The Chosen One escrita por nywphadora, Indignado Secreto de Natal, nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal, condessa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785310/chapter/1

“– Afastem-se! Eu o matarei! Ele é meu! – gritou a voz aguda de Voldemort.

A mão de Harry se fechou no pulso de Cedric; havia uma lápide entre ele e Voldemort, mas Cedric era demasiado pesado para carregar, e a Taça estava fora do seu alcance...

Os olhos vermelhos de Voldemort chispavam no escuro. Harry viu a boca do bruxo se crispar num sorriso e viu-o erguer a varinha.

— Accio! – berrou Harry, apontando a própria varinha para a Taça Tribruxo.

A Taça voou pelo ar em sua direção – Harry agarrou-a pela asa...

Ele ouviu o grito de fúria de Voldemort no mesmo instante em que sentiu o solavanco no umbigo que significava que a Chave de Portal fora acionada... ele se afastou em alta velocidade num turbilhão de vento e cor, levando Cedric junto... os dois estavam voltando...”

(Harry Potter e o Cálice de Fogo, página 368)

 

Neville nunca se sentiu desconfortável em Hogwarts antes.

Nem mesmo quando ele era perseguido por Malfoy e sua gangue, ou quando passava pelas humilhações causadas por ele mesmo, por ser tão atrapalhado e desastrado.

Essas coisas pareciam ridículas agora, comparadas a dois assassinatos em uma só noite.

O clima estava péssimo. Rony e Hermione estavam trancados em seus dormitórios por horas e nenhum dos seus colegas de quarto tinha coragem de reclamar. Ele também não tinha visto Ginny desde então, mas ela não estava no dormitório (ele tinha perguntado a Demelza).

Nem mesmo os diretores das escolas reclamavam por saber quem seria declarado o vencedor do Torneio Tribruxo, já que os dois alunos de Hogwarts que tocaram de fato na Taça estavam mortos. Bom, o que sobrou dos diretores, já que Karkaroff tinha desaparecido. Se ele estivesse morto, seria apenas mais um da lista.

Todos sabiam o que isso significava. E se não desconfiavam nem ao menos um pouco, Dumbledore deixou claro em seu discurso o que tinha acontecido naquele cemitério. Nem mesmo o Ministério da Magia seria capaz de negar.

A morte de Harry Potter, o único que sobreviveu a Voldemort em uma época de guerra, tendo apenas um ano... Era impactante demais para ser ignorado, posto para debaixo do tapete. Por muitos anos, ele tinha representado uma esperança para o mundo bruxo, visto como um herói sem sequer ter feito algo, e agora a esperança tinha morrido.

E durante os seus anos em Hogwarts, ele continuou trazendo esperanças a todos, quando salvou a escola não só uma, mas duas vezes. Quando evitou a volta de Voldemort aos 11 anos de idade, quando impediu a volta dele pela segunda vez no ano seguinte, fazendo com que os alunos parassem de ser petrificados pelo basilisco.

Mas Harry não era apenas um herói, ele era uma pessoa. Um amigo. Não sabia se podia ser considerado amigo de Harry Potter, não por causa da sua fama, mas por seu contato sempre se estender apenas a Rony e Hermione. Ele podia entender isso. Por um ano inteiro, ficou sozinho em um dormitório que se dividia entre os melhores amigos Seamus e Dean, e do outro lado Rony e Harry, cada dupla com seus segredos (embora fosse claro quem tinha histórias mais interessantes para contar). E então Ginny e Luna entraram em Hogwarts e, apesar de serem de anos diferentes, eles construíram uma estranha amizade.

Ele gostava de pensar que eles eram um grupo de desajustados, mas Ginny estava tão diferente naquele ano, parecia finalmente ter superado as cicatrizes que o diário de Tom Riddle lhe causou.

Ela sequer estaria lá para ele e seus irmãos se não fosse por Harry...

Quanto mais pensava em Harry Potter, pior se sentia.

Perguntava-se se todos estavam sentindo-se daquela forma, ou se alguém simplesmente não se importava o suficiente.

Isso era possível?

Horas antes, eles estavam todos animados com o Torneio Tribruxo, ignorando os riscos que apresentava desde a primeira tarefa e perguntando-se quem enfim receberia o prêmio. E pensar que Hermione tinha os alertado... Horas antes, Harry ainda caminhava por aqueles corredores, e agora...

Sentiu um tapa forte na sua cabeça, acordando-o do estado de transe em que se encontrava.

— Luna! — reclamou.

Eles estavam na biblioteca, eram os únicos.

Madame Pince nem sequer olhou-os torto por causa de sua exclamação que perturbou o silêncio do local. Ela nem sequer estava lá, observando os únicos alunos mexendo em seus livros. Eles nem estavam realmente lendo, estavam mais procurando um lugar para ficarem sozinhos, tentando escapar da melancolia, mas falhando miseravelmente.

— Sua cabeça estava cheia de trôupades! — ela justificou-se com a sua naturalidade característica.

Ele nem sequer sentia vontade de perguntar a ela o que seriam trôupades.

Imaginava que, se zonzóbulos representavam a confusão, os troupades talvez representassem a tristeza, a inconformação, desolação... Talvez algo assim.

Talvez eles e os zonzóbulos fossem primos próximos.

— Ginny está péssima — Luna comentou, o seu tom um pouco menos sonhador do que o usual — Ela me disse algo sobre o baile de inverno...

— Você sabe onde ela está? — Neville interrompeu-a, pasmo — E por que não me contou?

— Você não perguntou — ela respondeu, inocentemente — Além do mais, ela parece precisar ficar sozinha um pouco.

Não era difícil de imaginar o porquê.

Ginny sempre tinha tido uma paixão platônica no Harry, e depois do que aconteceu na Câmara Secreta... era como se esse sentimento tivesse evoluído. Ela tinha parado de vê-lo como a lenda que grande parte do mundo bruxo via e passou a admirar quem ele realmente era.

Quando ela contou a eles que Harry tinha a chamado para ir ao baile e ela negou por causa dele, Neville tentou fazê-la mudar de ideia, e então ela contou que Hermione dizia que era melhor que ela seguisse em frente.

Se isso daria certo eles nunca saberiam.

— Sabe o que eu acho? — Luna perguntou e respondeu a si mesma antes que ele pudesse dizer algo — Não adianta estarmos aqui na biblioteca, na Torre de Astronomia ou qualquer outro canto do castelo se você continuar com esses pensamentos.

Ele não se surpreenderia se descobrisse que ela era legilimente.

— Me desculpe — Neville disse — É que é tão difícil... É tanta coisa para processar... Você viu como Dumbledore ficou?

Qualquer coisa que fosse suficientemente forte para abalar o diretor de Hogwarts, era preocupante para todos. Nunca tinham o visto tão estremecido, mesmo depois dos acontecimentos dos últimos anos. Ele ficou calmo até mesmo quando o nome de Harry fora selecionado no Torneio, meses antes.

— Escutei o professor Flitwick conversando com a professora Sprout — disse Luna em um tom levemente conspiratório — Eles estão organizando uma busca por todo o castelo, tipo quando Stubby fugiu de Azkaban.

— Quem? — ele franziu o cenho, confuso.

— Stubby Boardman... Oh! Perdão, Neville! — ela interrompeu a si mesma, parecendo perceber alguma coisa — É que esse artigo ainda não saiu no The Quibbler, deve sair durante as férias de verão.

O cantor do The Hobgoblins fugiu de Azkaban? Espere, ele tinha sido mandado para Azkaban?

— Agora vejo zonzóbulos por aqui — Luna disse, parecendo satisfeita consigo mesma, enquanto afastava com as mãos os animais invisíveis — Bom, de qualquer forma, o professor Moody desapareceu.

— Ele apareceu depois do horário no banquete de início das aulas, não me estranharia que ele tivesse decidido partir antes do banquete final — Neville refletiu consigo mesmo.

— Eu não acho que tenha sido por isso. É bem estranho que ele tenha sumido quando mais se precisa dele. Ele era um auror, não?

Ele não estava com muita vontade e nem muita disposição para criar teorias da conspiração.

Sem a sua negativa, eles ficaram em silêncio por um tempo, mas não era desconfortável. Muitas coisas de Luna podiam deixá-lo desconfortável, como a sua franqueza sem filtro e os seus animais exóticos inexistentes, mas o seu silêncio não era uma dessas.

Sentiu um peso por cima da sua mão e quando virou-se para ver, era a mão dela.

— Vamos ter que encontrar uma forma de seguir em frente sem ele — Luna disse.

Aquela frase resumia bem o sentimento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Chosen One" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.