Ser Pai escrita por SBFernanda


Capítulo 1
Capítulo Único




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Ser Pai

Ninguém ensina o que é ser pai. Não existe um manual de instruções que indique o que se deve fazer quando se descobre que um bebê irá nascer, o que fazer quando ele chorar, ou mesmo quando começar a responder. Aprende-se a ser pai quando se é. É na hora que está sendo que o sentimento toma conta e as decisões, sejam elas certas ou erradas, precisam ser tomadas na hora.

Às vezes as pessoas recorrem aos seus pais quando precisam de uma ajuda. Mas o que fazer quando se cresceu sozinho? A quem recorrer em um momento que não sabe o que fazer?

Muitas foram as vezes que Naruto Uzumaki se viu nessa situação. Quando o primeiro filho nasceu, seu pequeno menino, Naruto se viu desesperado. Ele não sabia pegar Boruto no colo, ele não sabia trocar uma fralda. Ele não sabia ser pai. Naquele momento, quando notou tudo isso, ele se desesperou. Nunca tivera um pai, como o seria?

Ele observava Hinata sendo mãe. Ela parecia saber tudo. Até o dia em que o filho ficou doente pela primeira vez. Esse foi o dia que ela chorou, pois a febre não abaixava. Foi o dia em que Hinata confessou não saber o que era ser mãe, afinal, também tinha perdido a sua.

Depois daquele dia, então, Naruto percebeu que eles podiam aprender a serem pais juntos. E como tinha errado! Dos erros mais básicos como trocar a fralda, até escolhas mais definitivas. Naruto tinha errado diversas vezes. Mas ver seu filho bem, mesmo em meio a tudo aquilo, lhe dava uma alegria imensa.

Só que o maior erro estivera destinado a uma época mais longa. Ele se entregou ao trabalho como ninguém mais o tinha feito. Ele perdia o filho, dia após dia, e não sabia como o recuperar. Foi nesse instante que ele percebeu que, talvez, nunca viesse a saber o que era ser pai.

 

O destino, porém, pareceu lhe reservar uma surpresa. Quando suas frustrações chegaram ao nível máximo, quando achou que tudo o que tinha feito até aquele momento tinha falhado, pois seu filho fez tudo ao contrário do que era certo, a roda da vida girou.

Tudo poderia estar acabado naquele instante. Ele podia ter a força, mas não era mais o mesmo homem determinado que fora quando garoto. Seu propósito era manter todos à salvo, mas e ele?

Foi quando o viu. Seu filho. Seu pequeno pedaço de amor, como ele e Hinata falavam quando ele era pequeno. Ali, pronto para enfrentar o desconhecido, um ser muito mais forte, para apoiá-lo.

Naquele instante, descobriu a força, naquele instante, ele descobriu que ser pai era muito mais do que ensinar o certo e o errado, do que amar e se decepcionar, que ter um filho infinitamente melhor do que ele tinha sido.

Ser pai, para Naruto Uzumaki, era se ver naquele menino que tinha tido uma vida completamente diferente da sua; com uma personalidade que era como a dele e de Hinata e o amar. Amar, apesar dos defeitos e escolhas erradas. E estar ali, pronto para ensiná-lo novamente. Ser pai era ser o que o filho precisasse, fosse um herói ou um vilão, como já tinha sido durante vários anos. Ser pai era estar presente, ainda que precisasse estar distante. Ser pai era apoiá-lo, mesmo que não concordasse com ele, ensinando, mas estando ao seu lado.

Foi naquele dia, quando notou os olhos azuis olhando-o de forma assustada, que ele percebeu que o seu menino ainda era um menino, que ele ainda tinha um longo caminho pela frente e que, mesmo que negasse em palavras, seus olhos mostravam que precisava do pai em sua vida.

E como ele negaria ao filho algo que sempre quis para si? Ele podia não saber ser pai, mas vinha aprendendo desde o momento em que soube que Boruto chegaria.

 

Alguns meses depois, sentado à sua mesa no prédio do Hokage, uma batida na porta foi o prenuncio da entrada de Shikamaru. O homem tinha um sorriso descansado nos lábios.

— Você não irá para casa?

— Estou terminando este documento, mas pode ir. — Ao notar o silêncio do outro após suas palavras, ele olhou para cima. — Não vou perder o meu dia com meus filhos, Shikamaru.

E não perderia mesmo. Após terminar o documento, Naruto seguiu para a sua residência, mas ao entrar, notou de imediato que não havia a costumeira movimentação.

Antes, porém, que ativasse os sentidos para descobrir se não havia ninguém em casa, dois pequenos raios seguiram em sua direção: um de fios loiros e um de fios azulados. Ele abriu os braços bem a tempo de recebê-los.

— Feliz dia dos pais! — disseram em uníssonos.

Ele sorriu.

Aquele dia só existia porque aqueles dois existiam. E ele era imensamente feliz por tê-los em sua vida.

Podia não saber como ser pai, mas estava disposto a passar o resto da vida aprendendo com eles. Pois, descobrira finalmente, que são os filhos que ensinam o que é ser pai. E ele tinha dois para ajudá-lo a descobrir. 


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