Paradoxo Temporal 2: O Projeto K1 escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 5
Filhos podem brotar de onde os pais desavisados não imaginam




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― Alguém está com o Ginmaru.

Gintoki fitava seu reflexo na tela apagada do smartphone do filho, pensando no telefonema recebido. Era uma voz masculina, que não foi possível reconhecer, e isso o deixava mais tenso. Queria ter reconhecido o Zura, o Gorila, o Sakamoto... Qualquer conhecido o deixaria menos aflito.

Mas não deixaria isso dominá-lo. Ele iria buscar Ginmaru, da mesma forma que Ginmaru o buscara meses atrás.

Ele era sangue do seu sangue, e os últimos meses haviam sido de reaproximação entre pai e filho, depois de uma década distantes um do outro. Não permitiria que Amantos destruíssem sua vida mais uma vez, como chegaram a fazer antes.

Levantou-se, decidido a ir encontra-lo. Porém...

― Eu não iria sozinho se fosse você, Gin-san. – o Shinpachi mais velho alertou. – Você é o próximo alvo dos darkenianos.

― Tá bom. – ele concordou meio a contragosto. – E quem vai comigo?

― Hijikata-san e eu vamos com você.

― Eu darei cobertura. – Tsukuyo disse.

Nisso, o latido de Sadaharu foi ouvido. Gintoki olhou para trás, e viu o grande cão branco cheirando a katana embainhada de Ginmaru que estava na mão do Shinpachi mais jovem e abanando a cauda.

― Parece que o Sadaharu já sabe onde ele está! – Kagura avisou.

Tão logo a garota Yato terminou a frase, Sadaharu saiu disparado. E, logo atrás dele, Gintoki agarrou-lhe a cauda.

― PERAÍ, SADAHARU, VOU JUNTO!

― Okita-san, proteja o pessoal que veio do passado!

E, logo atrás, Comandante e Vice-Comandante tiveram que correr se quisessem dar cobertura para o albino e o cão gigante, deixando para trás o Trio Yorozuya vindo do passado, junto com Hijikata, que estava novamente sob a mira do Capitão da Primeira Divisão do Shinsengumi.

― Oportunidade perfeita agora! – sorriu sadicamente.

― ABAIXA ESSA BAZUCA, SOUGO! EU VIM DO PASSADO, MAS AINDA SOU SEU SUPERIOR!

― Espera aí, Okita-kun! – Gintoki interveio.

Hijikata respirou mais aliviado. Sougo preferia respeitar aquela aberração do açúcar que não tinha nem onde cair morto a respeitar seu superior. E isso não mudava nem com o passar dos anos, pelo o que percebeu.

― Pode atirar, já estamos numa área segura! – Gintoki disse, enquanto se afastava com Kagura e Shinpachi.

Só deu tempo de ouvir o clique do gatilho e o posterior disparo, que provocou uma explosão ao longe. O Vice-Comandante só sobreviveu ao ataque porque instintivamente se jogou no chão e saiu ileso. Levantou-se tomado pela raiva e estava disposto a ir para cima do culpado por toda aquela situação:

― VOCÊ ME PAGA, YOROZUYA!!

Gintoki, claro, não conteve um sorriso debochado.

 

*

 

― EI, SADAHARU, ESPERA AÍ, VOU CAIR!!

O Gintoki mais velho tentava se segurar da melhor forma possível no grande cão, mas tudo o que conseguira era se agarrar com firmeza aos pelos da cauda felpuda do animal de proporções gigantescas. Sadaharu possuía mais afeto por Ginmaru do que por ele, provavelmente por conta dos seus dez anos de ausência. Apesar de tudo, tinha afeição pelo cão que outrora fora mascote de Kagura, justamente por lembra-la.

Haviam chegado à entrada do Distrito Kabuki, onde Sadaharu estacou, fazendo o albino ser lançado para longe e cair de cara no chão batido.

― Aiaiaiaiai... – queixou-se enquanto esfregava o nariz dolorido. – Vê se avisa quando vai parar, saco de pulgas...!

Sadaharu se virou para ele e voltou a cheirar a katana de Ginmaru, que estava à sua cintura junto com a bokutou. Voltou a cheirar o chão, como se confirmasse que o cheiro encontrado era o mesmo daquela katana. O animal passou a andar, enquanto seguia seu faro. Gintoki andava ao seu lado, sendo alcançado por Tsukuyo, Shinpachi e Hijikata.

Os quatro seguiram com o grande cão até um hospital fora dos arredores de Kabuki. Sadaharu latiu enquanto olhava para a porta do prédio. Entenderam que Ginmaru estaria por perto.

Quando se dirigiram para a entrada, apareceram cerca de dez Amantos envergando a característica farda amarela de subordinados aos darkenianos. Pareciam surgir do nada e já foram para cima do grupo, que ofereceu resistência. Entretanto, a luta fora breve, pois uma quinta pessoa surgira para retalhar os aliens.

― Ele está lá dentro, Yorozuya-san. – o recém-chegado dizia enquanto embainhava a katana.

A pessoa em questão era um homem, que usava um quimono yukata vermelho-escuro liso, calçava chinelos e usava um chapéu de palha que encobria seu rosto.

― Por que eu deveria confiar em você? – o albino demonstrou cautela, embora seu instinto samurai não estivesse tão alerta quanto àquele indivíduo.

― Porque fui eu que ajudei o garoto a sair vivo do Distrito Kabuki. – foi possível ver o sorriso do jovem.

― É falta de educação não se apresentar. Se você é um dos “caras legais”, é bom parar de mistério.

― Podem me chamar de Taichirou.

― Muito bem, Taichirou-kun. Leve-nos ao Ginmaru.

Não foi preciso entrar no hospital, pois pela porta já saía um jovem albino com alguns curativos no rosto, o braço esquerdo com algumas bandagens, assim como a mão direita. Estava meio pálido, mas parecia bem. Sorriu:

― Taichirou-kun é um bom sujeito, pai... E como foi a viagem ao passado?

Gintoki ficou aliviado e lhe entregou a katana:

― Missão cumprida. Estão lá em Yoshiwara.

Durante a conversa entre pai e filho, Hijikata ficou incomodado com os constantes olhares a ele dirigidos por Taichirou:

― Por que você tá me encarando assim? Nunca viu uma farda do Shinsengumi antes?

― Me desculpe.

― Relaxa, Hijikata-san! – Shinpachi tentava quebrar a tensão. – Talvez não seja nada de mais!

Taichirou novamente encarou o Vice-Comandante:

― Hijikata? Hijikata Toushirou?

― Sim. – o Vice-Comandante respondeu enquanto acendia um cigarro. – Por quê?

Taichirou retirou o chapéu, que revelou os olhos azuis e cabelos negros, presos em um rabo-de-cavalo baixo que ia até suas costas.

― Finalmente encontrei meu pai! – deu um sorriso amistoso. – Prazer, sou Hijikata Taichirou.

Todos encararam Taichirou em choque, para depois olharem para um estupefato Toushirou, cujo cigarro queimava entre os dedos, no meio do trajeto interrompido para a boca. O Vice-Comandante estava totalmente paralisado pelo choque da apresentação daquele sujeito e por reconhecer nele seus próprios traços.

“O-O... Q-QUE T-TÁ ACONTECENDO AQUI?!!”


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