Colégio Basílius escrita por ericrj05


Capítulo 4
Intro 01 - Jay: Conhecendo o Colégio


Notas iniciais do capítulo

Quer saber mais um pouco mais sobre o Colégio Basílius? Jay vai mostrar pra você. Aproveite para conhecer a história dele também.



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JAY

Cidade Fantasma
Dias Atuais

A vida de Jay Hosen era muito rotineira, como um constante déjà vu.
Estava sempre correndo pelas ruas, brincando com os cachorros sem dono ou brigando com outros garotos da vizinhança. Também passava grande parte do tempo nos fundos do prédio onde vivia, treinando socos e chutes com os bonecos de borracha que serviam para treino de combate, descarregando neles toda a raiva e descontentamento que tinha. Parte dessa raiva era por conta das reações dos bonecos de treino, que eram encantados com magia para reagir aos golpes e de vez em quando acabavam revidando com seus braços de borracha, mas a maior parte do seu descontentamento vinha do fato de não ter conhecido seus pais que se sacrificaram para impedir que uma Bruxa, interessada em alguma energia presente no espírito do garoto, o levasse quando ainda era um bebê e por este motivo cresceu sozinho, apenas com os cuidados da ausente presença de seu tio Phillip que não era seu tio de verdade, mas apenas um grande amigo de seu falecido pai.

Embora não recebesse muita informação sobre eles, Jay sabia que seus pais haviam sido caçadores, caçadores dos bons, e por este motivo também queria se tornar um caçador talentoso o mais rápido possível e ser reconhecido pelo seu talento e este objetivo estava cada vez mais perto de ser alcançado. Seu tio Phillip era o diretor do Colégio Basílius, uma instituição de ensino que ensina e treina jovens para compreenderem e lidarem com as energias sobrenaturais e suas criaturas. Sua matrícula no colégio havia sido feita pelo próprio diretor, seu único responsável legal já que não tinha família de sangue, e sua jornada como caçador estudante começaria neste semestre.

Como caçador Jay teria que escolher uma arma para ser sua principal ferramenta contra as energias sobrenaturais, que seria produzida com encantamentos e magia por um grande ferreiro que fazia as armas oficiais do colégio para os alunos bolsistas e avaliava a procedência das armas feitas em outras forjas por alunos que podiam pagar pelas próprias. Por estar sempre brigando com outros garotos e bonecos de teste, pensou em sugerir soqueiras para serem sua arma encantada, mas depois de avaliar melhor decidiu escolher manoplas. Grandes manoplas que envolveriam seus punhos e lhe dariam potencial tanto para atacar, quanto para se defender.

Agora, como aluno do Colégio Basílius, Jay teria um dormitório no qual poderia morar durante toda sua jornada acadêmica, mudando-se do prédio no subúrbio para o prédio de acomodações da universidade definitivamente. Seus pertences ainda estavam jogados em cima da cama, no quarto do dormitório que dividiria com outros dois garotos que ainda não estavam presentes. Ainda cansado pela mudança, Jay decide se deitar um pouco sobre a cama ao lado de sua mala e sacolas jogadas até que chegasse o horário do circuito guiado que apresentaria as vastas dependências da instituição aos alunos calouros, como era de costume a cada início de semestre.

Quando o horário se aproxima e Jay já se sentia descansado o suficiente, decide que era hora de descer do dormitório ao térreo e aguardar o início do circuito no pátio de entrada, que era o local de início.

Havia um elevador que podia levá-lo do sexto andar ao térreo, mas ele não tinha pressa e decide descer pelas escadas, aproveitando para observar os andares no caminho até lá em baixo, mas o local estava pacato com apenas um aluno ou outro caminhando por um corredor ou subindo as escadas. O semestre ainda nem havia começado de verdade e a maioria dos alunos só chegaria próximo ao início das aulas, pois estariam curtindo suas férias do lado de fora com suas famílias e dormindo em suas próprias casas.

Chegando no pátio, alguns outros poucos alunos já estavam lá, reunidos próximos ao chafariz de frente para a entrada da universidade. A maioria formada por alunos bolsistas que tiveram de chegar antes do início do semestre acadêmico e como ficariam ali por muito mais tempo ocioso até que as aulas começassem era necessário que lhes fosse apresentado o espaço o quanto antes, para que não se sentissem perdidos.

Um inspetor uniformizado chega no pátio para recebê-los e se apresenta. Jay conhecia aquele símbolo no uniforme, a cabeça de um dragão preto em círculo branco no peito de uma blusa também preta. Seu nome era William e ele pede para que aguardem alguns minutos mais, pois ainda faltavam algumas pessoas. Minutos depois os alunos restantes chegam pouco a pouco e entre eles uma garota alta, de pele escura e cabelos compridos ainda mais escuros. Suas roupas eram mais curtas do que Jay estava acostumado a ver nas garotas de sua cidade. Jay era ainda mais alto que ela, sempre fora o maior comparado aos outros de sua idade e até mesmo mais velhos. Diferente daquela garota seu cabelo era curto, de coloração branca meio acinzentada e cortado nas laterais. Ambos tinham uma expressão desagradável, de poucos amigos. Ela o encara por um segundo quando percebe que ele a observava por tento demais, mas então desvia seu foco de volta ao inspetor. Ela parecia familiar, mas Jay não se importava o suficiente para tentar se lembrar de onde.

Quando todos os alunos estavam presentes o circuito se inicia e William lhes apresenta à já conhecida entrada, que era cercada por longas grades de ferro com um portão principal bem largo que levava em linha reta ao chafariz do pátio de entrada, onde estavam, e mais adiante ao prédio acadêmico. Ele conta um pouco da história daquela instituição enquanto os leva para dentro do Bloco A, dos prédios acadêmicos, onde se encontram as salas de aula, laboratórios, biblioteca, sala dos professores, diretoria e afins.

— O Colégio Basílius foi fundado por Noah Basílius Frank, em 1933. Noah foi o primeiro e único caçador de sua época a dominar um Dragão Obsidiana, uma criatura extremamente rara e hostil.

O primeiro prédio era o administrativo, que mantinha as secretarias e ambientes de trabalho dos funcionários da instituição. Atrás deste prédio havia outro anda maior, cuja entrada do térreo dava para um saguão e próximo à uma parede não distante da entrada havia um balcão de informações, como uma recepção, mas sem ninguém ali para atender, ao menos por enquanto. No térreo não havia salas de aula, que começavam a aparecer do primeiro andar em diante, sendo os andares mais baixos para as aulas dos alunos mais novos e os andares mais altos com salas de aulas dos alunos veteranos.

Ele continua — O Basílius foi a primeira instituição do século vinte e cresceu tanto em tão pouco tempo que se tornou uma das cinco melhores no mundo no início do século vinte e um, em 2008. Inicialmente ensinava a defesa contra atividades sobrenaturais de forma geral, mas avançou ao ponto de dar, além das aulas gerais, aulas específicas para alunos se especializarem em uma das sete categorias oficiais de caçadores reconhecidas pelo Conselho de Caça. Em 2016 tivemos o maior número de medalhas de ouro nos jogos do Campeonato Estudantil Internacional, competindo com dezenas de outras instituições. Hoje somos reconhecidos em todo o mundo e formamos alunos muito bem preparados que representam e repassam a nossa imagem e ensinamentos para muitas outras pessoas ao redor do mundo.

O prédio da biblioteca também era enorme, atrás do prédio administrativo e ao lado do de aulas, apesar de nenhum se comparasse em tamanho ao prédio de aulas. Embora não tivesse muitos andares, era bastante largo e seu interior parecia maior ainda. Haviam milhares de livros à vista e certamente centenas de milhares de outros livros guardados por magia que não podiam ser vistos no momento. Por fim, mas não menos importante, chegam a praça de alimentação com um refeitório coletivo para que os alunos se alimentassem gratuitamente nos horários servidos, mas também com lojas para aqueles que preferissem comprar algo que os atenda melhor.

Em seguida os calouros são levados ao Bloco B, à esquerda da entrada principal do colégio, o bloco das quadras e atividades práticas. Eram metros e mais metros de espaço com quadras de esporte, de combate, algumas com ou sem bonecos de treino, piscinas e quadras cobertas para aulas privadas que não puderam ser acessadas. No caminho William fala sobre elas.

— As quadras variam bastante de tamanho e estrutura, sendo as maiores e mais trabalhadas para o treino de combate de alunos veteranos, cujas habilidades são mais... potentes. — Alguns metros depois ele continua — O mesmo vale para as piscinas. Existem algumas convencionais, rasas ou fundas, e outras aprimoradas com correntes de água, obstáculos e coisas mais que vocês poderão observar ao longo das aulas.

Havia também uma quadra com pilares enormes de pedra branca e um dos calouros pergunta para que eles servem. — Esta é a quadra de combate aéreo. Alguns alunos possuem habilidades de salto aprimorado, levitação, voo e afins. Aqui eles treinam combate sem tocar o solo e utilizam estes pilares para se apoiar e voltar ao alto, evitando quedas e otimizando seu tempo no ar. — William também fala sobre os eventos esportivos que o Basilius participa e como vários de seus alunos trouxeram, através deles, uma boa reputação à instituição. — A partir do qarto período vocês também poderão participar destes eventos e campeonatos. Portanto é muito importante estar sempre estudando e praticando desde cedo para manter a mente e o corpo afiados.

E por fim o Bloco C, onde encontram-se os prédios de dormitórios masculino, feminino e do corpo docente, bem como a área comum no térreo, também conhecida como bosque. — O bosque é utilizado por alunos que querem se encontrar fora de seus dormitórios para bater um papo. Em dias mais tranquilos também é usado como local de estudo, além da biblioteca.

As entradas nos dormitórios eram restritas somente para aqueles que de fato possuem um quarto no respectivo prédio. Haviam outros dois instrutores na entrada dos dormitórios feminino e masculino e ali os alunos se separam para serem guiados em seus respectivos prédios residenciais. Não haviam muitas pessoas ali, o que tornava o grupo ainda menor ao se separarem.

O inspetor Suyin guia os garotos para dentro do prédio de dormitórios masculinos, o qual Jay havia acabado de sair antes do início da excursão e já conhecia ao menos parcialmente.
Era um prédio bem largo, mas não muito alto, com vários dormitórios por andar e em cada dormitório um quarto para três e um banheiro triplo. Abrigava todos os alunos do primeiro ao último semestre, embora nem todos estivessem sempre presentes. Durante as férias, os alunos com residência própria costumavam deixar a Cidade Fantasma para voltar para casa e visitar suas famílias, enquanto durante o semestre letivo os veteranos passavam a maior parte do tempo fora em missões e atividades externas.

Não haviam muitos espaços a serem visitados naquele prédio além dos dormitórios, entretanto havia uma sala de lazer no prédio masculino com sinuca, jogos eletrônicos, de tabuleiro, sofás e televisão, assim como uma no térreo para uso de todos os gêneros. Embora não tivesse visto, o mesmo devia existir no dormitório feminino.

Esta fora a etapa mais rápida e ao final da excursão estavam todas liberados para retornarem aos seus quartos, arrumar suas coisas e conhecer o local por si só.
A excursão que apresentaria o centro da cidade seria amanhã, mas Jay morava na Cidade Fantasma desde sempre e já conhecia tudo, portanto não se importara em se inscrever naquele circuito.

De volta ao seu dormitório, sozinho, Jay se joga na cama mais uma vez para pensar em como seria sua nova vida de caçador dali para frente. Era um sonho que se tornara realidade e tinha que se esforçar ao máximo para que tudo desse certo e pudesse se tornar alguém forte como seus pais.

— Eu vou ser o melhor caçador que essa escola já viu. Não vou ficar no mesmo nível desses merdinhas. — Ao final do comentário ele dá uma risada acompanhada de um soco de uma mão na outra e então se espalha na cama novamente, voltando a dormir no meio da bagunça que ainda não havia arrumado.



 


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Notas finais do capítulo

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