Just another girl escrita por Nina Spim


Capítulo 16
Chapter Sixteen


Notas iniciais do capítulo

oi, gentes! desculpa a demora pra vir aqui e não desistam de mim ♥

boa leitura! :)



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Pela primeira vez, você esquece os seus medos e fantasmas.

 (You are in love, Taylor Swift)

Estar com Quinn me anima. Eu ouço seus elogios aos meus vídeos, ao meu canto e quero cada vez mais cantar. Às vezes cantamos juntas no meu quarto, vejo-a se despir de qualquer vergonha ou baixa estima.

Eu amo quando dançamos músicas lentas juntas ou quando simplesmente ficamos em silêncio em momentos que antecedem o sono. Ela está cada vez mais na minha vida e às vezes tenho medo de perdê-la, tenho medo de que o mundo nos afaste.

Fico imaginando quando vamos abrir o jogo para meus pais e o pais dela e para toda a sociedade. Santana saiu do armário por causa da Brittany e foi meio horrível no começo. Disseram coisas ignorantes para ela, mas Quinn a defendeu todas as vezes com certa fúria. Será que ela vai conseguir defender o nosso amor também? Por enquanto, nos beijamos escondido, sem ninguém por perto. Noto que quando nos beijamos em salas vazias da escola, Quinn fica desconfortável – e eu entendo: ela é a filha perfeita e filhas perfeitas não namoram outras garotas. Mas eu gostaria que ela simplesmente deixasse para lá. Queria que ela entendesse que o que fazemos não é errado.

Certa noite de sexta-feira, pergunto a ela:

— Posso contar para os meus pais sobre a gente?

Eu sei que meus pais só vão ficar felizes – quer dizer, eles são dois homens e eu sempre entendi que o sentido e amor e família vai além do padrão machista e patriarcal que a sociedade vende.

Quinn contrai os lábios, num gesto pensativo.

— Vai mudar alguma coisa?

— Não, eles vão nos aceitar como aceitam agora.

Ela fica em silêncio e depois diz, rapidamente:

— Não posso contar para os meus.

— Eles vão descobrir alguma hora, não vão? – inquiro, levemente chateada.

Eu sei que vai ser difícil, mas acho que é pior esconder. E ela não pode ser culpada por amar. Que tipo de pais culpariam uma filha por simplesmente querer dividir a vida com outra pessoa?

— Rachel. Você não entende – Quinn parece triste e raivosa ao mesmo tempo.

— A gente não pode se esconder para sempre. Não quero ter medo de amar abertamente você.

— Nem eu, mas... Meus pais... Eles não vão aceitar. Nem sei o que fariam comigo, sério. Talvez, quando eu for maior de idade...

— Não vou esperar quase dois anos para sair de mãos dadas com a minha namorada na rua – aviso num tom sério. – Mas... não vou te forçar. Só acho que a gente deveria ser livre.

— Eu quero ser livre, mas não posso. Simplesmente não posso enquanto depender deles.

Fico quieta, me sentindo culpada e aborrecida ao mesmo tempo.

— Desculpa – Quinn diz, baixo. Noto que a voz dela falha.

Olho-a e a abraço.

— Está tudo bem. Não é sua culpa – conforto-a. – Não quero que você ache que isso é essencial. Mas me incomoda. Não quero te beijar só no meu quarto.

— Eu sei – sua voz continua quebrada, e ela funga, limpando os olhos – Eu também não quero.

A gente se ajeita na minha cama e fica respirando em silêncio, abraçadas.

Tenho medo do que os pais dela podem fazer, mas também gostaria que ela soubesse que estou ao seu lado.

Não toco mais no assunto, porque não quero vê-la sofrer. Eu sei o quanto isso a machuca e não quero que ela pense que a estou forçando a se assumir. Eu sei que ela tem o tempo dela, e não posso acelerar isso. Tudo o que posso fazer é apoiá-la e amá-la mesmo às escondidas.

{...}

As coisas no Glee vão bem e o recesso de inverno se aproxima. Apesar de Puckerman sempre me olhar de um jeito que não gosto, parece ter desistido de me assustar.

Começo a ficar animada por causa do Natal e da ação que o Glee vai fazer em um orfanato. Conto para Quinn e ela fica feliz. Os treinos dela estão cada vez mais pesados e, às vezes, ela nem mesmo fala comigo depois deles, de tão cansada que fica. Ainda temos algum tempo para as regionais, e sei que estou confiante. Mas vejo que Quinn não parece feliz. Eu sei que existe muita pressão psicológica em cima das líderes de torcida e todas as vezes que a vejo com olheiras, ela me diz que teve insônia por causa da ansiedade dos treinos.

— Preciso dormir mais vezes com você – Quinn fala, sorrindo – Você acalma a minha ansiedade.

Eu sorrio de volta, mas acho isso preocupante. Como alguém que também é ansiosa, não acho saudável qualquer tipo de brincadeira.

— Dorme lá em casa hoje – digo, porque faz duas semanas que quase não nos vemos direito.

— Quero – concorda e aperta a minha mão de maneira quase invisível. Estamos no corredor, em frente aos armários, e sei o quanto ela se inibe. – A gente se vê depois do Glee?

Assinto e quase não consigo soltá-la. Sinto falta dela. Sinto falta das pequenas coisas, do toque dela, do beijo dela. Na escola as coisas são tão escondidas que geralmente ela se afasta antes de qualquer gesto meu.

Quinn me olha, pois ainda não desvencilhei meus dedos dos dela.

— Sinto sua falta – eu digo, baixo. Ela sorri de novo.

— Eu também, mas as aulas estão acabando e logo, logo a gente tem o recesso. Vou dormir todas as noites na sua casa.

Mesmo com os cadernos dela entre a gente, eu me aproximo ainda mais. Quinn continua me olhando, querendo saber o que vou fazer. Ela não se move, e percebo que isso talvez seja uma permissão. Fico nas pontas dos pés e a beijo na boca. É só um selinho, a coisa mais simples do mundo. Depois, sorrio mais uma vez.

Vejo-a olhar para os lados, numa atitude defensiva e envergonhada.

Ninguém vem até nós dizer coisas. Não noto nem mesmo um único olhar esquisito.

— Hm, então... a gente se vê depois – ela grunhe, num tom atrapalhado, e dá um passo para trás. Sua face está meio lívida e robótica.

— Te amo – declaro, ainda em sua frente.

Ela não responde e se afasta rapidamente. Fico vendo-a partir com uma coisa pesada no coração.

Eu não queria que fosse assim. Não queria que fosse tão difícil.

{...}

— Você está namorando a Quinn?

Maneio meu pescoço, me distraindo das partituras. Vejo Finn a alguns passos de mim, a mochila nas costas, o olhar confuso.

— É por você que ela está apaixonada? – ele continua – Porque eu vi vocês se beijando mais cedo, no corredor.

Me sinto levemente apreensiva.

— Hm, sim. Já estamos juntas há algum tempo.

Finn franze a testa.

— E como isso aconteceu? Quer dizer, eu não sabia que você era...

— Bissexual? – pergunto diretamente, sem pestanejar.

— É... isso aí.

— Você nunca perguntou. Você nunca perguntou nada sobre mim. Eu só sou a amiga pirralha do seu meio-irmão.

Ele assente devagar.

— Sabe – abro o jogo –, eu era apaixonada por você, até que percebi que não vai rolar.

— Era? – Finn fica surpreso.

Faço que sim.

— E agora eu estou feliz, muito feliz – explano com naturalidade.

Finn continua me olhando.

— Bom, que bom para você.

Eu sorrio.

— É.

A porta está aberta e vejo alguém se aproximar. É Quinn. Ela espera no corredor, como sempre faz. Se estou conversando com alguém, ela não se intromete – e às vezes acho que isso a magoa, mas nunca me disse nada.

— Agora, se você me der licença – eu digo. Pego minha bolsa e a partitura que escolhi para a semana –, eu vou indo.

Passo por Finn, que não se move, e alcanço o corredor.

— Hey, oi! – exclamo.

— Oi – Quinn retruca de um modo abatido.

— Aconteceu alguma coisa? O que a Sue te obrigou a fazer dessa vez? Mais shakes doidos?

Ela começa a andar, e eu a sigo.

— Não – Quinn simplesmente fala. E, daí, olha para trás, para Finn saindo do Glee. – O que ele queria?

Fico surpresa. Será que ela está se sentindo ameaçada pelo Finn? É claro que eu já gostei muito dele, mas agora é diferente. Agora eu estou apaixonada por ela.

— Perguntou se estamos juntas.

Olho de esguelha para ela, e contemplo seu olhar duro.

— Você não deveria ter feito aquilo – Quinn articula numa voz nada doce. Eu sei imediatamente sobre o que ela fala. O beijo.

Dou mais um passo e fico na frente dela. Quinn estanca com surpresa e certa raiva.

Eu também estou com raiva, confesso. Não quero ficar escondendo a minha namorada do mundo. Tudo bem ela não querer falar para os pais, mas a escola é um ambiente diferente e, de qualquer forma, bullying é um fator para expulsão aqui no McKinley.

— Até quando você vai se esconder? – inquiro.

Quinn balança a cabeça por um momento, o rosto pétreo e decidido.

— Até eu me sentir segura, tá bem?! – ela explode. – Para você pode ser fácil, ninguém espera nada de você, Rachel. Você é livre para ser uma estrela, para estar na Broadway, mas eu... As coisas são complicadas. Eu não tenho escolha, meus pais... e todo mundo... esperam que eu seja perfeita.

— Você não precisa viver assim, com medo do que vão falar. E, se seus pais não te respeitam do modo que é, talvez... talvez eles não saibam te amar.

Noto que isso a deixa sem palavras.

— Você... Você não sabe de que está falando – é o que Quinn sussurra. – Eles podem ser essas pessoas meio esquisitas, mas...

— Eles não são esquisitos, Quinn – refuto na mesma hora, sem nem mesmo deixá-la terminar a sentença –, eles manipulam você, fazem de você o que querem. Isso não é família.

Quinn continua me encarando de um modo perigoso; agora ela não está nada adorável, nada como aquela menina linda e amena que conheço. Quinn está com raiva – e devastada. Vejo suas olheiras, o quanto se esforça para estar acima das expectativas alheias simplesmente porque lhe disseram que era isso que deveria fazer. Isso é tão triste.

Eu a abraço numa atitude de proteção, mas ela não cede.

— Não quero brigar com você – aviso.

— Então, pare de me deixar desconfortável! – Quinn exclama, se afastando de mim. – A sua família perfeita e feliz não tem nada a ver comigo. Talvez... talvez tudo isso tenha sido um erro!

Agora sou eu que me afasto dela. Eu a encaro, machucada.

— Se você acha... – eu digo, dando um passo para trás. – A gente se vê depois, então. – e eu saio andando na direção oposta.

Quinn não corre atrás de mim, e acho que isso é o que mais me fere. Tento controlar as lágrimas que despontam, mas é em vão. Em poucos segundos, elas descem.

Na entrada, passo por Puckerman, que diz:

— E aí, Berry?

— Agora não – eu advirto, sem nem mesmo olhá-lo.

Ando decidida até a porta e saio para o pátio. Rezo para que Puckerman não me siga, e ele não o faz, pois passo os próximos quinze minutos na parada de ônibus, esperando ir para casa.

Meus pais estão na cozinha preparando o jantar e me seguem quando eu entro, pois vou direto em direção às escadas, ao meu quarto.

— Rachel?

— Estrelinha?

Dou a mesma resposta que dei a Puckerman.

— Mas...

Num ímpeto de raiva e tristeza, digo:

— Eu e Quinn estamos namorando, mas ela não quer me assumir! Ela tem medo de absolutamente todo mundo.

— O quê? A filha dos Fabray? – Hiram diz, surpreso.

Meus pais conhecem os pais de Quinn, assim como basicamente todos os outros pais, já que Lima é um ovo e, claro, os Fabray são muito influentes.

— Querido – fala Leroy, num tom meio debochado –, o tanto que essa garota esteve aqui nos últimos meses... Você não ligou os pontos?

— Querida, por que não nos falou?

— Não faz diferença, faz? – respondo com raiva infundada. Meu Deus, por que estou com tanta raiva?  

— Bem, faz... Nós podemos conversar com os pais dela, ou...

— Não, ela não quer. Não quer dizer para ninguém. E eu estou cansada de ficar escondendo isso.

— Bem, os Fabray não são pessoas muito... como é que se diz? – Leroy olha para Hiram – Lidáveis?

— É, eu duvido muito que eles aprovem – Hiram fala, categórico. – A família Fabray sempre foi muito conservadora, não é como se Quinn estivesse em um lugar seguro. Até onde sei, eles freqüentam missas todos os domingos. Nem sei como não obrigam a Quinn a ir.

Eu nunca soube, ela não fala muito dos pais.

— Você tem que entender, Estrelinha – continua Leroy –, que nem todo mundo nasceu em uma família amorosa. Eu sei que você está com raiva, e você tem esse direito, mas muitas pessoas ainda não entendem que não se escolhe quem amar. E, na verdade, nem é culpa delas, diretamente... É como a sociedade funciona, ela precisa de regras.

— O que não significa que você não deva quebrá-las – Hiram pisca para mim.

— Que tal fazê-la se sentir acolhida ao invés de com medo? – sugere Leroy com suavidade, como o bom conselheiro que ele é.

Penso por um instante e tenho vergonha do meu comportamento. Tantas e tantas vezes eu disse para mim mesma que não iria machucá-la com esse assunto e aqui estou eu... Com raiva da minha namorada só porque ela não tem a mesma vida que a minha. 

Assinto, ainda envergonhada. Eles beijam minha cabeça, como sempre fazem, e voltam para a cozinha. Subo para meu quarto sentindo meu coração bater esquisito e pesado dentro de mim. Sinto uma grande angústia que não sei de onde vem. Deixo a bolsa em cima da cama e me deito nela. Fico olhando o teto enquanto choro – porque não consigo refrear isso. Nem sei exatamente por que choro.

Acabo caindo no sono e quando acordo meu quarto está escuro e eu procuro meu celular, para saber as horas: são seis e meia. Olho o aplicativo de mensagens, mas não tem nenhuma da Quinn. Nossa última conversa foi há dois dias. Fico ponderando por algum tempo, até que decido enviar algo.

Me desculpa. Nós não somos um erro.

Nos dez minutos seguintes, ela não fica online. Decido descer para jantar e treinar a última partitura.

Às dez e meia, ela continua sem visualizar minha mensagem.

{...}

 Na manhã seguinte, espero Quinn no armário dela. Fico lá por uns dez minutos até que ela chega. Não está com a melhor das caras.

— Você viu a minha mensagem? – pergunto, ansiosa, sem nem mesmo dar tempo de ela dizer qualquer coisa. Eu duvido que ela diga, na verdade.

— Não – responde, num tom de tom cavernoso e impaciente –, porque o mundo não gira em torno de você.

— Não faça assim, por favor. Eu quero conversar com você.

— Mas eu não quero. As coisas que eu sinto não vão desaparecer só porque você está arrependida, Rachel – diz e fecha a porta do armário com um pouco mais de força que o habitual. Aí, me olha e vai embora.

Eu me apresso a me emparelhar com ela.

— Eu sei – digo – Não estou pedindo que você anule o que sente. Só acho que não somos um erro. Agora eu entendo que você tem o seu tempo. Eu percebi que a sua vida não é como a minha. E eu quero ficar ao seu lado.

Quinn não para de andar, mas me olha com as sobrancelhas franzidas num olhar afiado.

Noto que ela não sabe o que falar.

— Quer mesmo? – pergunta, afinal.

Assinto rapidamente.

Tudo o que mais quero é que ela perceba que estamos jogando do mesmo lado. Que não vou abandoná-la só porque sou uma garota mimada e idiota. Meu Deus, como eu sou idiota!

— Não retiro o que disse sobre seus pais – adiciono –, mas não vou mais te pressionar. Eu sei que o seu tempo é diferente do meu. E você pode levar o tempo que precisar.

Andamos mais um pouco e ela chega à sala que tem aula. A minha é no segundo andar, então, temos de nos separar.

— Então?

— Não sei, Rachel. Não quero ter de me defender de você toda hora.

— Não vai mais precisar, eu juro.

— Eu vou pensar – é o que ela me diz e entra na sala, me deixando no corredor.

Eu decido não entrar e não continuar a discussão ali, então também vou para a minha sala.

Na saída, eu vou até a sala dela de novo, apressada. Ela me vê e caminha até mim.

— Vamos para o Glee?

— Não, não precisa, eu já pensei. Eu aceito as suas desculpas, mas só se você realmente me prometer que não vai mais – sua voz abaixa e ela olha para os lados – querer me arrancar do armário.

Eu junto as mãos, como se rezasse.

— Eu prometo. Eu estou do seu lado agora.

— Hm – ela faz, soando desinteressada.

— Dorme lá em casa hoje?

Ela assente, mas não sorri. Caminhamos juntas para a próxima aula.

{...}

Assistimos alguns episódios de um seriado e, quando meus pais apagam a luz do corredor, eu também apago a do meu quarto. Fecho a porta, porque meus pais não se importam.

Eu e Quinn estamos bem. Ela já me beijou algumas vezes. Mas, mesmo assim, sinto-a ainda magoada.

Nós vamos para debaixo do cobertor, porque está frio. Alguns segundos depois, Quinn procura a minha boca, e eu me sinto mais uma vez feliz.

— Não quero nunca mais brigar com você – digo, quando nos separarmos para respirar. Ainda está escuro, então não consigo ver seus olhos. Acendo o abajur, porque me sinto bem assim.

Vejo Quinn piscar para mim, o corpo virado para mim, a mão na minha nuca.

— Também não gostei – ela responde.

Estico meu mindinho.

— Promete que não vamos mais brigar?

Ela estica o dela também e o engancha no meu.

— Prometo.

Aí, ela me beija de novo, agora com mais vontade. Sinto-a se esgueirar para cima de mim e isso me deixa ainda mais feliz. Ela não explora meu corpo de imediato, mas o faz aos poucos, sem pressa, e, a cada toque, eu suspiro baixo por causa da sensação. Enquanto me toca, não para de me beijar.

Nossos lábios desfazem o contato e eu abro os olhos, curiosa e confusa. Quando a olho, noto que está sorrindo pequeno, ainda bastante próxima a mim.

— Está tudo bem? – ela me inquire. Seu tom está muito baixo e seus olhos fazem um estudo minucioso da minha expressão. Eu assinto e sorrio.

Quinn me dá espaço suficiente para que eu faça a minha decisão. É bem aí que a faço.

Meu olhar se torna cúmplice.

Seu sorriso parece mais confiante e mais largo. Ela está feliz. E, aos poucos, sinto-me preenchida de uma felicidade dourada e quente. Outro beijo começa, do mesmo modo que o anterior, mas em pouco tempo a língua dela entra em contato com a minha, e eu gemo involuntariamente, porque a sensação é sublime. A cada segundo tudo se torna mais íntimo e mais necessário. E, quando ela retira a minha blusa do pijama, imprimindo muita delicadeza no gesto, eu percebo que não há como voltar. Não há, porque eu não quero dizer não. Eu quero que aconteça.

Momentos depois, estou deixando óbvio que quero tanto quanto ela, quando faço sua blusa escorregar do corpo enquanto beijo seu pescoço.

{...}

Eu quebro outro beijo calmo e a olho. Estamos nuas debaixo do cobertor e eu não sinto o mínimo de vergonha.

— Você é a garota mais linda que eu já conheci – digo, com meus dedos na bochecha dela. Vejo-a sorrir. – Você já tinha feito isso antes?

— Não... Não assim, até o fim. Eu já beijei outras garotas, mas só isso.

Quinn me beija de novo com suavidade.

Eu fecho os olhos e me viro de costas para ela. Em seguida, sinto-a se encaixar em mim.

Apago o abajur.

Não sei explicar a calma e a felicidade que me habitam agora. É algo lindo, algo que nunca senti.

Antes que eu caia no sono, balbucio:

— Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

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