Welcome Home! escrita por Sensei Arê


Capítulo 1
Welcome Back, Soldier!


Notas iniciais do capítulo

Hey peoples, como estamos?!

Nem vou perder muito tempo com essas notas inicias, por que o conteúdo todo é muito emotivo pra mim. Então fiquem aí com a música tema:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=k84QxVJd0tI

Espero que gostem e tenham uma boa leitura!
Nos vemos nas notas finais!



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E o sangue vai secar sobre minhas unhas.

E o vento se levantará para preencher minhas velas.

 

— Vamos, mãe! Tá na hora!

Enquanto eu termino de ajustar os cabos do notebook do meu pai na televisão, minha irmãzinha está rodopiando pela sala, cantarolando a mesma frase “Tá na hora, mamãe!”. Um pouco irritante, mas quem pode culpá-la? Afinal, Himawari só tem quatro anos.

— Precisa de ajuda, Sarada? — Ouço minha mãe perguntando, enquanto se aproxima.

— Não, já tô terminando. — Respondo ao mesmo tempo em que conecto o último cabo no note.

Minha mãe pega minha irmãzinha no colo e se senta no sofá atrás de mim. Clico no aplicativo de chamadas e o aparelho começa a emitir um som de chamada, enquanto posiciono a câmera do notebook para nós três no sofá. Himawari começa a rir por se ver na televisão e explode em gritinhos ao ver nosso pai do outro lado da tela. Dá pra ver que ele está dentro de um jipe em movimento, embora não tenha tanto barulho assim.

— Papai! Papai!

— Oi pai.

— Olá, meninas. — Mesmo sendo sério, meu pai consegue abrir um meio sorriso. — Oi, amor...

— Olá, querido... — Minha mãe sorri para a tevê e tenta agir normalmente, mas dá pra perceber que ela está se segurando. — Como você está?

— Indo bem. — Ele responde, dando de ombros. — Vocês já jantaram?

— Comemos bife! — Himawari responde, imitando uma galinha batendo as asas — E batata frita!

— A Hima não quis comer os brócolis de novo. — Sinto seu ursinho me atingir nas costas, enquanto sorrio sem arrependimento por entregá-la. — Mas amanhã vamos ter a melhor janta!

— Imagino. Sua mãe e sua avó são as melhores cozinheiras do mundo. — Meu pai sorri. — Eu gostaria de estar aí com vocês.

— Você vai voltar logo? — Arrisco em perguntar, mesmo sabendo que papai não pode contar.

— Eu gostaria. Muito. — Dá pra sentir que a voz dele fica mais pesada. Ficamos em silêncio por alguns instantes antes dele continuar. — Que tal um tempo no campo, hein? Podemos acampar, quem sabe até mesmo pescar no gelo.

Logo Himawari e eu começamos a fazer várias suposições sobre o que poderíamos fazer quando papai voltasse. Já faz tanto tempo desde que ele veio que mal consigo me lembrar. Será que foi no aniversário de dois anos da Hima, ou desde que eu fiz seis? Quase três anos...

E não que eu não tenha orgulho do trabalho do meu pai; ele é um dos vários homens e mulheres que servem o nosso país defendendo o mundo das pessoas más que querem destruir tudo. Mas não dá pra negar que sentimos muito a falta dele. Essa é a vida de um capitão: ele está lá fora, dando sua vida por nós, enquanto estamos aqui.

 

Então, você pode duvidar e você pode odiar,

Mas eu sei: não importa o que é preciso...

 

Quando desligamos, sinto como se meu coração se apertasse mais. Himawari faz um pouco de manha quando minha mãe diz que é hora de dormir, eu me faço de desentendida quando elas começam a subir as escadas, desplugando lentamente cada fio. Por fim, a última coisa que resta ligada é o notebook.

O plano de fundo do papai é uma foto nossa, de quando a Hima nasceu. Minha mãe está com uma cara abatida do parto, mas ainda assim exibe um sorriso caloroso. Meu pai está me levantando no colo apoiando-se na maca para deixar que eu veja minha irmã, ele também sorri. Eu tinha acabado de completar cinco anos naquela época, e minha mão está sobre a cabeça da Hima, sentindo como os fiozinhos azulados dela eram macios.

Todo mundo diz que eu pareço tanto com o papai, como quanto a Hima parece com a mamãe. Sinto saudades das épocas em que podíamos comparar isso, quando ele estava aqui.

— Sua avó diz que você e seu pai nasceram com o mesmo peso, sabia? — Ouço minha mãe chegar, sentando-se ao meu lado no chão. — Ela gosta de mostrar uma foto, lembra?

— Aquela em que diz que nós dois nascemos com o redemoinho do cabelo para o mesmo lado. — Eu a respondo, erguendo o rosto para ela.

— Sim... Vocês são tão parecidos, minha princesa. — Mamãe diz, colocando suas mãos sobre seu rosto e me fazendo carinho. — Gosto de pensar que posso matar a saudade do seu pai se te abraçar, pois o coração dele bate dentro de você.

Sorrimos uma para a outra e eu a abraço enquanto ela acaricia meu cabelo. As vezes eu me esqueço que não sou a única a sentir saudades dele. E por mais que eu fique brava ou magoada, sei que ele também sente saudades de nós.

Esse é o preço que se paga por ser filha de um herói.

~*~*~*~

 

Estou voltando para casa, estou voltando para casa!

Diga ao mundo que estou voltando para casa!

 

No dia da véspera, eu e meus amigos do colégio estamos nos preparando para fazer uma apresentação de coral natalino para as famílias da nossa congregação, que será feito no ginásio da escola. Não tenho muita vocação pra anjo, mas as mães da comunidade decidiram que todas as crianças muito bem se se vestissem de branco e colocassem coroas de estrelas na cabeça.

E aqui estou eu, com minhas botas pretas e meias listradas por debaixo dessa túnica – que eu detestei. Minha avó tricotou um suéter vermelho para mim, bem como um para Himawari e outro para nossa mãe; combinamos de usar para a noite de hoje, mas estou morrendo de calor por conta dos aquecedores instalados no ginásio. Meus óculos ficam enganchando na coroa e isso me faz ter vontade de jogar essa coisa longe.

Soltando um resmungo, retiro a túnica branca e a coroa de estrelas, embolando-as juntas e colocando na cadeira ao lado. Enquanto todos estão correndo de um lado para o outro para arrumar as coisas, eu e meus amigos – Boruto e Mitsuki – estamos sentados na arquibancada do colégio.

— Isso aqui tá um saco... — Boruto reclamou, mordendo o cadarço de seu moletom vermelho e preto. — É pura perda de tempo.

— Podia ser pior: poderíamos estar lá fora com os mais velhos, usando as pás para abrir o caminho entre a neve. — Mitsuki fez questão de lembrar, porém estava tão entediado quanto o outro.

— Nem sei pra quê temos que apresentar hoje. Ninguém vai vir mesmo.

Viro a cabeça e reparo na expressão amuada de Boruto. O pai dele, Naruto, também serve ao exército e está em combate ao mesmo tempo. A mãe dele, Sakura, é a enfermeira chefe do hospital militar da nossa cidade e quase nunca tem folga. Por isso, Boruto acaba ficando mais tempo sozinho do que outra coisa. Por sorte, eu e Mitsuke somos seus amigos e tentamos fazer o máximo para que ele não se sinta tão mal assim.

Nossa cidade é conhecida por ter a base militar mais rígida e servil que o país tem. Nossos soldados estão sempre prontos para o combate e os familiares desses soldados são reconhecidos igualmente por tratar a todos com o máximo de excelência. A família dos meus pais tem a tradição de servir; os Hyuuga sempre foram da aeronáutica, tanto quanto os Uchiha se dividiam entre exército e marinha. Minha mãe fugiu um pouco a regra e escolheu ser psicóloga, tratando dos ex-combatentes feridos em batalha.

Agora, com meus 9 anos, começo a imaginar qual seria o meu futuro. Deveria tentar uma carreira militar como meu pai? Talvez seguir a área médica como minha mãe... A única coisa que sei, é que independente do que escolher, servirei ao nosso país e cuidando das pessoas que precisam de ajuda. Talvez até mesmo fique tanto tempo longe, como o papai. Ao pensar nisso, sinto meu coração se apertar mais e mais. Levo minhas mãos ao coração e agarro o tecido do suéter.

 

Deixe a chuva limpar toda dor de ontem,

Eu sei que meu reino espera, e eles perdoam meus erros.

 

De repente, os portões do ginásio se abrem e trazem com ele uma lufada de ar gélido. Algumas pessoas reclamam, porém, param de falar ao perceber que são alguns soldados entrando.

— Com licença... — Ouvimos um deles dizer. — Sabem me dizer se a classe de Boruto Uzumaki está aqui?

Vejo claramente quando meu amigo loiro se inclina ao ouvir seu nome, arregalando os olhos em seguida e abrindo o maior dos sorrisos.

— Pai!

Quando percebi, Boruto já tinha pulado a arquibancada e corrido em direção ao soldado loiro que lhe estendia os braços. Naruto pegou seu filho no ar e rodopiou com ele algumas vezes, os dois rindo com seu jeito escandaloso de ser. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu sorri pela felicidade do meu amigo. Mitsuki pousou uma mão no meu ombro e sorriu também, mas logo apontou para o portão do ginásio novamente.

Meu coração parou quando eu o vi. O mesmo cabelo negro que o meu, os mesmos olhos. Meu pai abriu seu meio sorriso característico e aí meu coração voltou a funcionar. Levantei e desci a arquibancada correndo, com as lágrimas turvando minha visão, e eu senti que tudo era real quando ele me abraçou forte e me ergueu para o seu colo.

— Você voltou! — Eu sussurrei em seu ouvido, abraçando-o como se ele pudesse desaparecer. — Você não disse nada ontem...

— Desculpe por isso, princesa. Sabe que eu não posso dizer onde estou, por telefone ou vídeo. — Papai me respondeu, eu podia sentir o riso em sua voz. — Gostou da surpresa?

— Adorei! — Respondi, erguendo o rosto e olhando bem dentro dos olhos dele. — Eu te amo, papai!

Meu pai sorriu e me abraçou mais forte. Eu não preciso que ele me diga que me ama de volta, pois sei que o nosso sentimento é o mesmo. Olhei para Boruto e seu pai, feliz por saber que não era só eu que teria um Natal feliz este ano. Sorrimos um para o outro por cima dos ombros dos nossos pais.

— A mamãe já sabe? — Perguntei, erguendo o rosto novamente.

— Pensei que você gostaria de me ajudar a preparar uma surpresa. — Ele respondeu com seu sorriso de lado.

— Com toda certeza!

 

~*~*~*~

 

Estou voltando para casa, estou voltando para casa!

Diga ao mundo que estou voltando...

 

Todos os anos, meus familiares se reúnem para comemorar as datas especiais, revezando apenas o local em que seria sediado. Este ano, a ceia de Natal será na casa dos meus avós paternos.

Com a ajuda do meu avô Fukagu e do meu tio Itachi, minha mãe nem sequer sonha que meu pai tenha voltado de sua missão. O plano do papai era bem simples: ele buscaria a minha e minha irmãzinha no colégio para então irmos enganar a mamãe na mansão Uchiha. Meu avô e meu tio tinham saído com o pretexto de ir ao mercado para comprar as besteirinhas que estavam faltando, minha mãe estava ajudando minha avó e minhas tias a preparar a ceia e ela só iria nos buscar na hora da apresentação do coral.

Depois de buscar a Hima na classe dela, nós cinco voltamos para casa. Papai fez questão de passar numa floricultura que estava aberta e comprou um boque bem bonito de flores campestres – as favoritas da mamãe. A neve estava caindo constantemente, transformando nossa cidade num grande bolo nevado.

Assim que chegamos, meu avô e meu tio entraram primeiro, e logo depois, eu e Hima. Sorrimos travessas uma para a outra de depois encarnamos nossos personagens.

— Mãe, mãe! — Entramos gritando na cozinha. — Precisamos de ajuda!

— Sarada? Himawari! — Minha mãe largou a decoração da torta e veio ao nosso encontro com a expressão preocupada. — O que aconteceu? Por que voltaram para casa? Vocês estão machucadas?

— Não temos tempo para explicar, você precisa vir com a gente! — Peguei a mão da minha mãe e comecei à puxá-la para fora da cozinha.

— Rápido, mamãe, rápido! — Hima fez questão de ajudar.

Ainda perguntando o que diabos estava acontecendo, a mamãe nos seguiu para a porta de entrada.

 

Deixe a chuva limpar toda dor de ontem,

Eu sei que meu reino espera, e eles perdoam meus erros.

 

Quando minha mãe viu meu pai, pude ver a primeira lágrima caindo de seu rosto. Depois dessa, muitas outras vieram acompanhadas de um sorriso tímido escondido atrás das mãos dela. Papai estava sorrindo com o buque em mãos e foi se aproximando lentamente pela neve. Mamãe desceu as escadas e correu até ele. Os dois se abraçaram e se beijaram muito, matando toda a saudade que tinham sentido nesses três anos separados.

Peguei Hima pela mão e nós duas corremos até eles, rindo e abraçando os dois pelas pernas. Nossos parentes saíram para a varanda e todos nós saudamos aquele herói sem capa que voltava para casa.

Talvez o mundo não conheça Sasuke Uchiha como ele deveria ser conhecido, pros outros ele é só mais um ser humano. Porém, para os meus avós, ele é um filho muito amado. Para meu ouro avô, o homem a quem ele confiou sua flha. Para minha mãe, ele sempre será o melhor esposo do mundo. E para mim e minha irmã, ele sempre será um herói. O nosso herói!

Esse será o melhor Natal de todos!

 

Estou voltando para casa, estou voltando para casa!

Diga ao mundo que estou voltando...

 

 

*Em homenagem a todos os homens e mulheres que servem ao mundo, tentando torná-lo um lugar melhor.

Pessoas como a minha amiga secreta, a Lília. *


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, que tal acharam?

Eu sou uma pessoa mega emotiva pra uma pá de coisas, mas se tem algo que me quebra em dois é ver esses vídeos de soldados que voltar para casa depois de passar longos períodos defendendo seu país. O sentimento de alívio, amor, orgulho, saudade... Todo esse conjunto me deixa profundamente imersa. Como a minha amiga secreta é como uma dessas pessoas heroicas, meu coração implorou pra escrever uma homenagem como essa.

Lí, minha querida, desejo que seu 2020 seja algo fora do comum, com muito sucesso, prosperidade e luz. Você já é uma guerreira por si só, então vai lá e arrasa, migue!

Muito obrigada a todos que leram até aqui!
Beijos mil e até a próxima!

Arê!



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