POV Edward

— Querido, querido- Tanya dizia enquanto eu andava de um lado para outro no meu escritório com Rosalie ao seu lado. – Antes que esta “filha” hipotética destrua sua carreira política, você deveria considerar pelo menos checar algumas informações.

— Checar o quê? - eu disse enquanto despejava um pouco de chá na minha xícara.

— Eu não sei! – ela disse exaltada. – antecedentes criminas, tipo sanguíneo...

Balancei a cabeça, com a imagem da garota em minha mente.

Ah Bella, por que você escondeu isso de mim?

— Tanya, ela tem a certidão de nascimento, minha foto, e além do mais... Tem os meus olhos.

Ela bufou.

— Eu apenas estou tentando pensar no que é melhor para você. – ela disse enquanto se servia de chá. – Eu sei que você não gosta de pensar nisso, mas a imprensa poderia arruína-lo com isso!

— Exclusivo: “Edward Cullen tem uma filha ilegítima!” - Rosalie falou teatralmente.

— Na verdade. – eu disse. – Ela não é uma filha ilegítima...Disse. – A mãe dela e eu fomos casamos. - Tanya engasgou com seu chá. – Eu sei. – disse suspirando. – foi uma cerimônia beduína no Marrocos, nós íamos oficializar assim que voltássemos, mas... – suspirei. –  Por alguma razão Bella decidiu que... Bom, de qualquer forma, ela foi embora.

— E agora ela tem uma coisa sua... – Rosalie disse ácida.

— Controle-se Rosalie! – Tanya disse nervosa.

— Acho que alguém já deveria ter controlado, há 17 anos atrás... – ela disse saindo do escritório.

POV Nessie

Eu tinha acabado de ver todas as rosas que Esme estava cultivando em uma imensa estufa. Ela era uma amante da botânica.

— ...E essa é a minha favorita. – ela disse quando me levou a um canto da estufa. – Eu estou cultivando há sete anos, uma fusão de duas espécies diferentes. – ela disse orgulhosa, mostrando-me uma rosa totalmente diferente das que eu já havia visto.

Ela tinha as pétalas mais abertas, e uma coloração diferente. Era branca e rosa.

— Que incrível! – eu disse.

Esme sorriu.

— Foram anos de trabalho, mas... – ela disse se aproximando da rosa, pegando delicadamente e a olhando. – Valeu a pena.

Depois voltamos para a mansão. Meu pai não estava mais ali, nem Tanya, ou aquela garota loira.

Subimos uma imensa escadaria, que depois nos levou a um imenso corredor. Toda a volta da mansão era decorada minuciosamente. As colunas das paredes eram brancas em detalhes dourados, todas desenhadas.

— Aqui estamos. – Esme disse assim que paramos em frente a uma porta dupla que combinava com as colunas.

Assim que ela abriu a porta, senti meu queixo cair.

UAU

Só podia ser o quarto mais fabuloso que eu havia visto na vida.

Esme fez um gesto para que eu entrasse. Eu ainda estava boquiaberta. O quarto era enorme, tinha um enorme lustre no centro, o teto era alto, com detalhes em gesso, pintados em dourado, o piso de madeira caramelo, uma enorme cama com dossel, do outro lado janelas de vidro com sacada, um enorme divã de couro branco, e uma penteadeira.

Eram tantos detalhes no quarto, que eu não sabia para onde olhar.

— Você está bem? – Esme disse franzindo a testa.

Balancei a cabeça.

— Gostou do seu quarto?

Meu quarto?

— É incrível! É maior do que a minha casa!

Esme riu.

— Então acho que devemos chamar alguém para pegar as suas coisas. – Ela disse. – onde está hospedada?

— No Great Britain Grand Hotel.

— Está bem, mandarei nosso motorista para lá.

Sorri para Esme.

— Muito obrigada Sra. Cullen! – disse dando um abraço nela.

Ela pareceu surpresa.

— Ah querida, nós não costumamos ter esse tipo de interação. – Esme disse olhando para mim. – Sou Inglesa. Nós apenas demonstramos afeto a cavalos e gatos.

— Oh. – Eu disse. – Tudo bem. – mas não resisti e dei-lhe novamente um abraço.

— A senhora é demais. -  desta vez Esme riu.

POV Edward

Finalmente eu estava sozinho em meu escritório. Precisava colocar meus pensamentos em ordem.

Eu tinha uma filha.

Bella escondeu um segredo por tantos anos.

Por que ela fez isso? Por que ela me excluiu dessa responsabilidade?

Olhei novamente para o telefone em minha mesa.

Pegue-o do gancho, discando o numero que eu havia guardado por tantos anos em minha cabeça.

No segundo toque ela atendeu.

— Alô? – uma voz suave soou do outro lado da linha. Senti meu coração acelerar. Já se passaram quantos anos desde que eu não ouvia sua voz? 16, 17 anos?

— Bella. – eu finalmente disse.

— Edward. – Ela disse meu nome, e senti como se voltasse no passado por um momento. – Ela está aí? Ela está bem? – sua voz agora tinha um tom apreensivo.

— Sim. – eu disse. – Ela está bem. Minha mãe deve a estar enchendo de bolo de frutas agora, sabe como ela é. – disse deixando a conversa com um tom mais leve.

Ela ficou muda do outro lado da linha. Então respirei fundo e prossegui com a pergunta que estava atormentando a minha mente nessas últimas horas.

— Bella, por que você nunca me contou que eu tinha uma filha? Descobrir isso 17 anos depois...Inesperadamente...

— E o que? – ela respondeu com um tom firme na voz. – Prejudicar sua carreira política? - Ela parecia magoada. – Se você está com medo de um escândalo, sugiro que a mande de volta.

— Isso não é sobre um escândalo. – eu disse. – é sobre eu descobrir que eu tenho uma filha na minha vida! - Abaixei o telefone tentando me recompor. Respirei fundo, e coloquei novamente o telefone no ouvido. - Bella?

— Eu... Não queria te magoar. – agora sua voz estava abafada, como se estivesse chorando. Surpreendentemente isso me deixou incomodado.

— O que você quer dizer? – disse confuso.

— Pergunte aos seus assessores. – ela disse em um tom frio desligando o telefone.

POV Tanya

Era um absurdo toda aquela situação.

Isso só podia ser um pesadelo, justo agora quando as coisas estavam indo tudo ao meu favor.

Não consegui dormir direito, pensando naquele empecilho que chegou na manhã anterior.

Estava na mesa tomando café da manhã, ouvindo meu pai, Edward dissolvia uma pastilha efervescente na água.

—...Mas meu ponto de vista. – meu pai dizia. – é que o ponto forte de Edward, sempre foi que ele nunca se envolveu em qualquer escândalo. – Ele disse se virando para nós. – Ao contrário de seus oponentes.

— Isso poderia arruinar tudo. – Aro, o sócio de papai disse balançado a cabeça.

— Com certeza. – Caius, outro assessor disse concordando.

— Nós já acabamos com isso? – Edward disse se levantando da cadeira.

— Bom... – Aro disse. – Deixe-me explicar o que iremos fazer. – Ele disse olhando para o papel que ele estava escrevendo. – Nós iremos dar a história aos jornais, TV´s... – ele pausou. – Mas da nossa maneira.

— Como assim? – ele disse impaciente.

Desta vez papai interferiu.

— O que Aro quer dizer... – meu pai disse olhando para Edward. – é que... – ele pegou o papel de Aro. – Bem, vejamos... Apresentar a filha que você “sempre” conheceu... Mas que nunca teve uma oportunidade de passar muito tempo com ela.

— A imprensa terá uma história, mas não poderá nos prejudicar. – completou Aro orgulhoso.

Edward olhou em direção ao meu pai.

— Devo lembra-lo, Demetri, que estamos lidando com um ser humano de 17 anos.

— Este é o problema! – Aro disse. – Tudo que sabemos dessa garota, é que é uma adolescente americana de 17 anos!

Caius apenas balançou a cabeça, olhando para Edward.

— Não é um começo promissor... – papai disse. – Então, o que acha Edward? Responsabilidade... ou vantagem?

— Bem... – Edward disse pensativo. – eu apenas passei poucas horas com ela, mas... – ele disse refletindo. – Tive a sensação que ela é bem madura para a idade...Além disso ela parece ser bem-educada...e diria que até contida.

— Perfeito. – Aro disse. – Vamos trabalhar da melhor forma possível Edward.

*FLASH VISÃO DOS EMPREGADOS

— Sra. Swan! Pare de pular na cama!

— Sra Swan, a senhorita vai cair se continuar a deslizar de meias por ai!

— Sra. Swan, seu almoço! Coma com os talheres!

— Sra Swan, abaixe esse rádio!

— Sra. Swan, não toque nisso!