Rebelião das Mascotes escrita por Melody Holy


Capítulo 1
Revolta dos pets




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— Ryan, a gente tá saindo pra procurar pelos pets. – Arme informou enquanto bagunçava o cabelo com frustração. Os pets tinham sumido há quase duas semanas e ninguém sabia de nada, todos estavam preocupados. – Você fica aqui e avisa se qualquer coisa acontecer, por favor. Posso confiar?

— Arme, eu posso ser brincalhão, mas não sou um idiota. Vão atrás deles, eu cuido da casa.

Arme estreitou os olhos e assentiu, dando um sorriso agradecido antes de sair da casa, junto com os outros.

Ryan se recostou no sofá com um suspiro. Também estava preocupado e o fato de sua conexão com Montero estar fraca lhe deixava com medo. Não sabia onde o mascote estava, com quem estava, o que estava fazendo.

Claro que o fato de todos terem sumido juntos lhe dava duas opções: ou todos haviam sido sequestrados – embora não conseguisse pensar no porque alguém ia querer tantos mascotes – ou eles tinham fugido. Nenhuma das duas lhe tranquilizava, mas tinha uma sensação de que estavam todos bem. Até porque, além dos novos mascotes, que os membros da caçada estavam conseguindo pouco a pouco desde o problema do portal dimensional, seus pets originais também estavam com eles.

E, bom, Gon, Sid, Pepe e Gosma não eram exatamente fracos – apesar do que a aparência fofa fazia parecer.

Chick, chick, chick.

O som de algo batendo contra o chão de cerâmica o fez pular do sofá, assustado, as mãos buscando a primeira coisa que pudesse usar para ir contra o que pudesse estar invadindo sua casa.

Toc, toc, toc, toc.

Trim. Trim. Trim.

Passos. Passos de pessoas diferentes. Barulho de algo tilintando. Estavam sendo invadidos. Ótimo. Ryan olhou em volta de forma rápida. Se machado estava no andar de cima, e a única arma disponível era um dos arcos da Lire, que por algum motivos insistia em ter um em cada cômodo da casa.

Talvez fosse bom que começasse a fazer isso também.

Pegou o arco e a aljava e se posicionou, se lembrando de quando era criança e havia aprendido a lutar um pouco com cada arma até que achasse sua maior afinidade, e da vez em que, por volta de Ellia, Elesis comentara que soldados não dependem de uma única arma e o fizera treinar com arco, espada, lança e escudo.

Preferia o machado, mas reconhecia a utilidade de saber lutar com mais de um armamento. Apontou a flecha para a entrada de onde vinham os sons, pronto para atacar quem quer que fosse.

Os passos se aproximaram e a corda da flecha tensionou, e se não tivesse o treinamento certo suas mãos já estariam machucadas com certeza. Alguém entrou no cômodo e a flecha foi atirada antes mesmo que conseguisse identificar quem era.

Houve um som de surpresa, um resmungo, e a flecha se afundou em uma substância verde gelatinosa.

Os cabelos laranjas de Monteiro lhe preenchiam a visão, embora sua atenção estivesse focada na Gosma com a flecha atravessando seu corpo e uma expressão emburrada. Musa apareceu no mesmo instante e lançou uma luz dourada em direção a Gosma. Aquilo não era necessário, uma vez que a mascote não se machucava, mas a ação fez o coração de Ryan se apertar.

Largou o arco no sofá e correu até os pets vendo todos ali. Se sentou no chão a abraçou a Gosma e o Monteiro, nem sequer percebendo as lágrimas de alívio que escorriam pelo próprio rosto.

— Aahh não nos preocupem assim! Onde vocês estavam? Armon! A Arme quase explodiu essa casa querendo achar você. Não sumam desse jeito de novo, por favor!! Sid, o que aconteceu?

O pássaro se aproximou, pulando em seu colo junto com os outros dois e se aconchegou com ele. Gosma estava emburrada demais por causa da flechada para responder, Gon estava dormindo sendo carregado pelo Ellion e Pepe parecia ocupado apartando uma discussão entre Raul e Lupin – que brigavam mais do que os próprios donos.

Uma coisa que não entendia era como mesmo que todos os monstros com que lutaram desde que se separaram, falando, os pets novos não conseguiam se comunicar com eles. Os outros quatro entendiam perfeitamente o que os novos falavam e acabavam traduzindo as coisas quando era urgente.

Sid não lhe respondeu, o que fez com que olhasse em duvida para o pássaro. Encontrou ele e Gosma lhe encarando, enquanto Monteiro carregava um sorriso meio sinistro – bem diferente do relaxado e simpático que geralmente usava.

Lirubi e Armon se aproximaram, e Ryan não teve tempo de fazer nada além de franzir as sobrancelhas antes que escutasse a voz de Pepe gritar “agora!!” e Armon lançar uma esfera negra em si, que lhe apagou em questão de segundos.

° ° °

Sieghart resmungava algo sobre estar cansado de correr atrás de pets que nem ao menos eram dele – ele só se importava com Gon por terem uma estranha afinidade sobre preguiça e despretensão – e Elesis o respondia com ameaças de uma lança cortando seu pescoço quando chegaram em casa. Arme ignorava a discussão, assim como todos os outros, enquanto Lire abria a porta quase desmaiando de exaustão.

Exaustão essa que foi embora assim que encontraram Ryan, amarrado em uma cadeira e com uma expressão tão cansada quanto a da elfa. Ao redor do druida, todos os pets estavam calmos, alguns brincando e outros até mesmo dormindo.

E, sendo segurada por Gon e por Musa, uma faixa branca com os dizeres coloridos “Revolução dos Mascotes”

Ryan deu um sorrisinho sem graça e encolheu os ombros do jeito que conseguia.

— É... Lire, será que depois daqui você pode, sabe, me treinar em arco e flecha?


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