Iremos resistir? escrita por amor por escrita


Capítulo 30
A vida não estava sendo justa




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Quando percebem alguém vindo em sua direção se preparam para qualquer tipo de noticia que poderiam receber. O médico para em frente a eles observando cada um, deixou um suspiro pesado escapar em seguida abrindo um sorriso tímido.

Do: fiquem calmos- coloca as mãos dentro do jaleco- ele esta estável agora- pode perceber todos respirar aliviado- só precisa descansar e sinto informar, mas nada de visitas hoje

D: nem um minutinho?- olha para a morena ao seu lado- por favor

Do: sinto muito jovens- da alguns passos para trás- ele esta fraco e precisa de acompanhamento, não posso liberar a entrada de ninguém- dizendo isso ele entra no quarto fechando a porta

C: vai ficar tudo bem- passa a mão pelo braço da amiga

V: eu fiquei com tanto medo- deixou as lágrimas caírem por seu rosto

D: todos ficamos- a puxa para um abraço- todos

V: eu não quero perder ele Diego- sussurra contra seu peito- eu não quero

Olha para os amigos dividindo um olhar cumplice, entenderam que precisavam sair daquele lugar o mais rápido possível. Enquanto saiam pelas portas do hospital perceberam alguns olhares de pena em sua direção, era a única coisa que estava faltando.

D: vocês podem ficar aqui um minutinho?- olha para os amigos que logo entendem

B: é claro- sorri de canto se sentando em um banco

Diego se afasta um pouco se certificando de que não escutariam a ligação que faria, ao segundo toque ele é atendido.

D: preciso da sua ajuda- escutou do outro lado da linha um suspiro- escuta aqui, me desculpe pelo que disse mais cedo, mas só você pode ajudar agora

M: onde esta?

Assim que ele passa o endereço volta se sentar com os outros, disse que precisavam esperar por alguém. Quando avistam a tal pessoa os outros dois não podiam deixar de ficar boquiabertos.

M: como esta?- se abaixa ficando na altura de Violetta

V: péssima- limpa o rosto- por que chamou ele?- move seu olhar para o amigo sentado ao seu lado

D: sei que por mais que eu odeie ele- percebe o moreno dizer um “ei”- ele te faz bem e vai te ajudar melhor do que todos nos- aponta para os dois parados ao lado

V: obrigada- sussurra em meio ao abraço

D: acho bom cuidar dela- lança um olhar sobre a figura na sua frente- sei onde te encontrar- cruza os braços

M: pode deixar- passa o braço pela cintura dela- obrigada por confiar em mim- passam por eles em direção a um taxi parado

C: não acredito que chamou ele Diego- a ruiva para em sua frente com os braços cruzados

D: queria que eu fizesse o que?- percebe o olhar de reprovação da mesma- sabe muito bem o quanto ele ajudou ela em todo esse tempo- relaxa os braços ao lado do corpo

B: calma cara- toca em seu ombro- e querida- volta sua atenção para a namorada emburrada- ele tem razão, ela ficara bem

C: eu sei- solta os braços- só que foi muito triste ver ela desse jeito

D: precisamos contar para os outros- sai na frente dos dois sem dizer mais nada

Marcos levava Violetta para casa, e em todo o caminho preferiu não forçar ela a dizer nada, respeitava o tempo e espaço que ela precisava naquele momento. Pagou pelo taxi assim que chegaram enfrente a casa dela, perguntou se queria que ele ficasse e com apenas um olhar entendeu que ela precisava dele.

M: seu pai não vai me matar se me encontrar aqui?- fecha a porta atrás de si

V: ele não esta- balança suavemente a cabeça- reuniões

Subiram as escadas vagarosamente e quando adentraram o quarto a garota correu para sua cama. Olhando de longe poderia dizer que era até uma criança emburrada por não fazer o que queria, mas ao olhar mais de perto podia se perceber o quanto não estava bem e que precisava de ajuda.

M: quer me contar?- senta ao seu lado na cama

V: de novo- tinha o olhar perdido em meio ao quarto- quase o vi partir de novo- as lágrimas voltavam a tomar conta dela- eu não sei se posso aguentar isso mais uma vez

M: vem aqui- puxa a morena contra seu peito- relaxe, tudo vai ficar bem- passa a mão por entre seus fios- estou aqui para tudo, você sabe disso

V: agradeço por isso- olha em seus olhos- você aguenta tudo isso ao meu lado- estavam próximos o suficiente para quase tocar seus lábios- não podia pedir pessoa melhor

M: sempre estarei aqui- aproxima mais seus rostos acabando com o espaço existente entre eles

V: desculpe- se afasta

M: não, eu que peço perdão- afaga suas costas- não podia ter feito isso, não agora- sorri leve- tente descansar

Se aconchega em seus peito tentando tirar tudo aquilo de sua mente e apenas descansar, por poucos minutos que fosse. Quando abriu os olhos novamente estava sozinha, novamente sozinha. Tinha um bilhete sobre seu travesseiro, sorriu pegando o pequeno papel.

“Desculpe por sair dessa maneira, mas você estava dormindo tão lindamente que não tive coragem de te acordar. Espero que não pense que sou do tipo que sai de fininho, a noite ligarei para saber como esta.

Com carinho, Marcos.”

Por que ele tinha de ser tão bom com ela? Não sabia o que pensar em relação a ele, mas sabia exatamente o que pensar em relação a Leon. Estava extremamente preocupada com a saúde do amado e não sabia o que fazer para de alguma forma tentar ajudar ele. Reuniu as ultimas forças que haviam sobrado daquele dia, riu lembrando do que tinha desejado pela manhã, claramente alguém ignorou todos os seus apelos.

G: querida- corre até as escadas assim que percebe a filha descer- o Vargas me contou sobre o que aconteceu com o Leon- envolve seus braços por sua cintura- como esta se sentindo?

V: péssima descreve bem- ri sem humor

G: não queria que passasse por isso tão nova- segura seu rosto- tanta dor

V: eu só não sei porque ele insiste em ficar- podia notar a confusão nos olhos de seu pai- ele não quer voltar pra gente papai- se afasta sentando no sofá- não seria mais fácil simplesmente deixar ele ir?

An: sabe a dor que isso poderia causar?- aparece próxima ao piano- perder alguém que amamos dói- olha para German sentado na frente da filha- dói tanto que parece que você vai se quebrar a qualquer momento

V: já estou quebrada tia- deixa uma lágrima cair

An: perder ele doeria bem mais- passa a mão por seu rosto- acredite em mim

V: o que eu faço pra essa dor passar?

An: não tem muito o que fazer- suspira- apenas passar por isso

Violetta cai em seus braços pedindo todo o amor que pudesse lhe dar, sem pensar duas vezes sua tia passa os braços envolta da garotinha perdida ao seu lado. Ambos não sabiam exatamente o que podiam fazer para ajuda-la passar por isso, mas o amor que tinham a oferecer podia ajudar em alguma coisa.

Estava sozinha em seu quarto logo após todos a obrigarem a comer, odiava ser tratada desse jeito, mas entendia que só pensavam no seu bem. Escutou ao longe o som do seu celular, procurou pela cama toda bagunçada mas não o encontrou, então se lembrou de que havia deixado em algum lugar do seu guarda roupas. Correu em direção do som o encontrado caído no chão, assim que olhou o identificador sorriu lembrando do que lera mais cedo.

M: eu disse que ligaria

V: eu não duvidei disso- sorri

M: como esta?

V: melhor- senta na cama- obrigada mais uma vez por ficar comigo essa tarde, não sei nem como posso te agradecer- silêncio do outro lado da linha- Marcos?

M: eu sei uma forma- podia sentir o sorriso em sua voz- que tal me dar a honra de sair para um sorvete?

V: eu posso pensar sobre isso- sorri- agora eu preciso dormir

M: tudo bem- suspira- até logo

V: até logo- desliga o celular e deita em sua cama

O que havia mudado em tão pouco tempo? Ela não implicava mais com ele, o que era bem.... estranho? Não sabia responder aquilo, mas sabia que gostava da companhia dele e que no momento aquilo lhe fazia bem.

Alguns dias haviam passado desde o ocorrido com Leon, todos estavam preocupados e se perguntando o que aconteceria com o amigo. Todos estavam reunidos na casa de Federico, decidiram que pediriam uma pizza e faria uma noite deles.

A: alguém pensou na possibilidade dele não lembrar de nada?- todos olham para ele com uma expressão estranha- o que foi?

Ma: como você pensou nisso?- mordisca um pedaço da sua comida

A: eu vi na tv- da de ombros

Ma: é claro- revira os olhos

D: ele tem razão- fala chamando a atenção de todos- e se ele não se lembrar de ninguém?

Lu: não quero pensar nessa hipótese- faz uma careta

B: vamos lembra-lo de que somos a sua família- olha para os demais- e não vamos abandonar ele em nenhum momento

F: não podemos desanimar pessoal- se levanta- eu não sei vocês, mas ainda continuo com a mesma esperança de meses atrás

V: o Fede tem razão- suspira- por mais que tudo esteja de ponta cabeça ainda tenho esperanças

Lu: sabíamos da chance disso levar tempo- morde o lábio inferior- e sabíamos da chance de não acontecer também- deixa uma lágrima cair- mas perder a esperanças não é uma opção por aqui- recebe um abraço de lado Nathalia

Fr: estamos todos juntos nessa- pega a mão de Violetta- juntos somos mais

Depois que todos saíram restou apenas Ludmila e Federico na casa. Estavam deitados no sofá olhando para as paredes, uma coisa que adoravam fazer quando estavam sozinhos, sabiam respeitar o espaço do outro.

F: no que esta pensando?- passa a mão por seu cabelo

Lu: no Leon- suspira- acha que ele pode mesmo sair dessa?

L: hm- parecia pensar- eu espero que ele consiga

Lu: é, eu também- voltam a ficar em silêncio

F: você não vai falar com a Vilu nunca mais?- depois de algum tempo se falar nada ele quebra o silêncio

Lu: eu não sei- pega uma mexa do seu próprio cabelo- não quero brigar com ela

F: então fala com ela e tenta resolver tudo

Lu: talvez- volta seu olhar para o namorado- quer ir comigo no hospital amanha?

F: não posso- balança suavemente a cabeça- tenho algumas coisas pra fazer

Lu: tudo bem- se aconchega em seu peito- vou chamar a Violetta

Após algum tempo os dois acabam por adormecer ali mesmo na sala, quando percebem o sol já entrava pelas janelas anunciando um novo dia. A loira avisou que iria para casa e em seguida ia para o Studio e tentaria falar com a amiga, com um sorriso mais que sincero Federico se despede da namorada.

Assim que ficou novamente sozinho o italiano pegou o celular e discou um numero conhecido que logo atendeu.

F: bom dia meu docinho

V: bom dia Fede- podia escutar seu riso- o que foi?

F: queria saber se já tem companhia pra ir ao Studio

V: não, não tenho

F: ok, passo ai em 10 minutos

V: tudo bem- novamente escutou ela rir- estarei te esperando

Se tivesse cronometrado não daria tão certo, dentro do tempo que havia falado ele chegou até a casa da amiga, a qual esperava no portão.

V: qual o motivo disso?- diz assim que entra dentro do carro

F: essa doeu- coloca a mão sobre o peito rindo- não é nada, só queria passar um tempo com você

V: posso aceitar isso- ri

F: falei com a Ludmila- olha de relance para a morena- disse que iria falar com você

V: não acredito que mudou a cabeça dela- tinha um pequeno sorriso no rosto

F: eu sei- sorri vitorioso- eu sou demais

V: convencido também- bate de leve em seu ombro

Do momento que chegaram ao Studio não tiveram um momento de tranquilidade, aulas a todo momento e alguns ensaios bem importantes. Estavam assistindo a aula do Pablo quando percebem um homem se aproximar da porta, ele era incrivelmente parecido com Leon.

P: pois não?- olha em direção do homem

XX: será que eu podia falar com os amigos do Leonard?

Ma: quem é você?- faz a pergunta que todos queriam fazer

Lu: é o Vicent- recebe olhares curiosos

Xx: sou o tio dele- sorri

P: eu preciso fazer umas coisas- vai em direção do homem- mas podem ficar a vontade- fecha a porta assim que passa por ela

V: aconteceu alguma coisa?

Vi: não- senta a frente deles- ele esta bem- percebe todos o encarando e deixa um riso escapar- eu sei, sou muito parecido com ele

D: estranhamente igual

Vi: o que posso dizer? A genética é boa- ri- o que eu vim fazer aqui foi....

F: diz logo antes que a gente tenha um infarto

Vi: vim dizer pra vocês se despedirem do Leon- aquilo havia pegado todos de surpresa, não sabiam o que falar e nem sabia se ainda estavam respirando, ou ao menos se ainda lembravam como se fazia aquilo

V: aconteceu alguma coisa com ele?- tinha lágrimas nos olhos

Vi: não- nega com a cabeça- ele esta bem- suspira- decidimos leva-lo para um outro lugar, com equipes mais preparadas

Ma: ele não esta sendo bem tratado aqui?

Vi: esta, mas do que adianta tanto dinheiro se não podemos usar para ajudar ele acordar?- ri sem humor- vamos tentar um tratamento diferente e que não pode ser transporta pra cá

Lu: por isso vão levar ele- conclui

Vi: exatamente

N: quando isso vai acontecer?- segura a mão da loira ao seu lado

Vi: semana que vem- reveza seu olhar entre todos eles- peço que vão até ele e lhe mandem todas as boas energias que puderem

Fr: não tem outra opção?

Vi: infelizmente não- percebe os olhares tristes- ainda tem uma semana, podem ir todos os dias ver ele e se tudo der certo logo ele estará aqui com vocês novamente

Depois de algum tempo conversando com todos, explicando os motivos pelos quais estavam fazendo essa escolha, Vicent deixa o Studio. Os alunos estavam visivelmente abalados com a noticia, ninguém esperava por aquilo, não tinham a menor ideia de como conseguir chegar a tal tratamento diferente.

Ma: não esperava por isso- após algum tempo em silêncio era o primeiro a falar

C: se isso der resultado pelo menos ele vai estar bem

Lu: tem razão- tinha o olhar longe- mas é como se ele estivesse indo pra nunca mais voltar

Fr: não podemos pensar assim- afaga as costas da loira- se eles podem pagar por isso, que façam- suspira- isso pode ser ótimo pra recuperação dele gente

D: a Fran tem razão- bate de leve no ombro de Federico- vamos torcer para que ele volte bem se la pra onde ele for

N: devíamos decidir quem vai visitar ele- diz com o olhar baixo

V: todos deveríamos ir hoje

F: eu concordo- sorri leve- vamos ir aos poucos, mas todos

Quando os primeiros a irem visita-lo saíram deixaram corações despedaçados para trás, não estavam sabendo digerir toda aquela situação, era doloroso demais. Ludmila havia saído da sala praticamente correndo e só parou quando encontrou o armário dele, deslizou por entre as portas despejando todas as lágrimas que tinha segurado durante a conversa, não podia acreditar que estavam levando ele para longe dela, apenas restava a esperança de que ele ficasse bem e voltasse totalmente bem para sua vida.

Já Violetta preferiu ficar dentro da sala com seus pensamentos, era difícil digerir toda aquela história e precisaria de tempo até entender que aquilo seria o melhor para ele. Não podia negar que doía demais, que parecia que seu coração não iria aguentar mais nenhum minuto tudo aquilo, mas passaria por aquilo, enfrentaria tudo aquilo para no fim ver ele bem e feliz novamente. Esperaria pacientemente por sua volta e diria o quanto estava feliz por ver seus belos olhos novamente. É, a vida não estava sendo justa com ela, mas não deixaria o amor escorrer por entre seus dedos.


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Notas finais do capítulo

xoxo sz



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