O jardim de lírios escrita por Amystar


Capítulo 1
Edmund Bridgerton e Lilith Wycombe


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, depois de meses com o projeto no papel, saiu o segundo conto sobre os netos Bridgertons! Após o sucesso de “A rosa mais linda”, recebi inúmeros pedidos para continuar com as fanfics. E, desde o início, quando lancei a história de Oliver e Violet, resolvi que se gostassem, eu continuaria a lançar os contos e ver até onde a minha imaginação pode ir. Infelizmente, até hora, só escrevi fanfics de animes e jogos, então algo mais complexo como um romance da época vitoriana requer um pouco mais de planejamento e pesquisa da minha parte, para que não fique desconexa e faça com que o leitor realmente se sinta no mundo que a nossa queria Julia Quinn criou. Mas, enfim, era só isso mesmo. Apreciem a leitura! ♥



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Kent, 1844

Lady Lilith Wycombe tinha uma visão muito diferente sobre o mundo que a cercava. Se galinhas não podiam voar, por que Deus as fizera com asas? Por que milho verde sempre era amarelo seu prato? Por que homens nascem com mamilos, se não podem amamentar? Se fantasmas supostamente podem atravessar paredes, por que não caem através do chão?

E, justamente, por sua mania de sempre pensar e se questionar demais, que ainda estava solteira em sua quarta temporada sem qualquer perspectiva de matrimônio. Ela era provida de uma aparência bem comum, mas não era considerada feia ou desagradável: seus olhos eram castanho claro, tinha longos e lisos cabelos ruivos, e nariz e bochechas recheadas de sardas desde a infância. No entanto, não era nada arrebatador: sempre haveria uma outra mocinha de cabelos avassaladoramente loiros e olhos tão azuis quanto duas pedras de diamante delicadamente lapidadas.

No entanto, seu problema maior não era sua aparência ou seu dote. Fora afortunada com uma família abastadoramente rica, cujo seu pai era o poderoso conde de Billington. Porém, diferente dos demais aristocratas, seus pais sempre foram muito presentes para ela e seus irmãos, amando-os como filhos e não como empecilhos a supervisionar uma vez na semana. Ela era a filha do meio: sua irmã Mary era a mais velha, e a mais responsável. Seu irmão Nathaniel era o mais charmoso, que encantava as mocinhas. Sua irmã mais nova, Christine, de apenas dezesseis anos, era muito boa com números e a mais nova, Gracie, era a criança com a condição física mais implacável que conhecera.

E ela própria, Lilith, tinha sua língua como característica única. Como costumava pensar demais, não conseguia manter a língua quieta e resultava em uma conversa considerada inapropriada para qualquer ouvido aristocrata. Tivera, sim, inúmeras aulas de etiqueta, e sabia portar-se como uma perfeita dama. Mas como ela, em sua primeira temporada, conseguiria imaginar que um cavalheiro não estaria interessada em falar sobre galinhas? Eram tão interessantes!

Foi então que ele apareceu, dando uma longa risada e animada risada, seguida de um sorriso divinamente perfeito.

“Ora, para mim o mais interessante sobre elas é o fato de terem apenas um orifício para as necessidades e para dar vida a outros de sua espécie! Não é incrível?”

Edmund Bridgerton era um homem encantador. Na época em que o conhecera estava em sua primeira temporada, com apenas dezoito anos. Tentou se convencer de que sentira atração por se tratar de um rapaz de aparência mais que agradável, com todos os dentes extremamente brancos e com um viscondado para herdar, mas não tinha como se enganar: se apaixonara por Edmund ali mesmo, quando ele rira sobre seu questionamento sobre galinhas.

Por isso, quando soubera que seu irmão Nathan levava Gracie para a residência dos Bridgertons em Kent, a moça rapidamente se prontificara a ir junto. “Onde Sr. Bridgerton está?” ela se segurava para não perguntar à Lady Bridgerton, sem querer ser inconveniente. A matriarca, que considerava uma mulher muito agradável, parecera ler seus pensamentos, e a disse para dar uma volta nos jardins de trás, pois Edmund deveria estar por lá.

Lillith apenas não pensara que o encontraria de uma forma tão inusitada.

~

— Ed!

Uma voz infantil ecoou pelo local. Edmund se manteve calado, estático e prendeu a respiração. Estava no alto de uma árvore, agachado. Se fizesse um movimento milimétrico, a criança escutaria e este seria o fim de sua paz.

— Primo Edmund! - ouviu-o gritar novamente. - você está aí?!

Já era 1844, e o verão estava a todo vapor. As abelhas zumbiam coletando o néctar das flores, os filhotes de passarinhos piavam de seus ninhos e um dos filhotes da ninhada de seu tio Gregory piava em seus ouvidos sem deixá-lo ter um minuto de paz. Engoliu o seco. Em quanto tempo ele se cansaria de procurar? A posição em que estava era ruim, seus pés já começavam a dar sinais de câimbra e não aguentaria muito tempo sem se mexer. Subira na árvore em uma rapidez desumana, mas isso não significava que conseguia se equilibrar na mesma rapidez.

— Anthony! - ouviu a voz de outra criança, um pouco distante dali. Quem poderia ser? Não havia outro pequeno ali fora Anthony. Seria alguma visita? O menino de cabelos loiros disse algo em voz baixa enquanto corria, mas Edmund não conseguira ouvir a resposta.

Estavam em Kent há apenas três dias, e o quinto filho de Gregory estava conseguindo deixá-lo louco. Após insistir muito a Gregory e Lucy, Anthony, que contava com seus dez anos, conseguira convencê-los a deixar Kate e Anthony – o original – a levar apenas ele à viagem. Edmund não sabia que argumentos um menino daquela idade poderia apresentar, mas certamente o objetivo dele naquelas férias era segui-lo como um cachorrinho e destruir totalmente o objetivo de sua viagem até ali.

Ter paz.

Geralmente, recusava os convites de sua mãe. O que ele faria em Kent? Quando criança, gostava de visitar o lugar, brincar na casa da árvore que o avô construíra quando vivo e correr pelos campos como um animal encarcerado que fora libertado. Mas agora já estava com vinte e nove anos, e não desejava fazer nada disso, só o que queria era um momento de tranquilidade, diferente da vida que levava em Londres.

No entanto, para seu pesar, a babá de Anthony tivera que voltar para Londres para ver a mãe doente um dia após chegarem, deixando o menino com agenda livre para segui-lo em toda parte. Nem entendia o motivo de tanta veneração. Não lembrava-se de ter feito sequer um ato de bravura na frente do garoto.

— Sr. Bridgerton?

Uma voz feminina tirou-o de seus devaneios, surpreendendo-o tão depressa que fizera um de seus pés, que antes estava desajeitadamente agachada em cima de um grosso galho de árvore, deslizar e seu corpo ir de encontro com o chão.

O baque poderia tê-lo machucado, mas felizmente o rapaz era um homem bem atlético. Cavalgava, praticava esgrima e pugilismo, portanto, conseguiu se mover a tempo de pôr os pés e as mãos para frente, caindo de quatro, semelhante a como os felinos faziam.

— Sr. Bridgerton, o senhor está parecendo um gato.

Olhou pra cima, reconhecendo imediatamente a voz, agora que estava mais perto.

Se tratava de Lady Lilith Wycombe, a terceira filha do conde e da condessa de Billington. A moça tinha a mesma idade de sua irmã, Charlotte, que se tornara sua amiga inseparável desde que debutaram juntas, alguns anos antes. Não se lembrava exatamente a primeira vez que a vira, mas a encontrara durante algumas visitas da mesma à casa Bridgerton em Londres há alguns anos, além de vê-la em todos os eventos da temporada daquele mesmo ano. Costumavam conversar e dançar bastante, poderia até mesmo considerá-la uma amiga. Era uma moça muito divertida, que lhe arrancava um sorriso fácil.

— Miau. - ele não conseguiu evitar a piada, levantando-se com cuidado e fazendo a devida reverência - boa tarde Lady Lilith, não sabia que estava aqui. Veio acompanhada de suas queridas irmãs? - ele tentou bater as mãos para tirar terra suja das luvas, sem sucesso.

— Vim na companhia de meu irmão Nathaniel, que no momento está em um passeio a cavalo com Charlotte. - respondeu ela, com um sorriso irônico. - e o senhor? O que fazia em cima da árvore? Sonhando como seria ter nascido um macaco?

— Doce como sempre, não é mesmo? - ele sorriu de volta, dando-se por vencido e retirando as luva sujas. Lilith estendeu a mão para que ele a beijasse, e tentou não transparecer a curiosidade que foi sentir a mão nua dele, mesmo que a dela estivesse enluvada.

Em todas as vezes que conseguiram ter uma conversa a sós, Edmund e Lilith trocaram comentários irônicos, questionamentos inusitados e algumas brincadeiras de humor único. O Bridgerton gostava da moça, de verdade. Era a única que conhecia – fora as próprias irmãs e primas – que sabia ter uma conversa substancial e divertida, sem ficar ofendida ou criar dramas. Há poucos minutos, se fosse outra dama a encontrá-lo em cima da árvore, teria mostrado-se exageradamente preocupada e tentaria ser prestativa ao máximo apenas para conquistar sua atenção.

Mas Lilith Wycombe era uma garota diferente. Não costumava chamar atenção dos outros cavalheiros, pelo simples motivo de que não conseguia fingir ser menos inteligente do que era, e muito menos era capaz de conversar sobre assuntos mundanos como o clima e aquarelas, igual as demais debutantes. Ela falava sobre as últimas notícias, devaneios próprios, sobre as decisões da coroa e sobre assuntos ligados a ciências com a mesma capacidade de um homem, o que era algo considerado esquisito pelos demais. E, além de tudo, a moça não tinha características tidas como chamativas pela sociedade. Edmund, particularmente, a achava bastante atraente: seus cabelos cor de fogo davam-lhe um charme especial. Mas, é claro, a sociedade não a considerava “fora do comum” no quesito aparência.

Chegou à conclusão de que a sociedade era realmente uma causa perdida.

— Gracie também está aqui. Ela ficou bem animada com a ideia de vir quando soube que o pequeno Anthony estaria aqui. Os dois se deram muito bem desde a última vez que Sr. Gregory Bridgerton esteve aqui com a esposa e os filhos. - Lilith comentou, segurando o chapéu que usava para que não voasse. - eles já devem estar brincando a essa hora.

— Não duvido. Qualquer criança da idade deles faria o mesmo. - concordou. - onde estão Lorde e Lady Billington? Gostaria de cumprimentá-los.

— Eles não vieram, sinto muito. Papai está com um resfriado e mamãe não quis sair do lado dele. - ao ver a expressão de preocupação dele, acrescentou: - mas não é necessário se preocupar, por favor. É um resfriado leve, nada que um repouso e uma canja não resolvam.

— Entendo. Diga a ele que rezo para que se recupere logo. - Ed sorriu. - desculpe-me perguntar, mas foi minha mãe quem sugeriu que viesse até mim? - ele estendeu o braço para ela, como se a convidasse para uma caminhada. Ela aceitou sem mais perguntas e começaram a andar para algum lugar.

— Ora, Sr. Bridgerton, está com medo de que sua mãe esteja bancando a casamenteira para cima de nós? - Lilith retrucou em tom zombeteiro. - lamento lhe informar, mas acho difícil. Provavelmente Lady Bridgerton aproveitou para separar-me do meu irmão, para assim deixá-lo a sós com Charlotte.

Lilith não poderia estar mais errada, concluiu ele. Se seu único objetivo fosse esse, ela apenas a seguraria enquanto tomavam chá. Sua mãe não era boba, mas, claro, não comentou nada sobre.

— Devo me preocupar com minha irmã?

— Nathan é inofensivo, não se preocupe. - ela parou de olhar para frente, e mirou-o por cima do ombro. - ele está interessado em sua irmã.

— Temo que Charlotte também esteja. - ele sorriu de canto. - ela pode ter a personalidade um pouco forte, mas também não precisa se preocupar. Se não a irritar muito, ela não morde e é até bem mansa.

Os dois riram, sem se preocupar em serem contidos e recatados.

Nathaniel, como o segundo filho dos Billingtons, era o herdeiro ao título de conde. Se não estivesse errado, a filha mais velha, Mary, já estava casada com algum marquês, cujo nome não conseguia recordar. Curiosamente, apenas a mais velha nascera com cabelos castanhos, enquanto todos os demais filhos herdaram a diferente cabeleira avermelhada.

— E o senhor? Encontrou alguma dama esta temporada que gerou-lhe algum interesse?

— Infelizmente, nenhuma. - ele deu um suspiro cansado. - todas eram bem quietas, e não falavam se não fosse extremamente necessário.

— E não é assim que um cavalheiro geralmente quer que a esposa seja?

— A maioria sim, mas eu, não. - admitiu. - não preciso um casamento por amor, mas espero que minha futura esposa seja no mínimo interessante.

Lilith reprimiu um suspiro. Mas afinal, por que deveria ficar decepcionada? Não deveria ser surpresa que um homem como o futuro lorde Bridgerton não desejasse um arranjo como aquele. Talvez, no fundo de seu coração, esperava que ele se espelhasse nos próprios pais. O amor que sentiam um pelo outro – na verdade, entre todos os casais da família Bridgerton - era muito comentado entre a sociedade. Será que ele não acreditava no amor?

— Ela precisa subir em árvores como macacos? - ela brincou, tentando despistar os próprios pensamentos soturnos. - aliás, por que estava lá em cima?

— Estava fugindo de Anthony. Se me visse, o garoto não me deixaria ter um momento de sossego. Asseguro-lhe, Lady Lilith: os únicos minutos de paz desde que cheguei são estes que estou tendo com a senhorita.

— É normal que meninos dessa idade admirem os mais velhos. Ainda mais o senhor, que é o futuro chefe da família. - disse a ele, com um ar de sabedoria. - Nathan, quando criança, admirava muito nosso tio Robert. Papai tinha até um certo ciúme.

— Pensando por esse lado, pode estar certa. - ele pensou por um instante, até que sorriu para ela. - a senhorita, além de encantadora, é muito inteligente, Lady Lilith.

Edmund sentiu a mão de Lillith ficar tensa, mesmo que por um segundo. Procurou o rosto dela, em busca de alguma expressão, mas ela se mantinha com o rosto virado para o lado oposto, de forma que era impossível decifrá-la. Será que ele lhe causara constrangimento? As orelhas dela estavam avermelhadas. Talvez fosse pelo sol, mas não havia como ter certeza. Talvez devesse se desculpar, ou até-

— Lily.

Ele piscou, confuso.

— Pode me chamar de Lily, é meu apelido. - ela se soltou virou-se de frente para ele, com um sorriso tenso. - gosto que meus amigos me chamem assim.

~

O que ela estava pensado? Repensou Lily. Estava dizendo a um cavalheiro que lhe chamasse por um apelido tão íntimo, que apenas parentes costumavam chamá-la. Além de tudo, sentia as bochechas arderem como nunca antes, e suas orelhas pegavam fogo. Sua mãe certamente a repreenderia por isso.

Mas, por Deus, estava se sentindo corajosa aquele dia.

Edmund Bridgerton era um dos homens mais cobiçados da temporada, senão o mais cobiçado. A beleza, influência e fortuna de sua família eram um dos pontos mais comentados entre a sociedade londrina, e todas as mocinhas fingiam passar mal quando viam alguns dos membros masculinos do clã juntos. Juntamente dele, Miles, Charles, Alexander e William Bridgerton – além de David Basset - eram conhecidos como os libertinos mais encantadores de toda Londres. Antigamente, também eram acompanhados por Oliver Crane, que se casara um ano antes com Violet Bridgerton, a própria prima, e todos comentavam sobre como o casal parecia realmente apaixonado. Conhecera Violet no ano anterior, e a achara uma moça muito simpática.

— Lily… - ele repetiu, experimentando a palavra com a própria boca. - é um belo apelido.

Eles pararam de andar, ele a mirou nos olhos em um momento esquisito. Olhavam um para o outro profundamente, como se pudessem se entender apenas pelo olhar. Ed nunca reparara, mas… Na verdade, Lilith – não, Lily – era muito bonita, não importava o que os outros achavam. Suas curvas eram todas no lugar, suas bochechas rosadas lhe davam encanto e seu olhar penetrante o fazia querer olhar cada vez mais para ela. Tinha um ar meio jovial, poderia facilmente passar-se por adolescente, mas…

O olhar dela era bastante maduro, diferente das jovens debutantes em seu primeiro baile. Lily não era mais uma garotinha assustada: ali, em sua frente, estava uma mulher. E essa mulher conseguira causar sensações nele que nenhuma outra conseguira.

— A senhorita… - ele se sentiu obrigado a perguntar, ainda pendendo seu olhar sobre o dela. - recebeu propostas essa temporada?

Por que ela gerava-lhe tanto interesse?

Ele sentiu que ela murchou um pouco, e teve a certeza quando a viu desviar o olhar para a própria saia, alisando e batendo para tirar um pouco de terra inexistente.

— Recebi algumas. - disse a moça. - mas a maioria era de caça-dotes. Não tenho muitas propostas a cada temporada que sejam por minha causa, e não pelo dinheiro que me vem acompanhado. A maioria dos homens condena que eu fale demais.

— Compreendo. - respondeu, pensando sobre aquilo. - a maioria dos homens é idiota.

— É. - ela sorriu pesadamente, forçando um sorriso. - diferente de Mary, que era a joia rara da temporada quando debutou, não sei quando devo e não devo falar, e nem o que devo e não devo. Quando não falo muito, sou muito desengonçada. Aposto que ficou sabendo de quando derramei o ponche no vestido de Lady Twombley. Ela fez um escândalo.

Cressida Twombley. Edmund fez não aguentou e fez uma careta. Não gostava da viúva. Na verdade, ninguém de sua família gostava dela.

— Deveria lhe dar um prêmio por isso. - brincou. - todos em minha família a odeiam.

— Por qual motivo?

— Ora, talvez porque ela seja uma mulher azeda e invejosa. Mas, em parte, ela fez uma boa ação.

— Lady Twombley? - Lily duvidou.

— Sim. - o rapaz sorriu. - minha mãe se apaixonou por meu pai no momento em que ele defendeu minha tia Penelope de Lady Twombley, quando ainda eram jovens. - ele olhou para o nada, imaginando cena. - graças a ela, eu existo. - brincou.

— Se ela soubesse que estaria fazendo uma boa ação ao humilhar alguém, certamente a elogiaria apenas para espalhar o mal. - zombou a ruiva, fazendo outra onda de risadas começar.

— É isso que gosto no campo. - comentou Edmund, recuperando o fôlego. - podemos ser mais livres, e zombar de qualquer pessoa sem precisar nos preocupar com a etiqueta.

— Por que não se muda para cá, então? - apenas após dizer tais palavras, Lily percebera que fora atrevida demais, até para ela mesma. - quero dizer, após se casar, pode viver aqui, se desejar. Se não me engano, o senhor tem parentes da família Rokesby, certo? Poderia ficar perto deles, visitá-los quando quiser, além do fato de ser uma casa extremamente formosa. Papai me contou que seu pai morou aqui durante a infância, e que ele até brincou com seus tios algumas vezes. Com certeza é um ótimo lugar para criar filhos e… - ela fechou a boca ao perceber que estava tagarelando demais. - oh, me desculpe, eu…

— Tudo bem. - Edmund sorriu, mirando-a como se estivesse hipnotizado. - a senhorita gostaria que eu morasse aqui?

— N-Não se trata do que eu gosto ou não. - ela juntou as mãos, voltando a caminhar em passos ansiosos, dessa vez um pouco mais na frente dele. Ele a seguiu, no mesmo ritmo que ela. - apenas apresentei uma possibilidade. Não tenho nada a ver com suas decisões, Sr. Bridgerton.

— Ainda assim. - insistiu ele, se perguntando porque a resposta dela lhe era tão importante. - se eventualmente, eu decidisse...-

— Silêncio.

Ele se calou, surpreso com a interrupção. Olhou para a moça, que parecia concentrada em algo, com o corpo estático.

— Está ouvindo isso? - ela sussurrou, virando-se para ele.

Edmund prestou mais atenção aos sons em sua volta, e pôde ouvir alguns sons de… Parecia de pessoas. Não, não de pessoas exatamente, mas sim… Crianças! Olhou para Lily, que pensara a mesma coisa que ele, e correram na direção do som com um terrível pressentimento.

E, com sempre, seu sexto sentido não falhara. A uns bons metros de distância estava Gracie – a irmã mais nova de Lily, de oito anos – brigando e rolando pelo chão com Anthony. A Wycombe mais velha ergueu as saias para correr até os pequenos, tentando correr na direção dos dois na mesma velocidade que Edmund. No entanto, quando os dois chegaram até a metade do caminho, um grito de dor ecoou pelos campos, fazendo com que o menino se desvencilhasse da menina no mesmo instante, assustado.

— Gracie! - Lily gritou, com o rosto coberto de pavor. - Gracie! O que houve? - ela se jogou no chão quando a alcançou.

Quando os dois puderam ver o rosto da menina, arregalaram os olhos. Ela estava suja e descabelada, mas o pior era a enorme ferida que abrira debaixo do queixo.

Edmund virou-se irado para o loirinho, que permanecera tremendo de medo.

— O que pensava que estava fazendo, Anthony?! - gritou com o menino, que começou a deixar escapar lágrimas dos olhos e a soluçar.

— E-E-Ela me chamou de b-b-bebê. - respondeu nervoso.

— Se acalme, Sr. Bridgerton! - Lily gritou enquanto tirava um lenço do bolso para estacar o sangramento. - não grite assim com ele!

— Não gritar com ele?! - o Bridgerton agora direcionou a raiva a ela. - saiba que em nossa família a violência contra mulheres é inadmissível!

— Não sei da constituição de sua família, mas gritar com uma criança enquanto outra chora e sangra não ajuda a resolver nada! - rebateu ela, pegando a irmã com dificuldade no colo.

Edmund ficou quieto, percebendo que ela tinha razão. Lily podia ser meiga, mas era bem audaz quando a situação exigira, isso o impressionara. Ele, então, tirou a menina do colo dela, segurando-a sem qualquer esforço, e levando-a às pressas até a casa Bridgerton. Lilith pegou na mão de Anthony, – que estava sujo e com os cabelos loiros bem bagunçados – que tentava não chorar, em vão, e seguiu-o às pressas para dentro.

Paz, lembrou-se o Bridgerton, com ironia.

Ele achava mesmo que indo a Kent, teria paz.

Como era ingênuo.

~

Edmund não conseguia comer. Logo ele, reconhecido durante a infância como “O Bridgerton de apetite mais voraz, excluindo Colin Bridgerton”, estava sem fome. E a causa… Só tinha um nome:

Lily

Lily… Amara aquele apelido. Não que não gostasse do nome Lillith, mas Lily parecia representar muito melhor a essência do que era a moça. Lily, a garota de cabelos ruivos. Lily, a garota mais inteligente. Lily, a garota mais engraçada…

Aquilo já estava ficando ridículo. Depois de uma noite inteiro revirando-se na cama sem conseguir se acalmar, Edmund percebeu que não conseguiria tirar a moça da cabeça. Imaginava-se despindo-a pouco a pouco, tocando-a levemente e se pegou pensando como seria a maciez da pele dela em certos lugares. Poderia estar parecendo um adolescente em plena puberdade, mas o que a filha do conde lhe causava era algo muito mais do que mera atração carnal.

Sua barriga revirava-se quando lembrava do sorriso dela, e ficava repassando em sua mente todas as falas que disseram um ao outro naquela tarde magnífica. A visão de seus lábios rosados tagarelando, da mecha que caíra de seu coque que davam um charme a mais em seu rosto…

Tudo, absolutamente tudo sobre ela, parecia perfeito.

De repente, naquela madrugada, Edmund estava devaneando coisas que nunca falaria em voz alta, nem mesmo para o amigo mais confiável. Da mesma forma que uma inocente e jovem mocinha apaixonada, imaginou-se morando na mansão de Kent com Lily. Em seus sonhos, ela administrava o cardápio e os empregados com perfeição, sentava-se em seu escritório particular com seus próprios assuntos a resolver – e claro que ela teria assuntos a resolver, Lily nunca seria uma desocupada - E então, no meio da tarde, ele conseguiria uma brecha em seus assuntos e a chamaria para um chá, e tomaria muito cuidado com as escadas, afinal, em seus sonhos, ela carregava uma enorme melancia que logo se converteria em um rechonchudo bebê.

Será que estava apaixonado?

Seu avô, a quem fora dada a homenagem de seu nome, fora um homem totalmente apaixonado. Conhecera sua avó ainda muito novos, quando ainda era um estudante, e se casaram rapidamente, passando por cima de tudo, e de todos. Seria aquele um mal do nome “Edmund Bridgerton”? Fadados à perdida paixão?

Quando Edmund deu-se por si, na manhã seguinte, já estava em frente a mansão de lorde Billington, com o pequeno Anthony ao seu lado. A enorme construção era belíssima, tanto quanto a sua própria residência em Kent. Visitara o lugar algumas vezes durante a infância, mas era pequeno demais para lembrar.

— Ela não vai querer me ver, Ed. - afirmou o menino, quando desceram do cavalo. - abri uma ferida em seu queixo. É capaz de Gracie nem ouvir minhas desculpas.

— Precisa se desculpar formalmente, ao menos com o conde e a condessa. É assim que um cavalheiro age. Não acho que vá querer começar as aulas em Eton com esse assunto pendente, não é mesmo?

— Não… - desviou o olhar, amuado.

Não admitiria para o mais novo, mas estava usando tal motivo apenas como pretexto. O que Edmund queria, na verdade, era algo totalmente diferente.

— Boa noite, o que deseja? - perguntou o mordomo genérico ao abrir a porta, e demostrando uma singela expressão de surpresa ao ver um cavalheiro acompanhado de uma criança à porta.

— Boa noite, sou o Sr. Edmund Bridgerton. - entregou-lhe o cartão. - e este aqui é o Sr. Anthony Bridgerton. - pousou a mão no ombro do menino, que arregalou os olhos. - Ele está aqui porque deseja resolver um assunto com Lady Gracie, se possível.

O mordomo assimilou a situação por alguns instantes, então pediu para que entrassem, e esperaram sentados na sala de visitar.

Segundos depois que o homem grisalho saiu, Edmund avistou uma cabeça ruiva abrir a porta. Por um momento pensou ser Lily, mas era outra jovem. Usava os cabelos soltos ainda, o que deixava óbvio ser apenas uma adolescente, que não podia ter mais de dezesseis anos.

— Ei! - ela gritou um sussurro, chamando atenção dos dois rapazes. - é o Senhor Bridgerton, certo?

— Ahn… Sou. - ele se levantou, já que estava na presença de uma dama.

— Venham comigo. - ela fez um gesto exagerado com a mão, chamando-os para fora. Eles foram, mas o futuro lorde ainda estava um tanto contrariado sobre como lidar com tal situação.

— Quem seria a senhorita, por gentileza?

— Christine Wycombe. - ela fez uma rápida reverência, e se virou para o menino. - você é o Anthony, certo? Me lembro de você da última vez em que esteve em Kent.

O menino assentiu, um pouco corado.

— Meus pais estão dormindo, não acho que Rosejack os acordará depois do susto que tomaram com Gracie. Não dormiram a noite toda. - ela olhou para os lados como uma espiã da coroa, então virou-se novamente para o garoto. - vamos, o levarei para conversar com Gracie. - em seguida, olhou para Edmund. - o senhor terá outro destino.

— Qual seria esse outro destino? - indagou a ela.

— Vá para o jardim. - disse a garota, em um tom inocentemente mandão que apenas suas irmãs utilizavam com ele. - sei porque veio até aqui.

— Para trazer Anthony. - era óbvio que mentia, e a menina não se deixou convencer daquilo nem por um segundo.

— Vire a direita neste corredor, e verá uma porta. Saia por ela e siga reto pela esquerda. - Christine praticamente ordenou, e antes que o Bridgerton pudesse fazer qualquer objeção, ela pegou o menino pela mão e subiu as escadas com ele.

Será que todas as irmãs Wycombe eram assim, tão peculiares?

~

Para Lilith, os lírios eram tudo.

Desde que recebera o apelido de Lily, aos quatro anos, tinha um carinho especial pela flor. Sua mãe sempre as cultivou com muito empenho, e gostava de brincar com suas bonecas de porcelana ao lado delas enquanto Elie as regava. Por isso, acabara por ser praticamente rebatizada de Lily, o mesmo nome dados aos lírios.

Sentou-se no chão do jardim, passando a mão nua de leve por cima das pétalas brancas. Nos quatro longos anos em que estivera no mercado casamenteiro, Lily sempre procurava lembrar de suas preciosas flores quando estava angustiada, ou não era convidada para dançar, ou quando dizia algo errado a um cavalheiro. Elas lhe davam suporte, lhe faziam felizes e, por algum motivo, tornavam o fato de ser uma futura solteirona um pouco menos ruim. Caso se tornasse uma solteirona, poderia fazer o que quisesse, certo? Não pertenceria a ninguém, e poderia cultivar quantas flores quisesse. Talvez um marido não se importasse que tivesse tal hobby, mas e se se importasse? Tal pensamento a acalentava.

“É um belo apelido” lembrou-se das palavras de Edmund. Ah, se ele soubesse o quanto aquele mísero comentário, que provavelmente não passara de mera cortesia, havia significado para ela. Ele era muito bonito, rico, mas tais características só receberam o devido valor com o tempo, depois de ver a pessoa amável que ele era com os amigos e família

Certa vez, ainda durante sua mais recente estadia em Londres, visitara a casa Bridgerton para tomar chá com Charlotte e ficara surpreendida ao se deparar com Edmund girando duas menininhas gêmeas – provavelmente suas primas - com seus braços fortes, e rindo como se não houvesse amanhã. Que tipo de cavalheiro aristocrata era assim tão amoroso com a família? Seus olhos brilharam ao ver aquela cena, e se manteve escondida atrás de uma parede, para que não se sentissem acanhados.

Riu de si mesma, lembrando-se da cena. Ela estava apaixonada por um rapaz que nunca conseguiria alcançar. Jamais.

— Lily?

Ela arregalou os olhos, e olhou para o lado. Não podia acreditar, o que ele estava fazendo ali, de pé, no jardim de sua casa? Não usava nem mesmo um chapéu! Sem nenhuma graça de uma dama, a moça se levantou e virou-se para ele.

— Sr. Bridgerton? - ela olhou em volta, e percebeu que estavam completamente sozinhos. - o que o senhor faz aqui?

— Trouxe meu primo para que se retratasse com sua irmã. - o cavalheiro desviou o olhar para as flores, que ela tanto velava segundos anos. Sem dizer nada, ele se sentou ao lado de onde ela estava, no chão mesmo, e Lily voltou para onde estava, sentando-se com ele.

— Como sabia que eu estava aqui?

— Sua irmã me contou.

— Christine? - ela perguntou, já sabendo a resposta. Quase revirou os olhos, aquela menina não tinha jeito.

— O seu nome…

Ele falava em voz baixa, como se fosse para si próprio. Mantinha os olhos vidrados nas flores, ponderando sobre algo que talvez ela nunca saberia o que era. Seria sobre ela? Sobre as flores? Sobre o primo? O machucado de Gracie?

— Sim? - incentivou-o a continuar, uma vez que este fizera uma longa pausa.

— Seu nome é Lily. - ele virou-se para ela, com os olhos a encarando profundamente. - por causa dos lírios deste jardim, certo?

O rosto de Edmund se aproximava do dela, lentamente, como se lhe desse tempo para recusar alguma coisa. Deveria recusar. Deveria se afastar e sair daquela situação naquele instante. Sua mãe sempre a alertara, desde que fizera sua estreia em Londres, para que não permitisse o avanço de nenhum homem. Sempre a ouvira e concordara, considerando que não era um trabalho difícil.

— Eu… - céus, era muito difícil formular uma frase. - eu mesma… Cuido dos lírios. Eu gosto.

Mas agora… Poderia morrer se não o beijasse ali mesmo.

Ele pôs a mão em seu queixo, e sentiu seus lábios encostando nos dele, mexendo-se lentamente. Era estranho, e ao mesmo tempo tão bom… Sempre gostara de aprender coisas novas. Mas suas mãos estavam suadas, seu coração batia a mil por hora e não sabia dizer se era de medo ou nervosismo. Nunca estivera em uma situação tão paradoxal.

— Você é… - Edmund se separou dela, controlando-se para não avançar demais. Ele estava com os olhos arregalados, deslumbrado. Pegou as mãos dela, juntou-as e as envolveu sobre as suas. - não sei nem como começar a explicar, mas… Eu nunca senti isso por ninguém.

— Isso? - seu rosto fervia de tão quente. - isso o que?

Ele levou a mão dela até seu peito.

— Sente? - indagou. - meu coração bate tão forte… Por causa de você.

Como ele poderia explicar para ela? Edmund não sabia como aquilo acontecera. Apenas sentia absolutamente tudo que seu pai dissera que sentira por sua mãe quando se apaixonou. Anthony não era um homem de discutir sentimentos, mas fora sincero com o filho, e acreditava nele. Sua barriga dava voltas, o coração estava acelerado e a visão da risada de Lily não saía de sua cabeça. Se pudesse, a ergueria sobre o ombro como um saco de batatas e fugiria ali mesmo.

— H-Há muitas possibilidades para isso! - sugeriu ela, nervosa. - Seu coração pode estar assim por se tratar de uma situação de ansiedade, talvez estresse de ter lidado com uma criança machucada em casa. Pode ser causa também por fatores genéticos, não há como ter certeza! Anemia e desidratação também pode causa esse tipo de sintoma, o senhor já bebeu água hoje?

Ele a calou com um selinho, e sorriu.

— É você. - ele afirmou, se levantando e colocando-a no colo como uma noiva. - é esse seu jeito único que me hipnotizou como um louco.

— M-mas como pode ter certeza? - gaguejou, arregalando os olhos. Ela pôs a mão nos cabelos, e sentiu o coque desfeito.

— Não sei.

— Isso não ajuda nem um pouco.

— Tenho certeza do que sinto.

— Não é impulsivo?

— Talvez, mas não ligo.

— Não sou bonita.

— É a mais bela flor que já vi.

Ed deu-lhe outro rápido selinho.

— Está louco.

— Só se for de amores por você.

Ele a colocou no chão, de frente para ele, ainda com as mãos em sua cintura. Os raios do sol da manhã reluziam em seus cabelos soltos, que davam-lhe um tom acobreado. Ela estava tão linda, tão perfeita, que Edmund desejou inventar uma máquina que pudesse fazer pinturas automáticas, apenas para captar aquele momento.

Edmund não podia estar são, pensava ela. Ele dizia que a amava? Estavam tendo uma conversa amigável no dia anterior, e de repente ele estava apaixonado?

— Eu… - ela respirava com dificuldade, com um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo. - você…

Então algo pulou por entre os arbustos do jardim, assustando o casal. Lily logo percebeu duas pequenas criaturas correndo na direção deles, com sorrisos animados estampados no rosto.

— Vocês se beijaram! - Anthony corria envolta deles, com Gracie atrás de si.

— Sr. Bridgerton ama a Lily! Vocês vão se casar! - a menina exalava alegria, mesmo com um curativo no queixo.

— Gracie, não grite isso aqui! - Lily a advertiu, mas os dois a ignoraram e continuaram a correr.

— Deixe-a. - Edmund pôs a mão em seu queixo. Ela olhou em seus olhos, ignorando os gritos das crianças e concentrando-se no brilho dos olhos um do outro. - ela não contou nenhuma mentira.

— O que… - piscou. - o que quer dizer?

— Quer se casar comigo, Lily?

Lady Lilith Wycombe tinha uma visão muito diferente sobre o mundo que a cercava. Se galinhas não podiam voar, por que Deus as fizera com asas? Por que milho verde sempre era amarelo seu prato? Por que homens nascem com mamilos, se não podem amamentar? Se fantasmas supostamente podem atravessar paredes, por que não caem através do chão?

Mas uma das perguntas que mais se fizera, quando criança, era como as mocinhas de contos de fadas aceitavam pedidos de casamentos de cavalheiros que mal conheciam, sem ao menos pedir um tempo para pensar. Sempre que sua mãe lhe contava este tipo de história, dizia a ela que nunca aceitaria um pedido de casamento tão imprudentemente, e que pensaria bem por ao menos duas semanas antes de aceitar.

No entanto, naquele momento, Lily sabia. Sabia que ele era uma pessoa incrível. Uma pessoa capaz de amar genuinamente, e que, no fundo de seu ser, acreditava que podia ser imensamente feliz só de poder acordar todos os dias de manhã, ao lado dele. E que, além de tudo, ele iria amá-la mesmo que fosse tagarela e desengonçada.

Então, ela sorriu, e não se incomodou quando uma rajada de vendo balançou todas as folhas e flores do jardim, desarrumando totalmente o seu cabelo.

— Sim. - ela assentiu, sentindo os olhos marejarem. - eu quero me casar com você, Edmund Bridgerton.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de explicar que, nesse conto, tivemos a participação dos filhos de Charles e Eleanor do livro “Mais forte que o sol”. Quero fazer um adendo aqui que, fora a mais velha, Mary, nenhum dos outros filhos deles realmente existe no mundo de JQ, são personagens fictícios criados por mim! Porém, com exceção deles, todos os outros personagens que aparecem, de fato, existem. Achei importante trazer essas explicações, a fim de evitar eventuais complicações. O que acharam? Gostaram da história? Tentei ao máximo mostrar a essência de Lily e Edmund em apenas um capítulo, já que sou muito afeita a One-shots. A aparição de um dos membros da ninhada de Gregory e Lucy agradou? Quero ver quem adivinha qual vai ser o próximo casal! Espero ansiosa pelos comentários ♥ ♥ ♥



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