Olvuria - Fanfic Interativa escrita por Odd Ellie


Capítulo 1
Prólogo - Três Mulheres Mortas


Notas iniciais do capítulo

Olá, como título indica se trata de uma fanfic interativa, além do elemento fichas eu achei interessante colocar um elemento rpg de escolhas, ou seja caso você escolha fazer um personagem e este for selecionado no final de cada capítulo focado nele ou nela haverá opções de escolhas para você fazer pro seu personagem e o capítulo seguinte será escrito de acordo com as suas escolhas. As fichas podem ser mandadas por comentário ou por mensagem. Inicialmente eu vou estar abrindo 10 vagas.

As informações sobre o mundo e o modelo de fichas podem ser encontrados aqui : https://docs.google.com/document/d/1Bz7cW-UZVY79ySR8b4zdFNoymdEvYH5eRkpvxARoHD8/edit?usp=sharing

As fichas podem ser mandadas por comentário ou pelo sistema de mensagens do nyah.

O prólogo abaixo se passa cerca de 30 anos antes da trama principal.



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“O passado é a chave para entender o presente” - (Anônimo) 

Olvuria 

Dia 14 do Verão do ano 1245 

 

Bedriska Obriork  

“Nós estamos em Olvuria agora” a voz do dragão disse dentro da cabeça da princesa. 

A princesa colocou a cabeça para o lado de fora da janela da carruagem e observou a paisagem, parecia igual a Belabria onde ela tinha nascido e passado toda a sua vida até esse ponto, mas ainda assim um sorriso iluminou seu rosto. 

O nome dela era Bedriska e um dia ela seria rainha daquela terra. 

Quando seu olhar se voltou para cima ela viu Akzuris, sobrevoando a carruagem, suas escamas brancas e lilás cintilando contra a luz do sol em alguns momentos conseguindo se camuflar entre as nuvens. Ele era um do menores dragões adultos de Belabria, apenas pouco maior do que um cavalo, ela tinha ouvido um dos Drakins no campo de treinamento dizer que quando chegasse a hora de batalhar Olvuria novamente Akzuris provavelmente seria um dos primeiros a morrer. Ela havia dito para ele voar na frente esperar por ela mas ele havia sido insistente que ele preferia acompanhá-la na jornada. Se tivesse sido por sua escolha ela teria feito a jornada inteira montada nele, mas havia Inessa a ser considerada. Ela era única das suas damas de companhia que tinha vindo com ela e a idéia de deixá-la sozinha para fazer a longa jornada de mais de uma semana enquanto Bedriska chegava em questão de horas parecia cruel. E além do mais por esse caminho ela tinha a oportunidade de ver o reino. 

Até alguns poucos anos atrás ela acreditava que ela nunca veria. Com seus reinos sendo inimigos declarados desde a fundação de Olvuria. As coisas mudaram um pouco após Rainha Emilja ter sido coroada após a morte de seu pai, houveram tratados para facilitar o comércio e viagem entre os dois países, e agora haveria o primeiro casamento entre uma princesa belabriana e um príncipe olvuriano. 

Pouco após o seu noivado ser anunciado ela convenceu um dos magos da corte a lhe mostrar uma imagem de seu prometido, e no ar ela viu a imagem do príncipe Barnat cercado por amigos conversando, ele era bonito, cabelos negros e olhos azuis. Mas ela achou que ela viu uma certa arrogância em seus olhos que lhe trouxe um certo receio. Ela sempre soube que um casamento por amor não era uma opção para ela, mas seu coração ansiava por um grande amor romântico desde a primeira vez que ela ouviu uma canção de amor por um dos menestréis que se apresentou no palácio, e o desejo era fortificado por cada canção, estória ou poema que ela havia entrado em contato. E ela tinha esperança que talvez ela fosse encontrar isso também afinal o casamento de seus pais tinha sido arranjado e eles foram bem felizes juntos, e seu irmão mais velho Sergei parecia cada vez mais encantado com a filha do duque Pushkin com quem ele tinha se casado no início da última primavera. Talvez sua sorte fosse a mesma deles. 

Ela foi puxada desses pensamentos pelos cavalos freiando do nada fazendo o interior da carruagem chacoalhar. 

“O que está acontecendo ?” Inessa que até então estava dormindo disse. 

A resposta veio na sua mente com a voz de Akzuris antes poucos segundos antes do cocheiro responder :

“Tem outro dragão voando na nossa direção, assustou os cavalos” 

“Pare a carruagem por favor” Bedriska disse. 

“Bea você tem certeza que isso é a coisa mais sábia a se fazer ?” Inessa disse. 

“Sim” ela disse.

Provavelmente sim ela pensou. 

Quando a carruagem parou ela abriu a porta, Akzuris já tinha pousado, ela colocou sua mão em sua cabeça e mentalmente disse :

“Não ataque a não ser que eles ataquem primeiro, certo ?”

“Certo” o dragão respondeu. 

Quando o outro dragão pousou e ela viu seus olhos ela soube imediatamente quem era a sua drakin. 

Rainha Emilja Kadzar, primeira de seu nome, soberana de toda Olvuria. Ela não usava uma coroa mas era impossível não reconhecê-la pela presença do dragão Hystas, que tinha escamas elétricas azuis e um olho negro e o outro azul, um dos raros dragões de trovão, um notório por escolher monarcas como seus Drakins já tendo tido conexões com reis e rainhas de Belabria, Zimia, Olvuria e até mesmo na antiga Malvuria que hoje era uma terra amaldiçoada onde nenhum humano conseguia sobreviver por mais de um dia. 

O dragão Hystas se inclinou para a rainha descer e quando os pés da rainha tocaram o chão Bedriska se curvou. Ela pensou bastante sobre esse momento específico nos meses anteriores, em termos de hierarquia era claro que aquele abaixo se curva primeiro quando eles se conhecem pela primeira vez e como uma Rainha Emilja estava acima dela, mas durante a maior parte dos últimos 500 anos Belabria se recusou a reconhecer Olvuria como um reino próprio, mas sim como uma terra que por direito pertencia a Belabria, e que os Kadzars não eram reis mas sim ladrões. Um dos seus ancestrais tinha até dito durante um discurso que ele fez diante de seus Drakins prestes a irem para batalha que Olvuria era uma terra de ladrões e traidores e os Kadzars eram os piores de todos, e um Obriork nunca se curvaria diante de um Kadzar.

E agora ela estava fazendo precisamente isso. Se algo ainda sobrasse da alma de seus antepassados ela imaginava que eles provavelmente estariam a xingando naquele momento. Mas ela tentou expulsar esse pensamento da sua cabeça, sem certas concessões nada daquilo funcionaria. A paz entre os dois reinos era tão nova, tão frágil. Seu casamento com Príncipe Barnat seria o que tornaria esta mais sólida, mais segura. Ou ao menos isso era o que ela esperava. 

Após alguns segundos com a princesa curvada a rainha fez o mesmo e as duas se levantaram em sincronia. 

“Bem-vinda a Olvuria” a rainha disse. 

“É um prazer estar aqui”

“Eu espero não ter assustado vocês aparecendo derrepente”

“Assustar não mas foi surpreendente, eu fui informada que nós só nos encontrariamos com a família real em Dabria”

“Sim, esse era o plano mas eu pensei que uma conversa privada entre nós antes disso seria benéfica. Rainha para futura Rainha”

“O que quer que vossa majestade desejar” 

“Bom, então vamos para lá” a Rainha disse e apontou para um penhasco longe no horizonte “A não ser que demoraria muito para colocar uma sela no seu dragão, eu não tenho desejo nenhum de ser inconveniente”

“Eu não preciso de uma sela, uma das vantagens de ter um dragão de porte pequeno é que eu consigo me equilibrar bem apenas segurando nas suas rijas vertebrais” 

“Ainda assim parece arriscado”

“Eu não recomendaria para qualquer um mas eu tenho voado desde que eu tinha dez anos e eu sou muito boa nisso”

Só após as palavras terem saído de sua boca a princesa percebeu que ela provavelmente estava soando bem arrogante, mas ela se tranquilizou quando ela viu que a expressão da rainha era mais uma de divertimento do que de irritação. E também que seus olhos eram do mesmo tom de azul de seu filho. 

“Vamos, então ?” a rainha disse.

“Vamos”




Inessa Plotnikova 

Inessa Plotnikova assistiu sua princesa voar para longe acompanhada pela rainha de Olvuria, a deixando para trás com o cocheiro, o cavaleiro e uma apreensão enorme em seu peito. 

Inessa não gostava muito de dragões. 

Ela tinha se acostumado com Akzuris, e até tinha algum nível de afeição por ele, mas o outros lhe causavam arrepios, lhe fazendo pensar na sua infância com ameaças da sua governanta sobre meninas levadas que são engolidas por dragões, e histórias assustadoras que seus primos costumavam contar nas festas familiares sobre dragões que tinham queimado cidades até que não houvesse ninguém ou nada além de cinzas. 

A última parte tinha sido verdade, embora não no seu tempo de vida, as primeiras guerras entre Belabria e Olvuria tinham sido brutais, com dragões tendo mesmo queimado cidades inteiras, ao ponto de Malvuria que na época era o reino mais poderoso do continente nortenho e discutivelmente do mundo inteiro resolveu intervir. Então foi decidido que exércitos humanos lutariam exclusivamente com exércitos humanos, e que dragões e seus drakins lutariam exclusivamente contra outros dragões e drakins, e também foi decidido que nenhum dragão tinha a permissão de lançar chamas, gelo ou raios contra civis com o acordo de que severas punições seriam colocadas em prática contra qualquer drakin que desrespeitasse essas regras. E tinha sido uma regra que tinha sido fortemente respeitada por todos os reinos com apenas alguns incidentes isolados ao longo dos últimos séculos. 

Uma das maiores vantagens da paz na sua opinião seria que dragões provavelmente não seriam mais vistos como essenciais para o funcionamento dos reinos. E ela queria acreditar que paz era o que os dois reinos estavam construindo agora, mas ela sabia que acordos comerciais e casamentos reais não apagam séculos de ódio tão facilmente. 

O cocheiro e o cavaleiro não pareciam estar dividindo sua preocupação com a princesa estando sozinha lá, já estando distraídos conversando como eles tinham passado a maior parte da jornada. 

Inessa desabotoou os dois botões de cima de seu vestido e segurou o pingente de rubi em seu colar e uma visão veio para ela. Ela e sua princesa estavam em uma sala de jantar elegante com a mesa farta de comida belamente decorada, no outro lado da mesa estavam três jovens loiras falando animadas. 

Inessa largou o pingente e respirou aliviada. 

O pingente mostrava uma imagem de um futuro provável, tinha sido um presente de um mago para uma de suas ancestrais séculos atrás, e era o maior segredo e bem mais valioso da casa Plotnikova, uma parte dela ainda não conseguia acreditar que seus pais tinham lhe dado o artefato para levar para Olvuria. Inicialmente eles nem queriam que ela fosse listando todas as coisas horríveis que poderiam acontecer com uma jovem belabriana em Olvuria, e cada item citado aumentava mais a sua convicção de que ela deveria ir, afinal Bea teria que ir, ela não tinha qualquer escolha, e ela estaria sozinha em um país distante com pessoas que ou queriam usá-la ou secretamente a odiavam ou ambos. Com ela ali haveria pelo menos uma pessoa com quem a princesa poderia contar que sempre teria o seu bem-estar e felicidade como uma prioridade. Então quando ficou claro que eles não conseguiriam dissuadi-la eles deram a ela o pingente de rubi, e avisos sobre como nem sempre este era confiável, que mostrava apenas o futuro provável, e muitas vezes apenas o fato de ver este já o alterava, e também como muitas vezes era difícil ter certeza se o que era mostrado era bom ou ruim porque eles só recebiam alguns segundos de imagem sem som. E também só podia ser usado uma vez por dia. E mesmo com todos essas coisas muito da fortuna e sorte dos Plotnikovas podiam ser associadas com o pingente, tendo até salvado a vida de alguns de seus familiares segundo as histórias. Muitos de seus tios e primos que estavam ciente da existência do pingente não gostaram da idéia de mandá-lo para fora de Belabria, mas após muitas discussões a maioria acabou concordando afinal Plotnikovas cuidam uns dos outros e Olvuria era um covil de cobras e eles não deixariam uma de suas filhas sem os meios de saber quando era a hora de escapar. 

A princesa e a rainha ficaram cerca de dez minutos no penhasco conversando, então elas montaram em seus respectivos dragões e voaram de volta ao local onde a carruagem se encontrava.

Desta vez a rainha não saiu de sua sela.

“Tenha uma boa viagem, nós estaremos a aguardando em Dabria”

“Obrigada vossa alteza” Bedriska respondeu.

“Oh eu quase esqueci, o castelo do Duque Kover é apenas algumas milhas daqui, ele disse que ele e suas filhas adorariam recebê-las caso você e seus companheiros de viagem desejem descansar pela noite antes de retornarem para a estrada para Dabria” 

“Parece bom”

“Adeus” 

“Adeus” 

E a rainha voou para longe. 

Alguns minutos depois novamente dentro da carruagem agora a caminho do castelo Kover, Inessa perguntou :

“O que ela queria falar com você ?”

Bedriska hesitou por alguns segundos antes de dizer :

“Nada demais, só me dar boas-vindas, me contar um pouco da história dessa região”

Aquilo era uma mentira, a maioria das pessoas não perceberia, mas Inessa conhecia as expressões da sua princesa como a palma da sua mão. Mas ela decidiu não comentar, Bea tinha direito a um pouco de privacidade e segredos, assim como Inessa tinha os dela. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, comentários são sempre apreciados.



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