Tempo de Escolha escrita por Val Rodrigues


Capítulo 15
Capitulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

Boa noiteee.



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Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Gl. 5-22

Apesar da ansiedade que lhe apertava o peito, o voo foi tranquilo e Lorena desembarcou no fim do dia na Cidade de Londres. Enquanto o taxi percorria as ruas, ela admirava encantada a beleza da cidade que já iluminava.
Em frente à Universidade, ela lembrou da promessa e ligou para sua mãe, tranquilizando-a. Estava pronta para ligar para Rafael, quando ouviu sua voz muito próxima e girou ansiosa, deixando o sorriso morrer.
Rafael deixava a Universidade com um pequeno grupo de pessoas, mas o que lhe prendeu a atenção foi a garota ao seu lado, proxima demais, ela diria.
— Renata, você não desiste nunca. Ouvi um dos rapazes falar e ela olhou para sorrindo.
— A esperança é a ultima que morre. Tocou em seu braço, e Rafael se afastou no exato momento em que os olhos dele pousaram em Lorena, parada logo a frente, apertando o celular na mão.
— Lorena. Disse perplexo. O nome saiu meio exclamação, meio pergunta. _ Lorena, o que esta fazendo aqui? Perguntou se aproximando tocando seu braço.
— Eu... De repente, ela não sabia o que dizer, toda empolgação evaporara no exato momento em que pôs os olhos nos dois.
— Ei. Amor. Tudo bem? Ela acenou com a cabeça.
— Vim fazer uma surpresa. Falou a primeira coisa que veio a mente se obrigando a raciocinar com calma.
Ainda surpreso, mas com um sorriso no rosto, Rafael a abraçou pelos ombros, ficando de frente para os colegas.
— Pessoal. Esta é a Lorena, minha esposa. Falou e eles sorriram simpáticos, com exceção da garota que a encarava muda.
— Estes são Mauricio, Renata e o Frank. Apontou. _ São do meu grupo de estudos. Explicou e ela os cumprimentou educadamente.
— Finalmente conhecemos você. É um prazer Lorena. Frank disse simpático.
— Frank é nativo daqui. Explicou e ela acenou concordando.
— A gente já vai. Nos falamos depois. Lorena, seja bem vinda a Cidade.
— Obrigada. Agradeceu educada.
— Por que não avisou que vinha? Eu teria te buscado no aeroporto. Rafael falou a olhando com atenção.
— Já disse. Queria fazer uma surpresa. Falou tentando controlar a chama que nascia em seu coração. _ Não esperava que fosse atrapalhar. Falou.
— Você não atrapalhou. Estou feliz que esta aqui. Disse sorrindo e a beijou. Por um momento, ela esqueceu de tudo se entregando ao beijo. _ Onde esta hospedada? Ele perguntou quando se separaram.
— Em uma pousada. Parece que fica aqui perto. Falou buscando o endereço no celular.
— Não fica longe daqui. Vamos. Chamou entrelaçando os dedos nos dela com uma mão e carregando a pequena mala com a outra. Os dois caminharam em silencio pesado, sendo quebrado apenas quando Rafael mostrava algo típico da Cidade e ela respondia.
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— Você esta muito quieta. Ele observou após estarem no quarto em silencio por um tempo. _ No que esta pensando?
— Eu estou pensando se foi uma boa ideia ter vindo ate aqui. Falou e ele a olhou.
— Como assim? Por que você veio? E o seu trabalho? Fala alguma coisa Lorena. Pediu ansioso.
— Aquela garota. Ele franziu o cenho sem entender. _ A que estava do seu lado, agarrando seu braço. Explicou entredentes.
— A Renata? O que tem?
— Por que ela estava agarrada em você? Lorena perguntou deixando sair o que lhe incomodava no coração.
— Ela não estava agarrada a mim.
— Eu vi Rafael. Retrucou brava.
— Se você viu, então também deve ter visto que eu me afastei. Rafael falou serio.
— Ela gosta de você. Lorena disse ainda magoada e Rafael fechou os olhos por um momento, estava cansado por ter ficado acordado ate de madrugada estudando. Fato este que Lorena desconhecia.
— Somos colegas de grupo. Nada mais. Respondeu. Lorena o olhou. Por um momento pode entender o que ele sentiu na situação invertida.
— Não quero ela perto de você. Eu sei que ela gosta de você, vi isso na forma que ela te olhava,. Lorena insistiu enciumada, sem conseguir evitar.
— E ela sabe que sou casado e completamente apaixonado por minha esposa. Ele disse e lagrimas caíram dos olhos dela.
O coração martelando no peito.
— Eu não vim aqui para isso. Murmurou consigo mesma, porem Rafael a ouviu. Conhecendo a esposa, sabia que algo estava acontecendo e começava a temer o motivo.
— Por Deus Lorena, me diz por que esta aqui, este suspense esta me matando. Ela secou os olhos buscando as palavras.
— Esta bem. Eu vim por que tenho que te contar algo. Falou e ele a olhou em expectativa. _ Esta semana eu fui o medico. Começou tomando uma longa respiração.
— Por quê? Você está doente? Perguntou ansioso tocando o rosto dela.
— Tinha alguns dias que eu vinha me sentindo mal, um pouco indisposta.
— O que você tem? Perguntou apavorado segurando em seu braço e buscando a verdade em seus olhos.
— Fica calmo está bem? Pediu notando seu nervosismo. Por si só, ela já estava nervosa.
— O que o médico disse Lorena? Perguntou ignorando as palavras dela, calma era algo que ele nao poderia ter no momento. Não quando milhares de possibilidades brincavam com sua mente.
— Eu estou grávida. Soltou de uma vez e Rafael paralisou olhando para ela. _ Rafael? Você ouviu o que eu acabei de dizer? Perguntou sacudindo um pouco seu braço.
— O que você disse? Ele perguntou desnorteado.
— Eu disse que estou grávida. Nós vamos ter um bebê. Explicou esperando atenta a sua reação.
— Você está grávida. Como? De quanto tempo? Como aconteceu?
— Treze semanas. Falou e o deixou processar por um momento.
— Então você engravidou quando eu fui para casa nas ferias? Perguntou e Lorena acenou concordando. _ Mas, como isso é possível? A gente se prevenia não é?
— Sim, o medico disse que nenhum anticoncepcional é 100%.
— Isso é....É tão difícil de acreditar. Um filho, meu Deus. Ele disse sorrindo segurando-a nos braços. _ Eu vou ser pai, nós vamos ter um filho. Repetia a abraçando com o coração a mil e um sorriso gigante no rosto.
— Vamos. Ela concordou se soltando para olhar em seu rosto, o coração dividido entre alegria e ansiedade. _ Você gostou da noticia? Perguntou cautelosa.
— Tem como não gostar? Ele respondeu eufórico. _ É inesperado, mas... tocou a barriga dela sobre a blusa. _ Tem um pedacinho nosso aqui, amor. Um filho, meu Deus. Exlamou emocionado. _ Eu te amo Lorena.
Ela o abraçou apertado finalmente deixando o peso da ansiedade deixar os seus ombros.
— Eu também te amo. Respondeu e ele a beijou.

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— Eu devia ter estado lá com você. Rafael falou logo após a euforia da novidade, enquanto descansavam e Lorena contava sobre a descoberta.
— Tudo bem. Ela deu de ombros não querendo vê-lo chateado. Tambem queria que eles estivessem juntos quando descobriu, mas isso era o fruto da escolha deles, um preço a se pagar. _ Olha só. Lorena falou pegando alcançado na bolsa meia duzia de fotografias impressas. _ O medico imprimiu estas fotos do ultrassom que eu fiz. O nosso bebê é este pontinho aqui. Disse apontando para a imagem com o indicador e Rafael as pegou analisando.
— Tão pequeno. Murmurou tentando imagina-lo ali e Lorena sorriu olhando a foto com carinho. _ O que você acha que é? Rafael perguntou pousando a mão carinhosamente sobre o ventre da esposa ela sorriu abobada com o seu gesto.
— Ainda é cedo para sabermos. Murmurou tranquila.
— Acho que eu quero um menino. Um rapazinho para andar com ele por aí, ensinar a andar de bicicleta, leva-lo ao parque. Rafael planejou sonhador.
— Amor. Você sabe que tudo isso ai que está planejando é só daqui há alguns anos, não é? Lorena respondeu divertida e ele a olhou. _ Há um longo caminho de fraldas, leite e noites sem dormir antes de tudo isso que esta planejando.
—  Eu sei. Só estou me adiantando.
— Mas e se for uma menina? Ela perguntou.
— Se for uma menina, será a minha princesa. Linda como a mãe. Lorena sorriu emocionada, não só pelas palavras deles, mas a forma como ele as dizia. Os dois completamente imersos naquela bolha particular.
— Amo você. Ele sorriu tocando o rosto dela com a ponta dos dedos. 
— Amo vocês. Falou mesclando o toque do rosto para o seu ventre e se abaixando depositou um beijo ali.
Infiltrado seus dedos sobre os cabelos dele, Lorena permaneceu fazendo um carinho suave ali enquanto ele encostava o ouvido na barriga dela imaginando seu pequeno bebê.
— O que foi? Ela perguntou sentindo cócegas com seu toque.
— Será que eu já consigo sentir ele mexer?
— Acho que ainda é cedo amor. 
Rafael continuou atento a sua tarefa.
— Oi. Ele sussurrou deixando um beijo ali mais uma vez. _ É o Papai. Ouça bem minha voz, esta bem? Grave ela para não esquecer. Por que eu já te amo. Só de saber que você está aqui, já fico feliz. Sorriu e Lorena o olhou com lágrimas nos olhos. _ Ei. Ele chamou notando seus olhos marejados e as lagrimas cairem por seu rosto.
— São lágrimas de emoção. De felicidade. De alívio. Fiquei tão preocupada em como você poderia reagir, e agora, estão tudo tão perfeito. Explicou.
— Tudo bem amor. Tudo bem. A abraçou. _ Alias, você já contou para a minha mãe?
— Ainda não. Eu queria falar com você primeiro.
— Aposto que ela vai ficar muito feliz de ser avó. Lorena bocejou pela segunda vez sentindo o cansaço tomar-lhe o corpo e Rafael a olhou.
— Foi um dia agitado, que tal um banho, jantar e dormir? Precisa descansar.
— Dormir seria otimo. Ela murmurou exausta.
— Banho primeiro. Ele disse levantando e obrigando-a fazer o mesmo. _ Eu vou comprar nosso jantar. Não demoro. Depositou um beijo em seus cabelos e saiu do quarto dando uma ultima olhada para Lorena que distraida, procurava um pijama na mala sobre a cama e sorriu.
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Rafael caminhou enxugando os cabelos com uma toalha e seu olhar se prendeu sobre Lorena, dormindo na cama, os cabelos preso em coque solto e a barriguinha em evidencia no pijama, sentindo o coração disparar, ele ficou ali a admira-la.
Ao contrario da esposa, não conseguia dormir. O cerebro processando sua nova realidade. Ela definitivamente chegou para abalar seu mundo. E agora teriam um filho. Abraçando a cintura dela, fechou os olhos tentando colocar os pensamentos no lugar e dormir um pouco, sem sucesso.
Levantou pegando um copo de agua, mas o nó em sua garganta não se desfez. Suspirou olhando sua esposa completamente adormecida.
— Desculpe amor. Sussurrou. _ Você sempre diz que esta tudo bem, mas eu sei que não esta. Aguente apenas mais um pouco, esta bem? Pediu e ela se remexeu de leve na cama.
Rafael suspirou voltando a se deitar torendo para que o sono viesse logo.
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Rafael despertou confuso olhando o redor. Foi preciso alguns momentos para ele compreender o que estava acontecendo e correr para o banheiro.
— Lorena. Bateu na porta ansioso, ja que a mesma estava trancada. _ Você esta bem?
— Só um minuto, ja vou sair. Ela falou com a voz abafada jogando agua no rosto.
— O que foi? Ele perguntou preocupado.
— Enjoo. Respondeu passando por ele e sentando-se na cama. _ Parece que é normal na gravidez. Ela explicou vendo seu olhar aturdido.
— Quer alguma coisa? O que eu posso fazer para melhorar? Ele perguntou se aproximando e ela fez uma careta correndo de volta para o banheiro em uma nova ansia.
— Só fique ai. Pediu colocando uma certa distancia com a mão, e ele esperou agoniado. _ Detesto estes momentos. Murmurou com a voz tremula pelo esforço voltando ao quarto.
— Tem certeza que esta bem? Voltou a perguntar e Lorena deu um pequeno sorriso a ele deitando-se mais uma vez.
— Não se preocupe. Isso acontece toda manhã.


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