Improvável Amor escrita por Beykatze


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D
Boa leitura ♥



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Joaquim entrou na escola pela manhã usando seus tênis preferidos e surrados, sua melhor camiseta do Hulk com os fones de ouvido saindo pela gola e um jeans preto. Sua mochila velha carregava um peso enorme dividido entre livros, cadernos e jogos para passar o tempo.

Dobrando o corredor, para ir para sua sala, trombou com Mônica, sua colega mal humorada. Ele e a garota tinham sido amigos na infância, mas Joaquim não se lembrava quando nem o motivo que fez os dois pararem de se falar e ela começar a ser facilmente irritável e implicar com ele sempre que o via.

—Ei, olha quem está aqui- A garota falou levantando o olhar para ele. Mônica tinha cabelos castanhos, cacheados e compridos. Os olhos castanhos delineados com maquiagem preta o encaravam mortalmente- O que quer, gordinho?

Joaquim não entendia a origem do apelido. Ele não era gordo, não podia ser um "xingamento" óbvio. Tampouco era muito magro a ponto de a palavra ser usada de forma irônica. Tudo o que sabia era que Mônica o chamava assim há muito tempo. Desde que pararam de ser amigos, em algum momento há anos.

—Bom dia- Respondeu com um sorriso. Ele adorava como sua felicidade parecia enfurecê-la ainda mais.

A garota revirou os olhos brilhantes e voltou sua atenção para o que fazia. Ela colava um cartaz enorme na parede do corredor sobre números e dados de como o esporte podia ajudar na saúde tanto física quanto mental e como era importante que os alunos fizessem alguma atividade. 

Lendo as informações, Joaquim sentiu uma profunda satisfação. Ele e seus colegas do vôlei que deram essa ideia ao comitê de prevenção ao suicídio da escola. O esporte curava, dava um propósito. Era ideal para adolescentes cheios de energia e emoções.

—Vai ficar encarando muito tempo?- Mônica tornou a se virar para o garoto. Ela transpirava impaciência.

—Não, não. Eu estava só lendo.

—É bom se informar mesmo.

—Eu faço vôlei, meu time que deu a ideia pra vocês.

Mônica o olhou como um gato olha para um verme. Com nojo, mas com certo interesse.

—Legal- Comentou sem vontade. Joaquim entendeu que ela tinha achado a ideia muito boa, mas não admitiria que ele estava certo fazendo algo. O garoto arrumou os óculos no rosto e desafiou a sorte.

—Obrigado, eu achei que seria uma ótima ideia mesmo.

—Tanto faz- Mônica riu- Convencido.

—Ei- Catarina, a amiga de Joaquim chamou se aproximando dos dois pelo corredor- Da pra você parar de ser estúpida?

—Do que tu tá falando? Sua tonta! Da pra parar de ser metida?- Mônica retrucou. Cataria geralmente vinha no auxilio de Joaquim salvá-lo quando a garota aparecia com ar diabólico, entretanto, daquela vez os dois estavam apenas conversando e Mônica não estava sendo grosseira. Um risinho escapou dos lábios de Joaquim, que tentou contê-lo- Tá rindo do que, palhaço?

—De nada- Mas a raiva dela, a confusão de Catarina e a seriedade do momento, fizeram com que ele não aguentasse e explodisse uma gargalhada. Os alunos que passavam pelo corredor indo para suas salas paravam para observar Joaquim: o maluco rindo de Mônica. O garoto precisou tirar os óculos para limpar as lágrimas da risada.

—Para de rir, esquisito- Mônica rosnou- As pessoas estão nos encarando.

—Deve ser dessa sua cara de cu- Cataria retrucou- E não chama ele assim!- Exigiu se colocando na frente do garoto.

—Eu chamo ele como eu quiser- Mônica cutucou o ombro de Catarina, empurrando-a para trás- E tu também, pau mandado.

Catarina enraivecida se lançou sobre Mônica, que apenas desviou do corpo magro, fazendo com que a garota batesse na parede atrás dela. Mônica rumou a garota, segurou o colarinho da sua regata cor de rosa, puxou o outro braço para trás e, antes que pudesse desferir um soco em seu rosto, Joaquim se meteu na tentativa de apartar a guerra e apanhou.

***~***~***

—I-na-cre-di-tável! Brigando na escola. Vocês dois são inacreditáveis.

O coordenador da escola encarava Mônica e Joaquim. Os dois estavam sentados em poltronas marrons posicionadas de frente para a mesa dele. A sala do homem era pequena, com muitos porta retratos da família e alguns troféus da escola.

—Eu não consigo acreditar que vocês dois discutiram e brigaram no corredor- Falou furioso.

Joaquim tinha um olho roxo e segurava calado uma bolsa de gelo sobre o machucado. Sabia que se abrisse a boca poderia rir da situação e tinha medo de receber uma advertência ou outro soco.

—A manhã toda de detenção para os dois- Sentenciou.

—Ei!- Mônica resmungou indignada.

—Quero que fiquem nessa sala até o final da aula e mais duas horas quando acabar. Sem conversa, sem brincadeiras. Só podem estudar e respirar.

—Eu tenho coisas pra fazer em casa!- Mônica respondeu.

—Pois deveria ter pensado nisso antes de dar um soco no Joaquim!

—E o que vai acontecer com a princesinha?

—Quem?- O homem perguntou confuso.

—Catarina me atacou- Mônica contou- Eu estava me defendendo.

—Ela se machucou quando foi arremessada contra a parede! Está na enfermaria.

—Eu só desviei!

—Claro que sim- Falou debochado. Mônica bufou, mas foi ignorada pelo coordenador careca que saia da sala fechando a porta, deixando os dois sozinhos.

—Que merda!- A garota resmungou deitando a cabeça na mesa do homem- Óbvio que nada ia acontecer com a perfeitinha. Insuportável.

—O que você tinha pra fazer?- Joaquim perguntou.

—Nada da sua conta. Não sei se notou, mas é culpa daquela mosca morta que eu estou aqui. E tu também.

—Não foi a Catarina quem me deu um soco.

—Mas se ela não tivesse pulado em mim eu também não teria dado- Concluiu. Joaquim riu do comentário.

—Ela só foi me defender.

—Olha o teu tamanho- Mônica olhou para ele abismada- Tu precisa de alguém que te defenda?

Joaquim deu de ombros e a garota voltou a deitar a cabeça.

—Ela gosta de mim, eu já disse que eu não preciso de defesa sobre a sua pessoa, mas ela não se controla. Acho que ela te odeia.

—Diga a ela que a recíproca é verdadeira.

O garoto sorriu da alfinetada e buscou seus materiais na mochila, deixando-os sobre a mesa do castigo. Pegou também os fones e conectou-os no celular, iniciando uma música.

Abriu o caderno de português, a primeira matéria que teriam aquele dia e repassou o que já tinham visto na semana: discurso direto e discurso indireto. Com o lápis bem apontado, começou a fazer os exercícios correspondentes.

—Ei- Mônica chamou. Joaquim, com os fones de ouvido não a ouviu, então ela chamou mais alto- EI!

—Que foi?- Joaquim deu um pulo na poltrona antes de responder a garota.

—Eu estou entediada aqui, tu não pode simplesmente me ignorar. Tua amiga me meteu nisso.

—Tecnicamente ela não te obrigou a me socar- Lembrou e recebeu um olhar ferino de volta- Mas tudo bem, podemos conversar.

—Eca- Mônica revirou os olhos- Papo com o gordinho.

—De onde vem esse apelido, afinal?

A garota o encarou como se ele fosse maluco, aguardou alguns segundos e, ao ver que ele não estava brincando, falou:

—Tu é um poço idiota de surpresas.

Joaquim, sem saber se aquilo era um elogio ou um xingamento profundo e intelectual, riu mesmo assim. O garoto puxou da mochila seu baralho de Uno e colocou na mesa.

—Quer jogar então?

Mônica deu de ombros, aceitando o convite. Não era como se tivesse algo muito melhor para fazer mesmo. Puxou sua cadeira para perto e ele embaralhou as cartas.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro podem me avisar que eu corrijo :D
Espero que tenham gostado ♥
Dia 11 sai o próximo capítulo :)
Sintam-se livres para comentar, dar dicas, sugestoes, o que quiserem ♥
Até o próximo capítulo ♥



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