Carta à Minha Filha escrita por SMening


Capítulo 2
A nossa casa


Notas iniciais do capítulo

Novo cap postado.



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A Nossa Casa

Nasci em St. Louis, no Missouri, mas a partir dos três anos fui viver para Stamps, no Arkansas, com a minha avó paterna, Annie Hyuuga, o irmão do meu pai, o meu tio Hiashi, e o meu único irmão, Neji.

Aos treze anos, fui para junto da minha mãe em São Francisco. Mais tarde, fui estudar para Nova Iorque. Ao longo dos anos, vivi em Paris, no Cairo, na África Ocidental e um pouco por todos os Estados Unidos.

Tudo isto são factos mas, para uma criança, os factos são apenas palavras a memorizar. «Chamo-me Orochimaru. Moro em 220 Center Street.» Apenas factos que têm pouco a ver com a verdade da criança.

O mundo ondfe realmente cresci, em Stamps, foi uma luta contínua contra a rendição. Em primeiro lugar, a rendição aos adultos que via todos os dias, todos os negros e todos, todos muito crescidos. E depois da submissão à ideia de que os negros eram inferiores aos brancos, que raramente via.

Sem saber exactamente o porquê, achava que não era inferior a ninguém, excepto talvez ao meu irmão. Sabia que era esperta, mas também sabia que Neji era mais esperto, talvez porque ele estava constantemente a lembrar-mo e até sugeria que talvez fosse a perssoa mais esperta quando tinha nove anos.

O Sul, em geral, e Stamps,mo Arkansas, em particular, tinham tido uma experiência de centenas de anos a rebaixas mesmo frandes negros à posição de anões psicológicos. As crianças pobres brancas tinham autorização para se dirigir a negros mais velhos e enaltecidos pelo nome próprio ou por qualquer nome que quisessem inventar.

Jiraiya avisou no título de um grande romance americano que «não se pode voltar para casa». Gostei do loivro, mas nunca copncordei com o título. Acho que nunca se pode sair de casa. Acredito que as sombras, os sonhos, os medos e os dragões da nossa casa estão sob a nossa pele, nos cantos dos nossos olhos e possivelmente nas cartilhagens das nossas orelhas.

A nossa casa é esse sítio vigoroso onde uma criança é o único habitante realmente vivo. Os pais, os irmãos e ou vizinhos são aparições misteriosas que entram e saem e fazem coisas estranhas e insondáveis à criança e em torno da criança, que é o único cidadão de pleno direito naquela região.

A geografia em si mesma significa pouco para a criança que a onserva. Se a infância é passada no Sudoeste, o deserto e o céu a perder de vista são coisas naturais. Nova Iorque, com os elevadores, o barulho do metropolitano e milhões de pessoas, e o Sudoeste da Florida, com as palmeiras, o sol e as praias, são para as crianças dessas regiões aquilo que o mundo exterior é, sempre foi e sempre será. Como a criança não consegue controlar esse ambiente, tem de encontrar o seu próprio lugar, uma zona onde só ela vive e mais ninguém pode entrar.

Estou convencida de que a maioria das pessoas não cresce. Arranjamos lugar para estacionar o carro e pagamos os cartões de crédito. Casamos e atrevemo-nos a ter filhos e chamamos a isso crescer. Acho que o que fazemos é sobretudo envelhecer. Os anos vão-se acumulando no nosso corpo e no nosso rosto, mas geralmente o nosso verdadeiro eu, a criança que existe dentro de nós, continua a ser inocente e tímida como uma magnólia.

Podemos agir de uma forma muito falsa e mundana, mas acredito que o momento em que nos sentimos mais seguros é quando entramos em nós próprios e encontramos a nossa casa, o sítio a que pertencemos, talvez o único sítio a que realmente pertencemos.


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Notas finais do capítulo

Que tal ficou? Espro por reviews.
Kissu



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