Still Loving You More escrita por MisuhoTita


Capítulo 12
Sebastian




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Ao ouvir as palavras de Danielly, um sorriso que é pura maldade brota nos lábios de Sebastian, ao mesmo tempo em que ele não perde tempo em dizer:

― Por mais que eu ame o tipo de serviço que está me encomendando, você sabe que isso curta caro, minha cara. E, a depender da pessoa de quem você quer se livrar, o preço pode acabar subindo ainda mais, principalmente se for uma pessoa influente.

― Eu deveria era pagar o mínimo possível por conta daquela Mortinha de Fome, Sebastian! – exclama Danielly – Aquela ali simplesmente não vale o chão que ela pisa, essa é que é a verdade. Não tem nem onde cair morta, logo, se acha que pagarei a mais por conta daquela Mosca Morta, está redondamente enganado! Será o preço padrão pelo serviço.

Sebastian presta demasiada atenção nas palavras de Danielly, principalmente no ódio com o qual ela se refere a tal “Mortinha de Fone”, e, começa a achar divertida toda a situação, pois, se ela veio até aqui para procurar por seus serviços, isso significa que a mulher em questão deve ser muito mais do que Danielly deixa transparecer em suas palavras.

― E posso saber porque exatamente quer se livrar desta mulher? – Sebastian não consegue deixar de perguntar, ao mesmo tempo em que ele arqueia uma sobrancelha.

― Creio que isso não lhe diz respeito.

― Diz todo o respeito do mundo, minha cara, afinal de contas, se você está contratando os meus serviços, precisa me dar todos os dados disponíveis a respeito de minha vítima.

― A verdade é que eu não sei muito sobre ela. Sei que se chama Maria Flor é uma retirante que fez um filho com Arthur apenas para se beneficiar do dinheiro dele.

― Tirando você da jogada. Esperta a Flor Maria. Me diga, ela é bonita? Para o seu precioso Arthur ter lhe trocado por ela, deve ser uma beldade a Florzinha Aninha, não, não, a Florzinha Maria, é esse o nome.

― Tanto faz o nome da retirante. O que me interessa é que você a tire do meu caminho. Quanto vai cobrar pelo serviço?

― Dez mil reais. – Sebastian volta a arquear uma sobrancelha.

Danielly olha para o homem à sua frente completamente boquiaberta, pois, ela sabe muito bem que ele está cobrando um preço muito mais caro pelo serviço.

― Essa quantia que você está me cobrando é um roubo e nós dois sabemos muito bem disso, Sebastian!

 Ante as palavras de Danielly, Sebastian volta a sorrir de forma irônica, para então voltar a dizer:

― Pode até ser. Mas, de nós dois, não sou eu quem está precisando tirar a Florzinha Alicinha do meu caminho. Ao contrário, quem parece desesperada para se livrar da Florzinha Amelinha é você. Por mim, ela pode continuar viva que não faz a menor diferença. Mas, se quiser que ela morra, terá de pagar os dez mil reais. É pegar ou largar, minha cara.

Completamente contraria e morrendo de raiva, Danielly começa a pensar nas palavras de Sebastian. O conhece muito bem e, sabe que agora que ele percebeu o quanto ela quer se livrar da Mosca Morta, que ele não vai abaixar o preço, muito pelo contrário, é capaz de aumenta-lo. Então, infelizmente, ela não tem escolha a não ser concordar com o preço que ele está lhe oferecendo.

― Está certo, Sebastian. – Danielly enfim consegue dizer – Concordo com o seu preço.

― Eu sabia que você ia concordar, minha cara. – Sebastian fala de forma irônica – Como você já sabe, cinquenta por cento do valor deve ser depositado agora, como forma de adiantamento e, o restante do valor quando o serviço estiver concluído.

Ante as palavras de Sebastian, Danielly nada diz, apenas pega o seu I Phone, destrava a tela para em seguida abrir o aplicativo de seu banco e fazer a transferência de sua conta corrente para a conta corrente de Sebastian.

E, tão logo o homem recebe a confirmação da transferência bancária, um sorriso muito mais do que irônico surge em seus lábios, o que não passa despercebido por Danielly que, sente a raiva tomar conta de si. Mas, por outro lado, se conseguir se livrar da Morta de Fome, então, terá valido a pena pagar todo este dinheiro a Sebastian.

― E agora? – Danielly volta a questionar – Quando é que você vai se livrar daquela Morta de Fome?

― Você sabe que as coisas não funcionam assim, Danny. – fala Sebastian, com a voz carregada de sarcasmo – Primeiro eu preciso conhecer a minha vítima para, só depois, decidir qual será a melhor forma de fazer o serviço. Mas, não se preocupe, minha cara, pois, hoje mesmo já começarei o trabalho, mas, para isso, me diga, onde mora a Florzinha Amandinha?

― Ela está morando na casa do Arthur.

― Caramba! – Sebastian se pega surpreso com as palavras de sua interlocutora – Pelo visto a Florzinha Angelinha é muito mais esperta do que inicialmente eu havia julgado, agora entendo porque você está tão zangada e tão desesperada para se livrar dela.

― Dela e daquele fedelho, o filho.

― Ei, ei, ei! O preço combinado é apenas para eu me livrar da Florzinha Alaninha. Se quiser que eu me livre do pivete também é o dobro do preço!

― Esqueça, Sebastian! Se acha que você vai me arrancar ainda mais dinheiro está redondamente enganado! Assim que você se livrar da Mosca Morta darei um jeito de colocar o fedelho em um internato e todos os meus problemas estarão resolvidos.

Sebastian apenas dá de ombros ante as palavras de Danielly, pois, já que ela não quer se livrar do pivete também, o problema é inteiramente dela. Ele fez a sua parte ao se oferecer para se livrar do pivete, mas, se ela não quis, paciência.

― Pois bem, minha cara! – diz Sebastian – Hoje mesmo já irei começar a investigar a vida da Florzinha Antoninha para que possa planejar como irei me livrar dela. Assim que tiver novidades, entro em contato com você.

 

 

******

 

 

 Arthur está em seu escritório particular no prédio sede de sua rede de hotéis, terminando de ler o contrato final de compra do ressorte de Angra dos Reis. Só falta a sua assinatura e uma autenticação de cartório para que a compra possa finalmente ser finalizada e, isso é algo que o deixa muito satisfeito.

Há meses estava de olho neste resort, e, por isso mesmo é que a compra dele será algo que o deixará bastante satisfeito, visto que, ele tem certeza, este investimento lhe trará um bom lucro a curto, médio e longo prazo.

Para um empresário sério e bem-sucedido como ele, é importante demais analisar com cuidado cada um de seus investimentos, pois, ele simplesmente detesta tomar qualquer tipo de prejuízo. O seu trabalho é sério demais para que ele se permita este tipo de coisa, e, ele sabe que a competição no ramo da hotelaria hoje em dia é muito grande, e, por isso mesmo, tem que tomar muito cuidado com a concorrência.

Ele sabia que não era o único empresário do ramo da hotelaria de olho naquele resort, e, por isso mesmo é que tomou todos os cuidados do mundo para que a sua oferta fosse a melhor possível, sem dar qualquer tipo de chance para os seus concorrentes.

E, felizmente, ele conseguiu o seu objetivo, e, com isso, o resort agora é seu! Algumas reformas serão necessárias para deixar o local com a cara de sua marca, mas, não será algo grande e, dentro de alguns meses, o lucro do resort já será bem superior ao valor que ele passou por ele.

Está prestes a ligar para o seu advogado e dizer que ele já pode marcar a ida ao cartório para a assinatura do contrato quando o barulho da porta de sua sala se abrindo acaba por chamar a sua atenção.

― Mãe. – ele diz sem qualquer emoção ao ver sua mãe adentrar a sua sala – Posso saber o que está fazendo em meu local de trabalho?

Andrea não se deixa intimidar pelas palavras de Arthur e apenas atravessa a sala, sentando-se em uma cadeira em frente à mesa de seu filho, para então a sua voz se fazer ouvir:

― Isso lá é jeito de cumprimentar a sua mãe, Arthur?

― A senhora está interrompendo o meu trabalho. Seja lá o que te trouxe aqui, não poderia esperar até a noite para conversarmos em minha casa, por exemplo?

― Se fosse algo que pudesse esperar certamente eu não estaria aqui, Arthur.

― Então faça o favor de dizer logo pois eu estou ocupado.

― Em primeiro lugar, Arthur, eu já lhe disse mil vezes que você pode ser rude como um cavalo com quem você quiser, menos comigo que sua mãe.

― Podemos pular essa parte e ir ao que realmente interessa, mãe? Olha, eu realmente não sei se você notou, mas, eu estou trabalhando.

― É justamente sobre trabalho que eu quero falar com você!

― Sobre trabalho? Essa é novidade. Até onde eu sei, a senhora nunca se interessou pelo meu trabalho.

― Não é o seu trabalho, Arthur! Mas o da Maria! Você tem que fazer alguma coisa por aquela menina! Acho um absurdo ela continuar trabalhando de diarista. Por mais que eu entenda os motivos dela, não creio que seja o melhor para ela continuar a trabalhar em um serviço tão pesado como este.

― Eu também penso assim. Não vejo necessidade nenhuma dela continuar trabalhando. Mas, ela é teimosa como uma mula, mãe. Todas as vezes que eu digo para ela parar de trabalhar ela me ataca, dizendo que não precisa do meu dinheiro para nada.

― Meu filho, você está usando a abordagem errada. É claro que ela nunca irá aceitar ser sustentada por você.

― Mas então? Não foi a senhora mesma que disse que não acha conveniente ela trabalhar como diarista?

― Sim. Mas isso não significa que ela não deva trabalhar para ter a independência dela. Você é um homem muito influente, Arthur, tudo o que tem de fazer é falar com um de seus amigos para oferecer um trabalho para ela, pois, tenho certeza de que ela jamais aceitará trabalhar para você.

― Conhecendo a Maria como estou conhecendo, eu também tenho essa certeza.

― Então, pense no que eu disse, filho. Você tem bons contatos, tenho certeza de que conseguirá encontrar uma boa colocação para a Maria.

― Farei isso. O problema será amansar a fera para que ela aceite qualquer ajuda vindo de mim.

― Leve-a ao cinema hoje à noite. – Andrea pisca para o filho – Será uma boa oportunidade para vocês conversarem e assim eu poderei mimar um pouco o meu netinho sem vocês por perto.

E, após dizer estas palavras, Andrea se levanta e deixa a sala do filho, sem dar a ele tempo para responder.

Arthur apenas fica fitando aquela porta por vários minutos, pensando sobre as palavras ditas por sua mãe.

Por que diabos ele não pensou nisso antes? Sendo que, esta ideia que sua mãe deu é realmente uma ótima solução para tirar Maria Flor daquela vida de trabalho duro que ela leva.

Sem perder tempo, Arthur tira do bolso de sua calça o seu I Phone, destrava a tela para em seguida abrir a agenda e escolher um número, o qual não perde em fazer a ligação. Felizmente, a pessoa do outro lado da linha atende ao segundo toque.

― Alô! – fala a pessoa do outro lado da linha, uma voz masculina – Arthur?

― Oi, Matheus. – responde Arthur, de forma cordial – Há quanto tempo, meu amigo! Como você está?

― Estou bem, Arthur, e você? A que devo a honra de você me ligar?

― Na verdade, eu estou precisando de um favor seu, meu amigo.

― E que favor seria esse? Sabe que, se estiver ao meu alcance eu o farei.

― Preciso que você arrume uma vaga em sua empresa para uma moça. Creio que ela não tem muito estudo, mas, eu acho que você pode colocá-la inicialmente para trabalhar no arquivo, ela é inteligente, vai aprender rápido e tenho certeza de que ela tem muito potencial para aprender.

― E que moça seria essa?

Ante a pergunta, Arthur não perde tempo e começa a contar para seu amigo tudo o que sabe a respeito de Maria Flor.

 

 

*****

 

 

Ao final da tarde, Maria Flor acaba de deixar o prédio onde trabalha e, se surpreende ao ver Arthur parado na esquina, muito provavelmente esperando por ela. Estranha, pois, até onde se lembra, não havia combinado nada com ele. Mas, como ela já aprendeu que Arthur é uma pessoa totalmente imprevisível, não deveria se surpreender por ele estar ali, esperando por ela.

Sem perder tempo, caminha até ele, e, tão logo vê o pai, Sadrak começa a dar os bracinhos para ele, sinalizando que quer o colo do pai. Tanto Maria Flor quanto Arthur se surpreendem com a atitude do menino, pois, é a primeira vez que Sadrak pede para ir no colo do pai.

Arthur não perde tempo e começa a caminhar, cobrindo a distância que separa os dois, e, pegando Sadrak no colo em seguida, para a alegria do menino, que começa a rir.

― Parece que ele finalmente está começando a se acostumar comigo. – comenta Arthur, sem esconder o orgulho e o contentamento em sua voz.

― Pois é. – fala Maria Flor – Milagres realmente acontecem.

― O que você quer dizer com isso?

― Que milagres acontecem, Arthur. Você realmente está tentando ser um bom pai para o Sadrak e eu estou impressionada com isso. Confesso que jamais imaginei algo assim vindo de você.

― Saiba que eu não sou o monstro pelo qual você me julga, menina!

― Estou percebendo isso.

― Agora vamos para o carro, não é bom ficarmos aqui na rua.

Os dois seguem então para o carro, onde, Arthur não perde tempo e destrava o alarme, abrindo a porta de trás e colocando Sadrak no bebê conforto, para o desagrado do menino, que começa a chorar. Mas, Maria dá para ele um ursinho do Patati, e, o brinquedo é mais do que suficiente para que o menino se distraia e pare de chorar.

Arthur então abre a porta do carona para Maria e, só depois segue para o banco do motorista, onde não perde tempo em colocar a chave na ignição e ligar o carro, se preparando para dar a partida em seguida.

― Posso saber por que raios você veio me buscar no trabalho? – Maria Flor pergunta, sem conseguir conter a curiosidade.

― E será que eu não posso lhe fazer uma gentileza sem que haja nada por trás?

― Poder até que você pode, mas, vindo de você, eu meio que estranho.

― Na verdade... Minha mãe esteve em meu escritório hoje e disse que essa noite ela quer um tempo a sós para mimar o netinho, então vim lhe buscar no trabalho para dizer que nós dois vamos ao cinema!

― Eu sabia! – fala Maria Flor, encarando Arthur com um olhar debochado.

Os dois começam a rir.

 

 

*****

 

 

Ao cair da noite, Sebastian está na entrada de uma sala de cinema, apenas esperando Arthur sair com a Florzinha Silvaninha. Está observando os dois desde o final da tarde, e, tem de confessar, Arthur Montenegro tem um bom gosto para mulheres, pois a tal Florzinha Bruninha é muito bonita, mais até mesmo do que ele poderia imaginar no momento em que Danielly havia ido procura-lo.

E, justamente por ela ser tão bonita é que ele mudou um pouco os seus planos, e, antes de fazer o serviço pelo qual ele está sendo pago, quer brincar um pouco com a moça, afinal de contas, já que em breve ela não estará mais entre os vivos, não acha nada demais se divertir um pouco com ela, afinal, lábios carnudos como os dela foram feitos para serem beijados.

E que lábios!

Que lábios!

Arthur fora muito esperto, pois, a Florzinha Carlinha não é de se jogar fora. E, por mais que ela não se cuide e não ande maquiada e com roupas de grife feito as mulheres como Danielly, a garota tem lá os seus atributos!

E que atributos!

Desde que a viu, só consegue pensar em sentir os lábios dela contra o seu uma única vez, para só então seguir com seus planos, mas não antes disso.

E, é exatamente por isso é que ele está esperando tão pacientemente pela saída dos dois pombinhos do cinema, para que ele possa satisfazer esse desejo que não sai de sua mente.

É claro que, se ele pudesse, daria muito mais do que um beijo na Florzinha Lucinha, mas, não tem tempo para isso, até porque, Danielly não é a sua cliente e ele tem outros trabalhos para fazer. Além disso, um de seus lemas no trabalho é demorar o mínimo possível para fazer o serviço e, por mais que a Florzinha Karininha seja atraente, ele não vai mudar seus planos por causa disso, será só um beijo para satisfazer a sua curiosidade de sentir os lábios dela e ponto final!

Nada além disso!

Ainda na porta da sessão do cinema, começa a ver uma pequena filha se formando e, sorri, pois, isso significa que a sessão em que os dois pombinhos se encontram já deve estar terminando e eles finalmente deixarão a sessão.

Seus pensamentos se mostram verdadeiros no momento em que ele vê as portas da sala do cinema se abrindo e as pessoas que estavam assistindo aquela sessão começando a sair. Não demora muito e, ele vê os dois pombinhos caminhando em sua direção, sorrindo como se tivessem se divertido muito com qualquer que seja o filme que eles tenham assistido.

Sem perder tempo, Sebastian começa a se aproximar dos dois, e, abre os braços como se fosse abraçar Maria, como se eles já se conhecessem há muito tempo.

― Florzinha Micaelinha! – ele diz – Há quanto tempo não nos vemos!

E, após dizer estas palavras, Sebastian toma os lábios de Maria nos seus, deixando a jovem completamente atônita e sem reação.


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