É incrível que sempre que estou perto de uma resposta apenas surgem mais e mais perguntas cuja as respostas parecem indecifráveis.

Indo fazer uma nova visita a Soo eu esbarro com uma mulher que nunca vi, acredito eu que seja a irmã de Chanyeol, antes de eu poder alcança-la Yixing o faz.

— Certeza que não é Chanyeol? – Ele pergunta com folhas na mão, parecia confuso.

— Sim Doutor, eu vim ver Jongin. – Ela exclama paciente mas com um rosto mau humorado.

— Muito bem então... vou te acompanhar. – Ele responde sorrindo, guiando a mulher, ambos passaram por mim.

É estranho... Yixing me apresenta absolutamente todos com quem fala aqui dentro do hospital, mas parece fingir não me ver quando esta com Yura. Neste meio caminho ao quarto de Kyungsoo me pego pensando na promessa que fiz a Kai... como eu viria a tira-lo dali? Como provar a inocência de alguém que não sei se é inocente?

— Baekhyun! Estava pensando em lhe visitar para agradecer pelas flores. – A voz de Kyungsoo me acorda.

— Tudo bem Soo... sei que gosta de flores. – Digo me aproximando do garoto.

— Você também deve gostar delas, soube exatamente o que trazer. – Ele diz me animando com um sorriso.

— Bom, eu trabalhei num floricultura por um tempo. – Explico brevemente. – Por mais que não seja minha vocação adorava escolher flores para as pessoas que buscavam uma história para contar.

— Eu sempre gostei de fotografar e desenhar, e acho a natureza tão pura e linda que não consigo captar com as lentes, então me envolvo delas, são simplesmente delicadas e carregadas de sentimentos e significados, é como sonhar acordado. – Ele fala com calma, em seu tom baixo de voz.

— Então és uma flor, Kyungsoo. – O garoto me olha feliz.

— Você também é uma flor, Baekhyun. – Ele repete.

— Todos aqui são minhas flores, este hospital não passa de um grande jardim. – Volto meu olhar para a cama, cabisbaixo. – Mesmo que não tenham mais a aparência angelical de antes...

— Baek... – Ele se aproxima de mim, colocando sua destra em meu ombro. – Esta tudo bem, você mostrando a luz para as flores, elas alguma hora estarão radiantes de novo, certo?

— Mais que certo. – Sorrio o abraçando desajeitado. – Tenho de encontrar Yixing, volto mais tarde.

Me levantando e saindo do quarto de Kyungsoo já me trombo com Yixing á porta.

— Olá Baekhyun. – Ele sorri gentilmente, essa era hora de atingir a flor que quero.

— Doutor... – Respiro fundo uma vez. – Eu quero visitar Park Chanyeol.

— Você tem ido bem em todas as visitar Baek, mas tenho medo desse interesse que Chanyeol tem por você, não sei quanto Jongdae... – Ele fala visivelmente nervoso de me dizer não.

Com essa última fala ele apenas se desprende de mim com um sorriso, me liberando para ir para casa em um olhar discreto. Andando sem nada na cabeça resolvo apenas ficar parada ao lado de fora do hospital antes de voltar de fato para casa, as vezes pensar em nada é confortante.

Entrando no ambiente mis confortável do momento me deparo com Sehun pendurado ao telefone, aproveito que ele não me faria nenhuma pergunta e resolvo apenas sentar ao seu lado e descansar meus olhos por alguns segundos, esses suficientes para fazer Sehun desligar o telefone e me olhar um pouco preocupado.

Era um olhar sereno entretanto, nunca o vi preocupado em pânico ou exasperado em algo, era sempre um olhar quase avaliativo.

— Dia longo? – Ele pergunta sem me fazer abrir os olhos.

— Sim... muito passando pela minha cabeça agora. – Solto um suspiro longo.

— Eu pedi comida para nos distrairmos comendo um pouco, sempre gostou de fazer isso. – Ele fala. – A irmã de Chanyeol visitou Jongin hoje, entregou uma carta á ele.

— Uma carta? – Meus ombros se tencionam novamente.

— Sim, ela passou pelo scanner mas tecnicamente não podemos abrir se nada perigoso for detectado. – Ele se levanta para ir em direção a cozinha.

— Não acha isso estranho? – Me levanto o acompanhando, sentando em uma das cadeiras enquanto ele se servia. – Jongin é tratado da mesma exata maneira que Chanyeol mas de longe chega a fazer efeito.

— Bom... não faz efeito em Chanyeol também. – Ele fala com a atenção nos pratos, era minucioso.

— A questão não é fazer efeito ou não, mas sim porque os dois tem reações tão diferentes mesmo tendo as mesmas características. – Comento o fazendo olhar para mim. – Ou eles não tem as mesmas características e...

— E estamos tratando Jongin errado. – Sehun completa.

Ele parece pensar por alguns segundos, me encarando estático.

— Vamos esquecer isso por agora, quero comer sem pensar em tudo. – Ele envolve meus ombros com as mãos. – Não quero que pense em solucionar tudo que vê Baekhyun, sabe que nem tudo é problema para ter solução, as vezes as coisas são como são.

Gosto de como Sehun encara as coisas, diferente de mim que quer solucionar tudo e acabo pensando em demasiado, mas ele... Ele sempre esteve com o mesmo tom de voz, sempre me dizendo que sentimentos não tem de ser solucionados e sim compreendidos, não são problemas mas existem.

Ele sempre foi a parte calma de mim.

Alguns anos atrás...

Eu estava desesperado estudando que nem um maníaco para meus exames finais do semestre, estava exausto de revisar as folhas dos livros tantas vezes e acabei por tombar minha cabeça em um de tanto sono.

Acordo com um estrondo, como um tapa.

Era Sehun fechando meus livros em raiva.

— Vá dormir Baekhyun, amanhã teremos prova e tem de estar descansado. – Ele fala com seu tom calmo mas autoritário.

— Não seja assim, eu preciso passar. – Abro os livros novamente.

— Você esta apenas se sobrecarregando, eu estudei com você essa semana inteira e prometemos que deixaríamos um dia antes para descansar, me escute e vamos deitar. – Ele apela fazendo meus olhos lacrimejarem.

— Se eu não passar... o que vai ser de mim? – Abaixo a cabeça sem coragem de encara-lo.

Ele faz novamente seu gesto, abraça firmemente meus ombros e sorri.

— Vai ser Byun Baekhyun, meu melhor amigo, nada mudará. – Ele passa o polegar em minha bochecha. – Não vou dormir sabendo que esta aqui.

Me levanto calmamente e o abraço sem pressa.

— Não tem nada a temer, aconteça o que acontecer, sempre será Byun Baekhyun e nada pode tirar isso de você. – Ele bagunça meus cabelos antes de abrir a porta de seu quarto.

— O que seria de mim sem você, Oh Sehun? – Sorrio antes que ele fechasse a porta.

— Byun Baekhyun, só que menos incrível. – Ele fecha a porta em um ´´Boa Noite´´ mudo.

Presente

Agradeço por ter pessoas como ele ao meu lado, saber que não preciso ter medo afinal... terei minha companhia até o final.

Chanyeol também não pode me tirar isso.

Amanhã, vou vê-lo.