Girassol escrita por they call me hell


Capítulo 18
Acerto de Contas




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— 18 —

 

Na sexta-feira à noite, tanto eu quanto Fred estamos exaustos. Ele se joga no meu sofá com comida tailandesa e apenas comemos em silêncio durante algum tempo, incomodados com o rumo das coisas e ocupados com nossos pensamentos até que eu não aguente mais.

— Me desculpe pelo que eu disse aquele dia, Fred. Não vou subestimar sua inteligência e dizer que, na verdade, você não entendeu o que eu quis dizer porque, sim, eu quis dizer aquilo, mas agora sei algumas coisas que eu não havia pensado até então.

Ele apenas me olha, mudo, e eu praguejo mentalmente por isso. Se me dissesse algo ao invés de apenas esperar todas as minhas palavras, seria mais fácil. Porém, sei que depois de tudo o que aconteceu na semana anterior ele não tem o menor interesse em facilitar as coisas para mim e compreendo.

— Eu espero que você saiba que eu gosto muito de você e de passar meu tempo com você, não quero que isso deixe de existir por alguma coisa boba — concluo, voltando a comer.

Poderia dizer mais um milhão de coisas, mas qual o propósito de ter um monólogo nesse momento?

— Está tudo bem — ele me diz com um pequeno sorriso. — Digo, entre nós.

Depois que comemos, ele me puxa para o seu colo e conversamos enquanto ele enrosca seus dedos nos meus cabelos. Começamos com o básico de sempre – trabalho e família – e depois conversamos sobre filmes para descobrir que são poucos os que gostamos em comum, assim como músicas. Isso poderia ser um imenso problema se vivêssemos juntos, mas não é o nosso caso, então não me importa. Podemos aproveitar a pequena porção de coisas em que concordamos quando estivermos juntos.

Nós também rimos de histórias que nos lembramos, mas quando tudo isso acaba, apenas nos olhamos como se o tempo parasse. Ele me beija, mas não prolonga o momento além de alguns poucos instantes. Sei que ainda está desconfortável e inseguro, então falamos sobre isso, o real objetivo que evitamos por toda a noite.

Fred entende o que eu quero dizer, felizmente. E ele sabe que eu apenas estou me abrindo dessa forma, tratando desse assunto, porque é realmente importante que as coisas fluam bem e sejam agradáveis para nós dois se queremos ficar juntos de alguma forma. Sou grata por isso e o deixo saber.

Então, apesar de esse não ser um conto de fadas, ele é mais cuidadoso comigo dessa vez e me leva no colo até o quarto, me colocando cuidadosamente sobre a cama. Sinto como está se contendo, como está sendo cauteloso, e isso me faz sorrir. Ele considera esse sorriso um bom sinal, então se aproxima até estarmos próximos o bastante para nos beijarmos outra vez. “Faithfully”, do Journey, ainda está tocando na sala e posso ouvir a melodia baixinho. Não é a música mais sexy do universo, mas eu a amo e a acho consideravelmente boa para embalar o momento. Então ele tira minha camiseta, beija meus ombros e colo, e eu logo relaxo meu corpo, deixando de seguir a razão.

Não faço ideia de quanto tempo levo para estar deitada confortavelmente em minha cama depois disso, mas sei que estou muito mais feliz dessa vez. É claro que não posso dizer que foi incrível, perfeito, mas me sinto mais leve em ter resolvido isso e agora sei que esse é apenas o começo com uma longa estrada de coisas novas a descobrir.

Fred deita ao meu lado e olhamos para o teto respirando fundo. Deixando de lado qualquer estranheza, pergunto se ele acha que deixaria de existir caso viajasse no tempo e matasse o seu pai. Ele acha que essa pergunta é descabida, porque nunca mataria o seu pai. Rolo os olhos e reformulo, usando um personagem fictício como exemplo. Ele se rende e começamos uma longa conversa sobre a possibilidade de universos alternativos existirem e como achamos que as leis da física agiriam nesses casos. Quando concordamos depois de um longo debate que John, o personagem, continuaria existindo como ser humano naquele momento, mas nunca teria existido no presente original, fico satisfeita e durmo nos seus braços não muito depois.

Quando acordo pela manhã, estou sozinha. Esfrego os olhos, me alongo e quando deixo a cama, percebo seu bilhete que agradece pela noite. Descubro que ele saiu há, no máximo, meia hora, pois ainda há pegadas frescas na neve em frente à minha porta de entrada. Não entendo o motivo pelo qual não ficou para o café da manhã até que me lembro da última vez. Será preciso tempo para consertar tudo, mas eu sou paciente.

Sem saber o que fazer, pois é sábado e não preciso ir trabalhar, acabo indo para a cozinha, dando uma parada no rádio para sintonizar a estação de clássicos. Pearl Jam está tocando a minha canção preferida e eu cantarolo baixinho, feliz por isso, ainda que por breves instantes. Enquanto a música toca, eu mexo nas minhas panelas, preparando mingau de chocolate, o mesmo que meu pai adora. Bebo meu café, como meu mingau e decido tomar um banho.

Confrontando minha cara no espelho do banheiro, não gosto do que vejo. Meu rosto está cheio de desânimo e olheiras. Ele é o espelho do meu interior, revelando meu cansaço. Então, antes que possa me lamentar, a campainha toca. Esqueço o banho e abro a porta para Ginevra.

— O que houve? — ela pergunta ao ver minha expressão esquisita.

No momento, ela é o mais próximo que consigo chegar da voz da minha mente sã.

— Acabei de ver no espelho que estou horrorosa.

— Me refiro à ontem, Hermione.

Ah sim, posso me lembrar. Porém, não me lembro de ter dito nada para ela sobre isso, então ergo as sobrancelhas e levo minhas mãos até a cintura, esperando por uma explicação.

— Fred me chamou para dar uma mão na loja, você já sabe. Perguntei como vocês estavam e ele me disse que jantariam na sexta-feira.

Dou de ombros, apesar de achá-la muito esperta. Conto o básico de como as coisas aconteceram, servindo chá e biscoitos para nós duas.

— Espere um minuto, você falou tudo muito rápido – ela ri. – Me conte o que realmente aconteceu e sem pressa.

Eu tento. Tento pacientemente explicar tudo o que aconteceu comigo entre a hora da chegada e a hora da partida dele. Conto tudo, deixando de fora apenas os vergões vermelhos pelo meu corpo, pois ela não precisa saber disso.

— Então, como se sentiu quando acordou hoje de manhã? – pergunta ela.

— Por quê?

— Apenas me conte, Mione.

— Acordei tranquila, apesar de ter tido um sonho completamente sem sentido: a minha vida toda parecia louca, alucinada, descontrolada e eu só tinha vontade de correr sem destino. Vai entender? — rio, comendo um biscoito. — A primeira coisa que percebi foi que seu irmão já tinha ido. Depois me levantei, fiz o chá... – balanço os ombros, indicando que não há muito mais o que dizer. – Acho que tudo deu certo, não é?

— Acho que sim, isso é ótimo!

— Parece que a vida não precisa ser apenas dor, dor, dor — respiro aliviada ao dizer.

— Realmente não – ela suspira. – É maravilhosa, uma dádiva.

— Não me venha com esse papo furado, oras.

Eu já sei onde isso vai, ainda que eu apenas tenha feito uma brincadeira.

— Não é papo furado. Você pode escolher como vê a sua vida, se vai viver na sombra ou no sol. De quem é a escolha, senão sua?

— Babaquice.

Ela desiste de aplicar sua filosofia otimista de vida em mim para que façamos algo mais interessante. Ela me lembra que falei há alguns dias sobre querer decorações para a casa e, com isso em mente, percorremos o Beco comprando coisas. Buquês de flores. Luzes e enfeites. Pequenos quadros. Cortinas coloridas. Depois de algumas horas voltamos à casa e começamos a cozinhar, tal como quando ajudávamos Molly a preparar o almoço na Toca. Fazemos molho de tomate fresco e, entre todas aquelas panelas e minha melhor amiga, me sinto absurdamente feliz.

— Às cinco horas — diz ela antes de experimentar a massa. — Vamos comer bolinhos e chá com mel.

— Vou ficar gorda.

— Duvido — ela ri.

Durante uma hora, sentada com ela na mesa de jantar, fico em paz. Depois do almoço, fazemos anjos na neve ao fundo de casa e ficamos vendo as nuvens passar, dando nomes segundo os animais com que se parecem, mas algo soa errado, faltando.

— Será que ele gostou de ontem ou apenas quis fazer algo para me impressionar?

— Os dois, acho.

— Como pode dizer isso com tanta tranquilidade?

— Hermione, você precisa pensar menos.

— Gostaria que isso fosse possível — rimos alegremente.

— Se você algum dia parar de corresponder ao que ele espera, ele é que vai enlouquecer — ela arqueia as sobrancelhas para mim, como se quisesse indicar que não há como refutar sua frase. — Fred gosta de você porque você é uma mulher forte e independente. Nunca perca isso.

Sei que ela tem razão nisso, ainda que não admita.

— Você já leu as “Regras do Amor”? — me pergunta ela.

Não faço ideia do que seja isso, então ela as recita para que eu entenda:

O casamento não é uma desculpa justa para não amar.

Aquele que não é ciumento não pode amar.

Ninguém pode ficar preso a um amor duplo.

O amor sempre aumenta ou diminui.

O que o amante toma da sua amada contra a vontade dela não lhe dá satisfação.

Um verdadeiro amante não deseja desfrutar do amor de outrem que não o ser amado.

O amor que é conquistado facilmente torna-se desprezível; o amor conquistado com dificuldade é precioso.

Somente um novo amor expulsa o antigo.

— É incrível como os seres humanos tem essa necessidade de codificar tudo, até o sofrimento. — digo quando nos levantamos da neve e voltamos para casa. — É, de certa forma, reconfortante saber que outros já passaram por isso.

Ela concorda comigo, mesmo que sem palavras. Assistimos um filme de terror, comemos mais biscoitos e, então, ela me deixa ter o resto do dia sozinha. Decido terminar de ler meu livro enquanto aplico um produto novo nos meus cabelos, o qual promete “domar” meus cachos. Já sei que isso não vai acontecer de verdade, mas apenas a sensação de estar cuidando de mim mesma já é o suficiente.

No domingo, decido visitar meus pais. Os encontro logo pela manhã e vamos até uma feira local comprar peixe fresco para o almoço, conversando sobre os últimos acontecimentos.

— Seu pai é um grande ansioso — diz minha mãe quando ele se separa de nós. — Quando você disse que viria, ele praticamente pulou pela casa.

Eu rio disso, o vendo distante. Ocupado escolhendo nossa refeição, não faz ideia de que falamos dele.

— Como estão as coisas com Fred?

Respiro fundo, sabendo que não poderei ser sincera sobre tudo.

— Eu aceitei o seu pedido de namoro — ela tenta começar a dizer algo, mas não permito, falando mais alto do que ela até que pare. — Tem sido divertido e começamos a nos conhecer melhor, apesar de todos esses anos de convivência. Nunca fomos realmente muito próximos até os últimos meses.

Minha mãe me olha com seriedade e eu sinto sua reprovação sobre mim por não ter contado antes.

— Hermione, você é uma garota inteligente. Já tem vinte e cinco anos, então não preciso te dar sermões.

Eu poderia explicar à ela todos os motivos que me levaram a ter decidido por não contar de imediato, mas sei que não adiantaria, então apenas deixo para lá. Felizmente, meu pai retorna e podemos mudar de assunto.

— Teremos peixe e fritas para o almoço — ele diz orgulhoso, nos mostrando tudo que comprou.

Minha mãe me lança um último olhar e, então, passa a agir como se nada tivesse acontecido para que meu pai não sinta a tensão entre nós. Quando voltamos para casa, ela se dedica à cozinhar enquanto eu o acompanho até a sala, onde vemos algum programa aleatório sobre a vida não muito interessante dos rinocerontes. Quando o almoço está pronto, nos juntamos na cozinha e agradecemos pela refeição, alegres.

— Vocês continuam falando com Molly e Arthur? — pergunto com curiosidade.

Desde que os Weasley haviam convidado a todos nós para a sua ceia na Toca, eu já sabia que este seria o início de uma nova amizade.

— Eles nos mandam corujas às vezes, são boas pessoas — meu pai diz com um sorriso.

— Da próxima vez que Fred e eu formos à Toca, levaremos vocês.

Minha mãe passa o dorso de sua mão pela testa, já preocupada.

— De carro, certo?

— Bem, pode ser, mas levaríamos muito mais tempo do que o necessário, vocês sabem.

Os dois começam uma longa série de argumentos sobre como eu não compreendo o modo como se sentem com isso porque já me acostumei aos costumes mágicos sendo uma bruxa, o que torna a conversa exaustiva.

— Certo, podemos ir de carro então. Tudo bem? — olho para ambos, não querendo prolongar ainda mais o debate.

Eles concordam e terminamos nosso almoço em paz. Para a sobremesa há torta de limão e apesar de já me sentir cheia, como dois pedaços apenas para aproveitar a oportunidade. Não conto sobre ter saído do Ministério, mas conto sobre o belíssimo bebê de Fleur e sobre minhas novas habilidades culinárias. Isso tudo apenas parece me preparar para a hora de voltar para casa, pois quando ela chega já estou emocionada o suficiente para abraçá-los apertado.

— Não demore tanto para vir outra vez — meu pai diz com toda a dificuldade do seu choro, assoando o nariz na ponta do avental que minha mãe veste.

Ela se sente horrorizada e grita com ele, lançando o avental longe e me fazendo rir.

— Voltarei logo, prometo. Agora as coisas estão mais tranquilas.

Beijamos nossas faces, pego uma grande porção de peixe e fritas para viagem, e retorno para casa com uma estranha sensação de alívio. Me sinto mal em dizer, mas as coisas estão diferentes e sinto que o dia foi mais estressante do que agradável. Há algo em seguir sua vida independente que nos torna menos relevantes para os excessos dos nossos pais, suponho.

Converso sobre isso com Fred através de mensagens no celular, agora que tenho certeza de que estamos bem e ele irá responder. Sentada em minha cama após um bom banho, vejo a noite surgir aos poucos entre uma e outra mensagem. Ele me diz que também se sente assim, ainda que ame os pais com todo o seu coração. Porém, também diz para que eu não me preocupe, por ser tudo tão recente eles ainda precisarão de mais algum tempo para adequar as coisas de forma que fique mais fácil visitá-los.

Pergunto sobre o seu dia e rio quando ele me conta que explodiu um dos cômodos da casa com George ao testar sua versão melhorada das bombas de bosta, a qual, obviamente, ainda requer alguns ajustes. Me diz que levou algumas horas para conseguir ajeitar tudo e lidar com o cheiro, mas que não tem a menor coragem de verificar o cômodo desde então e eu rolo os olhos ao ler. Fred é um grande babaca, no melhor dos sentidos, e seu jeito eternamente adolescente de levar a vida parece equilibrar toda a minha seriedade e rigidez com as coisas.

Digo que estou jantando peixe e fritas que trouxe do almoço, e ele confessa que provavelmente não jantará porque a bomba de bosta acabou com qualquer hipótese de ter apetite. Falando sobre isso, vou até meu guarda-roupas e abro uma das caixas de livros que não foram para a prateleira, aqueles da época de Hogwarts. Na contracapa posso ler os mesmos rabiscos de que me lembro. Ron marcando seu nome no livro, eu perguntando por que ele não comprou um novo e sua resposta clássica: “bombas de bosta vêm primeiro”.

Rasgo esse pequeno pedaço de papel e o coloco junto da minha resposta para Fred. Quando sua próxima coruja chega, ele diz que isso obviamente é a cara do seu irmão mais novo. Não há como negar. Rio outra vez e enquanto escrevo minha resposta, percebo que já é tarde. Nossa troca de mensagens fez o tempo passar voando. Me despeço, dizendo que preciso acordar cedo para uma entrevista e visto meu pijama, pronta para dormir. Ele me deseja boa sorte e pede para que eu vá até a loja depois para contar como foi.

Mais uma segunda-feira se aproxima e estou ansiosa.

Faço uma entrevista em Saint Mungus na manhã seguinte e ela flui melhor do que o esperado, mas o ambiente do hospital me faz mal e sinto que esse não é o lugar certo para mim. Ao final da entrevista, ando entre os bancos externos, pensando se aceitarei ou não o cargo, quando avisto cabelos loiros em um banco próximo.

Procuro passar por ele discretamente, mas quando estou próxima o rosto se vira em minha direção e não posso simplesmente fingir que não vejo Draco Malfoy na minha frente.

— Granger? — ele questiona com um rosto confuso.

— Malfoy. —  respondo com um aceno positivo.

É desconfortável vê-lo depois de todos esses anos e posso dizer que ele sente o mesmo, mas já somos adultos agora e o que aconteceu ficou no passado, então não há razões para implicarmos um com o outro.

Decido dizer que acabei de fazer uma entrevista e ele ri.

— Trabalhar aqui é exaustivo, a maioria dos dias é uma loucura.

— Eu imagino — respondo, encarando seus olhos claros. Eles parecem mesmo cansados. — Provavelmente vou recusar a oferta.

Ele dá de ombros, acendendo um cigarro. Acho engraçado que ele trabalhe na área da saúde e fume, mas isso é mais comum do que você imagina.

— Eu faria o mesmo no seu lugar, não posso julgar.

Apesar da sua fala, ele não parece ser infeliz com a sua escolha. Esse deve estar sendo um dia difícil, apenas isso. Além do mais, combina com ele. Não consigo imaginá-lo saltitando de alegria com algo, é possível ver que existe muita mágoa dentro dele ainda e, dessa vez, eu também não posso julgar.

Quis revê-lo muitas vezes para dizer que sinto muito sobre tudo o que aconteceu, mas agora que tenho a oportunidade, não consigo fazer isso. Em grande parte por não conseguir prever a sua reação. Porém, ele me surpreende:

— Sinto muito pelos últimos anos — ele diz, soprando a fumaça para longe. — Soube que vocês perderam pessoas importantes.

Fico sem reação por um momento.

— Foram perdas difíceis, sim — sinto meu coração batendo mais forte pela lembrança. — Eu também sinto muito, não deve ter sido fácil para você.

Ele ri, indo contra qualquer suposição que eu pudesse fazer.

— Não foi fácil, realmente, mas as coisas estão indo bem agora. Tenho uma bela casa, um bom trabalho, uma esposa... não posso reclamar.

Fico me perguntando que tipo de pessoa se casaria com alguém como ele, não porque o considero um péssimo ser humano, mas porque sei o peso que seu nome deve ter hoje em dia, além da tatuagem em seu braço. Provavelmente alguém que passou pelo mesmo e agora imagino que devam se apoiar para tornar as coisas mais fáceis.

— Fico feliz por você.

Ele acena positivamente e termina o cigarro, se levantando. Surpreendentemente, estende uma mão para mim, a qual aperto brevemente. Não precisamos dizer mais nada. Ele segue seu caminho para dentro do hospital e eu sigo para a área de aparatação, me sentindo mais leve.

Quando conto para Fred sobre a entrevista e Malfoy durante o almoço, ele parece não processar muito bem.

— O maldito herdou o dinheiro dos pais e deve viver melhor que muita gente por aí, apesar do que fez.

Eu entendo o seu raciocínio, mas também entendo a razão pela qual Malfoy fez tudo aquilo, então me limito a concordar para evitar uma discussão que não levaria a nada.

Quando digo que penso em não aceitar a proposta e explico meus motivos, ele também concorda e me diz que posso continuar ajudando na loja se quiser.

— Eu gosto de trabalhar na loja, mas acho que preciso fazer algo por mim mesma. Não acho correto depender de você.

— Isso não é depender de mim, Hermione. É unir o útil ao agradável, já que você precisa trabalhar e eu preciso de alguém para ajudar na fabricação dos logros. Prefiro escolher alguém que já conheço e confio do que um desconhecido.

— Eu sei, Fred, e sou grata por isso. Vou te ajudar em tudo que puder, mas também quero conquistar minhas próprias coisas, é natural.

Ele entende, ainda que um pouco contrariado.

— Talvez eu até possa ter a minha própria loja um dia, se não encontrar nada que me agrade.

Ele sorri, satisfeito.

— Desde que você não venda logros, eu te dou todo o apoio.

Nós dois rimos, terminando o almoço. É algo a se pensar.


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