Encanto escrita por Princess of Roses


Capítulo 1
Uma nova vida


Notas iniciais do capítulo

Olá e feliz ano novo meus queridos leitores!

Estou trazendo pra vocês a minha primeira fanfic desse ano.
Eu sempre desejei escrever um romance com o casal Albafica e Agathia, pois são raras as fics românticas com o nosso querido pisciano do passado.

Como no lost canvas ela é apenas uma adolescente de aparentemente 13 ou 14 anos, tive que bolar um bom plano e fazer passar bastante tempo para que esse romance fosse possível.

Espero que gostem e tenham uma boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785646/chapter/1

Já fazia cinco anos que a guerra santa tinha terminado, mas o santuário continuava um lugar triste e quase abandonado.
Shion e Teneo eram os únicos cavaleiros de ouro que moravam no santuário, pois Dohko tivera que ir para a china onde estava cumprindo a missão que Atena tinha lhe dado.

O santuário já estava reconstruído, mas não era mais o mesmo lugar de antes, agora mais parecia um local abandonado devido as poucas pessoas que moravam ali.
Além dos dois dourados, apenas alguns servos e soldados rasos continuavam morando e trabalhando no santuário, a última guerra fizera com que os sobreviventes deixassem aquele lugar devido ao trauma causado por aquela guerra.

O vilarejo também não estava nos seus melhores dias, muitas pessoas tinham morrido e vários sobreviventes abandonaram Rodório por não se sentirem mais seguros ali. E como só restaram dois cavaleiros de ouro no santuário, muitas pessoas acharam melhor irem embora.

Apesar dos tempos difíceis, o vilarejo estava conseguindo prosperar, a única coisa que ainda complicava a vida dos aldeões era que não havia mais nenhum curandeiro ou médico morando ali. Shion até tentara resolver aquele problema, mas infelizmente ninguém aceitou ir para Rodório ajudar os seus moradores. E mesmo o ariano oferecendo uma boa quantia em dinheiro, nenhum curandeiro aceitou aquela missão.

Já no jardim do templo principal, Shion comtemplava a bela vista que tinha dali enquanto pensava nos seus queridos amigos que se foram naquela guerra.
Se sentia muito sozinho naquele lugar e mesmo tendo a companhia do jovem taurino e indo visitar Dohko de vez em quando, ainda se sentia muito triste e solitário naquele lugar que um dia foi alegre e cheio de vida.

Foi então que o loiro sentiu a presença de um cosmo muito poderoso e em seguida vai correndo para o grande salão daquele templo.
Não podia deixar uma crise acontecer, pois não tinham forças para enfrentar uma nova batalha.

Mas quando Shion entra no grande salão, fica surpreso e intrigado ao ver uma bela mulher morena perto do trono dourado. Devido ao enorme cosmo que emanava dela, soube no mesmo instante que aquela mulher era uma deusa, mas não tinha ideia de quem ela era.

— O que você faz aqui?
— Não se preocupe, eu vim em paz e não sou uma inimiga.
— Sei que você é uma deusa. Por que está aqui?
— O meu nome é Gaia, sou uma das deusas primordiais e vim ajudar a trazer de volta a vida desse santuário.
— E o que você vai querer em troca? Me surpreende um deus querendo nos ajudar.
— Entendo a sua surpresa, mas esse foi o último pedido de Atena.

Ao ouvir aquelas palavras da bela deusa, Shion fica sem reação pois não esperava por aquilo. Se sentia intrigado e curioso sobre o pedido que sua querida deusa tinha feito.
Como Gaia não era sua inimiga, conseguiu relaxar um pouco enquanto via a morena se sentar no trono.

— Eu não esperava por isso. Mas qual o que Atena te pediu?
— Antes de morrer, Atena me pediu para dar uma nova chance aos seus guerreiros que morreram lutando por ela. Mas infelizmente eu não posso trazer todos de volta, então decidi que darei uma nova vida aos cavaleiros de ouro.
— Você está dizendo que vai trazer eles de volta?!
— Sim Shion, trarei de volta todos os cavaleiros de ouro da sua geração. Darei a eles a chence de terem uma vida feliz sem terem que se preocupar com uma guerra. Com a ajuda deles eu acredito que será mais fácil encontrar novos cavaleiros e amazonas para as armaduras de prata e bronze.

Mas quando o Ariano ia dizer algo, Gaia eleva o seu cosmo e um intenso brilho toma conta de todo o salão obrigando o ariano a fechar os olhos para não ser cegado pela intensa luz.
Momentos depois, o brilho começa a diminuir e quando o loiro finalmente pode abrir os olhos, quase caí pra trás ao ver os dez cavaleiros de ouro deitados no chão. Os seus queridos amigos estavam de volta e poderiam viver uma vida feliz.

Não demorou muito e os dourados começam a acordar e ficam confusos ao verem que estavam no chão do grande salão do templo principal. A maioria deles só se lembrava dos últimos acontecimentos antes de morrerem, era como tivessem desmaiado e dormido por algumas horas.

Ao ver aquela confusão dos cavaleiros que tinham voltado a vida, Gaia se aproxima deles e fica ao lado de Shion. Tinha que dar algumas explicações a eles, especialmente a quatro dourados que receberam um pequeno presente sem saber.

— Sei que vocês estão confusos. Eu sou a responsável por trazer vocês de volta a vida. Atena me pediu para dar uma nova chance aos seus valorosos guerreiros. Mas como não tenho poder para reviver todos, vocês foram os escolhidos.
— Mas é a guerra?! O que aconteceu aqui?!
— Fique calmo Kárdia, depois eu vou explicar tudo a vocês. Nós estamos em paz agora, então pode ficar tranquilo.
— Bem, antes de eu ir embora, tem algo que vocês precisam saber. Kárdia, o seu coração está curado e por isso não terá mais nenhuma crise. Asmita, você poderá ver agora e poderá abrir os olhos para ver esse mundo. Albafica, o seu sangue não é mais venenoso, você não precisa mais ficar longe das pessoas. E por último, você está livre de todo aquele mal Aspros.

Ao ouvirem aquelas palavras da morena, os quatro cavaleiros de ouro que receberam aquela cura ficam surpresos e muito felizes por terem recebido aquele presente daquela deusa tão bondosa e gentil.
Em seguida Gaia vai embora deixando Shion a sós com os amigos que estavam muito felizes por estarem tendo aquela nova vida.

Como os seus amigos ainda estavam um pouco confusos, Shion os leva para os quartos do templo e entrega a eles algumas roupas simples já que eles vestiam uma manta fúnebre e não tinham mais nenhuma roupa.

Já os dez dourados renascidos aproveitam aquele tempo para tomar um banho e depois que estavam prontos, encontram Shion no grande salão e ficam surpresos ao verem o ariano com a roupa de grande mestre.

— Então você foi o escolhido para ser o novo grande mestre.
— Sim Dégel, Atena me deu essa missão. Já o Dohko está em Rozan vigiando o selo que prendeu os espectros.
— Mas onde está a nossa deusa e por que esse lugar está tão silencioso?
— Manigold, Atena e os outros morreram na guerra santa. O santuário está reconstruído, mas poucas pessoas continuam morando aqui. Depois do almoço eu contarei tudo a vocês, mas estou muito feliz que vocês estão de volta.

Depois de dizer aquelas palavras, Shion leva os seus amigos para a sala de jantar onde um belo almoço esperava por eles. A comida era simples, mas muito gostosa e nutritiva.
O almoço deles foi bastante animado e descontraído, o ariano se sentia muito feliz por ter os seus amigos de volta e por não estar mais sozinho. Os seus dias de solidão chegaram ao fim e a partir daquele dia as coisas ali mudariam bastante.

Como prometido, Shion conta aos seus amigos tudo que aconteceu depois da guerra e eles ficam chocados ao saberem que já tinha se passado cinco anos.
Todos ficaram muito tristes ao saberem que poucos conseguiram sobreviver e que o vilarejo tinha sido quase totalmente abandonado e que naquele momento não tinha mais nenhum médico ou curandeiro.

E algumas horas mais tarde, os dourados já estavam voltando para as suas casas, teriam que comprar algumas roupas e calçados pois não era certo ficarem usando as roupas que eram destinadas aos servos e soldados rasos.

Teneo quase explodira de tanta alegria ao ver o seu querido mestre e pai vivo, e mo mesmo pode ser dito de Celintha que chorara de felicidade ao ver Hargard vivo.
Já o taurino fica muito feliz e orgulhoso ao saber que Teneo tinha herdado a sua armadura, mas quando soube que Salo tinha falecido durante a guerra, sentira uma enorme tristeza pois amava o menino como se fosse o seu filho.

Já na casa de peixes o clima não era muito diferente, o belo pisciano estava feliz por estar tendo aquela chance de viver uma vida tranquila e feliz, mas o seu coração estava muito triste.
Tinha ido ao vilarejo ver como estava Agathia e o pai dela, mas ao chegar no local onde ficava a casa dela, tivera uma triste e desagradável surpresa que fez o seu coração doer.

Os moradores mais antigos do vilarejo lhe contaram que o pai de Agathia tinha falecido seis meses depois do fim da guerra e Agathia tinha ido embora do vilarejo alguns dias depois da morte do pai.
Ao saber que a sua querida amiga tinha ficado sozinha e sem ninguém, sentiu o seu coração sangrar e uma enorme vontade de chorar, pois sabia muito bem como era perder alguém tão querido e amado.

Naquele momento estava ainda mais determinado a encontrar a sua querida amiga e no dia seguinte iria para a ilha dos curandeiros pedir a ajuda de Pefko.
Pelo menos sabia que o garoto estava bem e mal podia esperar para reencontrá-lo e ver como ele estava. Como já tinha se passado cinco anos, acreditava que ele deveria estar com dezessete ou dezoito anos.

Enquanto isso na ilha dos curandeiros...

Uma linda moça de longos cabelos castanhos caminhava pela pequena cidade com uma cesta cheia de ervas em uma das mãos.
A bela castanha de olhos verdes caminhava tranquilamente em direção a uma das casas para atender uma criança que estava doente. A mãe dele tinha ido em sua casa lhe pedir ajuda alegando que a sua filha estava muito fraca devido a uma febre que não baixava de nenhuma forma.

Ao chegar na casa, é recebida pela mãe da menina que a leva até o quarto onde a menina estava deitada.
Com muito cuidado a bela moça examina a menina e depois pega algumas ervas em sua cesta de palha. De acordo com os sintomas e com o que vira ao examinar a menina, tinha certeza que ela tinha comido algo que estava estragado e naquele momento sofria de intoxicação e não envenenamento.

— O que a minha filha tem Agathia? É muito grave?
— A sua filha está intoxicada, acredito que deve ter comigo algo estragado ou que não fez bem a ela. Mas esse chá que estou preparando vai fazê-la melhorar dentro de algumas horas.

Depois de preparar o chá de ervas e o adoçar com mel, Agathia faz a menina tomar todo o chá que tinha preparado de depois explica a mãe dela como deveria fazer aquele chá e o tempo de intervalo entre uma dose e outra.

— Pode ficar tranquila, amanhã a sua filha já estará bem melhor. É só seguir esse tratamento a risca que logo ela estará correndo por aí.
— Muito obrigada Agathia, você é realmente muito especial por se dedicar a cuidar dos outros.
— De nada, é um grande prazer pra mim poder ajudar e curar as pessoas.
— Sei que isso não é muito, mas aceite como uma demonstração da minha gratidão.

Depois de dizer aquelas palavras, a mulher entrega a castanha alguns dracmas para recompensar Agathia por ter ido ali e ajudado a sua amada filha.
Já a castanha sorri ao receber aquela pequeno pagamento e depois de agradecer a mulher se retira do quarto e caminha em direção a saída da casa.

Mas quando estava saindo daquele corredor, escuta algo que lhe deixa furiosa e com muito nojo.
Pode ouvir claramente o pai da menina dizendo ao filho mais velho que por ela a menina podia morrer que não faria nenhuma falta pois era uma menina inútil e não um menino como ele tanto desejou.

Naquele momento precisou fazer um enorme esforço para não o chamar de monstro e acabar dizendo poucas e boas na cara daquele verme asqueroso.
Só quando saiu da casa é que conseguiu se acalmar um pouco, infelizmente vivia em uma sociedade muito injusta onde as mulheres eram usadas e tratadas como objetos ou lixo.

Ainda se lembrava perfeitamente do dia que seu amado pai falacera e do golpe baixo que recebera do amigo dele quando ficou sozinha no mundo.
Seu pai tinha pedido a ele para que cuidasse de si e não lhe deixasse desamparada, mas aquele ser escroto tentara lhe usar no dia seguinte e deixara bem claro que se não quisesse passar fome nas ruas, deveria lhe satisfazer e cuidar da casa onde iria morar.

Não pensara duas vezes e dissera e ele que preferia morrer do que ser usada por um verme como ele. E a partir daquele dia passou a ter raiva e nojo de homens.
Todos os homens e rapazes do vilarejo lhe olhavam de forma nojenta e descarada, era apenas uma menina de quatorze anos e eles não se importavam se estava sozinha no mundo e sofrendo, aqueles vermes só queriam o seu corpo e isso lhe enchia de raiva e nojo.

Mas felizmente acabou encontrando Pefko alguns dias depois quando estava na padaria comprando pão. Apesar de ele ser um ano mais novo, o menino lhe oferecera ajuda e lhe convidara para morar com ele na ilha dos curandeiros onde poderia aprender a curar as pessoas.
E como não tinha mais ninguém e se sentia ameaçada morando sozinha, não pensara duas vezes em aceitar o convite do garoto e ir embora daquele lugar que só lhe causava tristeza.

Tinha passado aqueles cinco anos aprendendo a usar as plantas para curar vários tipos de doenças e também aprendera a fazer partos com uma mulher viúva que lhe adotara assim que chegara naquela ilha.

Estava muito feliz vivendo como curandeira e não tinha nenhuma vontade de voltar para Rodório, pois aquele lugar só lhe trazia péssimas lembranças e a maioria dos cavaleiros estavam mortos. Os únicos homens que admirava e sentia carinho estavam mortos.

Jamais se esqueceria do dia que o seu querido amigo morrera para salvar o vilarejo. Ver Albafica morrer foi uma das piores coisas que lhe aconteceram, naquele momento sentira o seu coração sangrar e doer muito. O seu querido amigo tinha partido pra sempre e nunca mais voltaria.

Se lembrava perfeitamente que no começo o tinha achado grosso e arrogante devido ao encontro que tiveram naquele dia chuvoso em que ele tinha sido rude consigo quando foi tentar tocá-lo para o agradecer pela ajuda.

Mas depois que o seu pai lhe explicara o motivo de Albafica agir daquele jeito, entendeu que ele só queria lhe proteger e tinha medo de acabar lhe ferindo devido ao seu sangue venenoso.
A partir daquele dia, passou a admirar ainda mais aquele belo e gentil cavaleiro que infelizmente foi condenado a solidão.

E no dia que foi devolver a capa, conseguira ver o pisciano e pedir desculpas a ele. Já o belo loiro foi muito gentil e lhe agradecera por devolver a capa.
A partir daquele dia, acabaram se tornando bons amigos, mesmo tendo que ficar longe do pisciano, sentia um grande carinho por ele e sabia que o loiro também lhe via como uma boa amiga.

Mas poucos anos depois, a guerra santa começou e o seu querido e amado amigo acabou morrendo para proteger o vilarejo e seis meses depois o seu amado pai também acabou falecendo devido as sequelas causadas pelo ataque daquele espectro.

Com o passar dos anos, descobrira que tinha amado o belo pisciano e por isso sofrera tanto quando ele morreu naquele dia. Naquela época a sua mente ainda um pouco infantil acreditava que o sentimento que sentia pelo loiro era carinho e admiração.
Mas depois que crescera e amadurecera, descobrira que amava o pisciano sem saber e agora tudo que lhe restava dele eram as boas lembranças.

Já no dia seguinte perto do final da tarde, Albafica se sentia feliz por finalmente estar chegando na ilha dos curandeiros. Estava muito ansioso para rever Pefko e ter uma boa conversa com o seu amigo, agora que não tinha mais o sangue venenoso, sentia muita vontade de dar um abraço em seu querido amigo.

A única coisa que lhe deixava triste era não ter conseguido descobrir o paradeiro de Agathia. Tinha ido até o vilarejo, mas ninguém sabia pra onde ela tinha ido. Mas não iria desistir de encontrar a sua querida amiga.

Quando finalmente chegou na ilha, o pisciano vai direto para a pequena cidade e descobre que Pefko continuava morando na casa que tinha sido de Luco.
E como estava muito ansioso para reencontrar o garoto, decide ir direto para a casa dele e só depois encontraria um lugar para passar a noite.

Depois de alguns minutos caminhando por uma bela trilha, Albafic finalmente chega na casa onde o seu amigo morava e sorri ao ver que as coisas ali não tinham mudado muito desde a última vez que estivera naquele lugar.

Em seguida o belo loiro bate duas vezes na porta e pouco tempo depois ela é aberta e o pisciano fica pasmo ao ver Pefko diante de si.
E o mesmo podia ser dito do jovem curandeiro que naquele momento estava pasmo e sem reação ao ver Albafica vivo diante de si. O rapaz chegou a fechar e esfregar os olhos para ter certeza de que aquilo não era uma alucinação.

— Albafica, é você mesmo?
— Sim, sou eu Pefko. Você cresceu muito desde a última vez que nos vimos.
— Mas como isso é possível? Você...
— Essa é uma longa história meu amigo. Mas estou muito feliz em te ver tão bem.
— Também estou muito feliz que tenha voltado. Você não tem ideia do quanto estou me segurando para não te dar um abraço.
— Então me abrace, agora eu não tenho mais o sangue venenoso e posso tocar nas outras pessoas.

Ao ouvir aquelas palavras do pisciano, Pefko abre um enorme sorriso e depois dá um forte abraço no loiro e sente ele também lhe abraçar.
Estava tão feliz que parecia estar sonhando, mas Alfafica tinha voltado e estava vivo e muito bem. E o melhor de tudo era que agora poderia o abraçar e chegar bem perto do seu querido amigo. Sentia uma alegria tão grande que parecia que o seu coração aia sair do peito.

— É tão bom poder te abraçar, finalmente eu posso tocar nas pessoas.
— Também estou muito feliz por você. Mas me conte como você voltou.
— Pode ficar tranquilo que eu vou te contar tudo.
— E eu vou querer saber de cada detalhe. E que cabeça a minha, fiquei tão feliz em te ver que esqueci de chamar a minha amiga. Agathia venha aqui!

Ao ouvir Pefko chamar por aquele nome, o pisciano arregala os olhos de tão granque que foi a sua surpresa. Queria muito rever a sua amiga e saber que ela estava ali fez o seu coração quase parar.

— Ela está com você Pefko? Agathia está aqui?!
— Sim, agora ela mora aqui comigo e me ajuda com as plantas e a curar as pessoas.

Mas no momento que o pisciano ia dizer algo, é impedido ao ver uma linda moça entrar na sala e ficar chocada ao lhe ver.
Agathia estava linda e tinha crescido muito, sentia o seu coração acelerar ao ver ela se aproximando de si, sua querida amiga estava bem e isso alegrava ainda mais o seu coração.

Já Agathia sentia uma enorme alegria ao ver o seu querido amigo vivo diante de si. Quase não conseguia acreditar que Albafica estava ali. Levara um enorme susto ao vê-lo ali e naquele momento sentia uma enorme vontade de correr até ele e o abraçar.

— Albafica?
— Sim minha querida. Sei que é difícil acreditar, mas sou eu.

Depois de dizer aquelas palavras, o belo loiro abre os braços indicando a castanha que poderia tocá-lo sem nenhum problema. Já Agathia não pensa suas vezes e vai rapidamente até o seu querido amigo e o abraça forte como se ele fosse desaparecer no ar.
A felicidade foi tão grande que a bela castanha acaba chorando de alegria enquanto sentia o loiro lhe abraçar e fazer carinho nas suas costas.

— Estou tão feliz que você esteja bem minha querida Agathia. Me senti péssimo quando não te encontrei no vilarejo.
— Também estou muito feliz que você voltou.
— Não chore mais, agora eu estou aqui e nunca mais deixarei vocês.
— Mas como você voltou? Eu vi você se sacrificar naquele dia.
— Não pense mais naquilo, agora eu estou aqui. Depois eu vou explicar tudo a vocês.

Momentos depois o pisciano quebra o abraço e depois enxuga as lágrimas da castanha com os seus dedos. Se sentia muito feliz por finalmente ter encontrado a sua querida amiga e desejava ficar um bom tempo ali com ela e com Pefko.

Depois daquele emocionante reencontro, Pefko acomoda o pisciano na pequena sala e depois leva a bolsa dele para o quarto que estava vago. Hospedaria com grande prazer o seu querido amigo ali em sua casa.

Já Agathia vai para a cozinha e prepara um delicioso chá de ervas enquanto era observada pelo belo pisciano. A bela castanha não se sentia incomodada, pois sabia que Albafica jamais lhe faria mal.
Não demorou muito e viu Pefko entrar na cozinha e começar a arrumar a mesa para tomarem um bom chá com biscoitos

Durante o chá, Albafica explica a eles como tinha voltado a vida e o motivo de estar ali.
Pefko ouvia tudo com muita atenção, mas quando o pisciano fala sobre o vilarejo, Agathia sente um grande desconforto, mas tenta disfarçar.

— É muito triste saber que o vilarejo quase foi abandonado e que agora está sem médico ou curandeiro.
— Esse é o segundo motivo que me trouxe aqui. Pefko, eu vim te pedir para vir comigo e ajudar as pessoas do vilarejo.
— Albafica, eu iria adorar poder te ajudar, mas infelizmente não posso sair dessa ilha agora. Tenho muitos pacientes em tratamento e não posso deixá-los agora. Mas se a Agathia quiser, ela pode ir com você.

Ao ouvir aquelas palavras do seu amigo, a castanha sente o seu sangue ferver e uma enorme raiva tomar conta de si. Se Pefko achava que iria aceitar voltar para aquele lugar, estava muito enganado. Aquelas pessoas não mereciam os seus cuidados, pois quando quando ficou sozinha e desamparada, ninguém lhe ajudara ou lhe dera um pouco de apoio e conforto.
Não iria perder o seu tempo com aquela gente egoísta e não sentia nenhuma pena por estarem sem um curandeiro.

— Não Pefko, eu não vou ajudar aqueles egoístas! Eles não merecem os nossos cuidados e não sinto nenhuma pena por estarem sem um curandeiro. Eu não vou perder o meu tempo com aqueles vermes!

Em seguida Agathia se levanta e sai rapidamente da cozinha e vai para o lado de fora da casa.
Já Albafica estava pasmo com aquela reação da sua amiga, nunca tinha visto a castanha com tanta raiva. Mas quando ia se levantar para ir atrás dela, é impedido por Pefko.

— Deixe ela se acalmar primeiro.
— Mas o que aconteceu com ela? Nunca vi a Agathia com tanta raiva.
— É uma longa história meu amigo. Ela sofreu muito depois que o pai dela morreu. Ela tem raiva daquelas pessoas porque ninguém a ajudou quando ficou sozinha no mundo. Isso é tudo que eu posso te dizer.
— Agora eu entendo, é muito revoltante saber que ninguém a ajudou e não tiro a razão dela de estar com raiva.
— Ela ficou muito ferida e traumatizada. Mas eu não queria que ela usasse isso para se vingar, isso só faria mal a ela.
— Não se preocupe, depois eu vou conversar com ela. Quero muito ajuda-la a superar esses traumas do passado.
— Eu sei meu amigo, mas você vai precisar ser muito paciente com ela.

Um pouco mais tarde, Agathia voltava para casa depois de caminhar um pouco para se acalmar. Sabia que não era certo se vingar daquelas pessoas, mas elas também não mereciam os seus cuidados.
Quando precisara de ajuda, ninguém naquele lugar lhe estendera a mão e agora não tinha culpa por eles estarem sem um médico. Não tinha nenhuma obrigação de ajudar aquelas pessoas tão frias e egoístas.

Agathia estava tão perdida em seus pensamentos que só percebera que não estava mãos sozinha quando sentiu alguém tocar em seu ombro e chamar o seu nome.
Ao ver que era o pisciano, a castanha apenas suspira profundamente e depois o olha com uma expressão triste e abatida.

— Agathia, eu sinto muito. Pefko me explicou o que aconteceu e entendo a sua raiva daquelas pessoas. Mas se vingar não é a coisa certa.
— Eu sei, mas eu não consigo aceitar ajudar aquelas pessoas. Todos me deram as costas quando eu mais precisei de ajuda, não tenho culpa por estarem sem um curandeiro.
— Minha querida, se negar a ajuda-los você estará sendo igual a eles.
— Albafica, eu...
— Sei que é muito difícil superar uma mágoa tão grande e profunda, mas você pode dar o troco ajudando eles e mostrando o quanto você é superior a eles por os ajudar mesmo eles não merecendo a sua ajuda.
— Você tem razão, mas eu não sei se consigo fazer isso.
— Mas é claro que você consegue. Eles ficarão tão envergonhados que vão te pedir perdão de joelhos.

Ao ouvir aquelas palavras do seu querido amigo, Agathia abre um belo sorriso ao imaginar aquela cena. Sabia que o loiro estava certo e já estava na hora de enterrar o passado de uma vez por todas.

Mas ainda tinha algo que ele não sabia, sentia muita raiva e nojo ao se lembrar daquilo, mas sentia que podia se abrir com o pisciano. Ele era uma das poucas pessoas que confiava e sentia que ele não lhe julgaria.

— Albafica, esse não é o único motivo que me fez detestar aquele lugar.
— Eu gostaria muito de saber para poder te ajudar a superar esses traumas. Sou seu amigo e jamais te deixarei sozinha.
— Agradeço pelas suas belas palavras e por se preocupar tanto comigo.
— Sempre estarei ao seu lado, pode confiar em mim.

Ao ouvir aquelas palavras do pisciano, a castanha acena com a cabeça e depois toma uma respiração profunda. Não era nada fácil falar daquele assunto, mas precisava desabafar e colocar aquilo tudo pra fora.
— Antes de morrer, o meu pai pediu a um amigo dele para que cuidasse de mim e não me deixasse desamparada. Mas quando fiquei sozinha, ele me colocou contra a parede e me disse que eu teria que satisfazê-lo e também cuidar da casa dele se eu não quisesse passar fome nas ruas. Eu não aceitei a chantagem dele e ninguém me ajudou. Eu tinha apenas quatorze anos, mas todos os homens daquele lugar me olhavam de uma forma nojenta e viviam me dizendo coisas baixas e sujas. Já eu...
— Chaga! Você não precisa dizer mais nada. O que esses vermes fizeram contigo não tem perdão!

Agathia leva um enorme susto com aquela exaltação do pisciano, nunca tinha visto Albafica com tanto ódio e nojo. O loiro estava com uma expressão furiosa e tinha os punhos cerrados.
Já Albafica sentia o seu sangue ferver em suas veias, tinha raiva e nojo daqueles homens promíscuos que só pensavam em sexo e tratavam as mulheres como se fossem objetos.
Agora entendia o trauma da sua querida amiga, ele era apenas uma menina e aqueles vermes a assediaram das piores formas.

Se naquele momento aqueles vermes escrotos estivessem na sua frente, os faria em pedaços com as suas rosas piranhas. Desejar e assediar uma menina de apenas quatorze anos era um crime bárbaro e extremamente repugnante.

— Isso é repugnante e nojento. O que eles fizeram contigo é um crime imperdoável!
— Sim, foi por causa daqueles nojentos que eu vim pra cá. Não me sentia mais segura naquele lugar e tive que fugir. Depois que encontrei o Pefko e vim pra cá, a minha vida melhorou bastante, por isso não tenho nenhuma vontade de voltar para aquele lugar.
— Por favor, não diga mais nada. Sinto que isso te machuca muito e já entendi perfeitamente o seu enorme trauma. O que aqueles vermes te fizeram não tem perdão.

Depois de alguns minutos, Albafica finalmente consegue se acalmar depois daquela intensa explosão de raiva e nojo. O belo loiro ficava furioso só de imaginar aquilo acontecendo com a sua querida Agathia. A castanha não merecia ter sofrido daquele jeito e estava ainda mais determinado a protegê-la com tudo que tinha daquele dia em diante.

— Eu só lamento pelas pessoas inocentes que vão sofrer por culpa daqueles vermes e de um bando de gente egoísta. A escolha é sua e vou te apoiar no que você decidir.
— Albafica, eu queria muito ajudar essas pessoas, mas tenho pavor daquele lugar.
— Eu entendo o seu medo e prometo que vou te proteger daqueles canalhas. Se você vier comigo, eu serei o seu guardião.
— Albafica, eu não quero te causar problemas lá no santuário.
— Isso não me causará nenhum problema e tenho certeza que o Shion vai entender e nos apoiar.
— Bem, nós podemos tentar. Mas se não der certo, eu voltarei pra cá.

Ao ouvir aquela resposta da sua querida amiga, o pisciano acena com a cabeça e depois puxa um assunto mais agradável e eles ficam conversando por um bom tempo para matar a saudade.

Pefko ficara muito feliz ao saber da decisão da castanha e fizera questão de ajudar ela a arrumar a mala com tudo que iria precisar.
Iria sentir muita saudade da sua querida amiga, mas sabia que ela ficaria bem e que seria muito bem cuidada pelo pisciano e também pelos outros cavaleiros de ouro.

No final da tarde do dia seguinte, Albafica e Agathia chegam em Rodório e não demora muito para o pisciano ver vários homens olhando de forma nojenta a sua querida amiga que estava bastante tensa com aquela enorme falta de respeito.

Albafica não pensa duas vezes e coloca um braço sobre os ombros da castanha e a trás para mais perto de si. No primeiro instante, Agathia se sentiu um pouco envergonhada com aquele gesto do seu querido amigo, mas depois relaxou e passou a gostar daquela maior proximidade, isso sem falar que se sentia mais segura e aqueles homens nojentos pararam de lhe olhar daquela forma nojenta.

Já o belo loiro sorria vitorioso ao ver a cara de desgosto daqueles homens, deixaria bem claro para todos que Agathia não estava sozinha e muito menos desprotegida.
Jamais deixaria ela sair sozinha do santuário e quando não pudesse acompanhá-la, mandaria outro cavaleiro de ouro no seu lugar.

Quando eles finalmente chegaram no santuário, Agathia é muito bem recebida por todos os dourados e também por Shion que fica muito feliz ao rever a castanha.
O ariano fez questão e acomodar Agathia em um dos melhores quartos do templo principal e depois pedira as servas para prepararem um jantar especial, faria de tudo para que a castanha se sentisse bem ali com eles e nunca mais fosse embora.

Os dias seguintes foram bastante cansativos para a bela castanha que tivera muito trabalho no vilarejo, pois havia muitas pessoas doentes precisando de cuidados.
E como prometido, Albafica sempre acompanhava a sua querida amiga e não deixava que nenhum atrevido se aproximasse dela, isso deixava Agathia mais tranquila e ela se concentrava mais no atendimento das pessoas doentes.

Assim as semanas foram se passando e eles estavam cada vez mais próximos e adoravam estar na companhia um do outro. Albafica e Agathia passavam bastante tempo juntos conversando, passeando pelos arredores do santuário ou fazendo coisas simples do dia a dia na casa de peixes.

Não demorou muito e o belo pisciano percebeu que os seus sentimentos pela castanha tinham mudado. No começo achara que fosse apenas uma impressão errada, mas depois viu que realmente sentia algo muito mais forte e profundo pela sua querida amiga.
Como Agathia já tinha dezenove anos e não era mais uma menina, não tinha nada de errado em estar amando a castanha e aquele amor tão forte e puro tinha nascido de uma linda amizade.

Sabia que precisaria fazer uma escolha, pois as leis do santuário não permitiam que os cavaleiros e amazonas namorassem e formassem uma família.
Mas antes de tomar uma decisão definitiva, o belo pisciano decide conversar com Shion

Já Agathia se sentia muito feliz ao lado do seu querido Albafica e daquela vez tinha total certeza dos seus sentimentos pelo belo pisciano. O estava amando ainda mais e desejava passar o resto da sua vida ao lado dele.

Mas sabia que para poderem viver aquele amor, Albafica teria que abandonar o santuário pois os cavaleiros e amazonas não podiam formar uma família. E como não sabia qual seria a decisão do loiro e não tinha certeza se os seus sentimentos seriam correspondidos, acabou decidindo se calar. Preferia o amar em segredo do que o perder para sempre, não suportaria perder novamente o seu amado pisciano.

Assim mais dois meses se passaram e as coisas continuavam tranquilas, até que em uma noite um homem aparece desesperado no santuário pedindo pela ajuda da jovem curandeira.
O homem estava desesperado, pois sua esposa estava há horas em trabalho de parto e não estava conseguindo dar a luz ao bebê e a parteira não estava conseguindo dar nenhuma ajuda.

Como Albafica estava fazendo a ronda noturna junto com Asmita, Degel se ofereceu para acompanhar Agathia até o vilarejo e a proteger de qualquer homem que tentasse fazer mal a ela.

Quando chegaram na casa, Agathia examina a mulher e descobre que os músculos dela estavam prendendo o bebê. A dor que ela sentia era tão intensa que os seus músculos ficavam sempre contraídos não permitindo a saída do bebê. Se não fizesse algo rápido, a mãe e o bebê iriam morrer.

— Encham a banheira com água quente e coloquem um pouco de água para ferver. Precisamos ser rápidos pois temos pouco tempo.

Ao ouvirem aquelas palavras da castanha, o pai da criança vai correndo para o banheiro encher a banheira e a avó vai rapidamente para a cozinha ferver a água. Não demorou muito e a senhora voltou para o quarto com um bule cheio de água fervente.

Em seguida Agathia prepara um chá que iria ajudar a diminuir a dor que a mulher estava sentindo e também ajudaria ela a relaxar.
Já a mulher bebe todo o acha sem pensar duas vezes, queria que aquilo acabasse logo pois não estava mais aguentando aquela dor.

Depois que ela terminou de beber três xicaras daquele chá, Agathia pede ao marido dela que a colocasse dentro da banheira pois a imersão na agua quente ajudaria ela a relaxar e o bebê sairia mais facilmente.

Assim que a jovem mulher foi colocada dentro da banheira, a castanha viu uma bela expressão de alivio no rosto dela, um claro sinal de que a imersão estava funcionando. E cerca de meia hora depois, ela dá a luz a uma linda menina.
Apesar daquela complicação no parto, a bebê nasceu bem e muito saudável. E naquele momento toda a família comemorava a chegada dela.

Agathia tinha um enorme sorriso ao ver que tinha conseguido salvar a vida delas e cumprido a sua missão ali. Mas o que mais lhe deixava feliz era ver que o pai também estava muito feliz com o nascimento da menina.

Quando a castanha foi se limpar no banheiro, percebeu que Degel tinha saído e a avó da criança explica a ela que ele tinha saído para resolver um assalto perto de onde estavam.
Naquele momento Agathia não se sentiu insegura, pois não estava em um lugar perigoso para si, mas quando terminou de se limpar e saiu do banheiro, sentiu o seu braço ser agarrado com força por um homem e depois é arrastada para um dos quartos.

— O que pensa que está fazendo?! Me solte agora!
— Não bonequinha, você pode ter fugido do meu pai no passado, mas agora você não vai fugir de mim.
— Então você é...
— Sim, eu sou o filho dele, se você não tivesse fugido também iria me satisfazer como fará agora.
— Isso nunca!

Em um impulso de desespero, Agatia cospe no rosto daquele homem e depois tenta fugir daquele quarto. Mas quando consegue chegar na porta, sente ser puxada pelos cabelos e o seu vestido ser rasgado violentamente.

A única coisa que conseguiu fazer foi gritar por socorro e se debater, não iria permitir que aquele mostro violasse o seu corpo.
Foi então que ouviu uma forte explosão e sentiu aquele verme ser violentamente puxado para longe de si. Foi tudo tão rápido que quando deu por si, Albafica já estava em cima daquele monstro dando uma enorme surra nele.

Momentos depois sentiu o seu corpo ser coberto por uma capa e ao olhar pra cima viu que era Asmita que estava ali. Em seguida tudo escureceu e a última coisa que sentira foi Asmita lhe segurar em seus braços.

Em seguida o virginiano usa os seus poderes para os levar direto para a sua casa, Agathia tinha sofrido demais e não deixaria que ninguém a visse naquele estado.
Assim que entrou em seus quarto, pediu para uma serva vestir a castanha e ficar de olho nela.

Enquanto isso no vilarejo, Degel tivera muito trabalho para tirar o pisciano de cima daquele homem. Albafica estava tão furioso que sabia que ela mataria aquele verme se não o segurasse.

— Já chega Albafica! Você já deu uma enorme surra nele, não vale a pena manchar as suas mãos com esse lixo!
— Ele ia estuprar a Agathia! Esse canalha merece morrer e queimar no inferno!
— Se acalme, eu entendo o seu ódio, mas não é certo fazer justiça com as próprias mãos.

Antes que Albafica conseguisse se soltar e avançasse novamente naquele homem, Degel o tira daquela casa e o leva para um lugar mais tranquilo. Sabia dos sentimentos do amigo pela castanha, mas não podia deixar ele cometer aquele crime.

Albafica continuava bufando de ódio, mas aos poucos estava conseguindo se acalmar.
Tinha sido avisado que sua amada estava no vilarejo fazendo um parto e não pensara duas vezes em ir ver ela. Mas quando chegara na casa, ouvira ela gritar por socorro e quando vira aquele canalha entendo estuprar Agathia, sentira um ódio tão grande que a sua vontade foi de matar aquele verme nojento.

— Se eu ver aquele infeliz novamente...
— Não se preocupe, ele vai ter o que merece. Ele desonrou a família e ficará sozinho na prisão.
— Espero que apodreça naquele lugar, a minha vontade é de capar aquele verme nojento.
— Calma meu amigo, felizmente você chegou a tempo e a Agathia vai ficar bem.

Ao ouvir aquelas palavras do ruivo, o pisciano apenas acena com a cabeça e continua cami hando em direção ao santuário. Mas estava decidido que iria para a casa de virgem e não sairia de perto da sua amada castanha até ter certeza de que ela estava bem.

Algumas horas mais tarde...

No quarto principal da casa de virgem, Agathia começava a acordar e fica aliviada ao ver o seu amado Albafica ao seu lado. Não se lembrava de muita coisa depois que terminara o parto, aquilo parecia ter sido mais um pesadelo do que realidade.

Já o belo pisciano sorria feliz ao ver que sua amada tinha acordado e estava tranquila. Não sabia se ele se lembrava do ataque e preferia que ela nem se lembrasse daquilo.

— Fico aliviado que você acordou. Como está se sentindo?
— Eu me sinto bem, parece que acordei de um terrível pesadelo.
— Fique tranquila, aquele monstro nunca mais vai te fazer mal. Se Degel não tivesse me segurado, eu o teria matado de tanta raiva que senti.
— Albafica, eu...
— Não diga nada minha querida. Se for a sua vontade, te levarei de volta para a ilha dos curandeiros.

Ao ouvir aquelas palavras do loiro, a castanha sente o seu coração doer pois não queria mais ir embora. Não queria deixar a pessoa que mais amava por causa de um mostro que naquele momento já devia estar na prisão.
Em seguida se senta na cama e vê o loiro lhe olhar de forma surpresa e preocupada.

— Não, eu quero ficar aqui com você. Não vou suportar te perder novamente.
— Você nunca irá me perder, eu sempre estarei ao seu lado.
— Albafica, eu te amo. Eu não vou suportar ficar longe de você agora que sei como é ter você tão perto de mim.

Ao ouvir aquelas palavras da castanha, Albafica arregala os olhos e sente o seu coração falhar uma batida. Se sentia muito feliz por ela também lhe amar e não deixaria que nada os separasse. Saber que os seus sentimentos eram correspondidos na mesma intensidade lhe dava ainda mais força para lutar por aquele amor tão puro e verdadeiro.

Momentos depois o belo pisciano abre um lindo sorriso e faz um suave carinho no rosto da bela castanha. Mostraria a ela que também a amava muito e que não deixaria nada os separar.

— Eu também te amo minha doce Agathia. Te amo tanto que estou disposto a deixar a minha armadura para podermos viver esse amor.
— Mas você se sacrificou tanto para ser um cavaleiro.
— Isso não importa, não me adianta nada ser um cavaleiro se não posso ser feliz ao seu lado.

Antes que a castanha pudesse dizer algo, ela é surpreendida pelo loiro que a beija de forma carinhosa. Momentos depois se entrega a aquele beijo deixando o loiro lhe conduzir naquele momento. Sentia o seu coração acelerado e estava adorando ter aquele contato mais íntimo com o seu amado pisciano.

Já o belo pisciano sentia uma sensação muito gostosa enquanto beijava a sua amada castanha pela primeira vez. Sentia uma enorme alegria tomar conta do seu coração e desejava fazer aquilo mais vezes.
Só quebrou o contato quando precisaram respirar, mas não se afasta dela e sorri ao ver ela lhe olhar de forma doce.

— O que nós vamos fazer meu amor? Não temos para onde ir.
— Não se preocupe minha querida, nós vamos dar um jeito e eu já tenho uma boa ideia.
— O que você tem em mente?
— Nós dois podemos vender flores e você pode continuar trabalhando como curandeira. Nada irá nos faltar, confie em mim.
— É um ótimo plano, e eu confio plenamente em ti meu amor.

Depois de dizer aquelas palavras, Agathia surpreende Albafica ao lhe beijar de forma carinhosa. Já o belo loiro retribui o beijo a abraçando com muito carinho e depois aprofunda um pouco mais aquele beijo.

Três dias depois, o belo casal vai até o templo principal conversar com Shion e o ariano decide revogar temporariamente algumas leis do santuário, pois não achava justo os seus amigos não poderem viver uma vida normal e feliz.
Mas para evitar que eles abusassem da revogação daquela lei, exigiu que todos ajudassem a manter o santuário e sustentasse as suas famílias de alguma forma.

Já os dez cavaleiros de ouro ficaram muito felizes com aquela decisão do ariano e prometeram que cumpririam aquelas exigências do amigo.
Albafica e Agathia ficaram aliviados com aquela decisão de Shion, mas manteriam aquele plano que o pisciano tinha feito.

Asmita também acabou gostando da ideia de Albafica e decidira ajudar o amigo a cultivar flores e também faria lindos casos de cerâmica para vender com as lindas flores do pisciano.
Dégel, Sisifo e Hasgard decidiram dar aulas, já Aspros decidira trabalhar no vilarejo ajudando os aldeões em alguns serviços.

Depois de muito pensar no que poderia trabalhar, Regulus acaba decidindo ajudar a cultivar as plantações e criações de pequenos animais do santuário. Kárdia preferiu ser mais ousado e acabou conseguindo emprego no bar de Carbella, já a moça ficou muito feliz em rever o escorpiano e também por ter a ajuda dele já que o seu negócio tinha crescido bastante.

El Cid preferira trabalhar em uma forja de espadas e de vez em quando também dava aulas de esgrima. E por último, Manigold acabou arrumando emprego na padaria do vilarejo e aprendera a fazer vários tipos de pães e biscoitos.

Com a ajuda dos dourados a situação do santuário melhorou muito e nada faltava a eles.
Shion administrava muito bem os lucros que tinham e via feliz o santuário prosperando novamente. Mas sabia que demoraria muitos anos para os cavaleiros e amazonas nascerem e serem encontrados, só lhe restava ser paciente e esperar pela próxima geração, mas pelo menos teria a companhia dos seus queridos amigos por vários anos.

Um mês depois, Albafica e Agathia finalmente se entregam um ao outro e tiveram uma linda noite de amor. O belo pisciano foi muito carinhoso com a sua amada castanha e isso a fez se sentir ainda mais amada e querida pelo seu amado loiro.

O belo casal estava muito feliz e decidiram se casar no ano seguinte no começo do verão.
A felicidade deles era tão grande que chegava a contagiar todos seus amigos.
O casamento e a festa foram simples, mas o mais importante era que estavam felizes e comemorando aquele dia especial com todos os seus amigos.

Apesar de morar longe e ser muito ocupado, Pefko fizera questão de ir ao casamento e isso deixou o casal ainda mais feliz.
O jovem curandeiro jamais perderia o casamento dos seus queridos amigos e deu se presente a eles um belíssimo vaso de porcelana e várias sementes de flores raras.

E um mês depois do casamento, Agathia descobre que estava grávida e a felicidade deles aumenta ainda mais com aquele maravilhoso presente que receberam.
Albafica cuidou muito bem da sua amada Agathia durante toda a gravidez e fez questão de ficar ao lado da castanha na hora do parto dando todo o seu apoio e carinho a ela.

O belo pisciano ficou muito feliz quando o bebê finalmente nasceu e descobriram que era um lindo menino. Albafica deu a ele o nome de Lugonis em homenagem ao seu mestre e pai.
O menino possuía o cabelo castanho claro e os seus olhos eram azuis escuros iguais aos olhos do seu pai.

E dois anos depois, a bela família aumenta ainda mais com a chegada de mais dois lindos bebês que receberam os nomes de Luco e Alyssa. Luco era uma perfeita cópia da mãe, já Alyssa era uma perfeita cópia do pai.
Mas como o belo casal decidiu que estavam satisfeitos e não queriam mais ter filhos, Albafica toma uma decisão drástica para que a sua amada não corresse mais o risco de engravidar.

Quando os gêmeos completam cinco meses de vida, o pisciano se submete a esterilização.
O procedimento foi bastante doloroso para o pisciano, mas graças ao seu cosmo e também aos chás e as pomadas de ervas feitas pela castanha, o belo loiro não teve nenhuma complicação e se recuperou rapidamente daquele procedimento.

Albafica tinha preferido sofrer um pouco durante a esterilização para que Agathia não tivesse que ficar tomando aqueles chás que apesar de serem naturais, poderiam acabar fazendo mal a ela.
Isso sem falar que eles não eram totalmente seguros contra uma gravidez e a sua amada esposa já tinha sofrido muito nos dois partos dos seus amados filhos, principalmente no último que foi o dos gêmeos.

Seis anos depois...

Agathia brincava com os seus três filhos no lago de uma linda cachoeira, como aquela tarde de verão estava muito quente, tinha decidido levar os seus amados filhos para passear e fazer um piquenique perto daquela bela cachoeira.

E não mundo longe de onde eles estavam, Albafica sorria feliz ao ver os seus filhos brincando com a mãe. Naquele momento estava arrumando as coisas sobre uma grossa toalha para fazerem um lanche.

Criar três crianças pequenas ao mesmo tempo tinha sido um enorme desafio, mas também uma das melhores experiencias da sua vida.
Era muito grato a sua falecida deusa por estar vivendo aquela enorme felicidade ao lado da sua amada família e aproveitaria muito bem cada dia de vida ao lado da sua amada Agathia e dos seus filhos.

Assim que terminou de arrumar tudo, o pisciano vai até a sua amada e a surpreende a abraçando por trás. Já a castanha sorri feliz e depois dá um beijo em seu amado loiro.
Naquele momento se sentia muito feliz e totalmente realizada, pois tinha tudo o que sempre sonhou e não precisava de mais nada para ser feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Artista da fanart dessa fic: https://www.deviantart.com/goddessrhiannon13


Eu sei que a vasectomia ainda não existia naquela época, mas decidi a colocar aqui para mostrar o enorme amor do Albafica pela Agathia.
Antigamente muitas cirurgias eram realizadas sem anestesia ou com apenas alguma substância para deixar o local dormente, mas não tiravam a dor.
Também é por esse detalhe que essa oneshot está marcada como universo alternativo.

Eu não falei muito sobre os outros dourados pois o foco era no casal e não nos outros cavaleiros, isso sem falar que essa oneshot já ficou muito grande.

E sobre o drama da Agathia, infelizmente naquela época as mulheres sofriam muito e eram tratadas com objetos.
Mas felizmente o nosso querido pisciano tem um ótimo caráter e a ajudou a superar o passado.

A minha intenção ao escrever essa oneshot era fazer um romance focando apenas nos sentimentos dos personagens, pois estou dando um tempo na questão dos hentais.

Muito obrigada a todos que leram essa oneshot, espero que tenham gostado desse romance.

Um grande abraço e até a próxima fanfic.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encanto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.