Jily - When You Love Her escrita por Blank Space


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Para Gray com carinho ❤



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Lily Evans estava cansada. A garota ruiva bateu a porta da frente de casa com força enquanto saía sem rumo pela rua onde morava. Ela respirou fundo e tentou conter as lágrimas, pois sabia que no momento em que a primeira caísse ela levaria muito tempo para conter as outras que a acompanhariam.

Petúnia não tinha o direito de dizer aquelas coisas.

A visão embaçada da garota somada a um James Potter que surgiu do nada, aparatando bem na sua frente quase levou os dois ao chão. Nenhum deles viu o que haviam atingido até o momento em que os braços dele estavam em torno da cintura dela, bem como ela o segurava para não cair.

—Não olha pra onde aparata, Potter?! -Gritou, irritada, enquanto se afastava dele.

—Não olha pra onde anda, Evans? -Ele perguntou, cruzando os braços, mas em seus lábios havia um sorriso divertido.

—Era só o que me faltava. -Ela resmungou, bufando. -Eu provavelmente fui amaldiçoada em alguma vida passada, não é possível!

—Bom ver você também. -Ele respondeu, fazendo-a revirar os olhos.

—Espera um pouco... -Lily parou por um momento. - O que está fazendo aqui?

Ela duvidava que ele conhecia mais do mundo trouxa do que os alunos de Hogwarts que não vinham de famílias bruxas, por isso era tão estranho vê-lo ali. A não ser que ela pensasse por outro lado, considerando que aquela era a rua em que ela morava e não era segredo para ninguém o quanto o Potter era completamente apaixonado por ela.

—Está me seguindo? -As bochechas dela ficaram vermelhas rapidamente. Dependendo do que ele respondesse, sua varinha estava apenas esperando em seu bolso traseiro para ser usada. Ela já tinha 17 anos, não seria expulsa se estuporasse um aluno fora da escola.

—Entendo por que chegou a essa conclusão, mas eu não sou um stalker. Pretendo conquistar você do jeito correto, Evans. Você vai ver, nossa história vai ter romance trágico e tudo. -James respondeu e ela cruzou os braços, ainda esperando por uma resposta. -Você realmente não está pra brincadeiras hoje, hein?

—Nem um pouco.

—Percebi. -Murmurou. -A moto do Sirius estragou.

—O quê?

—Ele comprou uma moto trouxa pra irritar os pais dele no ano passado. Aquela coisa começou a fazer um barulho engraçado ontem a noite e, bem... Nós não conhecemos muito sobre o mundo trouxa. O Padfoot comprou a moto do senhor Iank, ele mora...

—Eu sei onde ele mora. -A ruiva interrompeu.

—Então também sabe que ele tem uma oficina. Basicamente viemos aqui sempre que a moto do Pads precisa de concerto e ele consegue as peças pra gente. -James deu de ombros. -Você mora por aqui?

—Moro.

—Se importaria em me dizer onde? -Pediu. -Você sabe, preciso melhorar minhas habilidades como stalker. -Ela revirou os olhos.

—Prongs! -A voz de Sirius Black fez com que o Potter conseguisse desviar os olhos da beleza de Lily Evans por um segundo. Ele saía pela entrada da oficina com um sorriso no rosto. -Ela vai ficar bem! O senhor Iank disse que a Baby vai estar bem até o fim da tarde!

—Baby?

—A moto dele. -James respondeu.

—Evans, como é bom ver você. O que acha de uma voltinha no fim da tarde? -Convidou, se aproximando dos dois com um sorriso daqueles que sempre fazia com que as garotas da escola se derretessem mirado na ruiva. O Potter revirou os olhos.

—Eu sinceramente não sei qual de vocês dois é o pior.

—O Prongs porque ele não desiste. -Sirius disse e ela balançou a cabeça em concordância. O garoto de cabelos longos recebeu um tapa na cabeça do irmão.

—É um bom ponto. Agora se me dão licença, tenho coisas pra fazer. Vejo vocês na escola.

—Algo que eu possa fazer para ajudar? -James perguntou conforme ela saía andando.

—Não aparate na minha frente de novo. -Ela gritou para ele, que balançou a cabeça assentindo enquanto soltava uma risada.

Lily continuou seu caminho, agora um tanto mais calma. Os gritos de Petúnia ainda ecoavam em sua cabeça, no entanto. "Anormal!", era o que ela sempre repetia e por mais que não demonstrasse, aquilo era o suficiente para drenar cada gota de felicidade que ela sentia por estar em casa.

O dia dava lugar a uma linda noite estrelada e a garota ainda andava sem rumo, digerindo todas as palavras que foram ditas tanto por ela quanto pela irmã. Estava tão distraída que nem ao menos notou que um homem mais velho se aproximou naquela rua deserta.

—Não devia andar sozinha a essa hora, boneca. -Ele disse, enfim chamando a atenção dela. Ela não respondeu, apenas apressou o passo. Ele fez o mesmo. -Ei, pra quê toda essa falta de educação?

—Me deixa em paz. -Lily pediu.

—Você é bem bonitinha, sabia? -Ela continuou ignorando, olhando ao redor e notando que não havia ninguém por perto. -Dá um sorrisinho, vai. -Lily bufou e então ele a pegou pelo braço. -Eu estou falando com você, ruivinha, e eu não gosto de ser ignorado.

Haviam apenas duas opções: tentar lutar com um cara que era duas vezes o seu tamanho ou pegar sua varinha e mandá-lo pelos ares, correndo o risco de expor o mundo mágico a um trouxa - ainda que ele merecesse e muito. Tudo aconteceu muito rápido. Ela viu quando um vulto se aproximou rapidamente, então se apressou para se livrar do homem que a segurava, acertando-o com um chute em suas partes íntimas e em seguida fazendo um movimento de rotação do braço para que ele a soltasse. No momento em que ele caiu de joelhos, gemendo de dor, a ruiva lhe acertou com um soco no rosto e enfim, derrubando-o.

Agradeceu mentalmente a Marlene por ensiná-la todos aqueles truques de defesa pessoal enquanto segurava sua mão dolorida e praguejava baixinho, se virando para encarar quem quer que estivesse se aproximando. Se fosse outro tarado ela esperava que o que aconteceu com aquele homem servisse de lição, pensou. Entretanto, a garota se virou para encarar um James Potter visivelmente surpreso.

—Okay, depois disso eu com certeza não vou te irritar de novo. -Ele disse, depois de um tempo observando o homem rolar no chão. Ainda que achasse o chute nas partes íntimas pouco para aquele idiota, foi impossível para James não se contrair como se ele mesmo tivesse sido acertado.

—O que você ainda está fazendo aqui? -Disse, apertando o punho. -Caralho!

—Talvez eu seja um stalker no fim das contas. -Ele disse. -Me desculpa, não pude evitar então segui você. Eu ia ajudar com o babaca, mas você claramente não precisa da minha ajuda. Podemos ir antes que esse filho da puta se levante?

—Por favor. -Lily pediu.

Ao passar pelo homem, James fez questão de pisar nele. Os dois andaram lado a lado em silêncio até que chegaram a uma praça deserta e se sentaram em um banquinho que havia por lá. Potter se sentou diante da Evans e pediu:

—Me deixa ver? -A ruiva deixou que ele olhasse sua mão, já inchada pelo soco. James tirou um lenço do bolso e também sua varinha, apontando-a para o pedaço de pano. -Aguamenti. -O lencinho rapidamente ficou completamente molhado, então ele o amarrou na mão da garota, que fez uma careta. Novamente, ele mirou a varinha no tecido e congelou a água que havia ali. -Glacius.

—Um lenço? Você é de que século? -Evans perguntou e ele riu.

—Nunca se sabe quando vai precisar. -Potter deu de ombros. -O que aconteceu?

—Por que acha que aconteceu alguma coisa?

—Você não parecia bem quando nos esbarramos e não parece bem agora. -Ele disse e ela soltou o ar, cansada.

—Eu tive uma briga com a minha irmã. Provavelmente já deveria ter me acostumado com os comentários dela, mas eu simplesmente odeio a forma como ela olha pra mim, como se tivesse algo errado comigo. -Contou. -É besteira.

—Eu não acho que seja besteira.

—Então, Sirius está morando com você agora? -Ela perguntou, mudando de assunto. Felizmente James não insistiu, visto que ela não parecia a vontade com aquele tópico.

—É, ele se mudou no ano passado. -O Potter sorriu.

—Ele parece estar se divertindo.

—Fico feliz que ele tenha saído daquele inferno.

—É, eu também. Encontrei a mãe dele uma vez na escola depois que vocês explodiram a sala de poções... Ela não me pareceu uma pessoa agradável.

—Foi um acidente.

—Espera mesmo que eu acredite nisso? -A ruiva arqueou as sobrancelhas e ele riu.

—Não. -Admitiu. -Mas não era pra ser uma explosão tão grande. A última coisa que queríamos era que Minerva chamasse nossos pais para uma conversa.

—Eu ainda não sei como vocês conseguem convencer o Remus a participar de tudo isso.

—Remus é o cara que lê as regras antes de quebrá-las. Na maior parte do tempo ele tenta nos fazer desistir do que quer que seja, mas nunca consegue então vem com a gente porque sabe que vai ser pior se nos deixar por conta própria. -Lily se levantou e James a observou por um momento, se levantando também. -Quer que eu te acompanhe até em casa?

—Pensei que tivesse ficado claro que não preciso que me defendam, Potter. -A grifinória respondeu com um sorriso.

—Eu nunca duvidei disso, Evans. -O capitão do time de Quadribol dos leões disse com um sorriso divertido. -Mas eu é que não vou andar por aqui sozinho depois de hoje. Fazemos assim, eu não te irrito e você me defende dos caras maus que aparecerem no nosso caminho.

—Temos um trato. -Ela concordou. -Mas não sei se estou pronta pra voltar pra casa, pelo menos não ainda. Eu só... Não quero encarar a Petúnia. Podemos fazer outra coisa?

—Isso é um encontro?

—Nos seus sonhos. -Lily murmurou e os dois riram.

—Não custa nada tentar. -Ele deu de ombros.

—O que quer fazer?

—Eu não sei, acho que podemos nos sentar e pensar sobre como somos perfeitos um para o outro.

—E eu acho que você vai ter que lidar com os caras maus sozinho. -Evans respondeu, dando as costas mesmo que com um sorriso nos lábios. Potter rapidamente se levantou, ficando no caminho da garota.

—Tudo bem, tudo bem, prometo que vou me conter ainda que isso seja verdade. -Ela revirou os olhos. -Por que não escolhe?

—Mais cedo você disse que não conhece nada sobre o mundo trouxa. -Lily se lembrou.

—Isso é verdade. O que tem em mente?

—Bem, então essa noite eu vou te apresentar o melhor do meu mundo. James Potter você vai ser um garoto trouxa por um dia. Uma noite, nesse caso.

—Interessante. Eu topo, o que vamos fazer?

—Primeiro, me dá a sua varinha. -Ele arqueou as sobrancelhas quando ela estendeu a mão. -Não se preocupe, eu te protejo dos caras maus. Vamos lá, eu estou te oferecendo a experiência completa. -Potter obedeceu, entregando para a ruiva. -Te devolvo no fim da noite. Mais algum objeto mágico por aí? Algum explosivo?

—Eu não saio de casa com explosivos, Evans. É essa a imagem que tem de mim?

—É exatamente essa.

—Pois fique sabendo que eles estão no meu malão e só são usados em ocasiões especiais.

—São muitas ocasiões especiais em Hogwarts então.

—E quando não é uma ocasião especial em Hogwarts? -Ela revirou os olhos, rindo.

—Pronto? -Perguntou, estendendo a mão para ele, que prontamente pegou. A monitora aparatou e logo eles estavam diante da entrada de um parque de diversões que estava na cidade durante aquele mês. -Vem, você vai gostar.

Evans o puxou pela mão e eles entraram no parque. Era diferente do que James estava acostumado, mas ele havia gostado. As pessoas estavam se divertindo, havia música e diversos objetos que ele nunca havia visto em sua vida, mas estava curioso para saber como funcionavam.

—Por onde começamos, Evans? -Ele perguntou, visivelmente empolgado.

—Vou deixar você escolher, depois fazemos as paradas obrigatórias. O que me diz?

—Aquele parece ser interessante. -Disse indicando a grande montanha russa.

—Você não podia escolher o carrossel, né? -Resmungou.

—Aquela coisa ali? -Ela balançou a cabeça assentindo e ele riu. -Qual seria a graça daquilo?

—Já vi que vou me arrepender.

—Qual é, Evans, é quase como voar.

—Eu sou péssima voando.

—Posso te dar umas aulas, se quiser.

—Não, obrigada. Vem logo, Potter. -A ruiva disse, puxando-o. Ela comprou diversos convites para que eles gastassem como bem quisessem e então foram até o brinquedo escolhido por ele. Quando entraram ele realmente parecia ansioso, enquanto a garota pensava em como estava prestes a ficar de cabeça pra baixo quatro vezes.

—Pode segurar a minha mão se quiser.

—Não, obrigada. -Ela disse, mas quando a montanha russa foi ligada ela não pensou duas vezes antes aceitar a oferta.

Enquanto James soltava gritos de animação, Lily gritava diversos palavrões, se perguntando o que estava pensando quando concordou em subir naquela coisa com ele. No fim do passeio, ela tinha os olhos arregalados e os fios ruivos bagunçados, enquanto ele gargalhava alto.

—Não tem graça.

—Eu acho que deveríamos ir de novo. -Respondeu enquanto eles desciam.

—Nem se Merlin me pedisse pessoalmente.

—E se a Minerva ou Slughorn passassem como atividade valendo metade da nota? -Perguntou.

Sabia que ela faria.

—Eles não estão aqui, não é mesmo? -Lily cruzou os braços.

—Não sabia que falava palavrões, Evans. Foi realmente inspirador ver você xingar algo que não seja eu, pra variar.

—Oh, mas eu xinguei você. Xinguei muito por me fazer subir naquela coisa.

—Vamos lá, você escolhe dessa vez então.

—De preferência alguma coisa onde eu possa ficar com os pés no chão. -Disse, puxando-o em direção à barraquinha de prêmios. -Como isso aqui.

—E o que é isso aqui?

—Eles vão te entregar uma arma como aquela e se você acertar o alvo em movimento você pode escolher um dos bichos de pelúcia.

—Parece fácil.

—Se você for bom de mira. -Ela disse, entregando os bilhetes ao dono da barraquinha. Ele entregou uma arma para o Potter, que não fazia ideia de como usar. -Eu te ensino. Você precisa segurar assim...

Lily mostrou a ele como se fazia e James se mostrou péssimo naquele jogo, o que era bastante divertido de se observar. O grifinório estava decidido a ganhar um dos prêmios, embora estivesse longe de acertar qualquer um dos alvos.

—Você é péssimo. -Ela gargalhou.

—Eu ainda vou ganhar, você vai ver. Se a minha visão não fosse horrível, você já estaria com dois daqueles bichinhos em mãos.

—Pode dar quantas desculpas quiser, Potter, os óculos dão um jeito no seu problema de visão. Ainda bem que você não é o batedor ou a Grifinória seria eliminada na primeira partida.

—Haha muito engraçado. -Ele resmungou, passando a arma para a garota. -Vai lá, sua vez.

—Eu vou humilhar você.

—Quero só ver. -James cruzou os braços, observando atentamente quando Lily pegou a arma e acertou rapidamente o alvo. A ruiva pulou nele e os dois se abraçaram em comemoração. -Você é perfeita! Existe alguma coisa que você não saiba fazer? -Questionou, admirado.

—Voar. -Lily respondeu, rindo.

—Qual prêmio vai querer, senhorita? -O homem perguntou.

—O cervo, por favor. -Ele pegou o grande animal de pelúcia, entregando para a garota. -Muito obrigada. -Então ela entregou para o Potter, que tinha um brilho diferente em seus olhos. -Quero que fique com ele pra não esquecer desse dia.

—Eu nunca me esqueceria desse dia. -Respondeu, sério enquanto pegava o premio. -Posso perguntar por que...?

—Por que escolhi o cervo? -Ela adivinhou e ele balançou a cabeça assentindo. -Eu sei que o seu patrono é um cervo, Potter.

—E o seu? Qual é? -Disse, visivelmente interessado.

—Uma corça. -Murmurou, e vendo o sorriso que se abria nos lábios dele, a ruiva se apressou em dizer: -Pode ir parando aí, James Potter.

—Eu não disse nada.

—Consigo ver na sua cara. -Lily murmurou, andando na frente até a barraquinha. Ele a seguiu de perto. -O que vai querer?

—Surpreenda-me, Evans. -Falou, ainda sorrindo para a ruiva.

—Duas maçãs do amor, por favor. -Lily pediu e quando foi entregar a de James o encontrou com a sobrancelha arqueada.

—Isso é uma indireta?

—Você vai ficar sem. -Avisou, mas ainda sim entregou o doce a ele.

—Lily Evans? -Alguém chamou e os dois rapidamente se viraram para encarar um grupo de amigos. Entre eles estava o namorado de Petúnia, que sabia a verdade sobre a garota, pois a irmã da bruxa havia feito questão de ignorar todos os discursos sobre a importância de manter a existência do mundo mágico sigilosa.

—Merda. -Ela resmungou. O garoto que havia chamado o seu nome era Gavin Rey, um dos amigos de sua irmã que sempre estava em sua casa e com quem havia saído algumas vezes. O relacionamento dos dois havia terminado quando ele pediu que ela largasse sua escola e se mudasse para a mesma que todos ali frequentavam e não gostou nem um pouco quando ela negou. -Oi Gavin, não sabia que vocês estavam por aqui. -Ela forçou um sorriso.

—Esquece ela de uma vez, Rey. Você consegue coisa melhor do que essa esquisita. -Vernon resmungou.

—O que você disse? -James perguntou, sério. Não havia gostado nem um pouco do que ouviu.

—É surdo por acaso?

—Quem é esse cara, Lily? -Rey questionou, notando a presença de Potter ali.

—O nome dele é James. James Potter. Ele estuda comigo. -Dursley arregalou os olhos ao entender o que aquilo significava.

—Ah, era por causa dele que não queria mudar de escola então?

—Gavin, não faz isso, você sabe que eu não posso...

—Não, não, tudo bem, Evans. -Disse, mesmo que todos ali pudessem ver que não estava nada bem.

—Rey, vamos embora, você não quer mexer com essa gente. -Vernon disse, puxando o amigo para longe.

—Faça bom proveito, James Potter. -Ele gritou, empurrando os amigos e seguindo seu caminho para longe. Os outros o acompanharam, deixando Lily e James sozinhos de novo. Ela bufou, seguindo em direção a outro brinquedo. Ele a seguiu de perto.

—Ei, aonde você tá indo? -James perguntou, se apressando para alcançá-la.

—Última parada da noite, Potter. -Disse entregando os bilhetes e entrando em uma das cabines da roda gigante. Ele logo entrou também.

—Então, esse Gavin... -Começou quando o brinquedo começou a funcionar, não conseguindo conter a careta ao pronunciar o nome do idiota.

—Nós saímos algumas vezes. -Ele balançou a cabeça assentindo, nem um pouco feliz com a confirmação que havia recebido, embora estivesse claro que eles haviam tido um relacionamento.

Ela não sentia que parecia errado quando estava com outras pessoas que não ele? Porque isso era tudo o que James conseguia pensar quando estava com outra garota: Ela não é Lily Evans. Talvez devesse desistir, estava claro que não era recíproco. Mas como faria para mandar aquele sentimento embora? Ele havia tentado diversas vezes e nunca havia dado certo.

—E o outro cara? O idiota?

—É o namorado da minha irmã, ela contou a ele sobre os bruxos e eu a odeio por isso.

—Ele está errado, sabia?

—Sobre?

—Eu não acho que exista alguém no mundo que seja melhor que você. -Disse e ela não pôde evitar sorrir, revirando os olhos. -Eu estou falando sério! Prometo que não estou flertando. -Ela o encarou por um momento. -Eu estou fazendo o meu melhor pra não flertar, mas você não devia dar ouvidos a ele.

—Como pode ter certeza que eu não sou um ser humano desprezível, Potter?

—Um ser humano desprezível guardaria o segredo do Remus como você guarda e ainda o trataria da mesma forma? Eu acho que não. -Ele disse. A roda gigante parou por alguns minutos para que eles observassem a cidade do alto. -É, nós sabemos que você sabe. O Moony nunca disse nada, mas a amizade de vocês significa muito pra ele, Lily.

—Ele não teve culpa pelo que aconteceu.

—Não é qualquer bruxo que vê dessa forma. Conheço alguns que acham que a pena para licantropia deveria ser a morte.

—Pois eles são uns imbecis! Remus não merece morrer por isso, ele é maravilhoso! -Falou, visivelmente irritada.

—E é por isso que eu sei que você é a melhor. -James disse tocando a ponta do nariz dela e fazendo-a rir. -Eu gosto do jeito como você sempre vê o melhor nas pessoas.

Os dois pararam por um momento e ela quis muito beijá-lo. Aquele pensamento já havia passado por sua cabeça algumas vezes desde que o havia conhecido e ninguém poderia culpá-la. Ele era incrivelmente lindo e inteligente, ainda que irresponsável, mas a vontade nunca havia sido tão intensa quando naquele momento. Ela estava perto demais, ele sabia, e pensando nisso o Potter virou o rosto bem no momento que a roda gigante começou a descer, dando fim ao passeio. Não poderia beijá-la daquela forma, não quando ele não tinha certeza se aquilo era o que ela queria.

—Acho que devemos ir. -Potter murmurou e ela balançou a cabeça em concordância.

Os dois terminaram suas maçãs do amor em silêncio e de mãos dadas aparataram próximos a casa da ruiva. Quando chegaram à porta do lugar onde ela morava, Lily deu um leve sorriso e disse:

—Até que você não é tão insuportável quanto eu pensava.

—Vou aceitar isso como um elogio. -Ele sorriu. -Eu me diverti muito, Evans. Os trouxas são fascinantes.

—Se a Baby estragar de novo, você sabe onde eu moro.

—Está dizendo que eu posso visitar você?

—Estou dizendo que não te estuporaria se o fizesse. -Disse e eles riram.

—Você sabe que se o Padfoot me pegar estragando a moto dele, o que eu com certeza vou fazer, ele vai por Azkaban por assassinato, não é? Ele ama aquela moto mais do que ama o cabelo dele.

—Eu não disse pra estragar de propósito. -Rebateu, lhe dando um tapa de leve no ombro.

—Mesmo? Por que eu posso correr o risco se for pra ver você.

—Idiota. -Ela revirou os olhos. -Cuida bem o mini Prongs.

—Mini Prongs?

—É por isso os apelidos, não é? -Perguntou. -Você é o Prongs porque o seu patrono é um cervo, Sirius é Padfoot porque o dele é um cachorro, Peter é Wormtail porque o dele é um rato e o Remus é o Moony porque o dele é um lobo e ele é um lobisomem.

—Algo assim.

—Se você não cuidar bem dele eu vou saber. -Avisou e ele riu.

—Pode deixar. -James disse. -Boa noite, Lily.

—Boa noite, James.

O garoto de cabelos bagunçados se afastou após dar uma última olhada nela e ela o observou enquanto ele se afastava. Logo ele aparataria e eles provavelmente só se encontrariam novamente depois de duas semanas, com o fim das férias. De repente o sentimento de que havia algo não resolvido tomou conta dela e ela sabia exatamente o que era. Devia deixá-lo ir e guardar aquele e muitos outros sentimentos na gaveta como fazia nos últimos anos? Ele não era mais o irresponsável que se achava o dono do mundo de quem ela não gostava, era uma pessoa totalmente diferente. Ele havia amadurecido e por esse motivo ela o chamou antes que fosse tarde demais:

—James?

—Sim? -Ele parou, se virando para encontrá-la já diante dele.

Lily ficou na ponta dos pés e não pensou antes de puxá-lo para um beijo. Inicialmente James nem ao menos se mexeu, surpreso com o que ela havia feito, mas aquilo não durou muito tempo, ele logo enlaçou sua cintura com o braço que não segurava o cervo gigante de pelúcia enquanto ela se divertia com a bagunça macia que eram os fios de cabelo dele. Era diferente, era exatamente como ele imaginava que seria, uma sensação que rapidamente tomou conta de todo o seu corpo, algo que ele nunca havia sentido antes porque nunca havia sentido que era tão certo. Lily também sentiu, por isso o puxou de novo e de novo até que a luz da varanda da casa dela acendendo fez com que os dois se separassem, encontrando o pai da ruiva parado na porta.

—Está escuro aí fora. -Ele disse mesmo que nenhum deles acreditasse que aquele havia sido o verdadeiro motivo que o havia levado até ali.

—Pai, esse é James Potter. Ele estuda comigo em Hogwarts.

—É um prazer conhecê-lo, senhor Evans.

—O prazer é meu, James Potter. -Respondeu, analisando o garoto. Lily tinha as bochechas vermelhas, mas sorria. -Não se esqueça de trancar a porta quando entrar, Lil.

—Pode deixar, vou entrar logo.

O senhor Evans saiu, deixando os dois sozinhos mais uma vez. Os dois gargalharam e ele não pode evitar:

—Agora que eu conheci o seu pai, isso significa que é sério?

—Vai com calma, Potter. -Ela disse. -Um encontro não significa que é sério. Me pergunta de novo no quinto.

—Então isso foi um encontro?

—Não. -Ela riu.

—Então não foi um encontro?

—Também não.

—Você ainda vai me enlouquecer, Evans. -Disse, com um sorriso nos lábios. Ela ficou na ponta dos pés mais uma vez e o beijou mais uma vez.

—Me escreva.

—Me responda.

—Vou pensar se você merece. -Ela piscou o olho e ele a puxou para um último beijo. Mesmo que quisesse ficar com ela em seus braços pelo resto da noite, da semana, da vida, ele se forçou a soltá-la. -Cuida bem do mini Prongs ou ele vem morar comigo.

—Pode deixar, ruiva.

E então ele aparatou. No dia seguinte havia não apenas uma, mas três cartas esperando pela garota, já que tudo o que ele conseguiu fazer foi pensar nela, no quanto ela era linda e inteligente e em como os lábios dela eram a melhor coisa que existia em todo o mundo trouxa e bruxo. Foi assim pelas próximas semanas, e sempre que ele escrevia, ela parava tudo o que estava fazendo para respondê-lo.

Exceto no dia em que ele lhe escreveu um poema. James Potter escreve poemas? Ela tinha certeza que ninguém acreditaria se ela contasse. Após ler o poema intitulado When You Love Her, Lily Evans percebeu que ela o amava também e por isso não pensou duas vezes antes de aparatar na casa de James Potter e pedí-lo em namoro. Porque ela sabia que ainda que ambos estivessem longe de ser perfeitos, as partes mais difíceis valeriam a pena desde que eles estivessem juntos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ❤
TEXT!AU JILY: https://twitter.com/GetawayTT/status/1091849606277799936
TEXT!AU BLACKINNON: https://twitter.com/GetawayTT/status/1162437751742062593
TEXT!AU RONKS: https://twitter.com/GetawayTT/status/1174151357823094784
TEXT!AU SCOROSE: https://twitter.com/GetawayTT/status/1119285898246610944



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