Chance || Seth Clearwater escrita por Katherine


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Louise.

 

 

Eu estava descobrindo um mundo novo, da qual nem se quer podia desconfiar que existisse anteriormente. Ao lado dos Volturi tudo era muito frio e supérfluo, não havia a menor intensidade em nossas palavras e sentimentos – se é que existissem. Em dois dias com os Cullen já conseguia me sentir diferente. Tudo ao lado dos vampiros de olhos dourados era muito intenso e especial, principalmente quando se tratava de sentimentos. Fui recebida de braços abertos por cada um deles, que me acolheram como se já me conhecessem a muitos anos, como se eu realmente fizesse parte da família. Eu tinha conhecimento de que o fato de Edward ler a minha mente colaborava na confiança depositada em mim. De todos eles, Jacob era o que encontrava mais relutante com a minha chegada, entendi o motivo no momento em que minha pele entrou em contato com a de Edward, dando-me total visão ao pensamento de cada um deles. Os pensamentos de Esme e Bella eram praticamente iguais, a única diferença era que a esposa de Carlisle tinha um lado mais maternal, enquanto Bella além de ter sentido pena pela situação em que eu me encontrava, estava gostando do fato de tirar uma parte dos Volturi deles, mesmo que não se lembrassem. Edward e Carlisle também compartilhavam do mesmo pensamento, eram curiosos e extremamente atentos a cada passo que eu dava. Rosalie e Alice estavam empolgadas, assim como Renesmee, a ter mais um membro na família. Jasper e Emmett estavam satisfeitos e contentes por mim, mas no fundo de seu subconsciente era notável que torciam por uma pequena guerra contra o Clã Italiano. Já Jacob – o lobo que havia sofrido o Imprinting por Renesmee – não queria ter o menor contato com os Volturi ou qualquer coisa que o remetesse à eles. Ou nesse caso. Eu era a coisa. Não fiquei mais de vinte segundos lendo seus pensamentos, não foi o suficiente para que eu entendesse toda aquela coisa de lobo, mas não era o mais importante.

Rosalie havia prometido um mundo de coisas boas e bonitas pra mim. Em tão pouco tempo eu podia dizer o quanto ela estava certa. Forks era uma cidade pequena, pelo o que haviam me contado, mas aquele pequeno mundinho era totalmente diferente de tudo que eu havia visto no castelo.

Eu me sentia feliz com as novas descobertas, novos sentimentos e enfim... uma família.

— Eu acho que ele gostou de você – a voz de Renesmee tirou-me de meus devaneios, fazendo com que meus olhos se prendessem nela – Gostou desse lugar?

Assenti em concordância, desviando meus olhos de seu rosto para encarar o riacho em nossa frente.

— É muito bonito – murmurei vendo o sorriso inocente da menina crescer nos lábios – Eu gostei.

Renesmee deixou os ombros tensos e eu notei que estava um pouco nervosa.

— É verdade que você nunca havia visto o mundo, tia Louise? – perguntou receosa. Assenti em concordância e ela esticou os bracinhos para tocar o meu rosto, inclinei o meu corpo para trás, de forma que suas mãozinhas não pudessem me tocar – Eu vou mostrar à você o meu lugar preferido no mundo, não precisa ter medo.

— Tudo bem.

Segurei em sua mão levando-as até a lateral do meu rosto. Em pouco tempo minha visão foi preenchida pelo ponto de vista de Renesmee em uma praia, seus olhos encaravam o horizonte depois do mar, Jacob estava ao seu lado e aos poucos pude ver outras pessoas conversando na areia da praia. A visão da menina mudou, seus olhos se fixaram no garoto de olhos escuros. Quis perguntar à ela mais sobre ele, mas não quis interrompê-la. Na imagem, o amigo dos Cullen sorriu para Renesmee que correu para o seu colo gritando o seu nome.

Seth.

Era como ela o chamava.

A hibrida tirou as mãozinhas do meu rosto com um sorriso travesso nos lábios, só então percebi que estávamos sendo observadas. Seth estava parado mais a frente, com os dedos inquietos, mexendo-se no ar. O seu olhar era intenso sob mim. Nem mesmo Edward me olhava daquela forma, quando estava preso em meus pensamentos. Sorri em sua direção, vendo-o soltar o ar dos pulmões de uma vez só.

Renesmee deu duas batidinhas em minha perna e correu em sua velocidade sobrenatural até Jacob.

— Você pode me levar pra caçar, Jake? – perguntou manhosa.

O lobo assentiu sorrindo abertamente.

— Vá se trocar primeiro. Alice me mataria se te levasse com essa roupa.

A ruivinha riu e virou-se para me encarar.

— Tia, você quer vir? – neguei com um aceno rápido – Seth?

— Não, o Seth não quer, Nessie – Jacob a interrompeu – Vá se trocar antes que escureça.

Ela deu de ombros e correu para a entrada da casa. Não demorou muito para que o Black entrasse também, sorrindo sugestivamente para Seth antes disso. O garoto ainda sorria quando se aproximou, tomando o lugar que era de Renesmee. Seu olhar se prendeu no riacho por algum tempo, desejei o dom de Edward naquele momento. Era um tanto curioso que um lobo fosse amigo dos vampiros. Marcus sempre me dizia que erámos inimigos naturais. Foi uma grande surpresa encontrar com Jacob no carro ainda em Volterra, mas eu conseguia entender que seus motivos eram maiores. Ele não estava ali simplesmente por ser amigos dos Cullens. Ele estava ali por Renesmee.

Perguntei-me o motivo de Seth também estar presente.

— Gostou? – perguntou-me – Digo... de Forks.

Uma careta engraçada formou-se em seu rosto e foi impossível não sorrir. Ele parecia bastante nervoso.

 - Eu gostei – fitei o riacho – Um pouco mais frio do que em Volterra. Mas mesmo assim é bonito.

— Eu sou Seth Clearwater – estendeu-me a sua mão – Um amigo da família.

— Louise – respondi, sem saber ao certo qual sobrenome deveria usar.

Estiquei minha mão direita para apertar a sua em um sinal de cumprimento. A eletricidade tomou conta do meu braço no momento em que sua pele quente entrou em contato com a minha, dando a impressão de que meu braço estava em chamas. Seth também pareceu sentir algo, seu sorriso desmanchou-se do rosto, mas não desfez o entrelaço de nossas mãos, com seus olhos fitando descaradamente o anel em meu dedo.

Foi o suficiente para que eu tirasse minha mão da sua, tentando ao máximo esconder a joia. Eu ainda não conseguia entender ao certo o motivo de não ter me desfeito dela até então. Alec não foi real. O quase casamento fracassado também não. Então por que ainda não ter arrancado aquilo do meu dedo e jogado em um lugar qualquer?

A expressão do lobo em minha frente não era das melhores. Ele parecia confuso e ... um tanto quanto furioso. Pegou uma das pedrinhas jogadas ao chão e atirou no riacho com força. Talvez um pouco mais de força do que o necessário. De repente seus músculos relaxaram e ele voltou a me encarar, parecendo mais tranquilo dessa vez.

— Jasper é um cara esperto – murmurou – Então, como se sente? Começando em um novo lugar, com novas pessoas?

— Reconfortante – admiti – E surpreendente. Não imaginava que isso fosse acontecer um dia. Quer fizer, quais eram as chances de isso dar certo? Aro sempre estava à um passo a frente de tudo, sobre qualquer coisa. Não poderia imaginar que alguém seria tão corajoso ao ponto de enfrenta-lo.

Seth torceu o nariz com um olhar duvidoso.

— Você nunca o enfrentou?

Dei de ombros.

— Acho que a minha existência por si só já é uma afronta à ele – o lobo riu em concordância – Como eu disse, Aro sempre estava à um passo a frente. Ele não poderia me matar, pelo menos não diretamente, então achou uma forma melhor de fazer isso.

— Qual? – perguntou parecendo interessado demais na conversa.

Fiquei sem ação diante à intensidade de seu olhar. Seth era realmente muito bonito. Não que eu houvesse conhecido muitos caras durante a minha vida, mas sem dúvidas sua beleza era fora do comum. Eu gostava do escuro dos seus cabelos, combinavam perfeitamente com os olhos, quase no mesmo tom.

Pisquei algumas vezes, tentando lembrar-me sobre o que estávamos falando. O garoto riu, percebendo que eu estava o analisando.

— Nunca conheci o lado de fora – dei de ombros – Aro não me matou, mas não deixou que eu vivesse. Sempre fiz o essencial para sobreviver... só isso.

— Você nunca tentou fugir?

— Pra onde eu fugiria? Com quem? – perguntei retoricamente – Eu nasci no castelo, Seth. Tudo o que eu tinha estava lá dentro.

Ele encarou os próprios pés soltando um longo suspiro.

Eu entendia que não deveria fazer muito sentido para ele... ou pra qualquer outra pessoa, mas era a minha realidade. Nunca concordei com Aro, Caius ou Marcus, as atitudes deles não me agradavam. Mas era o essencial. Não havia outro lugar no mundo em que eu pudesse ir, ou pessoas que pudessem me ajudar. Não tinha amigos ou outros familiares. Essa foi a forma como fui criada. O que não era de se surpreender, ao julgar por as esposas estarem trancadas no alto de uma torre sem nunca poderem sair.

— Você se arrepende? – perguntou em um sussurro.

— Não – respondi sem nem pensar – Nunca me arrependeria.

— Acha que vai sentir falta?

— Não. Ainda é confuso, de uma forma boa. Tenho muito à conhecer aqui – lhe disse enquanto olhava envolta – Eu sei que não vou sentir falta de nada.

Um sorriso genuíno formou em seus lábios e foi impossível não retribuir.

— Posso ajudar com isso – sugeriu.

— Mesmo?

Ele concordou, ficando de pé e esticando a mão para me ajudar a levantar. Aceitei de bom grado, sentindo novamente o meu braço entrar em chamas com o seu toque.

— Será um prazer.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários :)
XOXO.



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