Luís olhou para baixo, desconcertado. Mariana havia deixado o escritório como se não pudesse permanecer por ali nem mais um único minuto.

Ele inquiriu os colegas a respeito de algum mal-entendido, alguma bronca da chefia, porém ninguém lhe esclareceu nada. A angústia o desconcentrava e por mais que o relacionamento entre colegas se limitasse a um cumprimento sem grandes emoções, ele se preocupava com a moça que se sentava à sua frente ao longo da semana, ainda que fosse o único. Antes ele do que ninguém.

Quando o expediente acabou, Luís desligou o computador, verificou o celular para saber que horas eram. Mariana estava no grupo da empresa, apesar de não interagir, permanecendo por questão de “boa conduta”, posto que algumas pessoas consideram uma ofensa deixar um grupo de conversas. Ela sentia falta do bom e velho MSN. Ele também.

Ao aproximar-se do computador de Mariana, encostou o cotovelo no teclado e a tela se iluminou. Era errado olhar a caixa de e-mails dela por mais que alguns segundos, entretanto havia várias janelas abertas indicando o escopo, apenas um tolo seria indiferente, mas se não o tivesse feito, mais do que um final infeliz, essa história nem sequer teria começado.