Improvável Amor escrita por Beykatze


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Enfim chegamos ao final :D
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784005/chapter/4

Mônica foi pega de surpresa pela pergunta. Ela não odiava Joaquim. Ele devia entender os motivos dela fazer aquilo com ele, mas como não se lembrava?

—Um dia nós fomos amigos. Eu me lembro das festas de aniversário que eu queria convidar só a família- Joaquim contou- Os convidados eram meus pais, avós, tios e tu. Não lembro em que momento isso se perdeu no meio dos corredores da escola.

—Então tu não lembra mesmo?

—Definitivamente não.

—Aconteceu no meu aniversário de dez anos.

—Esse aniversário foi temático da Barbie, né? É como ver de novo um filme que eu já vi há muito tempo. Eu lembro das cenas mas não consigo lembrar do que vem a seguir

—Isso. Então, isso vai ser bastante constrangedor, mas é necessário. Nesse dia, eu tinha planejado tudo pra me declarar pra ti depois da festa. E tu levou a Catarina junto contigo.

—Se declarar? Do tipo...

—Do tipo eu era perdidamente apaixonada por ti- Contou e sentiu o rubor invadir seu rosto.

—Tu morria de ciúmes dela- Joaquim recordou.

—E ela de mim- Retrucou rindo –Enfim, esse dia eu fiquei furiosa, porque eu não gostava dela e tu levou ela. E eu ainda tinha meus planos. Ela veio no meio da festa e disse que eu era gorda, por isso tu não gostava de mim. Eu fiquei furiosa e bati nela.

—Sim! Ela ficou com a cara toda inchada. Por isso ela apanhou?

—É...

—Eu juro que nunca disse isso- Se defendeu.

—Enfim, tu ficou brabo por eu ter batido nela e foi embora, achei que tu tivesse mandado dizer mesmo. Desde então eu implicava contigo. Ainda mais quando vocês viraram melhores amiguinhos. Era como se eu quisesse vingar a pequena Mônica. Além disso, Manoel chorou muito quando eu contei que eu e tu não éramos mais amigos, então fiquei ainda mais brava contigo.

Joaquim não conseguiu falar nada. As lembranças daquele dia inundando sua memória e fazendo a vergonha correr por suas veias. Catarina foi cruel e ele não falou nada, pois estava tentando fazer ciúmes em Mônica, e no final ela ia se declarar para ele. A culpa corroeu seu interior. Ele partiu o coração de uma criança de dez anos pela qual era apaixonado. Burro.

—Me desculpa- Sussurrou.

—Não precisa se desculpar, não é como se tu soubesse que eu ia fazer isso.

—Pois é, mas eu só levei a Catarina comigo pra fazer ciúmes em ti. Foi tosco.

—Ciúmes?- Perguntou divertida.

—É, eu meio que tinha uma queda por ti.

—Isso é sério?- Mônica sorriu incrédula.

—E eu meio que ainda tenho.

O sorriso da garota fugiu do rosto. A descrença tomando conta de sua expressão. A vergonha fechou a garganta de Joaquim, que lutou contra ela e continuou falando.

—Eu tento te impressionar todos os dias. Eu sei que tu vai me xingar, zuar minha roupa ou algo assim e mesmo assim eu sempre faço o caminho que passa por ti. Eu gosto de saber que tu repara que eu estou passando, nem que seja pra falar como eu sou idiota.

Joaquim riu e, cada um com seus pensamentos, fizeram com que um silêncio constrangedor se instalasse no quarto lilás.

—B-bem, acho que já vou indo.

Joaquim se levantou atrapalhado e apressado da cama, bagunçando a colcha roxa. Nervosamente, o garoto apanhou seu material e rumou para a porta de entrada quase correndo. Mônica o seguiu, abriu e os dois saíram para a noite fria. Ela estava muito nervosa que o que tinha dito tivesse assustado ele e ele estivesse indo embora só pelas suas palavras.

—Como você vai embora?

—Esqueceu? Eu moro perto.

—Ah, é... Desculpa pelo seu olho.

—Não foi nada. Só está feio, mas quase nem dói.

—Obrigada por me ajudar a estudar, vou arrasar na prova de amanhã.

—Avise o Manoel que eu quero um sanduíche como agradecimento por salvar a irmã dele de bombar na recuperação.

—Eu aviso- Respondeu rindo. O clima começou a ficar constrangedor mais uma vez, as palavras de declaração dos dois pesando no ar.

—Ah, tu já ia esquecer teu bolo- Falou se virando para buscar.

—Fica com ele. Pode me devolver o pote amanhã.

—Está bem.

Deu um passo para fora, mas parou. Não podia ir sem antes fazer uma coisa, algo que queria há muito, mas muito tempo mesmo. Joaquim virou-se para Mônica, passou a mão por seus cabelos cacheados e aproximou seu rosto. Olhando de perto, ela conseguia ser ainda mais bela, os detalhes do rosto se ressaltavam e os olhos pareciam ainda mais brilhantes.

Joaquim tocou seus lábios nos de Mônica, o gesto acontecendo muito rápido, com medo da rejeição e de ser congelado pela vergonha. Correu para casa logo em seguida. O cheiro do perfume doce dela preso em sua camisa.

Depois de ver Joaquim sumindo no fim da rua, Mônica entrou em casa saltitante.

—MANOEL!- Gritou e correu para o quarto do irmão mais novo, interrompendo o jogo com suas palavras apressadas.

—Ele te beijou mesmo?

—Sim! Foi o selinho mais perfeito de todos- Riu, mas não de deboche. Riu como uma coisa criança quando vê que ganhou o presente que queria no natal.

—E?

—Eu sei lá, o que tu acha?

—Mô, ele não disse que gostava de ti?

—Disse... Eu gastei anos implicando com um cara por nada, é isso?

—Tu implicava porque gostava dele.

—Ah, meu deus- Olhou apavorada para o irmão- Eu dei um soco nele!

Manoel riu do choque dela ao perceber o que tinha feito.

***~***~***

Joaquim entrou na escola vestindo sua melhor camisa de “Stranger Things”: os personagens estavam dispostos na frente e o nome do seriado estava escrito embaixo. Usava também seus tênis preferidos e uma calça jeans azul escura. Andou nervosamente pelos corredores, queria encontrar Mônica, mas ao mesmo tempo tinha medo da reação dela.

Era um misto de sensações tão estranho que quase vomitou quando avistou a cabeleira cacheada e a característica jaqueta de couro no final do corredor. Andou trêmulo até a garota.

Mônica estava apoiada na parede, lendo “Diário de um banana”. Escorada como se aguardasse sua chegada, seu rosto se iluminou quando Joaquim se aproximou.

—Sobre ontem...- O garoto começou a dizer nervosamente, mas foi interrompido por um dúlcido beijo na bochecha. Seu coração quase saiu pela boca com o gesto.

—O que vai fazer depois da escola?- Mônica perguntou fechando o livro.

—Nada- Respondeu chocado e quase explodindo de alegria.

—Quer dar uma volta?- Ela convidou. Recebeu um sorriso meigo como resposta. Mônica segurou a mão dele, os dedos se entrelaçando conforme andavam na direção da sala de aula.

O coordenador, conhecido por proibir qualquer tipo de contato romântico entre os jovens na escola, fez vista grossa aquele dia. Aquilo sim era uma melhora significativa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam desse final?
Me perdoem qualquer erro :p
Comentem ai suas impressões :D
Até uma próxima ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Improvável Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.