, minha querida, não terá mais porque se preocupar.

Ao ouvir as palavras de Arthur, um sorriso se forma nos lábios de Danielly e, ela toca a face do homem à sua frente com carinho, para em seguida dizer:

― Promete pra mim que vai se livrar da mortinha de fome tão logo o menino se acostume a você?

― Você tem a minha palavra, não se preocupe quanto a isso.

Os dois então trocam um rápido e ardente beijo, e, assim que seus corpos se separam, o elevador chega. Danielly adentra o elevador e, assim que a porta se fecha, Arthur dá as costas, voltando para a sua cobertura e, ali chegando, vê Maria Flor de pé, com o filho resmungando no colo.

― Importa-se se eu levar o Sadrak para a sala, para que ele possa assistir ao programa dele?

― Vai mesmo colocar aqueles palhaços ridículos para o menino assistir?

― Em primeiro lugar ele gosta, é programa de criança, e em segundo lugar, se quer mesmo ser pai, poderia começar chamando seu filho pelo nome, que é Heike Sadrak! Quantas vezes terei de repetir isso?

― E quantas vezes eu vou ter que dizer que não consigo me acostumar a este nome exótico que você escolheu?

― Isto não é problema meu Arthur! Foi você quem me fez de idiota e foi embora, me deixando sozinha com um filho na barriga!

― Eu não ia imaginar que você fosse engravidar!

Maria Flor percebe Sadrak cada vez mais inquieto em seu colo e, sabe que é a falta de seu programa e, por isso mesmo, ela deixa o homem falando sozinho e, começa a caminhar até a sala, a fim de ligar a televisão para que seu menino possa se distrair com o programa que ele tanto ama.

Mas, ao chegar à sala, vê uma infinidade de controles e, fica em dúvida sobre qual deles é o da televisão. Mas, por sorte, Arthur chega e pega um dos controles, ligando a televisão e, começando a trocar de canal rapidamente, até que chega ao canal do programa dos palhaços. Maria Flor senta o filho em uma poltrona e, Arthur não deixa de notar como a atenção do menino está fixa nos palhaços, e, ele até começa a rir das musiquinhas insuportáveis, coisa que acaba por chamar sua atenção.

― Ele gosta mesmo destes palhaços chatos, não é mesmo? – pergunta Arthur, como quem não quer nada.

― Já disse que para você eles podem até ser chatos, mas para um bebê da idade do Sadrak não é. E se quer mesmo ser um pai de verdade, o que, eu duvido muito que queira, vai ter de aprender a conviver com isso.

― Eu serei um pai de verdade para ele, minha cara! Muito melhor do que você é mãe!  É só comparar as nossas condições, tudo o que eu posso oferecer ao menino e tudo o que você não pode!

― E você acha que o fato de ter dinheiro para comprar seja lá o que for o torna um bom pai? – Maia Flor o encara, arqueando as sobrancelhas – Pois sinto informa-lo, mas o que o torna um péssimo pai é o fato de que você não ama o Sadrak, não conhece as necessidades dele e parece não estar interessado em descobrir!

― Acha mesmo que, se eu não estivesse interessado no menino, não o teria trazido para cá? Se não me preocupasse com ele, o teria deixado naquele lugarzinho que você chama de casa!

― Minha casa pode até ser humilde, mas nunca faltou nada a meu filho!

― Pelo menos, nada que o dinheiro possa comprar, não é mesmo?

― Amor é muito mais importante que dinheiro! E espero sinceramente que um dia você perceba isso!

Arthur está prestes a responder Maria Flor, quando olha para o menino, sorrindo e batendo palminhas e, no mesmo instante, muda de ideia. Pode discutir com Maria Flor depois e, já que o bebê gosta de assistir a estes palhaços, que assim seja, pelo menos por hoje, não irá mais reclamar. E depois, com o tempo, certamente irá ensinar ao menino a gostar de programas mais interessantes e saudáveis.

Maria Flor caminha até a poltrona e, pega seu filho no colo, para então se sentar em seguida. Enquanto assiste a seu programa, o pequeno Sadrak segura uma das mechas do cabelo de sua mãe, e, pouco a pouco, seus olhinhos vão se fechando e, em pouco tempo, ele já está dormindo.

Com todo o cuidado do mundo a fim de não acordar o seu precioso filhinho, Maria Flor levanta-se e, caminha até o quarto de hóspedes, onde deita o bebê na cama, cercando-o de travesseiros e almofadas, para que ele não venha a cair da cama ao se mexer. E, após fazer isso, ascende os abajures do quarto para então apagar a luz.

― Ele não dorme no escuro? – pergunta Arthur, em um tom de voz tão baixo que assusta Maria Flor, que, não havia percebido o fato de ele a ter seguido até o quarto.

― Desde quando está aqui? – a jovem devolve a pergunta.

― Eu a segui, caso não tenha percebido. – Arthur dá de ombros – Mas, você não respondeu à minha pergunta.

― É claro que ele dorme no escuro. Mas acontece que ele está em um ambiente desconhecido, então é melhor deixar o abajur aceso, assim eu consigo ficar de olho.

― Você fala de um jeito, como se este menino fosse a coisa mais importante do mundo para você.

― O Sadrak é tudo para mim! E esta é a diferença entre nós dois! Eu me importo com ele, você não!

― Eu já disse que me importo com ele!

― Pois não parece!

― Irei mostrar para você que eu me preocupo sim com este menino!

― Tá aí algo que eu quero ver!

― Não brinque com quem você não conhece, Maria Flor, ou pode acabar se arrependendo.

Dizendo isto, Arthur deixa o quarto e, Maria Flor suspira aliviada ao se ver livre da presença deste homem. Definitivamente, ela não sabe por quanto tempo irá aguentar os insultos de Arthur e, ao mesmo tempo, sabe que não pode simplesmente ir embora, ou corre o risco de perder o filho, e, não pode deixar que isto aconteça!

Sadrak é simplesmente o seu mundo e por ele, ela é capaz de absolutamente tudo, até mesmo ser humilhada da forma como está sendo, simplesmente por ser pobre.

Decide tomar um banho e, tirando uma muda de roupas de sua sacola, vai para o banheiro de hóspedes, onde se despe rapidamente e liga o chuveiro, e só então ela não consegue mais conter as lágrimas de humilhação, que começam a cair livremente por sua face.

Sabe que é uma moça pobre, mas, mesmo assim, detesta ser humilhada só porque sua condição financeira não se compara a de pessoas como Arthur e aquela mulher! Não admite ser humilhada desta forma, e, não importa quem ela seja, nunca mais irá ser chamada de “Mortinha de Fome.” Pode ser pobre, mas é honesta, e, nunca na vida passou fome!

Quando criança, vira seu pai trabalhar na roça para sustentar a família e, se orgulha disso! Assim que teve idade para trabalhar e ajudar em casa, ela o fez, e se orgulha disso. Os calos em suas mãos, bem como sua pele bronzeada, são para ela motivo de grande orgulho, pois fazem parte de quem ela é.

E, hoje em dia, nesta cidade que é tão estranha para ela, orgulha-se de ter seu trabalho, humilde sim, mas, é com ele que vem se sustentando e a seu filho. Nunca precisou de um centavo de Arthur, nem seu menino, e se orgulha muito disto!

Mas, infelizmente, este homem prepotente acha que seu maldito dinheiro é capaz de comprar qualquer coisa, e, no momento, não há nada que ela possa fazer, pois, não é tola, e sabe que um juiz dará a guarda de seu filho a este homem, apenas por conta do dinheiro dele.

Sente as lágrimas descendo livremente por sua face, e, por mais que tente contê-las, simplesmente não consegue e, se conforma em deixar que elas caiam livremente por sua face, se misturando a água morna do chuveiro até que não reste mais nenhuma. E, antes chorar sozinha no banho, do que na frente de Arthur e mostrar suas fraquezas.

Pouco a pouco, vai se acalmando e, conseguindo parar de chorar. Desliga o chuveiro se seca e troca de roupa, para então deixar o banheiro e voltar a seu quarto, a fim de ficar com o seu filhinho.

Com todo o cuidado do mundo a fim de não acordar Sadrak, deita-se na cama ao lado de seu menino e, apesar de todo o conforto, sente que está longe de conseguir dormir e que esta, infelizmente, será uma das maiores e piores noites de toda a sua vida, e não há nada que ela possa fazer para mudar isso.

 

*****

 

Arthur acaba de sair de sua suíte e, vestindo apenas uma cueca samba canção, vai até a estante de seu quarto e escolhe um livro, para então deitar-se em sua cama, e começar a ler. Mas, por mais que ele tente se concentrar, não consegue, pois seus pensamentos estão fixos no menino que dorme no quarto ao lado.

E, por mais que ele tente disfarçar, ainda está em choque por descobrir que tem um filho, e, não sabe muito bem como lidar com isso. A única coisa da qual tem certeza, é de faz questão que nada falte a criança, afinal de contas, o menino tem o seu sangue.

Amanhã mesmo entrará em contato com seu advogado, para que ele possa dar entrada no processo de reconhecimento de paternidade e, espera sinceramente que isso não venha a demorar muito, pois, quanto antes o seu nome estiver na certidão de nascimento do menino, melhor.

E, ele anseia por isso, pois, não quer que um filho seu não tenha seu nome, e todo o conforto que pode dar a ele. Por isso mesmo, quer Maria Flor queira ou não, a partir de agora é ele quem dá as cartas, e decide o que é melhor ou não para o menino.

 E, a Maria Flor, nada mais restará, a não ser concordar com as suas decisões, afinal de contas, ele sabe, muito melhor do que ela, decidir o que será melhor, daqui em diante, para o menino.

Pensando nisso, sabe que precisa começar a pensar nas primeiras necessidades dele, bem como seu apartamento precisará de algumas modificações para que ele fique bem. E, sabe que não conseguirá este feito sozinho, que precisará de ajuda, mas, felizmente, ele sabe a quem recorrer nestes casos, e, tem certeza de que esta pessoa não irá decepcioná-lo, afinal, ela entende de crianças melhor do que ninguém.

Fecha o livro que está lendo e, joga ao lado da cama, para então pegar o seu I Phone, que está sobre a sua mesinha de cabeceira. Desbloqueia o telefone e, vai direto para um de seus contatos favoritos, escolhendo a opção de discagem, não demora muito e, a pessoa do outro lado da linha atende.

― Mãe. – fala Arthur, ao ouvir a voz da mulher – Estou precisando muito de você. – escuta a resposta de sua mãe do outro lado da linha, para então continuar – É uma história meio complicada para se explicar pelo telefone, mãe. – escuta novamente a resposta da mulher – Importa-se de vir tomar o café da manhã aqui em casa? Acho que, se você ver meu problema com os próprios olhos irá entender. – novamente, escuta a resposta de sua mãe – Este horário está perfeito para mim. Estarei lhe esperando. Um beijo.

Arthur desliga o telefone e, sente o alívio tomar conta de si, pois, com a ajuda de sua mãe, será mais fácil resolver o problema de acomodação de seu filho. É claro que poderia perguntar a Maria Flor, mas, ela obviamente não entende dos confortos que ele pode proporcionar ao menino e, por isso mesmo, é prefere encarregar sua mãe desta tarefa tão importante.

Mas, apesar de saber que deixará a sua mãe encarregada disto, não pode deixar de avisar Maria Flor, pois, ela é a mãe do menino e, além do mais, não quer um escândalo, como o que houve com Danielly.

Sem perder tempo, o homem se levanta e, coloca um robe, para então deixar a sua suíte e caminhar até o quarto de hóspedes. Ali chegando, vê a porta fechada, e, dá umas batidinhas leves, pois sabe que o menino está dormindo e não quer acordá-lo, mas, não há qualquer resposta.

Bate novamente na porta, mas, novamente, não há qualquer resposta de Maria Flor e, querendo saber o motivo de ela não atender, ele decide abrir a porta e, faz isso com o mínimo de barulho, tudo isso porque não quer acordar o bebê.

E, ao adentrar o quarto, percebe que o abajur continua aceso. Sua atenção vai direto para a cama, onde a cena diante de seus olhos chama a sua atenção, Maria Flor dormindo, abraçada ao bebê. E, ante tal cena, Arthur não consegue deixar de sorrir.

Ela é linda.

Uma linda teimosa.

Mas linda.

E, dormindo de forma tão inocente abraçada ao filho, nem parece a ferinha que briga com ele.

Tomando cuidado para não acordar os dois, ele deixa o quarto, fechando a porta sem fazer qualquer barulho.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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