Oliver acordou em seu quarto de solteiro na mansão Queen com uma leve batida na porta. Sua mãe deu um sorriso caloroso ao vê-lo acordado, o que a motivou entrar no quarto.

— Mãe!?

— Oi meu menino lindo! Raisa deixou seu terno separado no closet e a gravata para combinar.

— E onde eu estou indo? – Oliver perguntou inseguro.

— Seu primeiro dia na QC, o que mais poderia ser? Mas já vou te avisando, a nova diretora das Ciências Aplicadas é uma fera, não brinque com ela.

— Nova diretora? Ciências Aplicadas? Desculpe mãe, eu estou um pouco confuso.

— Eu entendo filho, é muita coisa, o casamento chegando, novas responsabilidades de CEO...

— Espera, casamento?

— Oliverrr. Laurel ficará chateada se você cancelar pela terceira vez o casamento, vocês estão noivos há cinco anos, já está na hora.

— Mas eu já sou cas....

— Você é o quê??

— Nada. É melhor eu levantar e ir trabalhar.

— Meu lindo menino!

O segurança abriu a porta tão logo Oliver pisou o pé na calçada da QC, Oliver cumprimentou-o e seguiu para o elevador exclusivo dos executivos da empresa.

Assim que as portas do elevador abriram, ele viu uma pequena comoção na entrada. Oliver olhou surpreso ao ver Isabel Rochev em prantos na mesa de Felicity.

— Isabel? Mas o que está acontecendo?

— Sr. Queen, desculpe-me... – Isabel soluçava – eu me esqueci de avisar sobre a reunião de emergência para o senhor e a senhora.... – Isabel saiu correndo em direção ao banheiro sem conseguir terminar a frase.

Oliver olhou ao redor e viu movimento na sala de reunião, ele foi em direção da sala para descobrir o que estava acontecendo.

— Felicity? – Oliver viu sua esposa de costas para a porta com seu inegável rabo-de- cavalo. Felicity virou bruscamente batendo a ponta de seu rabo-de-cavalo no rosto de Oliver. – Hei, eu...

— Eu sei quem você é, você é o Sr. Queen. – interrompeu Felicity – Quero dizer...

— Sr. Queen, era o meu pai. – Oliver respondeu como ele fez a primeira vez que viu sua esposa.

— Eu sei, ele se afogou e você não, e eu vou parar de falar em 3,2,1...

— Fe.li.ci.ty

— Srta Smoak.  – Felicity estendeu a mão para cumprimentar Oliver.

— Oliver Queen. Desculpe o atraso.

— Para essa reunião ou para sua carreira em negócios?

— Eu não sabia que diretoras hostis, tivessem tanta hostilidade.

— Na verdade estou de bom humor.

— Sério? Então fazer recepcionistas chorarem faz bem pra você?

— Ganhar faz bem pra mim. Já que você se formou em “matar aula”, vou falar de forma simples para você entender. – Oliver olhou surpreso para Felicity, essa não era sua Felicity. – Você controla a Corporação Queen. Mas eu controlo as Ciências Aplicadas, e essa bateria revolucionária vai mudar a história dessa empresa. Então....

A cabeça de Oliver estava latejando de dor, ele não estava acreditando no que estava acontecendo, sua Felicity, sua doce esposa, sorridente, gentil e amorosa, havia se transformado numa Fera, o que o fez lembrar-se dos contos de fadas “A Bela e a Fera”. Ele se perguntava se era isso que Cisco e Barry haviam avisado, um sonho se tornando um pesadelo, e que pesadelo, ele pensou.

Oliver aproveitou a ausência de sua irmã e mãe na mansão e foi para a biblioteca procurar os livros de contos de fadas de Thea, ele queria acreditar que acharia respostas ali. Algumas horas haviam passado até que ele achou o grande livro que tanto procurava. Oliver conhecia essa história, mas não estava lembrado de como ela terminava. Antes que ele pudesse ler, a porta da biblioteca abriu de repente.

— Ollie! – Laurel o chamou.

— Laurel!? O que você está fazendo aqui?

— Sua mãe me ligou e falou que você estava sozinho, então... vim te fazer companhia e aproveitar para falar sobre os preparativos do nosso casamento. – Laurel aproximou-se de Oliver com um sorriso no rosto e tentou beijá-lo, mas Oliver se afastou com o livro ainda em suas mãos. – Ollie !

— Desculpe-me, Laurel, eu... – Oliver franziu o cenho confuso. – Mas eu tenho um relatório para terminar para apresentar amanhã para a nova diretora, a Srta Smoak....

— Ah, claro, a “Fera”. – Laurel vez aspas com os dedos – O quê? É verdade Ollie, a mulher é implacável! Você acredita que ela.....

Depois de ouvir a palavra “implacável”, Oliver já não prestava atenção em mais nada que Laurel falava, ele já estava planejando como quebrar o feitiço do Sr. Pesadelo....

Uma semana havia se passado, e nenhum progresso foi feito na missão “Eu acredito em magia”, Oliver passou a mão no rosto cansado e esfregou os dedos nervosamente pensando no próximo passo a ser dado.

— Sr. Queen, os convites para a festa do leilão de caridade em ajuda a Associação de Câncer, ficaram prontos. O pessoal da publicidade só precisa saber qual a peça de joalheria que a família Queen irá doar.

— Festa, que festa? Espere, vamos ter um leilão de caridade?

— Sim, foi idéia de sua mãe.

— Frack!

— Felicity, quero dizer, Srta Smoak! O que você está fazendo aqui?

— A sua secretária, que usa saias curtas, deixou no meu escritório uns relatórios para eu assinar, então, como eu estou com um tempinho, resolvi trazê-los. Mas, o verdadeiro motivo é para avisá-lo que o Sr. Palmer, marcou uma reunião emergencial sobre a bateria, e preciso que você participe.

— Claro, eu vou ...vou

— Eu achei que quem falava em fragmentos de frase, era eu.

— Srta Smoak, você gostaria de ir ao leilão de caridade comigo?

— Sr. Queen, você está me chamando para um encontro, encontro?

— Não, são só negócios.

— Ótimo! Porque eu não misturo negócios com prazer. Não que seja um prazer, prazer, eu sei que parece a mesma palavra, mas significam coisas diferentes na minha cabeça.

— Eu entendi Felicity. – Oliver colocou a mão sobre o ombro de Felicity acalmando-a, e ela arregalou os olhos surpresa pela calma que sentiu.

— Eu estarei na minha sala. – Felicity apontou para o outro lado e saiu sem olhar para trás.

Felicity estava sentada de frente ao seu computador concentrada na tela à sua frente e mastigando sua caneta vermelha favorita, quando Oliver chega para a reunião com Ray Palmer.

—  Oi. – Oliver inclinou a cabeça para o lado sorrindo.

— Você não bate?

— Felicity, esse é o departamento de Ciências Aplicadas.  Não o banheiro feminino.

— Claro. –Felicity deu uma risadinha. – Então... – a caneta vôo sobre a mesa.Oliver agachou sobre a perna direita e pegou a caneta, ele sorriu ao lembrar-se dessa cena – Eu coloquei aí de propósito, deixe aí. Não precisa.

— Felicity, eu acredito em magia? E você?

—  Mesmo que eu considere meus dedinhos mágicos, eu não acredito em magia, tipo, A Bela e a Fera, Branca de Neve, Malévola, e por falar em Malévola, o beijo do amor verdadeiro, quem acredita nessas bobagens!? – Felicity revirou os olhos e bufou.

— Beijo do amor verdadeiro, é isso! – exclamou Oliver.

— E quem acredita em contos de fadas? – falou Ray Palmer ao entrar na sala de Felicity.

— Ray Palmer, quero dizer, Sr. Palmer. Prazer, eu sou Felicity Smoak, e esse é...

— Oliver Queen, o filho querido de Star City.

— Sr. Palmer.

— Ray, pode me chamar de Ray.

Oliver olhava entediado para Ray explicando sobre as nanos tecnologia, ele não via a hora de acabar a reunião e colocar seu plano em ação.

— E isso é o fim.

— Brilhante. – Felicity bateu palmas. – Bem, Ray, obrigada e estamos interessados nessa grande descoberta. Gerry, meu assistente, irá entrar em contato com você.

— Felicity, o prazer foi meu. E nós podíamos falar mais sobre isso no leilão que a sua empresa está promovendo, você gostaria de ser a minha acompanhante?

— NÃO – Oliver gritou. – Quero dizer, a Srta Smoak vai como minha acompanhante.

— Oh! – Felicity olhou surpresa para ambos. – Verdade, Ray, o Sr. Queen já me convidou, então...

— Deixa para a próxima. Felicity, Oliver.

— Adeus, Ray!

Dois dias depois, o tão esperado leilão chegou. Oliver pediu ao motorista que parasse em frente à casa de Felicity, ele desceu do carro nervosamente e caminhou até a porta apertando a campainha. A boca de Oliver se abriu assim que Felicity apareceu, ela vestia um vestido na cor dourada, muito parecido com o que ela havia usado no leilão em que eles pegaram o Esquiva.

— Pontual, Sr. Queen! – ironizou Felicity.

— Eu aprendi com a melhor, Srta Smoak. Pronta?

Felicity deu o braço para que Oliver a conduzisse até o carro, quando ambos chegaram ao evento, Laurel  já o aguardava impacientemente batendo o pé.

— Ollie! O que você está fazendo com ela?

— Laurel! Felicity, essa é a ....

— Laurel Lance, a linda Laurel!

— Felicity Smoak, a “fera”.

— Oh, então é assim que me chamam agora? Hilário não é mesmo Sr. Queen?

— Laurel, eu sinto, mas não posso ficar com você, Felicity é a minha acompanhante, por favor, fique com a minha mãe e minha irmã.

Oliver puxou Felicity com ele deixando Laurel para trás com fogo nos olhos.

— Acho que a sua noiva não gostou nadinha.

O leilão estava no fim quando Moira aproximou-se de Oliver.

— Oliver, Srta Smoak, boa noite!

— Boa noite, Sra Queen – Stell. É com hífen o Stell, porque você parece que é uma mulher que hifeniza o nome, mas eu vou parar de falar agora.

Oliver deu uma risada o que fez que sua mãe e Felicity olhassem para ele intrigadas.

— Desculpe, eu só.. Mãe o que você quer falar comigo?

— O baile já vai começar, e como anfitriões, eu quero que você e a Srta Smoak abrissem o baile.

— Mãe, eu não danço.

— Tudo bem Sra. Queen, eu também não danço.

— Mesmo assim, ambos vão para aquela pista de dança agora e abrem esse baile, e isso não é um pedido, mas uma ordem.

Sem esperar resposta, Moira saiu deixando Oliver e Felicity surpresos com sua reação, então, Oliver deu a mão para Felicity e eles foram para a pista de dança.

Os primeiros passos foram um pouco inseguros, Oliver segurou a cintura de Felicity e puxou-a para perto de seu corpo, Felicity corou ao sentir o calor das mãos de Oliver nela. Uma melodia lenta começou a tocar fazendo com que Oliver embalasse Felicity mais perto dele colocando sua cabeça para descansar em seu peito, ele começou a relembrar o dia do casamento deles.

Flasback do casamento

Cabeças se viraram ao som de um garfo batendo numa taça de cristal, Renê limpou a garganta se preparando para o breve discurso.

— O verdadeiro amor é tão especial que todo mundo sonha com ele. E quando olho para o Oliver e a Felicity, eu me lembro de como eu me senti com a minha esposa no dia do nosso casamento. Estávamos apaixonados e faríamos qualquer coisa, qualquer coisa um pelo outro. E Oliver e Feliciy são exatamente assim. É já tiveram seus problemas, mas sempre dão um jeito. Essas são duas das pessoas mais verdadeiras que conheço e merecem toda a felicidade do mundo. Tenho sorte de poder chamá-los de amigos. Então, por favor, vamos fazer um brinde ao verdadeiro amor. Oliver e Felicity.

Fim do flasback

— Oliver, Oliver, a música acabou.

— O que? Desculpe-me, eu...

— Estava distraído. Eu entendo, mas já está na hora de ir embora. Boa noite, Oliver.

— Eu vou te levar de volta.

— Não precisa, acho melhor eu ir sozinha, tenho muito para pensar. Obrigada pela noite.

Felicity saiu rapidamente com vários pensamentos passando pela sua linda cabecinha, ela sentiu algo diferente essa noite com Oliver, e queria descobrir o que eo por que.

No dia seguinte ao leilão, Felicity evitou Oliver, onde ele entrava, ela saia e vice-versa.

Oliver estava ficando nervoso com Felicity evitando-o, ele precisava quebrar o encanto do Sr.Pesadelo, ele sentia que o seu tempo era curto, e ainda tinha Ray Palmer para lidar,o empresário estava o tempo todo flertando com a sua esposa e ele não podia fazer nada. Até que sua paciência foi mais uma vez testada quando viu Ray convidar novamente Felicity para um jantar e desta vez ela aceitou.

O dia que Oliver temia chegou, o jantar de Ray e Felicity. Ray levou Felicity para jantar em sua cobertura, ele contratou um chef francês para preparar o jantar e um garçom para servi-los, mas quando tudo estava pronto e o jantar servido, dispensou ambos os profissionais e ficou sozinho com ela.

Oliver observava tudo do outro lado num prédio em frente ao do Ray, empoleirado com o seu arco improvisado, os nos dos seus dedos estavam brancos de tanto que apertava o arco com ciúmes de Felicity e Ray, mas o ápice chegou ao ver Ray tentar beijar Felicity a força. Ele soltou a flecha lançando-a próxima à janela do quarto ao lado, depois amarrou a outra ponta e pulou na corda deslizando-a com o seu arco. Tão logo ele pulou a janela e entrou no apartamento, Felicity havia corrido para o andar de cima da cobertura com Ray ao seu alcance, quando ambos chegaram no alto da cobertura Ray segurou no braço de Felicity, nesse momento Oliver apareceu, ele pegou Ray por trás e eles começaram a lutar, até que chegaram à borda da cobertura fazendo com que Ray caísse, mas Oliver conseguiu pegá-lo.

Com muita destreza, Oliver puxou Ray em segurança e ambos caíram no chão. Oliver levantou-se para ir até Felicity quando sentiu uma picada nas costas, Ray o havia esfaqueado com um pequeno canivete, Felicity gritou correndo para o lado de Oliver.

— OLIVER!

— Fe.li.ci.ty

— Oliver, Oliver, por favor, não morra.

— Eu te amo...

— Eu também te amo...

— Como....

— Porque nos encontramos um no outro. – Felicity sorriu em reconhecimento. – Eu sei quem você é.

Felicity inclinou-se para beijar Oliver, mas foi impedida.

— Sinto muito Sra. Smoak-Queen, mas não será desta vez.

O rosto de Ray transformou-se no do Sr. Pesadelo e Felicity novamente foi sugada pela roda de fogo levando Oliver consigo.