Borderline escrita por max


Capítulo 2
A Sala Precisa


Notas iniciais do capítulo

Olá! Dois serzinhos acompanhando, já me deixa muito feliz!

Esqueci de avisar que o capítulo passado e esse são do primeiro ano em Hogwarts, eu vou seguir o início com calma depois dou uma avançada na idade e ano.

Boa leitura.



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Remus tinha que admitir, aquela não estava sendo uma ótima semana. A lua cheia caíra no terceiro dia de aula, quando faltou poções e transfiguração.

 

Para si, era péssimo perder as aulas iniciais, sentia-se perdido a maneira que os dias passavam e tudo que lhe restava era enfurnar-se na biblioteca, a fim de recuperar o conteúdo perdido.

 

Vez ou outra Peter lhe acompanhava; era um garoto rechonchudo e baixinho, um tanto tímido, mas muito amigável, e tão perdido quanto o próprio Lupin. Era a única amizade que possuía, embora trocasse algumas palavras com seus colegas de quarto, Sirius e James.

 

De toda forma, apreciava e agradecia a cada dia que passava em Hogwarts. Até mesmo o Salgueiro Lutador havia o fascinado no dia de sua transformação, ainda que fosse relativamente gélido e solitário. Os corredores gigantes de Hogwarts possuíam inúmeros retratos e pinturas, distraindo Remus por horas a fio. Os professores também eram gentis e muito prestativos, principalmente a prof. Mcgonagall, que lhe ajudou com a matéria de transfiguração atrasada.

 

Ainda sim, as outras lições acomuladas estavam se tornando uma dor de cabeça angustiante, não só para si, como também para a Madame Prince, que lhe expulsava da biblioteca tarde da noite.

 

Se não bastasse isso, havia alguém lhe incomodando dia sim, dia não. O Poltergeist Pirraça parecia contente ao escolher seu alvo de chacota; Remus Lupin. Não só porque sabia seu segredo, mas também porque Remus era tão indiferente quanto as sua travessuras, que sentia cada vez mais vontade de incomodá-lo.

 

No momento o Poltergeist lhe importunava uivando pelos corredores, mesmo que um monitor quintanista houvesse implorado para que parasse com a melodia aguda.

 

Remus podia ouvir ao longe “Moony Lupinos” acompanhado de uivos e gritos estridentes de lufanas. Revirava os olhos, chutando pedrinhas imaginárias, até seu sobrenome era amaldiçoado e revelava o que ele era - um lupino.

 

Definitivamente não estava tendo um bom dia. As feridas nas costas ainda o incomodavam, e a fisgada de dor no peito estava lhe enlouquecendo, junto dos uivos do Poltergeist irritante.



— Você tá legal? — Sirius o abordou com delicadeza, percebendo a palidez anormal no rosto de Lupin.

 

Remus não conseguiu dizer nada, apenas assentiu. Sentia que se abrisse a boca, não pararia de reclamar de Pirraça, provavelmente entregando seu segredo de bandeja.

 

— Estava procurando o Pirraça, ele parece gostar de você — observou Sirius, descontraído, mal percebendo que Remus acabava de ficar sem cor, se é que era possível.

 

— Por que estava o procurando? — tentou mudar o rumo da conversa, observando Sirius balançar a mão completa de Bombinhas.

 

— Eu e o James vamos pregar uma peça num Sonserino, quero convencer o Pirraça a nos ajudar — a animação de Sirius era evidente e engraçada, o garoto parecia ter encontrado o perfeito parceiro de crime. — Você devia vir junto, está precisando se divertir. O que acha?

 

Remus ponderou, parecia uma boa ideia, afinal estava de fato precisando de uma boa diversão. Importunar outros colegas não era sua definição de diversão, no entanto. Mas Sirius não parecia disposto a ouvir não, seus olhos quase saltavam tamanha excitação.

 

— Vou guardar meus livros, encontro vocês no retrato da Mulher Gorda — Lupin deu três passos para trás, pronto para correr.

 

— Tem certeza que não quer ir comigo falar com Pirraça?

 

— Você consegue sozinho! — gritou Remus, correndo até a sala comunal, enquanto os uivos ficavam cada vez mais distante.

 

Estava extremamente nervoso. Algo lhe dizia que Pirraça não era bom em guardar segredos.

 

Segurou os livros com firmeza, enquanto corria apressadamente. Precisava se esconder de Sirius e James, não tinha coragem de encará-los sabendo que poderiam ter descoberto algo. Além do mais, participar de brincadeiras maldosas estava longe do que queria no momento. Também precisava finalizar suas lições, antes que ficasse ainda mais atarefado.

 

Se ao menos houvesse um lugar onde eu pudesse encontrar paz nesse castelo!, pensou o Lupin, parando abruptamente.

 

Uma porta apareceu na longa coluna gélida de pedra. Remus tinha certeza que não estava ali antes. Uma luz calorosa saía pelas frestas, atraindo a sua curiosidade.

 

Ouviu a voz de Sirius ao longe, parecia gritar com Pirraça, talvez o plano não havia saído como planejado. Nem mesmo para Remus, que adentrou o lugar a fim de sanar sua curiosidade, e também porque necessitava encontrar um bom esconderijo.

 

Para sua surpresa, a sala não estava vazia. O garoto que encontrara no vagão do expresso de Hogwarts, estava sentado numa poltrona aconchegante, com uma coberta felpuda sobre o corpo e um livro grosso nas mãos firmes.

 

— Uau! — não deixou de exclamar, notando na lareira aconchegante e nos travesseiros confortáveis que pareciam chamar pelo seu corpo.

 

— O que está fazendo aqui? — a voz ríspida não fez com que o calor da sala sumisse, na verdade, Remus sentiu-se ainda mais confortável.



— Pra falar a verdade, não sei exatamente. Essa sala só… apareceu de repente — explicou Remus, sentindo o calor chegar às bochechas.

 

Escutou algo parecido como um “humpf!!”, antes que o Sonserino voltasse a se concentrar em seu livro, algo que durou poucos segundos.

 

— E o que você está fazendo aqui? — perguntou, sem obter respostas — Eu estava fugindo do Pirraça e também do Sirius e James, então a sala apareceu magicamente! Esse lugar é incrível — aquela fora a maior quantidade de palavras que Remus havia dito em sua primeira semana de estadia, estava deveras encantado.

 

Snape pareceu se interessar pela conversa quando o nome de James surgiu, havia uma faísca raivosa em seus olhos, mas Remus não notou.

 

O Lupin caminhou até a outra poltrona, espreguiçando-se enquanto Severus lhe encarava pelo canto do olho.

 

— Você é ótimo em poções, não é? Ouvi o prof. Slughorn lhe elogiar. Poderia me ajudar com as lições? — Remus lhe encarou esperançosamente, precisava de ajuda se não quisesse passar mais duas noites trancado na biblioteca.

 

— Vai me deixar em paz depois disso? — questionou Snape, levantando-se preguiçosamente.

 

— Faço o que quiser! — exclamou Lupin, recebendo um murmúrio em resposta.

 

Sentiu-se animado de repente, depois de dias estressantes, não estava no seu plano encontrar uma sala tão pacífica como aquela, além da companhia agradável do Sonserino primeiranista.

 

— Obrigado, Severus — sorriu abertamente em meio a explicação.

 

— Não me interrompa…?

 

— Remus Lupin.

 

— Não me interrompa novamente, Lupin. Agradecimentos são dispensáveis — embora as palavras duras ecoavam pela sala, um sorriso pequeno brotou no rosto de Snape, tão imperceptível que Remus tratou de prestar atenção na explicação, sem abrir a boca novamente.




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Notas finais do capítulo

Amo a sala precisa, é onde toda putaria das fanfics acontece!

Amanhã continuo de onde parei. Obrigada por ler!



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