Acordei renovado depois de uma boa noite de sono, me levanto sem pressa depois de ignorar o despertador, eu não tinha de estar com tanta pressa no hospital.. Escovei meus dentes e tomei café em meu tempo, pude até mesmo preparar algo e ver como esta Sehun.

Soube ontem que Sehun ficou até os plantões com Minseok porque ele tinha muito trabalho para ser feito, e esse é um dos motivos pelo qual não comento muita coisa minha com ele.  Caminhando para o hospital checo a lista que Yixing havia que enviado novamente, lendo nome por nome e a pequena descrição feita pelo chinês, o primeiro do dia era Do Kyungsoo.

— Esta perdido Byun? – Pelo tom do Byun, era Minseok.

— Estou procurando o Doutor Zhang, você o viu? – Sorrio para o mais velho.

— Serve aquele ali? – Minseok aponto para o outro lado do corredor, Yixing conversava com uma mulher.

Concordo tímido com a cabeça o fazendo rir, me despedindo com uma pequena reverência e indo a caminho de Yixing com a ficha de Kyungsoo, fico alguns passos atrás do mesmo para não atrapalhar a conversa, não deixando de ouvi-lo falar.

— Claro que estou calma Doutor, com esse calmante de cavalo que vocês me dão. – Disse a mulher ranzinza, tratei de a reconhecer.

— Lisandra, sabe que esta melhor pelo aumento da medicação, eu mesmo vim diminui-la porém.. – Yixing se faz presente na conversa, me fazendo pular diante da conversa por notar a feição triste da menina.

— Olá mocinha! Estava ansioso para vê-la, Doutor Zhang fala muito de você. – Ela se retrai, Yixing me olha com apreensão mas entra no jogo.

— Este é meu assistente, Byun Baekhyun. – Estendo minha mão que a garota cumprimenta receosa.

— Não tem medo de me dar a mão? – E menina pergunta baixo, não chegava a ter minha idade.

— Claro que não, eu gosto de todos aqui e ao longe você me parece alguém que eu gostaria de ser amigo. – Sorrio gentil.

— Esta sendo bom comigo. – Ela revira os olhos ainda sim sorrindo. – Tenho de ir, desde que me livrei das camisas de força estou voando por ai feito borboleta.

— Foi bom lhe conhecer Lisandra, quero lhe ver de novo por ai. – Me antecipo na despedida a dando um pequeno abraço antes da mesma ir embora.

Yixing cruza os braços e me olha com as sobrancelhas arqueadas, logo alcançando os fios de meu cabelo para bagunça-los com as mãos.

— Vamos ver Kyungsoo, minha luzinha. – Ele sorri passando o braço pelos meus ombros em meio de guiar até a sala.

No pequeno caminho Yixing me conta um pouco mais sobre Lisandra, uma das pacientes mais agressivas que ele viu desde criança, que hoje podia sorrir e caminhar livremente sem problema algum. Só tinha um gênio forte, se podemos dizer assim.

Ao pararmos na porta do quarto de Kyungsoo ele me olha antes de abrir a porta, como se me alertasse para algo. Mas era o ambiente mais bonito que vi no hospital inteiro... era um quarto inteiramente recheado de flores de cores muito vivas, estrategicamente bem dispostas pelos cantos do quarto bem iluminado, era um filme que me deslumbrei.

— Olá Kyungsoo, trouxe visitas. – A voz de Yixing me tira do deslumbre do lugar para voltar a imagem do garoto deitado a cama.

Ele volta a atenção a Yixing mas não o responde, apenas se vira e deita novamente pegando um cubo mágico que de cima da mesa ao lado da cama do mesmo, ele girava o cubo sem a menor pretensão de resolver aquilo, apenas se sentia um tanto intimidado com minha presença e tentava focar em algo, tentei distrair meu olhar do garoto olhando para a ficha dele.

Uma pessoa esquizofrênica... era comum essas pessoas serem artisticamente desenvolvidas como meio de lidar com as coisas que presenciam ou ouvem, mas algo não cabia ali... Enquanto Yixing se aproximava dele e conversava calmo com o menino que respondia poucas palavras vou notando cada pequena flor em cada vaso daquele quarto.

Quando eu precisei comprar remédios para Sehun uma vez, tive de trabalhar em uma floricultura, e aquelas flores não estavam ali por estética e sim por um padrão de comportamento estranho. Vários pequenos Jacintos que enchem o quarto de vida, contudo significam profunda tristeza.

Mas haviam entre os jacintos algumas pequenas petúnias brancas, juntos das rosas.  

De todas as cores, ele escolheu a branca, para a flor que mostra os segredos e mal-entendidos. Ele fala com flores, é genial.

— Doutor, preciso dar uma palavrinha com você. – Alcanço Yixing para leva-lo para fora do quarto do garoto.

— Diga Baek, o que é? – Ele pergunta atento.

— Ele não esta apenas se expressando artisticamente por ser esquizofrênico Doutor... – Continuo minha fala cada vez mais baixa. – Cada flor do quarto daquele garoto significa algo e as mais vivas são as mais tristes, elas apagam a felicidade dele entende? Ele...

— Não é esquizofrênico como a família diz... – Yixing fala entendendo cada ponto de meu raciocínio. – Ele tem...

— Depressão. – Falo fazendo Yixing sorrir, me abraçando e me dando uma quantia razoável de dinheiro.

— Baekhyun, vá comprar um girassol para ele. – Ele desfaz o abraço.

— Boa escolha, Doutor. – Sorrio pegando o dinheiro na empolgação, correndo até onde sei vender flores.

Algum tempo depois, volto com um buquê feito por mim, minha nova comunicação com o menino das flores, extremamente feliz que Kyungsoo vai ser entendido por alguém. Ele recebia tanto tratamento, ele só precisa falar.

Voltando ao quarto do garoto eu bato três vezes na porta, recebendo um aviso, vejo Yixing sair da sala.

— É com você, luz do hospital, a medicação foi trocada. – Ele sorri docemente, me dando outro abraço curto.

Entrando novamente no quarto, encontro Kyungsoo desenhando, perdi um tempo para observa-lo em toda sua concentração e talento com tudo que o vi fazer em pequenos espaços de tempo.

— Kyungsoo? – Me aproximo dele vendo o garoto tornar a cabeça para mim. – Lhe trouxe algo...

Mostro as flores, deixando ao lado dele que as pegou com todo o carinho e me olhou.

— Você... – Ele volta a olhar as flores, sorrindo um pouco. – é florista?

— Trabalhei como, mas nunca tive oportunidade de fazer algo, obrigado por isso. – Falo e ele volta a sorrir mais abertamente, me fazendo sorrir também. – Fica bonito sorrindo Do, faça mais isso.

— Hm.. – Ele murmura sem graça, desviando o olhar novamente triste.

— Mas se não puder, eu sorrio por você não há problema. – Falo ainda com o sorriso no rosto, me levantando. – Volto mais tarde, tenho que ir..

— Baekhyun. – Ele me chama antes que eu alcançasse a porta. –Obrigado.

— De nada, Soo. – Apelido o menino antes de ir embora, ele sorri mais uma vez.

Feliz com meu resultado volto a pegar meu caminho para o consultório de Yixing, recebendo uma mensagem do mesmo antes mesmo de chegar a cafeteria.

´´ Vá acompanhar Jongdae agora, fez um bom trabalho, estou orgulhoso. ´´

Sorrio com o pequeno carinho do mais velho, me voltando logo ao consultório alto de Jongdae. Acho que pulamos para a última visita...

É hora de ver Jongin.