Not today escrita por July Beckett Castle


Capítulo 1
Capítulo 1 – It's gotta get easier


Notas iniciais do capítulo

Olá amoras!
Então, hoje eu resolvi voltar a esse site maravilhoso e tirar a poeira de algumas fanfics que eu venho escrevendo.
Hoje não é quinta, mas, é dia de cm... o último dia de cm infelizmente (estou chorando) e por isso decidi postar algumas histórias que estavam se acumulando nos meus documentos. Essa estória tem mais 2 caps escritos, a partir do momento que eu vou postando decidirei se o cap 3 será o final ou não.
Espero que gostem dessa história, não tivemos Hotchniss endgame na série, mas pelo menos temos fanfics não é mesmo? rsrs *autora chorando copiosamente*
Ah, não sei se vcs leram o disclaimer, caso não, queria deixar claro que a música "Not Today" de Imagine Dragons foi minha maior inspiração para escrever essa estória, então se vocês quiserem ouvir rsrs é apenas uma das maravilhosas músicas dessa banda incrível.
Boa leitura =^,^=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787243/chapter/1

Seus passos eram firmes, porém curtos. Não era como se estivesse com pressa para chegar no seu apartamento vazio, ela realmente não estava. Esse caso acabou com suas forças físicas e mental e agora só precisava desse tempo no corredor do seu prédio, sozinha, porém não tão solitária como seria chegar dentro daquele apartamento, que a deixava tão pequena dentro.

Ajustou a bolsa que carregava pendurada no ombro, olhava mais para baixo do que para frente, estava cansada mentalmente, precisava de um descanso, talvez um retiro... Desconsiderou assim que veio a sua mente, não podia largar tudo para o seu bem-estar, não era do feitio dela. Suspirou, embora soubesse que precisava, ela não iria fazer, não quando sabia que era essencial nesse emprego, não quando sabia que podia salvar futuras vítimas que infelizmente apareceriam pela frente.

Tirou as chaves de dentro de sua bolsa e quando subiu os olhos não acreditou no que estava a sua frente. Sua boca abriu quando o barulho das chaves em seu chaveiro batendo entre si ecoou na sua palma. Não estava esperando por essa visita, mas cá estava ele: Aaron Hotchner com os braços cruzados encostado na sua porta e um sorriso no rosto. A jaqueta escura de couro não era o que fazia Emily questionar o quanto ele mudou, mas o sorriso mostrando as covinhas foi o que a fez questionar. Céus ela tinha perdido tanta coisa dele.

— Vai ficar aí parada ou vai me convidar para entrar? - Perguntou ele com o seu tom agudo e um sorriso meio que de ironia.

Emily fechou a boca finalmente e sorriu. Não pôde evitar a aumentar os passos e ir correndo para abraça-lo, ele fez o mesmo o que facilitou para o abraço acontecer. Ela o segurou tão firmemente, como se nunca mais fosse solta-lo. E ele também tinha um aperto firme em sua cintura, tendo que abaixar-se um pouco para ficar da altura dela.

— O que está fazendo aqui? - Ela perguntou com o queixo encostado no ombro largo de Hotch. Ela o apertou ainda mais, ficando na ponta dos pés. – Deus, eu senti sua falta. - Indagou ela, fechando os olhos e se permitindo a sentir cheiro que tanto sentiu falta.

Riu baixinho esfregando as costas dela com a mão.

— Eu soube. - Foi a única coisa que ele disse para ela entender, isso a fez aperta-lo ainda mais, não o machucando, apenas tentando buscar conforto nos braços quentes e reconfortantes da pessoa que mais admirava.

Finalmente dentro do apartamento dela, após longos minutos abraçados, Emily entrou na ilha da cozinha e pegou uma garrafa de vinho junto com duas taças, depositou as taças no balcão e despejou o liquido vermelho da garrafa já aberta em ambas as taças não enchendo por completo. Hotch, que estava do outro lado da cozinha, tomou as duas taças e caminhou até a sala, sentando no sofá e esperando por ela atrás dele. Assim que Emily se juntou a ele na sala, antes de sentarem Hotch a entregou sua taça com o vinho. 

— Não é a sua culpa. - Disse ele, sentando de frente para ela no sofá.

Ela abaixou a cabeça, olhando para o liquido vermelho dançar dentro do cálice.

— Não tinha nada que você pudesse fazer para evitar isso. - Afirmou ele, tendo razão, ele sempre tinha razão. Mas ela já ouvira isso nesse dia, muito, de seus colegas de trabalho.

— Eu não sei, podia ter feito melhor no passado. - Deu de ombros, encarando o par de olhos castanhos a sua frente.

Estava tendo um djavú, já tivera uma conversa semelhante com ele antes, anos atrás no avião. Sorriu triste com nostalgia, abaixando a cabeça para impedir que ele pegasse o seu vislumbre, mas mesmo assim ele vira.

— Eu sei o sentimento. - Ele disse. Arqueando a sobrancelha ao pegar o vislumbre do sorriso dela. – O que foi? - Pediu confuso.

Suspirando, ela olhou para ele, encarando-o novamente. Era algo sobre Hotch que ela apreciava, eles sempre falavam a verdade pelos olhos, e ela realmente apreciava quando não precisava dizer nada diante dele, não quando ele podia lê-la pelos olhos. É claro, ele não podia saber exatamente o que estava passando em sua mente, isso já seria demais e além da realidade.

Emily, não é a sua culpa! - Fez uma imitação barata da voz dele, e riu de si em seguida.

Hotch levou um tempo com sua carranca com ela imitando sua voz grave, depois sorriu olhando para baixo. Suspirou.

Ela abaixara a cabeça novamente, ainda não digeriu do liquido alcoólico da taça. A mão dela estava descansando no sofá quando a grande mão dele a encontrou, segurando levemente como se fosse uma folha, fazendo-a olhar para suas mãos juntas.

— Não faça o que você sempre faz. - Pediu ele.

— O que é que eu sempre faço? - Arqueou a sobrancelha.

Ele apertou sua mão suavemente, dessa vez ficaram se olhando.

— Fingir que está tudo bem com você, mesmo quando não está. Eu estou aqui para te ajudar, Emily, nós vamos resolver a sua bagagem juntos, mas você precisa deixar eu entrar. - Intimou ele, encarando-a.

— Se me conhece tão bem, sabe que não gosto de ser o centro de atenção. - Retrucou ela.

— Só sou eu aqui. - Disse ele, soltando a mão dela para mostrar o seu ponto. – Só eu e você. E o que quer que seja a sua merda, podemos não resolver hoje, mas iremos resolver, para você finalmente se libertar disso. - Garantiu confiante, ele estava lá para ela não importava o que, e queria deixar isso claro para ela.

— Eu poderia ter feito mais para ele. - Confessou pressionando os lábios, não queria chorar agora.

— Você não é um super-herói, Prentiss. Você não pode salvar todo mundo. Algumas pessoas não querem ser salvas, e isso não faz de você uma pessoa ruim, não se você tentou de tudo para ajuda-las, e inferno Emily, conhecendo você, eu sei que você tentou tudo o que podia, e até mesmo o que não podia, apenas para ajudar. - Enfatizou a parte que a conhecia para mostra-la que realmente a conhecia, que sabia muito bem dela para dizer essas coisas. – Você salvou a vida dele, o que mais poderia fazer?

— Mais! - Exclamou, desviando o olhar dele. – Eu sou responsável pelo o que ele fez. - Falou ela, com a voz cortando. – Eu poderia ter feito mais, ter feito melhor. - Abaixou a cabeça, a voz embargada e os olhos brilhando, as lágrimas ameaçando a descer.

Respirando fundo, Hotch pensou no que poderia dizer, ou não dizer, para fazê-la se sentir melhor, mas não tinha muita coisa, então ficou em silêncio, vendo-a ter uma luta interna e segurando as lágrimas.

— Sabe, quando o caso de Ian Doyle apareceu, eu sabia que tinha algo de errado com você, eu sabia que você não estava sendo completamente honesta, mas ignorei os sinais e isso quase custou a sua vida. - Ela olhou para ele depois dessa confissão, olhos tristonhos, pronta para dizer que não foi a culpa dele. – Me senti culpado por tudo o que aconteceu, você teve que fingir a sua morte e eu sabia de tudo, menti para a equipe, mas o que me devastou foi não saber como você estava ou se estava segura. - Admitiu, abaixando a cabeça e engolindo o nó que se formou em sua garganta. – Quando você voltou, estava diferente, eu não consegui alcança-la, e então você foi embora de novo.

— Não foi a sua culpa! - Ela disse, segurando a mão dele dessa vez. Era a primeira vez que falavam sobre esse momento de suas vidas. – Ei, olhe para mim. - Pediu.

Hotch, que estava de cabeça baixa, olhou para cima para encontrar os olhos dela, para encontrar a verdade em seu olhar.

— Eu nunca culpei você. - Afirmou ela.

— Mas eu me culpei. - Ele retrucou. – Eu fiz de tudo para encontrar ele e... - Tomou uma respiração profunda, lembrar disso o enfurecia, mesmo que tudo tinha se resolvido. – Você estava lá e depois não estava mais. Bem na minha frente. - Ele disse, magoado. – Eu quase perdi a cabeça com Clyde...- Emily sorriu com suavidade.

— É o sotaque. - Brincou ela, fazendo-o rir.

— Eu sei o que você está sentindo agora, apenas queria fazer menos desconfortável. - Admitiu olhando nos olhos dela.

— Obrigada. - Agradeceu verdadeiramente. – Mas agora eu estou me sentindo feito um lixo. - Bufou.

— Você deveria tomar um banho, então. - Brincou ele, recebendo um tapa no ombro.

— Você não estava assim da última que te vi. - Disse ofendida. Ele riu. – Lembra quando você me convenceu a ficar na BAU? - Perguntou, tomando um gole do vinho e colocando a taça na mesa de café.

Ele sorriu, olhando para baixo com nostalgia. Claro que lembrava desse momento, foi um dos momentos mais frustrantes para eles, quem diria que era apenas o começo para toda merda acontecer.

— Sim, eu lembro. Não funcionou muito da segunda vez, embora. - Lembrou ele.

Ela não pôde deixar de evitar o sorriso.

— Você tentou.

— É, mas eu estava tentando me convencer de que não estava tentando te convencer a ficar porque eu queria que você tivesse isso, mas, cara, você podia ter ficado, eu não me importaria. - Disse-lhe, rindo junto a ela.

— Cara, eu poderia. - Respondeu, ainda rindo. – Ainda mais quando você disse que eu era sua melhor agente. - Lembrou ela, sorrindo convencida.

Hotch riu.

— Eu disse “uma das melhores agentes”, não invente coisas. - Retrucou ele, tomando o resto do vinho em sua taça e depositando ao lado da de Emily.

— Você disse que eu merecia essa promoção e que sentiriam saudades. Eu ainda teria meu lugar na equipe sempre. - Recitou ela, sorrindo carinhosamente. – Você esqueceu de dizer que eu tomaria o seu lugar.

Ele olhou para baixo. Nunca passou pela sua mente que ela tomou o seu lugar, ele a escolheu para esse cargo porque ela era a certa para trabalho, era no que ele acreditava e estava certo, não podia estar mais confiante de sua escolha.

Tantas coisas aconteceram entre eles, na vida deles, era muito para refletir em um dia só.

— Foi a melhor decisão que eu podia tomar. - Afirmou ele. – JJ estava na linha, mas eu precisava te colocar de volta para a equipe, eles precisavam de você, e eu sei que você precisava deles de novo. Para se sentir em casa. - Explicou ele.

Ela sorriu.

Ele realmente a conhecia bem.

— Você está sempre certo. - Acusou ela, fazendo uma carranca de brincadeira. – Mesmo assim, eu voltei por você e Jack. Para a equipe também, mas eu pensei que, quando tudo acabasse vocês voltariam para DC e estariam conosco e estaríamos todos juntos novamente, mas vocês nunca voltaram. Não é lar quando Aaron Hotchner e Derek Morgan não estão por perto.

— Trabalho não é um lar, Prentiss. Lar é onde o coração está. - Disse ele, sorrindo suavemente. – E podíamos estar longes, mas, você e a equipe ainda eram parte da nossa família, nosso lar.

— Você é melhor por perto, seu idiota! - Reclamou ela, batendo-o novamente.

Ele riu se curvando fingindo dor.

— Você é baixinha, mas é forte, Prentiss. - Brincou.

Ela abriu a boca, surpresa com o que ele disse e fingindo estar ofendido.

— Eu poderia atirar na sua cabeça sabia? - Ameaçou.

Ele riu.

Ficaram em silencio por uns minutos, apenas curtindo a presença um do outro, não era necessária muita conversa agora. As vezes apenas o silêncio se era o suficiente.

— Como está Jack? - Emily perguntou minutos depois. Já haviam falado um pouco sobre o pequeno Hotchner antes de entrarem, mas foi rápido.

Hotch sorriu como todo pai orgulho quando perguntavam de seus filhos.

— Ele está muito bem, se ajustou na nova escola, tem vários amigos e até uma namoradinha. - Riram juntos. – Ele realmente gosta de lá, e agora estou mais presente na vida dele, está sendo ótimo para nós. - Admitiu, com um pouco de pesar, no entanto não podia esconder o contentamento.

Emily apoiou um abraço no encosto do sofá e inclinou a cabeça para o lado.

— Parece uma vida boa.

— É.- Ele concordou. Meio culpado, embora.

— Enquanto a você? Alguém especial na sua vida? - Perguntou, curiosa, porém sem saber se queria realmente saber disso.

— Não. Não tem ninguém. - Ele riu sem graça.

Emily mordeu o lábio inferior.

— E quanto a você? - Quis saber ele.

Ela riu olhando para baixo.

— Qual é Emily, você sabe que pode falar comigo. - Pressionou ele, rindo um pouco.

— É, é.- Limpou a garganta. – Eu tinha um encontro hoje, na verdade, mas cancelei. - Confessou ela. – Ele é um cara legal, muito bom na verdade, mas... - Engoliu em seco. – Tem muita merda na minha vida, eu não sei se estou pronta. - Completou ela, dando de ombros e suspirando.

— Se for para ser, ele vai estar disposto a passar por isso com você. - Falou. – Emily você merece ser feliz. Realmente merece. Você merece alguém que cuide de você, mesmo que você não permita, porque, céus mulher, como você é teimosa. - Riram. – Toda merda que vem com você, se o afastar, é porque não era para ser.

Ela o encarou, um tanto impressionada pelo o que ele disse, e até emocionada. 

— Nós temos que seguir em frente, certo? Todos nós cometemos erros, mas não podemos deixar toda nossa vida girar em torno de um erro. - Disse ele. Pegou a mão dela novamente e apertou. – Não desperdice o seu tempo, corra atrás do que você quer, olha onde você já chegou. - Aconselhou, mesmo que não admitisse, doía um pouco dizer essas palavras, mas não podia deixar de dizer, aliás, ele a queria feliz mais do que ninguém nesse mundo.

— Você tem razão. - Concordou ela, sorrindo. – Você sempre tem! - Puxou o saco dele.

Ele riu enquanto ela se levantava, tirou os sapatos e deixou-os jogados no meio da sala, em seguida foi para cozinha, Hotch acompanhava os seus movimentos com o olhar. Gostava de observar seus movimentos, aprender mais sobre ela, como gostava de ficar descalço e era um pouco desleixada, como era espontânea, essas pequenas coisas fizeram com que ele a visse com olhos diferentes. Emily Prentiss era especial. Ele sabia disse. E queria que ela soubesse também, deseja que ela fosse feliz, por isso estava aqui, por isso queria tanto ajudá-la a se libertar de seus medos. Ela voltou para sala, com uma barra de chocolate, e sentou-se no sofá, um pouco mais perto dele que antes.

— Nunca perdeu os hábitos de comer porcaria. - Brincou ele em uma observação.

Ela fez um beicinho.

— É chocolate! - Retrucou. – Quer um pouco? - Ofereceu colocando a barra praticamente na boca dele.

Hotch riu e deu uma mordida no chocolate, embora não fosse muito de comer essas coisas, não negou. Ficou observando ela devorar a barra, negou quando ela ofereceu mais.

— Vai ficar por quanto tempo? - Perguntou ela.

— Alguns dias.

— Eu senti sua falta, estou feliz que tenha vindo até aqui. - Admitiu, sorrindo atrás do pacote vazio da barra de chocolate.

Um sorriso se formou no rosto dele, também estava feliz por ter vindo, mas mais ainda por ela estar feliz com sua presença.

— Embora eu odeie como você consegue me ler. - Reclamou fazendo uma falsa carranca. Ele riu.

— Eu sou um bom profile. - Se gabou.

Emily gargalhou. Sim, ele era um ótimo profile, mas não iria admitir isso em voz alta.

— Muito cheio de si, senhor Hotchner.

— Você também, senhora Prentiss. - Respondeu provocando.

Ela deu-lhe a melhor feição de “mal” semicerrando apenas um olho.

— É agente Prentiss, senhor. - Enfatizou.

Ambos riram, mais pela lembrança que acarretava.

— Lembra quando eu cheguei na equipe? - Perguntou ela, rindo.

— Sim. - Afirmou ele. – Você estava tão animada achando que iria começar no primeiro dia. - Disse.

Ela revirou os olhos.

— Nunca pensei que o desmancha prazeres do meu chefe seria o meu amigo um dia. - Brincou ela. Se aproximou mais dele e deitou a cabeça em seu ombro.

— Você provou o seu valor. Como agente, e como amiga. - Inclinou a cabeça na dela. – Nós tivemos muitos altos e baixos.

— Você foi um idiota comigo. - Lembrou ela.

Hotch suspirou alto, Emily riu baixinho.

— E mesmo assim eu passei a te admirar. - Disse-lhe. – Tanto que agora eu sou melhor que você. - Brincou ela, rindo.

— Ei! - Reclamou.

— Você me defendeu. - Disse depois que se recompôs de rir dele.

— Você ficou ao meu lado. - Respondeu ele. – Obrigado. - Agradeceu.

Ela segurou o braço dele e se aconchegou um pouco mais perto.

— Nós somos uma família. - Disse. – Protegemos um ao outro.

— É, e mesmo assim eu não consegui vim para ajudar a te salvar de Scratch. - Disse ele, se culpando.

— Não se culpe por isso, Hotch, se você viesse eu nem sei o que poderia ter acontecido. Com você, com o Jack. Você fez a coisa certa, não se culpe pelo o que aconteceu. - Confortou ela. – Sério, nós temos que parar com isso. - Riu sem graça. Ele riu junto.

Levou sua grande mão para cobrir a dela repousando em seu braço. Ficaram assim por mais tempo, em um silêncio novamente. Para um momento tão íntimo, nem estavam desconfortáveis, mesmo que nunca estiveram assim antes.

Aquilo era novo. Novo pela intimidade, pela conexão que, antes já tinha, agora mais forte. Tantos anos e eles também eram novos, mudaram, cresceram, amadureceram quando pensavam que não tinha mais nada para aprender, deixaram se permitir mais. A vida fez com que ambos, de suas maneiras, subissem muros invisíveis para protege-los de se ferirem, a vida os mudaram de tantas formas que um dia decidiram não se transformarem naquilo que a dor tentou transforma-los.

Foram tantas coisas que os fizeram se fechar, e tudo isso os fizeram tornar essas boas pessoas, ótimos agentes e incrível seres humanos que são hoje. É como dizem, temos que aprender com os nossos erros, e eles fizeram isso. Erros e acertos. Aprenderam com a dor, com as pessoas, mas mais sozinhos.

Os dois eram diferentes, mas tão parecidos em certas coisas.

— Você realmente acha que não tinha nada que eu poderia ter feito? - Questiona Emily no meio do silêncio, sua voz quase se perdendo pelo apartamento.

Olhava para a parte escura da sala, as luzes estavam fracas, porém alguns pontos estavam totalmente no escuro, assim como dentro de si, pensou ela. Encontrou algum conforto ao seu lado, mas era frio e escuro, ela detestava o sentimento, esse de estar completamente sozinha, o que era um tanto irônico agora. E o agora era bom, confortante, o amanhã ela sabia que não seria mais, seria sua realidade de volta à tona, por isso tentou não se sentir tão confortável ao lado dele, para não ter que se sentir pior do que esteva.

Sozinha, no frio e no escuro do seu apartamento, com um grande vácuo.

A realidade era uma merda, e ela odiava essa monotonia.

— Eu acho - Começou ele – que você deveria parar de pensar no que poderia ter feito, e se orgulhar do que já fez até aqui. - Ele respondeu minutos depois, também olhando para a escuridão. – Você é uma boa pessoa, Emily.

— Você também, Hotch. - Respondeu sorrindo para o nada. – Eu realmente aprecio sua ajuda, mesmo que ainda ache que não preciso, não sei se conseguiria lidar com a minha merda sozinha. - Ironizou rindo. Hotch apertou sua mão.

— Claro. Você só precisava de outra perspectiva, e de alguém que te conhecesse bem para não te deixar sair dos trilhos.

— Eu poderia fazer isso sozinha.

— Mas não hoje. - Ele disse, com a voz profunda. – Não hoje...

#####

Not Today

 “There she goes in front of me              “Lá vem ela na minha frente
Take my life and set me free again      Pegue minha vida e me liberte novamente
We'll make a memory out of it”           Nós construiremos uma memória com isso”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então pessoas, é isso. Postarei no meu insta jullyfanfic o dia da atualização, entre outras informações, caso queriam me acompanhar é só seguir. Também estou no twitter como @jullybcfanfic e sempre estou postando sobre CM e esse universo maravilhoso que é o nosso, falo das fanfics é claro hihihi
A história não é movida a comentários, mas eu adoraria saber o que você achou! Amoo vcs só por estarem aqui por hotchniss, vcs são incríveis ♥ até os leitores fantasma♥
Obrigada por ter lido, espero que tenha gostado, nos "vemos" depois do carnaval!!!
Desculpa por qualquer erro, o capítulo foi revisado apenas uma vez.
Críticas e/ou sugestões sempre serão bem-vindas. Comentários odiosos atacando os coleguinhas serão excluídos (acho que não terá pq vcs são maravilhosas, mas caso apareça um engraçadinho por aí...) Beijuuu =^,^=



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Not today" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.