Sutil escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 8
First we feel. Then we fall.




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— O que está comendo?

— Swedish Fish.

Levantou as sobrancelhas para as gomas de vários sabores, que deveriam ser para crianças, mas que, por algum motivo completamente desconhecido, Barry e Cisco adoravam. Então, apenas sentou-se em sua estação de trabalho, procurando o que fazer. Como não estavam lidando com nenhum novo meta e havia adiantado tudo que precisaria fazer no laboratório durante o início da semana, enquanto esperava o resultado de algumas análises, viu-se entediada.

— Então... – Começou o porto-riquenho lentamente. – Você e Barry parecem bem.

Gostaria que houvesse algum meta atacando a cidade nesse instante. Detestava falar sobre sua vida, mesmo com seus amigos. Caitlin nunca fora a pessoa que se sentava na frente deles e começava a desabafar. Eles recorriam a ela pra isso, não o contrário. Por isso, era esquisito que estivesse em tal posição dessa vez. Ao mesmo tempo, não era como se conseguisse esconder muito de Cisco.  

— Estamos indo com calma. Passos de bebê.

Mentiu. Para Cisco e para si mesma, pois ela e Barry não conseguiam manter as mãos distantes um do outro. Via-se ansiosa o tempo todo antes de vê-lo nos últimos dias, seus olhos o buscavam assim que entrava num ambiente e estava sempre esperando pelo sorriso, ainda que pequeno, que ele levantava assim que a via.

— E... Colocou a cabeça no lugar sobre tudo que nos disse antes? – Abaixou os olhos, mordendo os lábios, enquanto o outro se levantava de sua própria estação de trabalho para se aproximar. – Ouça, não quero deixá-la mal, só quero saber se está... Consciente de tudo que pode acontecer.

— Eu mentiria se dissesse que não penso em tudo aquilo o tempo todo. Não quero ser uma intrusa na vida de Barry, muito menos fazê-lo escolher porque sei... – Interrompeu-se, respirando fundo. Ele meneou a cabeça, sabendo exatamente o que diria. – Me sinto insegura, é claro, afinal sabemos sobre o futuro, mas... Barry sempre parece dar um jeito de me levar pra toda essa loucura e eu apenas não consigo lutar contra, porque estar com ele é...

Soltou um sorriso que, provavelmente, deve ter parecido uma careta sem graça quando não encontrou palavras para definir o que era ficar com Barry. Ele a fazia se sentir especial, mas era tão além disso, que era impossível definir. Cisco também sorriu e sentou-se ao seu lado.

— Pare de pensar que é uma intrusa na vida perfeita de Barry. Cait, ele está escolhendo você. Isso é mais importante do que qualquer informação do futuro que, talvez, tenhamos. – O olhou em dúvida, apesar de dizer a si mesma o tempo todo que não deveria viver com os pensamentos no que sabiam sobre o futuro.

— Eu só... Não quero ser deixada de lado, entende?

Se ele precisasse vir a escolher no futuro. Embora não houvesse completado, Cisco sabia a que estava se referindo. Quase fechou os olhos, sorrindo amargadamente, condenando a si mesma por alegremente entrar na confusão que era a vida de Barry e a que viviam como um todo, mas não pode deixar de considerar que se vitimizar seria o auge da insensatez no momento.

— Sei que deve ser complicado lidar com o pacote fechado que é Barry Allen, mas... – Ele deu de ombros, cruzando os braços. – É fácil imaginá-los juntos, sempre foi. Houve um tempo...  Vocês eram tão infernalmente compatíveis. Mesmo quando o repelia por estar machucada e fechada para o mundo, você deixava essa pequena brecha para que ele pudesse entrar e curá-la.

— Ele fez, não é? – Concordou em tom baixo, o olhar perdido nas telas à sua frente.

— Por isso pensei que pudessem ver o que estava bem nas suas caras, mas então...

— Iris? Jornal do futuro? Destino? – Sugeriu, não podendo evitar um gracejo sobre a própria tragédia, mas Cisco não sorriu, então voltou a encarar suas mãos se retorcendo em nervosismo com um suspiro. – Acho que estava me apaixonando por ele, em algum momento. Fácil como cair, certo? Então, as coisas aconteceram, ele se acertou com Iris e eu... Segui em frente. O que construímos até hoje, nossa amizade, sempre será mais importante e é o que mais temo perder. 

Percebeu o nó na garganta a partir daquela verdade. Queria apaixonar-se por Barry, amá-lo, romanticamente falando, mas não queria correr o risco de não poder amá-lo como um de seus melhores amigos por uma escolha incerta que fizeram em um momento de fragilidade. Ainda sentada, sentiu o abraço de Cisco ao redor de si, deixando-se ser consolada. Ainda que Cisco não fosse bom em manter relacionamentos, era ótimo com seus amigos.

— Caitlin, isso é impossível. Você e Barry gravitam ao redor um do outro desde o primeiro instante.

O alarme meta soou alto e o engenheiro afastou-se, resmungando que “isso teria que ser melhor do que a vida amorosa de Caitlin”, o que a fez rir enquanto enxugava uma lágrima que, inevitavelmente, escorreu por sua bochecha. Levantou-se para postar-se ao lado se Cisco, de frente para a estação que comandava toda a ação do time, no mesmo momento que Barry chegou, colocando rapidamente o traje.

— O que está acontecendo?

— Assalto no centro. – Cisco informou concentrado, rapidamente buscando informações. – É uma galeria de arte. Estão se preparando para uma exposição hoje à noite.

— Okay. – Ele ia sair, mas desacelerou, analisando seu rosto e, possivelmente, sua postura. – Você está bem?

— Sim, conversamos mais tarde.

Barry sinalizou em concordância e colocou a máscara para correr. Não pode evitar um pequeno sorriso e nem o olhar prepotente de Cisco, como se dissesse “eu não disse?”.

*

Olhou rapidamente para a mulher, que encarava o teto de forma tensa. Iris, geralmente, não demonstrava medo, mas podia ver em seus olhos e movimentos inquietos o quanto estava nervosa. A apenas duas semanas de completar nove meses de gravidez, os incômodos aumentavam, gerando pequenas contrações, mas, dessa vez, havia acontecido mais e mais forte por todo o dia até, finalmente, ligar para Cisco buscá-la através de um portal – como haviam combinado antes.

Barry, por outro lado, andava de um lado a outro pelo laboratório, aguardando o veredicto, afinal não estava na hora de terem um parto ali. Colocando o jaleco e as luvas, a médica aproximou-se de Iris, deitada na cama hospitalar com os dedos cruzados sobre a enorme barriga. Somente pelo formato, mais acima do que o ideal, podia chutar que não era nada além da gravidez sinalizando seu fim, mas ainda longe dele.

— Então, Iris, disse que sentiu esse incômodo por todo o dia. – Puxou o ultrassom para perto e levantou com cuidado a blusa dela

— Sim, vem e vai. Quando acho que passou, volta com mais força.  

— Você deveria ter vindo mais cedo. – Repreendeu Barry, preocupado. – Ou ligado para Caitlin.

— A bolsa ainda não estourou, Barry, eu tenho certeza disso. – Disse ela, cansada.

— Mas...

— Barry. – O parou antes que os dois iniciassem a discussão que não os levaria a lugar algum. – Vocês dois, tentem manter a calma.

Ele a encarou contrariadamente, mas somente levantou uma sobrancelha, o calando. É claro que os ânimos estariam exaltados, haviam confirmado logo no início, pelo exame que fizera, a presença de genes meta-humanos e, ainda que todos se empenhassem quanto aos cuidados necessários, Iris ainda era uma humana gerando um bebê super-poderoso. Ela comia melhor, dormia melhor e xingava a Barry por engordar, no fim das contas.

Espalhou o gel pelo ventre da mulher e ligou o ultrassom, concentrando-se nas imagens do pequeno monitor, procedendo às várias rápidas checagens de rotina, como se fizesse isso todos os dias. A verdade é que, desde a gravidez de Cecile, passara um tempo estudando obstetrícia, ginecologia e, dessa vez, pediatria, afinal Nora nasceria com poderes e deveria saber como isso poderia afetá-la, sendo apenas um bebê. 

— O que há de errado, Caitlin? – Iris perguntou, mais temerosa devido ao seu silêncio e Barry aproximou-se, tentando identificar a imagem no aparelho. Assim, apertou um botão e o som do coração rápido do bebê ecoou por todo o laboratório, fazendo-a sorrir e olhá-la de forma mais aliviada.

— Não há nada de exatamente errado acontecendo. Contrações ou semi contrações são normais no final de algumas gestações. – Levantou-se no pequeno banco em que se sentara, explicando, principalmente a Iris, enquanto gesticulava com as mãos. – Existem mulheres que enfrentam essas últimas semanas de forma quase incólume, mas o que está sentindo é o seu corpo se preparando para o parto.

— Meu deus, isso é incrível!

Sorriu de volta para o riso empolgado de Barry, enquanto Iris soltou um pequeno e desconfiado sorriso. Entendia o ponto da mulher: sentir e saber disso podia ser um pouco assustador. Ter filhos nunca fora uma prioridade na vida de Caitlin, mas sempre que pensava, principalmente após descobrir tudo que acontecia durante uma gravidez na faculdade, estava acompanhado desse sentimento desesperador que era ter seu corpo sendo mudado pela vida que geraria.

— Sua gestação está correndo como o previsto. – Limpou o gel na barriga da mesma e jogou a toalha de papel no lixo, assim como as luvas. – Mas prefiro que se mantenha atenta a esses pequenos sinais, principalmente agora. O fato de o bebê possuir genes meta-humanos pode mudar um pouco as regras do jogo, exigindo mais que o comum do seu corpo nesse último momento.

— É mesmo? – Iris levantou uma sobrancelha mal humorada para Barry, que apenas deu de ombros. – Acho que precisarei diminuir o ritmo, certo?

— Isso não fará nenhum mal, Iris. – O velocista disse, como se estivesse repetindo pela milésima vez, como sabia que estava. No entanto, dessa vez o acompanhou.

— Barry está certo. Sei como gosta de manter-se ocupada, cobrindo todos os lugares possíveis, não deixando nada passar, mas ninguém irá julgá-la por isso. – Apertou a mão dela com tranquilidade. – Terá que se afastar porque terá um bebê, não porque há algo errado com a gravidez.

— Oh deus, nunca pensei que seria convencida com tanta facilidade. – A observou encarar o ventre distendido com carinho, apesar de todos os incômodos. – Acho que está na hora de fazermos isso, bebê.

Sorriu, lhe dando as costas enquanto Barry a ajudava a se sentar. Iris estava maior do que imaginou que a veria e, realmente, não sabia se faria as coisas que ela ainda estava fazendo se sua barriga ficasse daquele tamanho em uma gestação. Detestava admitir, mas era o tipo manhosa quando ficava doente e esse era o exato motivo pelo qual nunca ficava. Sabia que, se um dia engravidasse, seria lenta e preguiçosa como uma jamanta.

— Vou dizer a Cisco e aos outros que está tudo bem.

— Outros? – Se voltou a Barry, que levou uma das mãos à nuca, sem jeito. 

— Meio que disse você que estava tendo contrações e contrações significam... – Ele correu os olhos de Iris a ela, daquele jeito sem graça, que sempre o deixava charmoso. – Parto.

Levantou a sobrancelha, observando-o deixar a sala e trocou um olhar com Iris, que apenas riu após ouvir a porta bater. Então, com calma a jornalista se colocou de pé, ajeitando a camiseta e buscando as sapatilhas sem salto que usava, pela primeira vez, com uma calça de malha preta e simples.

— Vou trabalhar em casa nessas últimas semanas.

— Será o melhor a fazer. – Então, notou como a mulher a encarava de forma insistente, como se tivesse algo a dizer e não soubesse como, o que era raro para alguém como ela. – O que foi?

— Barry está saindo com alguém. – Caitlin congelou em seu lugar e, antes que pudesse se conter, abriu a boca para negar. – Você não notou?

— Er... – Tentou encontrar algumas palavras que fizessem sentido, mas somente balançou a cabeça sem muito nexo.

— Eu o conheço. – Iris soltou um riso sabedor colocando a bolsa de alça comprida nos ombros. - Ele fica todo sorridente e bem humorado e os olhos... Argh, brilham o tempo todo. Ouso dizer que parece até mais saudável, fisicamente falando.

Caitlin franziu um pouco o cenho, realmente considerado se Barry estava “sorridente e animado e de olhos brilhantes”, mas não conseguiu encaixar seus pensamentos, pois a ex-mulher dele ainda a encarava esperando por uma resposta. Talvez fosse a culpa em seu interior, aquela que nunca aparecia quando estava com ele, mas era como se Iris soubesse de tudo. Como se as sobrancelhas arqueadas e o meio sorriso em sua direção dissessem: “sei que é você quem ele está beijando por todos os corredores escuros desse laboratório”

— Eu não... – Meneou a cabeça e deu de ombros, voltando a encará-la após sentir que recuperava a compostura aos poucos. – O que pensa sobre isso?

— Eu o perdi no momento em que pedi o divórcio. Sei disso. Barry me encarou de forma tão decepcionada que achei... – Iris passou a língua pelos lábios, procurando as palavras. – Achei que nunca fosse me perdoar.

— Mas aqui estamos.

— Porque Barry tem um bom coração. Talvez... Se eu não estivesse grávida, ainda estivesse me encarando com aquele olhar ferido, preso ao que éramos antes de Nora... – Caitlin sentiu-se um pouco estúpida por preocupar-se por tão pouco ao percebê-la vulnerável daquela forma. – Bem... Isso ficou para trás. Eu estava certa do que fazia quando pedi o divórcio, sabia exatamente o que estava perdendo.

— E você não se arrepende?

Esperava que não estivesse sendo muito vadia ao investigá-la daquela forma, mas parecia apenas mais forte do que ela. Talvez nunca tivesse outra chance como aquela para saber o que se passava na cabeça de Iris West-Allen.   

— Não. - Iris meneou a cabeça. – Porque não sinto falta de acordar ao lado dele. Sinto falta das nossas piadas internas, de como podíamos sentar por horas e conversar sobre qualquer coisa ou de ouvi-lo falar sobre cultura nerd, o que sempre detestei, mas ouvia e prestava atenção, porque era inspirador vê-lo empolgado sobre algo. Todas essas coisas que eu fazia com meu amigo, porque éramos tão... Melhores nisso.

— Você e Barry ainda irão voltar a estar na mesma página. – Garantiu, porque tinha certeza disso.

— Espero que esteja certa, por que... Sinto falta dele. Fico que feliz que ele pareça melhor, que esteja seguindo em frente. – A mulher deu de ombros. – Que tenha alguém para amá-lo como eu não pude, por que Barry merece muito mais.

— Bom... – Sequer saberia o que complementar depois disso, sem parecer invasiva.

— Só disse por que achei que saberia sobre algo e poderíamos compartilhar informações. – Iris lhe sorriu animadamente. – Quer dizer, Barry divide o tempo entre a CCPD e o laboratório, não pode ser alguém que a gente não conheça, certo?

— É, acho que sim.

Concordou lentamente, no que Iris deu de ombros e despediu-se. Assim que a viu ultrapassar a porta do laboratório, percebeu as pernas mais moles do que poderia supor enquanto a ouvia falar. Franziu o cenho, repassando toda a conversa que tiveram, buscando algo que poderia indicar que ela sabia: algum gesto, algum olhar, mas nada vinha a sua cabeça.

Por isso, encaminhou-se à maca que antes a jornalista estava e ali se deitara, retirando as botas e cruzando as pernas. Há algum tempo não se sentia tão tensa sobre algo, muito menos sobre... Um namorado? Oh meu deus. Com uma careta, fechou os olhos e tentou evitar que seus pensamentos fossem muito adiante nisso. Barry e ela ainda não haviam conversado sobre, sequer tinha impressão de que fossem, então era melhor não enredar por esses lados, além de ser um pouco estranho. Já não estava tão jovem para fantasiar daquela forma.

Não era um costume, mas ali ficou deitada em silêncio por horas, as mãos cruzadas sobre a barriga e os olhos no teto. Não conseguia dormir, sua adrenalina após a conversa com Iris estava nas alturas, tinha certeza disso. Pôde perceber movimentação no córtex em algum momento, mas não se levantou e ninguém fez questão de ir verificá-la, o que queria dizer que não precisavam dela ou julgavam que deveria estar muito ocupada em qualquer outra coisa.

Minutos depois, as conversas cessaram. O retorno do silêncio a fez suspirar contrariada, pois assim podia ouvir seus pensamentos novamente, bem como sentir Killer Frost revirando-se inquieta. Sua alter-ego não era uma grande fã de Iris, mas ficava agitada quando esse era o caso de Caitlin também. Suspirou contrariadamente, antes de ouvir a porta se abrindo e fechando, dando espaço aos passos de Barry. Lento e despreocupado, como era desde o início. A convivência a tornava tão especialista nele. 

— Ei, o que está fazendo aqui sozinha? – O velocista apoiou-se no colchão logo ao seu lado. 

— Já reparou como o teto do laboratório é alto?

— Er... Sim? – Ele olhou para cima, claramente confuso, e voltou a encará-la de forma crítica. – Aconteceu alguma coisa?

— Iris disse que você está vendo alguém.

Deu de ombros, apertando os dedos ainda mais nervosamente. Não o encarou para ter certeza do que se passava em seu rosto ou em seus olhos, mas ele não se moveu e, aparentemente, continuou a olhando.

— Bem... Eu estou, certo?

O ouviu elaborar lentamente, como que tentando entender onde ela queria chegar e o que realmente se passava. Concordou, arregalando levemente os olhos para ele que, simplesmente sorriu e cutucou seu quadril para que abrisse espaço na limitada maca. Barry sentou-se, tirou os sapatos e, então, se deitou ao seu lado em uma imitação quase exata de como estava: pés cruzados, mãos juntas sobre a barriga e olhos no teto.

— Ela deduziu tudo, exceto... – Respirou fundo. – Nós.

— Não se preocupe, é apenas... Iris sendo Iris, ou seja, irritantemente curiosa. – O tom dele era despreocupado, o que a irritou um pouco, afinal passara por tantas coisas para ficar justamente com Iris e agora apenas se mostrava indiferente? O que mudara em apenas aqueles meses? – Eu deveria saber que ela perceberia em algum momento.

— Por que está tão tranquilo? – Segurou seu tom alto transformando-o em um sussurro quase desesperado. – Ela estava aqui, me dizendo todas essas coisas sobre você merecer ser feliz e eu me vi tendo que fingir estar isenta em toda a situação. Barry, fui madrinha do seu casamento. Iris confia em mim.

— Por que... Não muda o fato de que estou feliz saindo com alguém. – Ele soltou um riso, como que incrédulo. – Se ela é capaz de perceber isso, então será capaz de aceitar o fato de que, dentre todas as mulheres possíveis, é você.

Caitlin conteve a própria língua por alguns instantes, apenas absorvendo o que Barry dissera. Apesar de ainda estar preocupada, porque as coisas entre eles só eram mais fáceis porque ninguém sabia, além de Ralph e Cisco, deixou levantar um pequeno sorriso, logo notado, pois o sentiu buscar sua mão, entrelaçando seus dedos de forma desajeitada devido a posição de ambos. Adorava que não conseguiam não manter algum contato físico. Agora que sabia como era, apenas queria mais.

— Você tem que parar de me dizer essas coisas.

— Isso não está nos meus planos, Doutora Snow. – Caitlin riu, seguindo o riso charmoso dele ao meramente comunicá-la. Então, o sentiu apertar seus dedos finos e gelados entre os dele. – Eu vou falar com Iris. Não hoje, é claro.

— Nem amanhã, aparentemente.

Constatou, pois Barry a tirava do sério, às vezes, mas era apenas impossível não relaxar ao lado dele. Estava ansiosa e nervosa quando o velocista chegara, mas apenas os dois ali, sem se encararem, sem se abraçarem, sem se beijarem, era o suficiente.

— Você me conhece tão bem. – Ele gracejou no que ela levou a outra mão para lhe dar um tapa na costela. – Ei, Harry nos mandou uma mensagem convidando para o aniversário de Jesse...


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