CRY BABY - The Storyfic escrita por puremelodrama


Capítulo 7
Training Wheels




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 A manhã seguinte confirmou que tudo estava perdido. Richard Thomson bateu novamente à porta, e dessa vez trazia consigo um guarda policial, além de olheiras bem visíveis em seu rosto, como se tivesse passado um longo período de tempo chorando.

 Murcy e Melanie foram informadas de que finalmente os corpos de Jose Martinez e Jane Thomson haviam sido encontrados, ou melhor, seus cadáveres. Segundo o guarda policial, foram achados dentro de um saco fechado em uma área isolada, muito longe dali, e pareciam estar lá há dias. Richard Thomson jurou furiosamente que iria descobrir quais os responsáveis pela atrocidade e o porquê teriam feito aquilo. Em alguns dias, os corpos, que visivelmente haviam sido atacados, seriam examinados, talvez tivessem esperança de encontrar alguma pista ou um algum rasto que o assassino, descuidado, pudesse ter deixado.

 Não seria preciso dizer que a visita repentina despertara nervosismo e preocupação em Murcy. Aparentemente, estivera bêbada no momento em que havia levado os corpos para longe, pois nem mesmo lembrava-se do ponto exato em que os havia deixado. Talvez se estivesse sóbria poderia ter sido mais inteligente nessa questão, jogando-os em um lago ou algo do tipo. Melanie pensou que seria apenas questão de tempo até que Murcy começasse a fazer as malas e fugisse para o outro lado do país. Apostaria sua vida que não levasse Joseph e ela consigo. Sem marido, sem filhos e estar longe daquela casa era o conceito mais próximo de liberdade que Murcy Agnella possuía no momento.

 Apesar de tudo, Mel tentava manter a maior calma possível, sabia que desesperar-se de nada adiantaria e apenas levantaria maiores suspeitas. De qualquer forma, era uma criança. Se descobrissem o que ocorrera naquela noite, poderia simplesmente passar-se por inocente sem quaisquer dificuldades, ao contrário da mãe, que provavelmente seria arrastada porta afora e posta na cadeia, dividindo uma cela com outras três ou quatro mulheres mentalmente desequilibradas como ela, enquanto lamentaria pela falta de maquiagem e álcool.

 Quanto a Johnny, Mel só queria poder nunca mais ver o rosto do garoto. Quase não dormira à noite, envergonhando-se do que dissera. O menino, àquela altura, já devia ter contado à prima e a todos os seus amigos de como ela era patética. Esse pensamento foi suficiente para decidir não ir à aula. Sendo final de semana, poderia ficar mais algum tempo em casa sem precisar sofrer dos deboches e risinhos de Johnny e Beth Anne, então torcia para que, neste período, o garoto se esquecesse dela para sempre.

 Passou a manhã em seu quarto, rabiscando alguns desenhos e fazendo as lições de casa. É claro que Murcy não se importava que matasse aula. No máximo, lhe lançava um olhar que dizia: “Por que sente tanto prazer em tirar meu único momento de paz e solidão nesta casa?”. Algumas horas depois, foi chamada para descer e almoçar, às duas horas da tarde. Obviamente, a preguiça de Murcy era maior do que sua fome. Melanie devorou dois pratos seguidos. Estranhamente, a comida de sua mãe parecia melhor depois que o marido se fora, mas nada que a tornasse chefe de cozinha.

 Após o almoço, subiu as escadas em direção ao quarto, porém, uma nova batida na porta interrompeu seu trajeto. Seria Richard Thomson novamente? Certamente ele não as deixaria em paz enquanto o maldito assassinato não fosse encontrado. Melanie voltou de onde viera e parou abruptamente no alto da escada ao ver quem era o visitante. Johnny. Melhor seria se fosse Thomson com a delegacia inteira. O que Johnny estaria fazendo ali? Fora até lá apenas para zombar do que ela havia dito? E como conseguira seu endereço?

 Murcy perguntou ao garoto quem ele era em um tom nada gentil. Ele se apresentou e perguntou por Melanie.

— Melanie? — o tom de voz usado por Murcy misturava confusão e repugnância. Provavelmente estaria pensando o que alguém iria querer com aquela sua filha estranha, principalmente um menino.

 Murcy deu um grito chamando pela garota, e, ao ver a menina parada no alto da escada como uma estátua, ordenou que descesse imediatamente. Melanie desceu lentamente, evitando ao máximo o momento em que teria que olhar no rosto de Johnny novamente. A garota nunca quisera tanto poder voltar no tempo, para que nunca dissesse o que disse e o presente momento não ter que acontecer. Murcy saiu entediada quando Melanie finalmente parou na porta, ainda sem olhar nos olhos do garoto. Não disse nada.

— Podemos conversar? — perguntou Johnny, que tinha as mãos nos bolsos da calça, parecendo constrangido, porém, não mais do que ela.

 Melanie não respondeu, apenas fechou a porta atrás de si, deixando-os a sós, porém, ainda sem o fitar.

— Por que não foi à aula? — Melanie questionou-se se a pergunta seria mesmo séria. Era mais do que óbvio o motivo por qual não havia ido à aula. Ele iria mesmo obrigá-la a dizer?

— Eu... Estava passando mal — Melanie respondeu, fitando o chão.

Johnny deu um fraco riso.

— Você sabe que a maioria das pessoas que diz isso está mentindo, não é?

— Eu só não quis ir, por que está me interrogando? — havia um tom de impaciência não intencional em sua resposta.

— Calma, não precisa falar assim, só estou preocupado. Ontem você estava tão bem, o que aconteceu?

 Foi a vez de Melanie soltar um riso fraco. Ele iria mesmo obrigá-la a falar. Porém, nada disse, e só ouviu Johnny suspirar. A garota só desejava poder entrar de novo em sua casa e nunca mais sair, aquilo tudo conseguia ser mais vergonhoso do que o dia anterior, quando dissera a maior burrice de sua vida.

— Tudo bem, não precisa mais dizer — o silêncio instalou-se por uns segundos. — E então... quer sair?

 Melanie levantou a cabeça. Johnny estava... Convidando-a para sair? Mesmo com a situação vergonhosa do dia anterior? Então ele não estava bravo? Nem a achava ridícula? Eram muitas perguntas rodando na sua cabeça de uma só vez.

— Hã... Claro, para onde vamos?

 Johnny pediu a Melanie que o seguisse, porém, antes, lembrou-a de avisar à Murcy onde a garota estaria. Melanie respondeu que não precisava, o que arrancou um olhar levemente confuso do garoto, de qualquer forma, seguiram caminho logo em seguida.

 Andavam lado a lado mergulhados num silêncio constrangedor. “Será que o lugar é muito longe?”. Melanie rezava para que não fosse, e mais ainda para que estivesse bem cheio, assim não seria obrigada a ficar sozinha com o garoto.

 Alguns minutos depois, passaram por um pequeno bosque repleto de árvores altas decoradas por bonitas flores brancas. Johnny, então, o atravessou. Melanie começou a estranhar, o que ele poderia querer com ela naquele lugar? Desconfiada, seguiu o menino.

 Dentro do bosque havia uma bonita clareira de grama verde vivo. Melanie nunca soubera da existência daquele lugar, nem mesmo se atreveria a entrar sozinha no bosque. “E se eu cruzasse com lobos, de repente?”. Johnny pediu que ela o acompanhasse, então, ele parou em frente a duas bicicletas que Melanie não havia reparado até o momento, tamanha a sua admiração por aquele lugar bonito e, até então, desconhecido.

 Johnny se sentou em uma das bicicletas.

— Vamos? — perguntou sorrindo.

 Então o convite era para um passeio de bicicleta? Não fazia muito sentido para Melanie, era a última coisa que passaria pela sua cabeça. Aparentemente, Johnny não estava zangado com ela, e não tocara no assunto do dia anterior até o momento. Bem, então, apenas andaria de bicicleta com ele... Qualquer coisa para que nada ficasse ainda mais constrangedor entre os dois.

 Melanie se preparava para se sentar na sua bicicleta, porém, algo chamou a sua atenção. Percebeu que as bicicletas não estavam apoiadas em lugar algum. Olhou as rodas traseiras e viu que as duas bicicletas possuíam rodinhas. Mel arqueou uma das sobrancelhas. “Será que Johnny não sabe andar sem rodinhas? Mesmo com doze anos de idade?”. Até mesmo Melanie aprendera em algum momento. Durante o recreio, em sua escola, algumas bicicletas eram disponibilizadas para os alunos pedalarem. Melanie costumava usá-las bastante, mas, depois de um tempo, resolveu usar seu tempo livre para ler seus livros e, desde então, não havia mais pedalado.

— Rodinhas? — Melanie fitou Johnny.

— Qual é o problema? Sem elas é difícil.

— Você não sabe mesmo andar sem rodinhas?

— Ah, e você sabe...? — Johnny virou o rosto, mas não o suficiente para que impedisse a visão de suas bochechas ruborizadas.

 Melanie sentiu certa pena do garoto ao deixá-lo constrangido. Então, teve uma ideia.

— Fique aqui, eu já volto.

 Melanie saiu correndo para fora do bosque em direção à sua casa. O trajeto em questão não era tão longo, mas também não tão curto, por isso, correu o mais rápido que pôde. Ao entrar em casa, apressou-se em abrir os armários abaixo da pia da cozinha e retirar de lá a caixa de ferramentas do pai. Tomou nas mãos a única peça que precisaria e imediatamente voltou para Johnny.

 No bosque, o garoto ainda se encontrava imóvel em cima da bicicleta.

— Aonde você foi?

— Só pegar isso — Melanie mostrou a ferramenta para Johnny e se pôs a trabalhar, retirando as rodinhas de sua própria bicicleta. O garoto ainda aparentava estar envergonhado, talvez fosse pelo comentário de Melanie sobre as rodinhas. Melanie sentiu-se mal por ter o deixado assim, então, depois que acabou de trabalhar em sua bicicleta, virou-se para Johnny e falou na voz mais doce que conseguia. — Eu vou tirar as suas agora, tudo bem?

— Espere, o quê? — subitamente, o garoto desesperou-se. Melanie começou a retirá-las sem dar muita atenção ao menino, que implorava para que não fizesse aquilo. — Sem elas eu não consigo!

— Bom, querido, então vai aprender agora — Melanie jogou as rodinhas dele junto às suas, repreendendo-se mentalmente por ter o chamado de “querido”. — Vamos, eu vou te ajudar. Não tenha medo.

 Melanie segurou firmemente a parte de trás do banco e em um guidão da bicicleta do garoto, depois, pediu para que ele pusesse os pés nos pedais. Johnny, trêmulo, posicionou-se lentamente, então, a bicicleta começou a chacoalhar pelo seu desequilíbrio. Melanie teve que segurar com ainda mais força para impedir que o menino caísse. Pediu a ele que se acalmasse um pouco, Johnny respirou fundo.

— Comece a pedalar, eu juro que vou segurar o tempo todo — Melanie tentou tranquilizá-lo, mas ele ainda parecia receoso.

 Johnny pôs-se a pedalar, a bicicleta ainda se curvava para os lados, mas Melanie não a deixava tombar. Ela guiava Johnny devagar sobre a grama. O garoto, aos poucos, ia ganhando mais equilíbrio e parecia mais confiante a cada segundo. Mel, de certa forma, achava fofo todo o medo e receio do garoto. Mais fofo do que isso, era o orgulho de si mesmo que ele demonstrava ao conseguir andar sem rodinhas. Claro que a garota conteve o sorriso, com muita dificuldade.

 Depois de alguns minutos treinando, Melanie decidiu que não precisaria mais ajudá-lo. Quando estivesse o guiando na bicicleta, ela a soltaria sem que ele percebesse, e, assim, ele conseguiria sozinho. E foi o que fez. O menino manteve-se pedalando por uns cinco segundos, até ouvir a voz de Melanie, que estava notavelmente distante. “Está indo muito bem!”. No momento em que Johnny percebeu que não havia alguém junto dele, a bicicleta virou.

 Melanie correu desesperada até o garoto, que havia ralado o joelho, ocasionando um leve sangramento. Mel ajoelhou-se em frente a ele.

— Está doendo muito? — perguntou preocupada.

— Só arde um pouco, mas nada que vá me matar — Johnny riu, mas Melanie ainda estava preocupada.

 Que ideia tinha na cabeça? Johnny havia deixado bem claro que não sabia andar sem as rodinhas, ele confiara nela e ela fora estúpida o suficiente para fazer aquela burrice. E se ele tivesse tido ferimentos sérios? E se tivesse quebrado algum osso? Não havia palavras que descrevessem seu arrependimento.

— Me desculpe. Me desculpe mesmo — disse envergonhada. — Eu juro que nunca mais faço isso.

— Não tem problema, Melanie. Você só estava tentando me ajudar, além disso, eu nem me machuquei para valer — Johnny exibiu um sorriso reconfortante. Melanie sorriu de volta, ainda se sentindo culpada e querendo fazer mais do que apenas se desculpar. Então, teve uma ideia. Pegou a borda da saia de seu vestido e rasgou um longo pedaço, usando-o para enfaixar o joelho machucado de Johnny. — Você estragou seu vestido! A sua mãe não vai brigar com você?

 Melanie deu um sorrisinho de lado. Sim, era provável. Mesmo que Melanie chegasse em casa coberta de sangue da cabeça aos pés, sua mãe depositaria toda a sua preocupação na borda rasgada do vestido. Murcy odiaria que os vizinhos pensassem que não era boa mãe e que seus filhos andavam como maltrapilhos. Prioridades.

— Você é mais importante do que isso — Melanie encarou Johnny, e ele encarou-a de volta. Mel se perguntou o que ele estaria pensando naquele exato momento, porque ela sabia muito bem o que sua própria cabeça pensava. Tentava-se a inclinar-se um pouco e beijar Johnny nos lábios, porém, nunca ousaria fazer aquilo, ela nem mesmo sabia se o sentimento era recíproco. Não se deixaria passar por boba outra vez.

 Johnny acabou mostrando um sorriso amigável.

— Obrigado — respondeu ele. — Você também é importante para mim.

 Naquele momento, o coração de Melanie deu um pulo. Ela era importante para Johnny, aquelas palavras haviam saído da boca dele. Mas o que isso significava? Ele gostava dela como ela gostava dele? Ela era importante como um amigo é importante? Ele dissera aquilo por educação? Melanie daria tudo para saber que sentido havia naquelas palavras.

— Bem... — a garota tinha dificuldade em encontrar alguma coisa para dizer. — Você... Você quer descansar? Acho que seria bom se nós dois só sentássemos e conversássemos um pouco, isto é, se não for um desperdício do seu tempo...

— Ei, está tudo bem. Mas só se me prometer que não vai fugir na melhor parte da conversa e me deixar sozinho de novo — Johnny riu enquanto as bochechas de Melanie ficavam vermelhas.

Ela se sentou ao lado dele. “Melhor parte?”.

— Então... Do que você quer falar? — perguntou Melanie.

— Desculpe se isso lhe parecer um pouco invasivo, mas... Eu estava curioso a respeito da sua relação com a sua mãe.

— Por quê?

— Bem, eu tenho a impressão de que vocês duas não se dão muito bem. E você sempre parece inferir que ela não se importa com você e com nada do que você faz.

 Melanie encarou o chão. Não havia muito que dizer sobre o assunto. Melanie não gostava de Murcy, Murcy não gostava de Melanie, ponto final. Porém, exceto com a questão financeira, Melanie conseguira, até então, sobreviver muito bem sem qualquer ajuda de sua mãe em seja o que for. Não que gostasse da ideia de uma independência prematura, às vezes, as pessoas só não têm escolha.

— Eu não gosto muito de falar sobre isso...

— Oh, tudo bem, me perdoe.

— Não tem problema.

 Um longo silêncio se instalou entre os dois e ninguém ali parecia saber ao certo o que dizer.

— Então... — Johnny fez que ia falar algo e Melanie ergueu a cabeça para ele. — Me recordo de você dizendo que seu aniversário estava chegando, quando é mesmo?

 Mais um assunto que Melanie evitava. Seus aniversários eram totalmente imperceptíveis, um dia como qualquer outro. Não recebia “parabéns” de uma única pessoa, muito menos presentes. Além disso, nunca tivera uma festa de aniversário na vida, embora aos sete anos tivesse reunido todos os seus bichinhos de pelúcia em seu quarto como se fossem os convidados de sua festa imaginária. Cantara “Parabéns” para si mesma e fingia soprar as velas de um bolo invisível.

 No fim, o que era para ser uma alegre comemoração, acabou virando um completo caos quando Teddy, o urso, atirou-se na direção do bolo, destruindo-o completamente, enquanto os outros convidados riam da garota e gritavam “bebê chorão!” repetidamente. Seu aniversário sempre havia sido um tema um pouco delicado para Melanie, mas com o passar do tempo, já não se importava mais tanto assim.

— Dia vinte e oito de abril, vou fazer onze anos.

— O que está planejando? Algo discreto e familiar ou uma festa para os amigos?

 Melanie olhou torto para Johnny, se perguntando se ele escutara alguma palavra que ela dissera desde que se conheceram. Dentre as três coisas citadas em sua frase, “Família, amigos e festa”, todos estavam em falta na vida da bebê chorão.

— O que foi? — perguntou Johnny.

— Eu não comemoro meu aniversário.

— O quê?! — Johnny expressara-se como se tivesse acabado de ouvir o maior absurdo do mundo. — Como não comemora? E quando já estiver adulta? Você já viu as festas dos adultos? Dá vontade de morrer, tamanho o tédio. O aniversário é a melhor parte da vida de uma criança!

“Crianças comuns”, pensou Melanie.

— Ah, não. Você precisa fazer algo — continuou Johnny. — Eu quero ver você assoprando as velas. Podia convidar Beth Anne e eu, e nós levaríamos um montão de amigos bem legais que com certeza iriam gostar de você, o que acha?

 Johnny estava mesmo muito empolgado com a ideia, e o aniversário nem era dele. Se os amigos a que ele se referia fossem as crianças do playground, Melanie tinha certeza de que não daria muito certo, eles pareciam não ter gostado dela. Além disso, nunca havia dado uma festa, não fazia ideia do que devia preparar. Johnny pareceu notar que ela não estava considerando a ideia.

— Ah, por favor, Melanie. Você precisa ter um aniversário de verdade, você merece! Diga que sim, por favor... — Johnny segurou as mãos pequenas da garota entre as dele. O toque do garoto fez o coração de Melanie acelerar.

 Melanie não sabia se cedera facilmente porque concordava ou por puro efeito da paixonite, de qualquer forma, Johnny sorriu imensamente e, com uma energia repentina, levantou-se do chão e estendeu a mão para ajudar Melanie a se levantar também.

— Maravilhoso! — Melanie riu da alegria do garoto. — Sabia que você fica muito mais bonita quando está feliz? — aquilo fez Melanie parar de rir na hora e ficar vermelha de novo. — E quando está com vergonha também.

 Johnny riu e levantou a sua bicicleta caída. Melanie imitou o gesto, recolhendo também as rodinhas e a ferramenta do pai. Johnny tomou as quatro rodinhas para si para que Melanie não carregasse tanto. Então, saíram do bosque.

— Já está tarde, pode ir para casa — disse Johnny. Melanie fitou as bicicletas, imaginando como ele iria carregar tudo aquilo sozinho. — Não se preocupe, meu tio me emprestou essas bicicletas, ele sabe onde estou e logo virá buscá-las.

 Melanie não queria ir embora. Queria ficar ali para sempre, bem ao lado de Johnny, conversando, rindo e sorrindo discretamente ao perceber o quanto ele era fofo.

 Muito, mas muito envergonhada mesmo, ela pôs-se na ponta dos pés e depositou um beijo na bochecha de Johnny, o agradecendo logo depois. Ele sorriu enquanto ela virava-se para ir embora, sentindo o olhar dele pesando nas suas costas. Queria correr, porém, não teve coragem e obrigou-se a manter-se calma. Melanie apenas agradecia aos céus por ele não poder saber o que ela estava sentindo naquele momento.


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