Entre tubos e conexões. escrita por Deby Costa


Capítulo 1
Como nasce uma história de amor


Notas iniciais do capítulo

Presente de aniversário para a Diva, que me apresentou o OTP da vida e me fez apaixonar-se por suas fanfics. Kaline, Não repara, foi feito com amor e carinho, espero que goste.

Boa leitura.



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Kiba não ouvia nada do que o vizinho gostoso dizia, embora o encarasse há alguns minutos, mas quem o condenaria por quase babar sobre o deus grego sem camisa agachado diante da pia de sua cozinha? Nas reuniões do condomínio, o Inuzuka Já havia reparado o quanto o novo morador do 302 era bonito. Bonito não. Lindo!  Alto, pele branquinha, músculos na medida certa.  E os óculos escuros? “Puta que pariu! ” Um charme, sem contar, combustível para a imaginação. Sonhava em como seria os olhos por trás daquelas lentes. Ah! Aquele homem fazia seu tipo. Como fazia. 

“Pra ser perfeito só precisa saber cozinhar. ” Riu do pensamento.   Só um bom gourmet para pensar em comida num momento tão inapropriado. 

 Aburame Shino. Este era o nome do tudo de bom.  Solteiro, trinta anos, diretor em uma das melhores escolas de Shibuya. O professor havia mudado há pouco mais de um mês, tornando-se a fofoca preferida de metade da população feminina do prédio e causando inveja em boa parte da masculina. Como adquiriu tantos dados? Kiba era policial. Um dos mais fodas da cidade, no entanto não era de ferro.  Como não valer-se da influência para descobrir informações em benefício próprio? Afinal, tais referências eram de suma importância para si. Uma questão de vida e morte.  Sim. Vida e morte. Kiba morreria aos vinte e sete anos, caso não obtivesse algumas informaçõezinhas privilegiadas sobre o seu futuro marido…  

−Oe? 

 O gostoso agitou a destra frente a seu rosto, e pelo visto não havia sido a primeira vez. Kiba fechou a boca que mal percebeu aberta.  Tinha viajado para uma realidade paralela, onde a divindade adiante estava lhe esperando numa casinha modesta, acompanhado de dois filhos e um cachorro de grande porte.   

 −  ... ãh? 

 − Ouviu algo do que disse até agora?  

"Hm. Voz grave, combinação perfeita… foco, Kiba, foco."

O policial limpou a garganta e endireitou-se:   – Desculpa, não entendi ‘lhufas do que ‘cê ‘tava dizendo. – Riu,  sem jeito sob o curioso olhar alheio. 

   Discreto, Shino ergueu o canto dos lábios.  Estava achando interessante a vermelhidão que surgia no rosto de pele trigueira.   Já havia percebido como o outro lhe analisava em áreas comuns do condomínio. Agradecia aos inseparáveis óculos, pois com eles poderia observá-lo sem dar pinta.   Não era homem de cantadas baratas, contudo ousou arriscar.  

−Eu disse... −  Ergueu-se lento.  Dois passos e quase colou seu corpo ao do vizinho, que prendeu a respiração ao ver-se encurralado entre o ele e a mesa.   Shino ajeitou os óculos na ponte do nariz.   −  que por hora seu tubo aguenta.  

"Tubo?!” 

−T-tubo? − Kiba gaguejou.

− É Tubo.− Shino confirmou, divertindo- se com expressão assustada que Kiba fazia ao tirar os olhos dos seus e direcioná-los para o pequeno espaço entre os corpos.

 O professor, afastou-se bruscamente do outro que se desequilibrou, tornando a situação ainda mais engraçada!  Ele não era um homem de flertes, sexo sem compromissos, muito menos apostas vãs.  Gostava de relacionamentos sérios e fugia dos passageiros. Há muito Shino não vivia um grande romance, não por opção, mas por não encontrar alguém com quem valesse a pena construir algo. “Bom, até aquele momento. ”  Mal sabia o docente que a realidade do homem da lei não era muito diferente da sua. Mesmo vindo de fracassos após fracassos no quesito intimidade, Kiba gostava de namorar e amava relacionamentos.

− Ah! Tu ‘tá falando de sifão, né? − Kiba deu um tapa na própria testa e dessa vez Shino sorriu abertamente, para desespero do policial que ruborizou ainda mais.  

− Pensou que estivesse falando de quê? − O professor arqueou a sobrancelha e inclinou o pescoço para o lado. 

−Caralho, que mico! − Kiba resmungou, balançando a cabeça em negação. 

 − Como?  −Shino bancou o sonso. Achou o jeito atrapalhado do vizinho uma graça. 

− Ah, nada não.  Pode continuar a falar do tubo.  Por que a gente ‘tava falando de tubo aqui, né?

“ Socorro. Cala a porra da boca, Kiba! ”

Kiba sinalizou para que Shino prosseguisse. A cota de micos já estava paga por mais de uma geração dos Inuzukas. O que estava acontecendo com ele? Estava se portando feito idiota desde que encontrou o outro no elevador há alguns minutos. Na ocasião xingava até o tataravô do síndico, que não se encontrava no condomínio, enquanto o encanamento de sua cozinha mais necessitava dele.  Foi nesse momento que seu herói entrou e lhe salvou de um desastre iminente.  Jamais haviam conversado, no entanto, descobriu que a perfeição entendia de tubos e conexões. Kiba era um homem de sorte e alguém lá em cima gostava bastante dele.  

− Como eu dizia.  Te aconselho a trocar o tubo, digo, o sifão, por um duplo corrugado 1.1/2 X 1.1/2 cromado, assim que possível. − informou com ares de professor.  Depois virou-se para a pia, pegou a camisa colocando-a sobre o ombro. Voltou-se outra vez para Kiba e explicou: −  Esse sanfonado aqui, continuará dando esse tipo de  caso não o substitua.  

Encararam-se. Um silêncio profundo instalou-se no ambiente. Nada incômodo, longe disso; 

−  Então… − disseram juntos e riram em seguida. 

−Fala você. − cedeu Shino. 

− Não, fala você. − Kiba sorriu e o Aburame sentiu o coração falhar uma batida, pois achou o sorriso de presas salientes incrível.  

− Então é isso. Caso precise novamente. "Estamos" às ordens. −Bateu continência fazendo o policial gargalhar. 

−... desculpe-me pela camisa molhada. – Kiba apontou em direção a peça encharcada. − Obrigado. De verdade. Não sei o que teria sido da minha vida se não tivesse me ajudado hoje.

O agradecimento era verdadeiro, Kiba era atrapalhado por natureza, certamente estaria enrascado se tivesse que dar jeito no encanamento por conta própria.   

− É o que dizem. Vizinhos são ‘pras essas coisas. 

− Sim. Vizinhos são ‘pra essas coisas.

Despediram-se de modo desajeitado na porta.  Shino estendeu a mão, Kiba o biquinho para beijá-lo no rosto.  Riram feito dois adolescentes enamorados. Depois foi a vez do Aburame tentar beijar o rosto alheio e receber em troca uma destra estendida. Riram de novo. Por fim, após beijos nas bochechas e um demorado aperto de mãos deram-se adeus, mesmo não sendo o real desejo de seus corações. 

Logo que a porta se fechou Kiba encostou-se na madeira.   Um sorrisão brotando nos lábios, a mão direita sobre o peito, como se pudesse com o gesto conter as batidas do agitado coração. Ansiedade e expectativas a mil. Sentiu que dessa vez seria diferente.   Do lado oposto a porta, no corredor, de modo mais contido, Shino também encostou-se a porta.  Reações parecidas às do Inuzuka, mas dada a personalidade estoica (e uma senhorinha, que saia do elevador acompanhada de seu pet) evitando externá-las. 

E assim, sem grandes estardalhaços, plateia ou testemunhas. Uma linda história teve início. “Clichê, é bem verdade. ”  Porém linda!  Um professor e um policial.  Dois homens em nada parecidos, descobriram-se dia e noite, tempestade e calmaria, bagunça e organização... Opostos, mas não contrários.   O enlace revelou-se imperfeito, conquanto, deveras acertado.  A casinha modesta, os dois filhos e o cachorro, vieram (não necessariamente nessa ordem). As dificuldades também se apresentaram pelo caminho, porém, as alegrias em maior proporção.  Sendo dois, desvendaram juntos a magia do ser um. Bodas de papel, de aço, prata e alexandrita…

 A união (diferente do encanamento da antiga cozinha do policial) seguiu firme. Tornando-se inspiração para todos que tiveram a honra de conhecer Aburame Shino e Inuzuka Kiba. 

E isso inclui a sortuda que vos escreve. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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