Presente Perfeito escrita por Ero Hime


Capítulo 1
O que é preciso para ter um pouco de sorte?


Notas iniciais do capítulo

MAYARA RETORNA SEM NENHUMA VERGONHA NA CARA COM MAIS UMA HISTORIA DE AMIGO SECRETO SIM SENHORES
Eu não resisti, precisei publicar uma short fic amorzinho temática pro fim de ano. Já que meu espírito natalino está morto, pelo menos eu tenho mais tempo pra escrever!!!
Juro que vou atualizar minhas outras fics logo mais, não me matemmm
Enquanto isso, aproveitem esse conto fofíssimo com Naruto CEO e Hinata secretária



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— Todo mundo sabe como funciona, certo?

Um coro de “sim!” soou por todo o saguão. Hinata deu risada. Honestamente, ela não conseguia se lembrar quem a tinha convencido daquilo. Provavelmente Sakura ou qualquer uma das outras secretárias que trabalhavam com ela na contabilidade. Não que ela realmente tivesse planos de fim de ano, e a brincadeira parecia amigável; uma boa confraternização entre o pessoal da empresa.

Mais um ano trabalhando no Escritório Uzumaki – o prédio principal, não uma filial aberta em uma das vinte e três cidades da costa leste. Hinata tinha sorte por ter conseguido aquele emprego assim que saiu da faculdade e sua bolsa de estudos acabou. Seu turno de sete horas e duas de almoço era razoavelmente tranquilo, e tinha bons colegas de trabalho. Morava há duas quadras do prédio comercial de intimidadores doze andares, e sua vida se resumia, basicamente, a assistir seriados e acordar dez minutos antes de ir trabalhar.

Agora, com os feriados de fim de ano chegando, a maioria deles viajaria durante a generosa folga dada pelo senhor e pela senhora Namikaze – Kushina Uzumaki, inclusive, estava junto com eles, com suas roupas chiques e suas joias caras, mas, de alguma maneira, parecendo realmente simples. Hinata simplesmente adorava Kushina. Ela não trabalhava com eles, mas fundou o escritório com o marido há quase vinte anos, e ainda estão juntos, usufruindo do sucesso conjugal e financeiro – o senhor Namikaze fez questão de colocar o primeiro sobrenome da esposa no nome da empresa. Se aquilo não era meta de relacionamento, Hinata não sabia o que seria.

Sakura passou o saco plástico por ela, empurrando seus ombros. A morena riu, rolando os olhos e puxando um papelzinho para cima, o escondendo logo em seguida. Há muito tempo não brincava de amigo-secreto, e estava animada para saber quem tinha tirado.

Desdobrou o papel cuidadosamente enrolado em três partes, e, assim que seus olhos correram pelo nome escrito, seu sorriso se fechou e ela sentiu que seu rosto perdeu dois tons de vermelho.

Puta merda.

Olhou em volta, imaginando se teria sido um engano. Pensou, até mesmo, em perguntar para Sakura que aquilo estava certo, mas precisaria revelar seu amigo-secreto, e acabaria com a brincadeira. Mordeu os lábios, disfarçando, nada sutilmente, o surto interno que estava passando naquele momento.

Releu o nome. Que grande sorte ela tinha.

Enquanto mexia os papéis, rezou secretamente para tirar uma de suas amigas, ou até mesmo a recepcionista loira simpática que sempre lhe dava bom dia quando subia. Qualquer uma das faxineiras do turno da noite, com quem conversava quando ficava até mais tarde trabalhando. O motorista, pelo amor de Deus, ela ficaria feliz se tirasse Jiraya! Mas não.

Hinata tinha que tirar ninguém menos que Naruto Uzumaki.

Quer dizer, ele estava mesmo participando?

Quando o senhor e a senhora Namikaze resolveram que era hora de se aposentarem e curtirem os frutos do que foi nomeado o negócio mais próspero do ano, pela revista Times, a vaga de CEO passou para seu único filho e detentor da maior parte das ações, Naruto Uzumaki.

Hinata tinha visto o cara literalmente duas vezes. E uma delas ele estava de costas, subindo pelo elevador com um café e dezenas de pastas. Ele era uma lenda do escritório, e sua existência era baseada, principalmente, pelas histórias absurdas que corriam as mesas desocupadas das secretárias e as salas de café.

Naruto vivia dentro da sua sala, no último andar – que era onde Hinata trabalhava, fato curioso –, fechado por duas portas de mármore que nem uma bola de destruição derrubaria. Chegava antes de todo mundo, saía depois de todo mundo. Poucas pessoas tinham o privilégio de ouvir sua voz, quem dirá vê-lo pessoalmente. Era como se fosse uma sombra, uma entidade protetora que depositava os cheques compensados na conta de cada um dos duzentos funcionários no fim do mês.

Hinata não tinha nada contra seu chefe-fantasma. Até preferia daquela maneira – ela fazendo seu trabalho, ele fazendo o trabalho dele. Agora, como faria para entregar seu presente de amigo-secreto? Deixaria na porta da sua sala e bateria?

O que ela daria para um homem que tinha tudo? Quer dizer, ele era CEO de uma megacorporação avaliada em bilhões de dólares, tudo isso aos vinte e três anos. A maior conquista de Hinata era ter ganhado uma bicicleta ergométrica no bingo.

Desanimada, caminhou até uma rodinha onde Sakura, Tayuya e outras garotas conversavam, entusiasmadas, com Kushina.

— Hina! E aí, gostou do seu amigo-secreto? – Sakura perguntou assim que ela se aproximou.

— Com certeza não. – respondeu, com um suspiro – E vocês?

— Eu amei! – Kushina respondeu primeiro, esbanjando bom humor. Hinata realmente queria ser como aquela mulher quando tivesse quarenta anos – E juro que não espiei os papéis de Minato e Naruto. Lamento que eles não puderam vir hoje pessoalmente para tirar. – de alguma maneira, ela parecia se desculpar de verdade. Hinata simplesmente idolatrava aquela mulher.

— Não sabia que o senhor Uzumaki ia participar também. – Hinata comentou, como quem não queria nada.

— Ah, querida, eu praticamente o obriguei! – Kushina riu, alegre – Eu e Minato amamos essas confraternizações, ele tem que participar também. – balançou a mão – Mas eu tenho dó de quem tirar meu filho. Ele tem um gosto extremamente exigente para presentes.

Ah, que maravilha.

Será que ainda dava tempo devolver seu papel discretamente e roubar o de outra pessoa?

 

Fazia três horas que Hinata revirava em sua cama, pensando sobre a droga da brincadeira. Sem conseguir pregar os olhos, voltou a se sentar, observando a escuridão do seu minúsculo apartamento em contraste com as luzes ofuscantes do lado de fora.

Natal costumava ser uma das suas épocas preferidas do ano. Todas aquelas luzes, decorações, toda a simbologia. Ela se lembrava de quando sua família se reunia na sala, e tinha uma enorme árvore de decoração, e todos os brinquedos e a comida. Mas tudo aquilo tinha ficado para trás, em um passado muito distante.

Seus pais costumavam brincar de amigo-secreto, quando ela e sua irmã eram muito pequenas para participar. Hinata se recordava do semicírculo que todos eles formavam, e das descrições engraçadas e dos sorrisos.

O que ela faria? Como encontraria o presente perfeito?

De alguma maneira, queria surpreender Naruto Uzumaki. Ele era seu chefe, o mandachuva, o todo poderoso. Não que ela tivesse qualquer tipo de interesse – não seria uma brincadeira de empresa que lhe daria uma promoção, ou outra coisa parecida. Só queria encontrar alguma coisa legal.

Suspirou. Desistiu de dormir, e puxou o velho computador para seu colo, esperando sua boa vontade de ligar. Abriu o servidor compartilhado da empresa e continuou seu trabalho. Imaginou o que Naruto Uzumaki estaria fazendo naquele momento – ainda na empresa, trancado em sua sala misteriosa, ou dormindo em sua cama com lençóis de dois mil fios de ouro e travesseiros de penas?

Talvez ela lhe desse um vaso de plantas. Tinha certeza que aquilo seria inesperado.

Uma cesta de doces. Um ingresso para o teatro local.

Nada que ultrapassasse o orçamento limitado de uma secretária que morava no subúrbio em um apartamento de dez metros quadrados, com uma cama de pallet e um gato folgado – que, inclusive, estava vadiando por aí.

Enquanto digitava distraidamente, Hinata planejou um roteiro de compras no calçadão, há duas quadras dali. Estava determinada a incorporar o espírito de fim de ano e encontrar o presente perfeito de amigo-secreto para seu chefe, sem que precisasse conhecê-lo.

É, aquele era um bom plano.


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Notas finais do capítulo

p.s. em todos esses anos eu nunca tinha escrito 1.234 palavras será que é sinal de boa sorte pra hinata



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