Redemption escrita por Aislyn
Notas iniciais do capítulo
A quem acompanhou até aqui, espero que tenham gostado e até a próxima história~
Algumas batidas na porta antes da permissão para entrar e então o casal viu o novo local de trabalho de Mikaru. Hayato nunca havia ido até o prédio onde o empresário trabalhava antes, mas Takeo sentiu a diferença de ambiente, com uma sala duas vezes menor, sem as estantes cheias de livros e a parede de vidro que ia do teto ao chão. Parecia acolhedor e confortável, mas não estava nem perto da decoração de antes.
— Seu idiota, traidor! – Hayato pegou a primeira almofada que viu no sofá, lançando na direção do empresário, que até o momento não havia lhes dispensado atenção.
— Hei! – Mikaru se virou para encarar os visitantes, indignado com aquela atitude. Quem ele pensava que era? Levou a mão aos fios loiros, ajeitando-os no lugar – O que você quer?
— Eu pensei que você fosse um amigo, um bom administrador e uma pessoa correta, mas eu só estava confiando na pessoa errada!
— Confiou porque quis. – Mikaru desviou da segunda almofada, se perguntando o quanto as atitudes do sócio podiam ser infantis – Eu realmente sou um bom administrador, excelente na verdade, mas o resto é obra da sua imaginação.
— Por que você faz isso? Parece que sente prazer em afastar as pessoas!
— Incrível como não consegui afastar você. Não importa o que eu faça, você continua querendo brincar de ser amiguinho. Fico me perguntando o que ainda não tentei ou se o que falta é sua vergonha na cara, porque tem que ser muito idiota pra insistir tanto.
— Assumo minha idiotice! Tenho a maior consideração e respeito por você e foi justamente por confiar que eu fiquei tranquilo na hora de assinar o que passou pela sua mão, seu estúpido! – outra almofada foi lançada, fazendo Mikaru revirar os olhos – Isso me deixa tão revoltado!
— Seria bom levar seu namorado à um psicólogo, Shiro. Ele parece meio alterado… – Mikaru desviou o olhar para o amigo, ainda parado próximo à porta, apenas observando a troca de farpas.
— Você tem culpa nisso, loiro. Eu levo, mas quem vai bancar as consultas é você. – Takeo riu enquanto se aproximava, parando ao lado de Hayato e lhe acariciando os cabelos – Não dá corda… não vão chegar a lugar nenhum.
— Precisa de alguma coisa? – Mikaru questionou solícito, ainda com a atenção voltada para Shiroyama, ignorando a presença de Hayato na sala.
— Sim, queremos trocar umas ideias sobre a cafeteria, se não estiver ocupado. Katsuya disse que a gente podia vir pra uma visita.
— Ele está lá em cima, vão lá. Eu vou daqui a pouco.
Hayato não esperou um segundo convite para sair da sala, deixando o namorado para trás. Se não fosse pela ajuda para cuidar do café, já teria ido embora.
— Você não presta… – Takeo riu baixinho, negando com um aceno – Não devia fazer isso com o Hayato, ele gosta de você.
— Eu devia jogar na cara dele o quanto foi irresponsável assinar um documento sem ler. Se eu não soubesse que ele faria isso, o plano de tirar a cafeteria do meu nome teria dado errado, mas ele é óbvio demais. – Mikaru voltou a atenção para o notebook à sua frente, acenando para o sofá, onde o amigo se acomodou sem cerimônias – Ele precisa tomar cuidado de agora em diante.
— Eu sei… vou ficar de olho pra ele não fazer isso de novo. – Takeo sorriu de canto, não se segurando para provocar de volta – Bom saber que se preocupa tanto com a cafeteria! Foi a primeira atitude que tomou depois que descobriu o problema da sua empresa, não foi?
— Hm… fiz isso por você.
— Sei, claro que fez. – outra risada foi ouvida, mas Mikaru não se incomodava por servir de diversão para o amigo, sabia que não era por mal – E como está o novo trabalho?
— Entrei em contato com um pessoal pra quem prestava serviço e consegui que me passassem alguns projetos. Graças a isso não estou parado e nem dependendo totalmente do Katsuya.
— Ele está cumprindo a promessa dele? Cuidando de você?
— Pior que está… não imaginei que fosse conseguir… Ele me repassa a porcentagem de lucro da cafeteria que vocês mandam pra ele, mas eu devolvo uma boa parte pra ajudar com as despesas da casa.
— Foi uma surpresa boa o que ele fez, não foi? – Takeo encarou o amigo, curioso – Eu achei que ele fosse te deixar de lado depois que perdeu a empresa. Lá no fundo, pensei que ele queria se aproveitar do seu dinheiro.
— Eu também pensei… – Mikaru confessou envergonhado – Em partes, perder a empresa foi bom pra ver que eu posso acreditar nele. Ele realmente gosta de mim…
Katsuya era um bom rapaz e já havia provado isso, mas sempre ficava aquela ponta de dúvida, se ele não estava fingindo por todo aquele tempo e, algum dia, iria mostrar como realmente era e faria de tudo para tirar proveito da condição de Mikaru e extraviar todos os seus bens. Agora, com a falência da empresa, puderam comprovar que não havia qualquer interesse além do amoroso envolvido.
— Só vou terminar de enviar esse projeto e podemos subir. – Mikaru anunciou, encerrando a conversa sobre sua confiança no namorado, mas Takeo ainda parecia curioso.
— Mikaru… posso te fazer uma pergunta pessoal?
— Claro.
Era errado se aproveitar daquele instante de distração, mas Shiroyama queria pegar o amigo de guarda baixa para esclarecer uma suspeita.
— Você não tinha uma conta numerada na Suíça ou algo assim?
O barulho das teclas cessou e um sorriso maldoso foi direcionado para Takeo, que notou que o amigo não estava tão distraído assim. Mais dois ou três cliques e então Mikaru se afastou do notebook, se aproximando e sentando no braço do sofá.
— Esperto… então as coisas não estão tão ruins quanto você fez parecer. Quanto tempo até poder mexer no dinheiro que tem lá?
— Preciso esperar a situação se acalmar, meu pai assumir os problemas com os processos e alguns deles serem arquivados. Uns três a cinco anos… Fazer esse meu novo trabalho render e crescer, acertar algumas pendências… tem alguns casos que quero acertar pessoalmente. Kojima é um desses; ela merece todos os direitos pagos e eu sei que aquele velho vai tentar negociar pra não se prejudicar.
— Já contatou ela? Contou tudo? – Shiroyama sabia que o amigo gostava do trabalho de sua antiga secretária, mas não imaginou que a considerasse tanto.
— Sim, contei o que precisava, não tudo. Encaminhei o currículo dela para alguns conhecidos, ela deve voltar a trabalhar em breve.
— Que garoto bonzinho! – Takeo puxou-o pelo pescoço, bagunçando os fios loiros num cafuné exagerado – Fez a boa ação de toda uma vida!
— Pare com isso, seu idiota! – Mikaru tentou afastá-lo, mas a diferença de força era bem visível, então apenas desistiu – Alguém apareceu para saber do assunto?
— Na cafeteria? – Takeo finalmente o largou, acenando positivo – Apareceu um jornalista, querendo saber onde você estava, como estavam os negócios e processos, jogou verde pra saber se você estava preso, mas todo mundo se fez de bobo. Ninguém viu nada, não sabem de nada.
— Menos mal… também foram atrás da Kojima, mas ela fez exatamente o que eu pedi, então não encontraram ela em casa.
— E por aqui? Imagino que vieram te procurar…
— Sim, mas Katsuya os recebe lá fora, diz que não tem notícias e eu evito ficar passeando pela recepção quando tem gente lá.
— Uma hora eles desistem.
— Espero que não demore. – Mikaru suspirou frustrado, finalmente se afastando e ajeitando os cabelos – Vamos lá pra cima.
— Vamos. – Takeo acompanhou o amigo para fora da sala, atravessando a recepção e subindo as escadas ao fundo – Ah… Katsuya sabe da tal conta?
— Está muito curioso quanto a esse assunto, não é? – um risada seca foi ouvida, mas Mikaru nem se dignou a olhar para trás – Quer me chantagear pra ganhar uma parte?
— Não, não mesmo! Mas eu quase leiloei minha guitarra pra te ajudar.
— Você não faria isso! – Mikaru se virou, indignado. Shiroyama cuidava daquelas guitarras mais do que do namorado – Achou mesmo que eu estava tão no fundo do poço assim?
— Bom… seria uma precaução…
— Idiota… você é tão irresponsável quanto Izumi! Talvez mais! – e voltando a andar, Mikaru completou – E não, ele não sabe. É melhor manter em segredo…
Takeo pensou em fazer mais perguntas, confirmar que o amigo estava mesmo bem, mas chegaram no primeiro andar e a conversa encerrou. Os namorados de ambos podiam ouvir e Mikaru deixou claro que queria manter aquelas informações só entre eles. Iria respeitar a decisão. Se Mikaru dizia que estava tudo bem e encaminhado, então só cabia a ele acreditar.
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FIM~