Sunflower escrita por ohstony, Chapéu Seletor


Capítulo 4
Capítulo Quatro — Weasley's e o Beco Diagonal.


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAAAAAA! Demorei um pouquinho, mas cá estou com o novo capítulo de Sunflower! Espero que gostem ♥



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Não demorou para que Flora e Poppins se tornassem boas amigas. A menina ruiva era interessante, um pouco mimada às vezes e gostava muito de falar sobre as coisas trouxas que tinham, mas Flora tinha gostado dela. Talvez, por que no fundo, Poppins e Lily fossem parecidas. Ambas eram de opiniões fortes e se negavam a dar o braço a torcer, não importando a situação.

Elas ficavam tardes inteiras lendo na sala, depois de ajudarem com seus devidos afazeres na casa, conversando sobre os livros que liam, ouvindo músicas juntas ou apenas batendo papo. Poppins também tocava violão muito bem, o que fazia elas ficarem um bom tempo nos jardins cantando suas músicas favoritas. Para Poppins, Flora tinha finalmente dado um pouco de graça na casa dos Weasley, e comentara certa vez que a garota parecia saída de um dos movimentos hippies.

Flora não entendeu muito bem, mas Poppins resumiu fazendo um V com os dedos, enquanto falava "paz e amor". Flora sorriu, antes de dizer que se ser hippie era ser paz e amor, então ela seria uma bruxa hippie.

Lily, entretanto, não falou mais com Flora. Isso sem contar os "não fique perto de mim", "me deixa em paz" e "eu não quero brincar com você" que a ruiva constantemente dizia para a irmã mais nova, é claro. Depois de um tempo Flora desistiu, era cansativo e ela poderia gastar esse tempo fazendo outras coisas. Se a irmã queria tanto ficar sozinha na companhia de seus amigos, que ficasse então, pois Flora iria aproveitar a companhia de sua nova amiga. 

Ron chegou a chamar Flora para jogar Quadribol, mas Lily apenas riu zombeteira, enquanto dizia que Florence mal sabia ficar equilibrada numa vassoura. A irmã não falou mentiras, teve que admitir para os Ruivos. Flora era realmente ruim em voar, pois tinha medo de altura e não achava que vassouras fossem seguras o suficiente. 

E depois reclamou com Poppins, sobre o erro de design das vassouras, que deveriam ter um volante, assento e no mínimo cinto de segurança. 

A família Weasley inteira era muito gentil e receptiva, fazendo a garota se perguntar porque sua madrinha e Draco falavam tão mal deles todas as vezes que os ruivos entravam no assunto. Ela sabia que era apenas o preconceito enrustido deles, mas se negava a aceitar que no fundo julgassem alguém apenas pelo sangue e status sociais.

Mas Dorotheia sempre dizia que Flora buscava o melhor nas pessoas. Flora chegou a trocar cartas com Lyra, sempre recheadas de aventuras e contando sobre tudo o que acontecia ali junto com os ruivos. 

Também deixava na carta, cheia de risadinhas de zombaria, informações sobre os Weasley favoritos de sua amiga e como eles perguntavam constantemente sobre a garota e como ela estava. Um dia, Fred Weasley lhe perguntou se Lyra estava solteira, parecendo não muito interessado na resposta enquanto comia torradas, e Flora acabou deixando escapar que a amiga estava com um namorado novo, e que ele era um cara bacana, mesmo que Flora não o conhecesse pessoalmente.

A garota riu, ao perceber que Percy Weasley tinha se engasgado com a bebida e que Fred parecia um pouco azedo. Era bom para que percebessem que com Lyra não se brincava, e que ela não esperaria a boa vontade deles. A fila andava, afinal, e a de Lyra tinha andado até chegar no Capitão de Quadribol da Grifinória – essa informação, Flora escolheu não compartilhar.

Faltando pouco mais de um mês para que chegasse enfim 1° de Setembro, Snape enviou uma coruja para as filhas dizendo que iria buscá-las para comprar o material das meninas, e que eram para estarem prontas quando ele chegasse.

Sendo assim, na manhã do dia 31 de Julho, ambas estavam na sala da casa dos Weasley, devidamente arrumadas e esperando pelo pai. Não eram nem oito horas da manhã, e elas já estavam animadas com a ida ao Beco Diagonal – Flora muito mais, já que fora poucas vezes de fato ao Beco, ao contrário da irmã.

— Estou ansiosa para comprar minha varinha. — Flora não conseguiu se aguentar, murmurando para a irmã enquanto encarava seu all-star amarelo com uma careta. — E também um animal, apesar de não saber o que vou querer…

— Compra um Papagaio, para você conversar com ele e me deixar em paz, Florence. — A Snape mais velha falou azeda, irritada por aquele momento ser estragado pela presença da irmã mais nova.

— Você devia comprar um sapo, para combinar com essa sua personalidade asquerosa, Lily. — Poppins comentou, descendo as escadas e revirando os olhos para a ruiva. Flora era muito tapada e se dependesse dela, todos os abusos de Lily seriam enfrentados com silêncio e cabeça baixa.

Porém, a resposta de Lily fora interrompida por duas batidas na porta dos Weasley e, olhando pela janela, as meninas viram um homem alto e muito pálido, de cabelos e vestes negras – homem este que ambas conheciam como papai.

As duas se levantaram na hora do sofá que estavam sentadas, mas foi Molly quem atendeu a porta. 

— Bom dia, Severo. — A matriarca da família cumprimentou, dando espaço para que o homem entrasse.

Lily fora mais rápida do que Flora na corrida até o pai, alcançando-o e pulando para os braços do homem, porém, Flora não ficou muito atrás, correndo até a irmã e se jogando para o homem, com toda a saudade que sentia.

— Papai! — Ela exclamou, sendo abraçada de volta pelo pai e sorrindo abertamente. — As férias estão sendo incríveis, tenho tanto o que contar ao senhor.

O homem apenas sorriu minimamente, olhando para as filhas com carinho.

— Teremos o dia inteiro para ficarmos juntos, minhas meninas. Podem me contar tudo. — Flora adorava o jeito que era tratada pelo pai, com tamanha adoração que se sentia o ser mais especial do mundo. Lily também era tratada da mesma forma, é claro, e talvez por isso que as pessoas não acreditassem quando Flora falava que o pai era carinhoso.

A visão que tinham do professor de Poções era muito diferente da que as filhas tinham do pai.

— Ótimo! — Flora sorriu, completamente animada, ouvindo a voz da irmã se juntar a sua ao falarem ao mesmo tempo. 

Se separando de suas filhas, Severo olhou para a matriarca dos Weasley com sua usual expressão séria, ao agradecer a mulher por ter recebido, de braços abertos, suas duas filhas aquele verão.

Depois da Sra. Weasley se despedir deles, pai e filhas foram para o lado de fora da casa, ambas de mãos dadas com o mais velho. Certificando-se de que as duas estavam devidamente seguras no aperto de sua mão, Severo olhou para a filha mais nova com o olhar preocupado, sabendo do incômodo que ela sentia todas as vezes que aparatavam.

— Está tudo bem, papai. — Flora falou, mas contradizendo o que disse, seu rosto se contorceu em uma careta. Ela realmente odiava o modo de transporte, pois seu estômago parecia revirar muitas vezes até se assentar no lugar.

O Snape mais velho apenas suspirou, voltando para a casa e batendo novamente na porta dos Weasley. Molly atendeu novamente, e depois de trocar meia dúzia de palavras com a mulher, Severo voltou e olhou para as duas filhas que o encaravam confusas.

— Vamos pela Rede de Flu. Estou, por sorte, com um pouco de pó de Flu aqui e Molly liberou o uso de sua lareira.

— Mas papai! — Lily negou, cruzando os braços. — Eu odeio ir pela Rede de Flu. Vamos aparatando e Florence vai pela Rede de Flu e nos encontramos lá.

— Podemos ir aparatando, papai, não tem problema. — Flora falou, tentando animar a irmã.

— Sua mãe disse que você só pode aparatar quando for um lugar realmente muito longe e não há outro meio de transporte, Flora. E eu concordo com ela. Se pudermos evitar, evitaremos. Vamos.

Lily parecia mais azeda do que antes, quando entraram na casa reconfortante dos Weasley novamente, indo direto para a lareira que ficava na sala. Severo retirou de suas vestes um saquinho generoso com pó de Flu, o bastante para três viagens ou mais. O homem já estava preparado, pelo que parecia, o que fez Flora sorrir para o pai.

Mesmo com aquela pose inexpressiva, Severo se preocupava com o bem estar de ambas as filhas.

A primeira a ir foi Flora, que pegou um pouco do pó reluzente e prateado em mãos, entrou na lareira e falou, alto e claro, seu destino:

— Beco Diagonal!

O lugar parecia maravilhoso como sempre, fazendo Flora se contorcer de vontade de ir de loja em loja ver tudo o que havia de mais interessante no lugar. Ela adorava essa parte da comunidade bruxa em Londres, apesar de já ter visitado outros mercados ao redor do mundo, e o seu preferido entre todos eles era o Beco Diagonal. Mesmo o maravilhoso mercado Indiano, colorido e com coisas exóticas perdia para o Beco para Flora.

Talvez por que, todas as vezes que estivera no Beco, fora ao lado de seu pai e irmã. Os momentos que passava ao lado de seu progenitor eram muito apreciados para a garota, o que fazia ela ansiar pelos verões.

Estranhando a demora do pai e da irmã, Flora sentou-se à frente de uma loja, apoiando o rosto nos joelhos juntos e observando o passar das pessoas, vendo, de relance, o corpo alto e robusto do Guarda-Caça de Hogwarts, Rúbeo Hagrid. O meio-gigante era um grande amigo da menina, e sempre que ela passava os verões em Hogwarts com o pai e a irmã, Hagrid garantia de animar a garota com seu jeito gentil e atrapalhado.

— Flora. — Severo falou, encontrando com a garota depois de ter passado pela Rede de Flu, ao seu encalço estava Lily, nada satisfeita com a sujeira de cinzas em sua roupa. 

Flora se levantou, arrumando seu vestido e batendo a sujeira no tecido, enquanto sorria para o pai.

— Onde nós vamos primeiro, papai? — Perguntou, ansiosa.

O homem começou a andar, sendo acompanhado pelas filhas.

— Eu irei deixá-las na Olivaras e irão comprar suas varinhas, enquanto compro seus livros. — O homem falou, passando um saco de veludo verde para a filha mais velha, que tilintou com os galeões se debatendo. — Aqui, Lily, fique com o dinheiro e não se separe de sua irmã. — Pararam em frente a loja de varinhas mais conhecida na Grã-Bretanha. — Eu irei esperá-las aqui na frente, mas se eu não estiver aqui, quero que vão para a loja de roupas da Madame Malkin, está certo?

— Sim papai. — Flora concordou, olhando com interesse para a fachada da loja estreita e de aparência antiga e, de fato, o era, já que dizia “Olivaras: Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C” na parte de cima da fachada, e uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada na vitrine empoeirada do lugar.

Lily não falou nada, apenas murmurou um “hm” e entrou na loja, dando as costas para o pai e a meia-irmã. Flora deu de ombros, acenando para Severo e também entrando na loja.

Um sininho tocou assim que as duas entraram, ecoando em algum lugar no fundo da loja praticamente vazia, a não ser pelas muitas estantes empoeiradas e uma única cadeira alta e estreita, onde Flora se sentou, observando tudo com interesse - desde o chão, até o teto, e as muitas caixas arrumadas cuidadosamente. Ela gostou daquele lugar, a magia era abundante ali, fazendo ela sentir um arrepio na nuca.

— Levanta daí Florence. — Lily murmurou, rabugenta.

— Por que? — Flora perguntou, confusa. — Você quer sentar?

Lily apenas bufou, virando a cara para a meia-irmã.

— Bom dia. — Uma voz suave disse, fazendo as duas darem um pulo ao se assustarem.

Flora se levantou da cadeira, dando um pulinho para alcançar o chão, ao ver um homem de idade parado diante das duas. Os olhos grandes e claros, brilhando na direção das duas garotas.

— Olá. — Flora foi a primeira a falar, cumprimentando o homem estranho. — Viemos comprar nossas varinhas…

— Oh, sim, sim, senhorita Snape… Imaginei que sim. Eu estava esperando sua visita e de sua irmã. 

Flora abriu a boca, surpresa, pelo homem saber quem ela e sua irmã eram. Era algum tipo de feitiço? Flora ainda se surpreendia pelas maravilhas do mundo bruxo, mesmo estando nele desde que nasceu. 

— Qual irei atender primeiro? — O homem perguntou, gentil, olhando para as duas.

Lily encheu as sobrancelhas, indo até o banco que Flora estava sentada e empurrando a meia-irmã para o lado, sentando-se. 

— Vai você primeiro, Florence. — Ela murmurou. 

— Jura que posso ir primeiro? — Flora sorriu radiante, dando pulinhos. A ruiva apenas revirou os olhos, olhando para qualquer lugar da loja menos para onde Flora estava. 

— Muito bem, muito bem. Qual é o seu braço da varinha, senhorita? — O homem perguntou, retirando de suas vestes uma comprida fita métrica. 

Flora estendeu o braço direito, ficando logo a frente do Sr. Olivaras. O sorriso não deixava seus lábios, pela pura ansiedade para ter sua própria varinha. 

O homem assentiu, começando a medir, até que deixou a fita métrica fazer seu trabalho sozinha e deu as costas as meninas, indo até as grandes prateleiras. 

— Já chega. — Ordenou, e a fita caiu enrolada no chão. Flora olhou para o homem que vinha segurando três caixas de varinhas. — Eu tenho aqui a que sua mãe, a Srta. Mackinnon, separou para você há anos atrás, e a que seu pai separou. Tenho também, uma sugestão minha. — Ele colocou as caixas em cima da pequena mesa empoeirada que havia ali, retirando a primeira varinha da caixa e entregando a menina. — Cerda de coração de Dragão, 22 cm, Carvalho Inglês. Flexível. Essa é a que sua mãe escolheu.

Flora pegou na mão o objeto, vendo com fascinação a madeira escura e bem trabalhada, com adornos no punho. Porém, antes que pudesse fazer qualquer movimento, a varinha se rebelou, fazendo caixas atrás da garota caírem no chão com um estrondo, assustando as duas garotas Snape. 

— Acho que não é essa, senhor. — Flora falou, colocando a varinha na mesa com cuidado. 

— Sim, sim, senhorita Snape. Não é essa, realmente. — Ele tirou de outra caixa uma varinha de madeira clara, muito refinada e com pequenos arabescos ao redor dela, subindo até a ponta. — Esta é a escolhida de seu pai. Aveleira, 24 cm, pelo de unicórnio, inflexível. Uma varinha deveras fiel a seu dono. 

Assim que Flora pegou a varinha em mãos, sentiu um arrepio lhe subir pela espinha e seus cabelos balançarem, como se um vento muito forte tivesse adentrando pela porta. Olivaras sorriu, batendo palmas baixas mas animadas. 

— Vejo que seu pai lhe conhece bem, senhorita. A varinha lhe escolheu, e ela lhe será fiel até o fim!


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Notas finais do capítulo

→ eu não revisei este capítulo antes de postar, então, qualquer errinho que vejam, por favor, me avisem! ♥
→ você pode ver o outro lado da história lendo Another Potter, a história da nossa querida Lily! Lá, você conhece mais sobre ela e descobre o porquê dela ser tão grossa com nossa preciosa Flora!

Beijinhos e até o próximo capítulo!



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